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Ciências Exatas e da Terra Química

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Anais - Artigos Ciências Exatas e da Terra - Química 3122 
Ciências Exatas e da Terra
Química
X Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação 2015
Anais - Artigos Ciências Exatas e da Terra - Química 3123 
A CONCEPÇÃO DE ÁTOMO NA QUÍMICA, NA FÍSICA E NA 
BIOLOGIA: UMA VISÃO MULTIDISCIPLINAR 
 
Aguinalda Alves Teixeira Filha1, Ayrton Matheus da Silva Nascimento2, Giselly de 
Oliveira Silva3, Erivaldo Gumercindo de Souza Neto4 
 
1Docente dos cursos de Agronomia, Agroindústria e Licenciatura em Química do IFPE Campus Vitória. e-mail: 
aguinaldafilha@gmail.com; 2Discente do curso de Licenciatura em Química do IFPE Campus Vitória . Bolsista 
do IFPE. ayrthon.matheus@ gmail.com; 3 Discente do curso de Licenciatura em Química do IFPE Campus 
Vitória. e-mail: gisellyoliveira@outlook.com.br; 4Discente do Mestrado de Estatística e Biometria - 
 UFRPE. e-mail: dinhosax14@hotmail.com 
 
RESUMO: Disciplinas como química, física e biologia, trazem em seus currículos, conteúdos 
que necessitam para sua compreensão, um grande nível de abstração. Outro obstáculo à 
compreensão é uma abordagem cartesiana, fragmentária e descontextualizada distanciando o 
conteúdo da realidade de docentes e discentes, tornando o estudo pouco significativo. Trata-se 
de uma pesquisa de abordagem qualitativa, de campo do tipo descritiva, realizada com alunos 
do ensino médio do IFPE Campus Vitória, com o objetivo de fazer um levantamento sobre as 
concepções de átomos a partir da observação de aulas de Química, Física e Biologia, além de 
entrevistas com discentes do ensino médio. Nas entrevistas os discentes indicaram as 
disciplinas de química, física e biologia como aquelas responsáveis pelo estudo do átomo e 
nas aulas observadas o ponto em comum entre os docentes, foi a definição do átomo como 
partículas indivisíveis, contudo realizando contextualizações inerentes apenas as suas 
respectivas disciplinas, o que nos leva a concluir a necessidade de abordagens 
interdisciplinares onde possam se desenvolver uma percepção holística do átomo. 
Palavras–chave: átomos, concepção, discentes, docentes, interdisciplinaridade 
 
THE ATOM DESIGN IN CHEMISTRY IN PHYSICS AND BIOLOGY: A 
VISION MULTIDISCIPLINAR 
 
ABSTRACT: Disciplines such as chemistry, physics and biology, bring in their curricula, 
content they need for their understanding , a high level of abstraction. Another obstacle to 
understanding is a Cartesian approach, fragmentary and decontextualized distancing content 
of the reality of teachers and students , making minor study. It is a qualitative research, of the 
descriptive field , carried out with high school students IFPE Campus Victoria, in order to 
make a survey on the concepts of atoms from the observation of Chemistry lessons, physics 
and biology, as well as interviews with high school students. In the interviews the students 
indicated the chemistry disciplines , physics and biology as those responsible for the atom of 
the study and the lessons observed the commonality among teachers , was the definition of the 
atom as indivisible particles , however performing inherent contextualization only their 
respective disciplines , which leads us to conclude the need for interdisciplinary approaches 
where they can develop a holistic understanding of the atom. 
KEYWORDS: atoms, design, students, teachers, interdisciplinarity 
 
INTRODUÇÃO 
O conceito de átomo é fundamental para a compreensão de vários conteúdos 
abordados no estudo das ciências. São muitos os conceitos de átomos observados ao longo da 
história; na atualidade encontramos um conceito comum, onde segundo Atkins e Jones 
(2006): “o átomo fica sendo definido como a menor partícula de um elemento que tem as 
propriedades químicas desse elemento”. Apesar de ser um conhecimento comum em várias 
disciplinas observamos que raramente o átomo é estudado de forma contextualizada e 
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Anais - Artigos Ciências Exatas e da Terra - Química 3124 
interdisciplinar. Nossa pesquisa objetivou realizar um levantamento das concepções de alunos 
do ensino médio, sobre a concepção de átomos, além de observar como este conteúdo vem 
sendo abordado nas aulas. Para tanto, realizamos entrevistas com alunos sobre concepções 
relacionadas aos átomos e observamos algumas aulas das disciplinas de química, física e 
biologia. Percebemos que a maioria dos alunos atribui o estudo do átomo a disciplina de 
química primeiramente e depois a outras disciplinas. Na observação das aulas concluímos que 
este estudo ainda esta sendo realizado de forma fragmentária sem contextualizações 
interdisciplinares. Lembramos que nossa pesquisa foi realizada com o objetivo de obter um 
levantamento de dados sobre as concepções de átomos com docentes e discentes do ensino 
médio do IFPE Campus Vitória. 
 
MATERIAL E MÉTODOS 
Trata-se de uma pesquisa de natureza quali-quantitativa, de campo de tipo descritiva. 
Participaram como sujeitos 164 alunos do 1º ano do curso médio integrado e docentes dos 
respectivos componentes curriculares do IFPE Campus Vitória. Os dados foram coletados por 
meio de observações das aulas, objetivando identificar as concepções de átomos de docentes e 
um questionário aplicado aos discentes. As análises dos dados foram realizadas através da 
análise do conteúdo (BARDIN, 2011). 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
Foi aplicado um questionário aos discentes, com 04 questões a saber: (1) “Em que 
disciplina você estuda (ou estudou) o átomo?” (2) “Você acha que deveria estudar o conceito 
de átomo em alguma outra disciplina? Qual ou quais?” (3) “Qual a relação do átomo com o 
dia-a-dia?” (4) “Qual a sua definição de Átomo?”. Observando o gráfico relacionado à 
primeira questão podemos perceber que os alunos relacionaram o estudo do átomo 
principalmente a disciplina de Química, uma vez que é nessa disciplina que estudam o átomo, 
partindo de suas características e propriedades observadas na tabela periódica, até as diversas 
substancias e reações. Contudo, ver o átomo apenas ou primeiramente, relacionado à 
disciplina de química, nos conduz a denotar uma percepção fragmentada por parte do 
estudante, que na realidade estuda não só o átomo, como substancias e reações químicas em 
tantas outras disciplinas, e que talvez não o percebam devido à falta de dinâmicas de 
contextualização e sistematização dos conteúdos e conceitos. 
76
52
28
8
0
20
40
60
80
Química Física Biologia Outras Disciplinas
 
Gráfico 01: Em que disciplina você estuda (ou estudou) o átomo? 
 Na segunda questão podemos observar que os sujeitos identificaram uma relação do 
conceito de átomo nos componentes curriculares de Biologia e Física. 
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16
56 60
16 16
0
50
100
Química Física Biologia Filosofia Outras Disciplinas
 
Gráfico 02: Você acha de deveria estudar o conceito de átomo em alguma outra disciplina? 
Qual ou quais? 
Observamos, nesta segunda questão, as referências principalmente as disciplinas de 
física e de biologia o que de certa forma nos leva a concluir que o estudante relaciona estas 
disciplinas ao estudo do átomo. Contudo é interessante observarmos que estes estudantes 
perceberam esta relação com outras disciplinas como por exemplo a filosofia. 
A terceira questão enfatiza a relação do átomo com o “dia-a-dia 
 
 
24
36
32
28
24
20
0
20
40
Não sei Em todas as situações Moléculas
Tecnologia Ser humano Objetos
 
Gráfico 03: Qual a relação do átomo com o dia-a-dia? 
 
Observando o gráfico 03, relacionado ao átomo na vida diária, percebemos que os 
estudantes participantes da pesquisa, declararam de uma maneira geral que os átomos estão 
em toda parte, uma vezque não houveram grandes diferenças entre o quantitativo 
relacionados a “todas as situações”, “ser humano”, “tecnologia”, “moléculas” e “objetos”. 
A quarta questão, sobre “Qual a sua definição de Átomo?” os estudantes apresentaram 
uma definição aproximada a de Atkins e Jones (2006), em que o átomo fica sendo definido 
como a “menor partícula de um elemento que tem as propriedades químicas desse elemento, 
sendo assim uma partícula indivisível”. 
Na tabela 01, podemos observar que 75% dos sujeitos definiram como Atkins e Jones 
o conceito de Átomo. 
 
Definição Porcentagem em Alunos 
Partículas indivíseis 51,2% 
Menor partícula 24,4% 
São partículas elementares 24,4% 
Tabela 01: Qual é a definição de Átomo? 
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Análise das aulas – Conceito de átomo 
Para identificação do conceito de átomo foram observadas aulas dos componentes 
curriculares de Química, Física e Biologia. Na tabela categorizamos algumas das falas por 
disciplinas. Para analises das aulas utilizamos alguns pontos de identificação: (1) Como o 
conceito de átomo está sendo abordado; (2) Quais contribuições o professor trás para sua aula; 
(3) Qual foi a relação interdisciplinar; 
 
Vivências das Aulas 
Química Física Biologia 
- Na fala do professor “Q”: 
O átomo consiste numa 
menor partícula, são 
indivisíveis onde o conjunto 
forma uma molécula; 
- Na fala do professor “F”: Os 
átomos são peças fundamentais 
da matéria, e estão presentes em 
tudo; 
- Na fala do professor “B”: 
Os átomos são partículas 
elementares e indivisíveis; 
- Contextualizou o estudo, 
citando os efeitos dos fogos 
de artifícios afirmando que na 
presença de uma chama os 
átomos se tornam visíveis; 
- Enfatizou que nos átomos 
existem partículas elementares 
como os prótons, os elétrons e os 
nêutrons. 
- Abordou a relação dos 
átomos presentes no corpo 
humano e que os mesmos 
formam as moléculas que 
estão presentes em nosso 
organismo em nosso dia-a-dia 
- Afirmou também que o 
átomo é uma partícula 
indivisível; 
- Afirmou que alguns materiais 
são carregados positivamente e 
negativamente; 
- Relacionou o átomo com a 
anatomia e fisiologia humana 
Tabela 02: Categorização das aulas de Química, Física e Biologia 
 
CONCLUSÕES 
Diante dos resultados obtidos no decorrer de nossa pesquisa, verificamos que grande 
parte dos sujeitos investigados apresenta a concepção de átomo, como partícula indivisível e 
que este estudo esta relacionando primeiramente à disciplina de química, não descartando 
outras disciplinas. Apesar do reconhecimento deste estudo em outras disciplinas, nas aulas 
observadas, não foram identificadas práticas interdisciplinares que possibilitassem ao 
educando, uma percepção integrada do átomo entre as diversas disciplinas. 
Quanto à correlação do átomo com os fenômenos que norteiam o dia-a-dia do aluno, 
apesar do reconhecimento por parte dos mesmos sobre o fato de o átomo estar presente em 
todas as situações, da vida diária, não foi observada uma clareza na definição de que situações 
ou fenômenos, nos reportam a existência do átomo. 
A experiência da realização de uma pesquisa como esta, nos possibilita realizar 
reflexões a cerca da importância de se estudar determinados conceitos numa perspectiva 
interdisciplinar o que possibilita concepções relevantes e significativas sobre o estudo do 
átomo. 
 
REFERÊNCIAS 
 
ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de Química: Questionando a Vida Moderna e o Meio 
Ambiente. 3ª Edição, Porto Alegre: Bookman, 2006. 
BARDIN, L. A análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2011. 
CAPRA, Fritjof. O ponto de mutação: A Ciência, a Sociedade e a Cultura emergente. São Paulo: 
Editora Cultura, 1995 
FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Interdisciplinaridade: história, teoria e pesquisa. 10 ed. 
Campinas: Papirus, 2002. p. 143 
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Anais - Artigos Ciências Exatas e da Terra - Química 3127 
MORTIMER, E. F. Construtivismo, Mudança Conceitual e Ensino de Ciências: Para onde 
vamos. Investigações em Ensino de Ciências. Porto Alegre. v. 1, p. 20-39, 1996. 
BUENO, F. R. A Revolução Organísmica: Uma análise sobre a mudança de paradigma 
www.duplipensar.net/artigos/2004-Q4/revolucao-organismica.html Publicado em 18.12.2004 
FAZENDA, I. C. A. Integração e Interdisciplinaridade no Ensino Brasileiro: Efetividade ou 
Ideologia. São Paulo: Edições Loyola. 1979 
GOMES, J. P. H; OLIVEIRA, O. B. O. Obstáculos epistemológicos no ensino de ciências: um 
estudo sobre suas influências nas concepções de átomo. Ciências & Cognição, Rio de Janeiro, v. 12, 
p 96-109, 2007. 
JUNIOR, M. B. M. S.; MELO, M. S. T.; SANTIAGO, M. E.; A análise de conteúdo como forma de 
tratamento dos dados numa pesquisa qualitativa em Educação Física escolar. Porto Alegre, v. 16, 
n. 03, p. 31-49, julho/setembro de 2010. 
SANDRI, I. G.; MARTINS. J. A.; PIEMOLINI-BARRETO L. T.; VILLAS-BOAS V,; Concepções 
Prévias do Modelo de Átomo dos Alunos de Engenharia de Alimentos e Engenharia Química; 
XXXIX. Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia. Blumenau, SC, 2011. 
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A CONFECCÃO DE MODELOS ATÔMICOS COMO ESTRATÉGIA 
FACILITADORA NO ENSINO DE QUÍMICA PARA ALUNOS SURDOS 
 
Tereza Bárbara Barboza Pereira¹, Maria Augusta Araújo Cunha²,Williany Lima de 
Carvalho Camargo³ 
 
1Professora de Química –IFAC. e-mail:tereza.pereira@ifac.edu.br; 2Discente do curso superior em Licenciatura 
em Ciências Biológicas-IFAC. e-mail: mariacunha2010@live.com; ³2Discente do curso superior em 
Licenciatura em Ciências Biológicas-IFAC. williany.ac@hotmail.com 
 
RESUMO: O termo Educação Inclusiva contempla a heterogeneidade da espécie humana 
com vistas a atender às necessidades educativas especiais de todos os indivíduos. O lugar 
ideal de preparação do profissional para Educação Inclusiva ou não, é na graduação. A 
aprendizagem de alunos surdos, por exemplo, tem sido tradicionalmente tratada de acordo 
com as habilidades de comunicação expressiva e receptiva. No que diz respeito ao ensino de 
química, o aluno ouvinte se apropria dos conceitos químicos por meio de informações que 
recebe do meio, principalmente, pelo sentido da audição. Desse modo, o aluno surdo fica em 
desvantagem com os demais, porém, por meio de uma prática pedagógica redirecionada, 
poderá ajudá-lo de maneira objetiva a se apropriar desses conceitos. Visando amenizar o nível 
de abstração no estudo do átomo e transformar este conteúdo acessível para alunos com e sem 
deficiência auditiva foi sugerido a um grupo de alunos do curso de Licenciatura em Ciências 
Biológicas, na disciplina de Química Geral, que confeccionassem os principais modelos 
atômicos com materiais de baixo custo para complementar as aulas teóricas. Verificou-se que 
esta atividade promoveu uma melhor compreensão dos conceitos químicos interligados, 
particularmente, a Atomística nos níveis macroscópicos, microscópicos e simbólicos. 
Palavras–chave: educação inclusiva, material didático, modelos atômicos, química 
 
ATOMIC MODELS MAKING AS FACILITATOR STRATEGY IN 
TEACHING CHEMISTRY FOR DEAF STUDENTS 
 
ABSTRACT: The Inclusive Education term contemplates the heterogeneity of the human 
species in order to meet the special educational needs of all individuals. The ideal place for 
professional preparation for Inclusive Education or not, is in the graduation. Learning deaf 
students, for example, has been traditionally considered according to the expressive and 
receptive communication skills. Regarding to the teaching of Chemistry, the listener student 
appropriates the chemical conceptsbased on information he/she receives from the 
environment, mainly by the sense of hearing. In this way, the deaf student is at a disadvantage 
to others, however, through a redirected pedagogical practice, it can help them, in an objective 
manner, to appropriate these concepts. Aiming to minimize the level of abstraction in the 
study of the atom and make this content accessible to students with and without hearing 
impairment, it was suggested to a group of students of the Biological Sciences Degree, in the 
discipline of General Chemistry, to make the main atomic models with low-cost materials in 
order to complement theoretical classes. It was verified that this activity promoted a better 
understanding of the interconnected chemical concepts, particularly, the Atomistic in the 
macroscopic, microscopic and symbolic level. 
KEYWORDS: inclusive education, teaching materials, atomic models, Chemistry 
 
INTRODUÇÃO 
 A aprendizagem de alunos surdos tem sido tradicionalmente encarada de acordo com as 
habilidades de comunicação expressiva e receptiva. Concebida como privação da audição, a 
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surdez tem nesse impedimento de acesso aos sons da fala, a principal dificuldade de aquisição 
da linguagem. No que diz respeito ao ensino de química, o aluno ouvinte se apropriará dos 
conceitos químicos por meio de informações que recebe do meio, principalmente por 
intermédio da audição. Desse modo, o aluno surdo fica em desvantagem com os demais. 
Porém, o professor, por meio de uma prática pedagógica redirecionada, poderá ajudá-lo de 
maneira objetiva a se apropriar desses conceitos (PEREIRA et al., 2011). 
 Aprender ciência significa também entender como se elabora o conhecimento científico, 
para tanto, é importante considerar que as teorias e leis que regem a ciência não são 
descobertas feitas a partir da observação minuciosa da realidade, utilizando o chamado 
método científico, mas sim fruto da construção de modelos e elaboração de leis que possam 
dar sentido a realidade observada (MELO et al., 2013). O ensino da Química envolve 
abordagens teóricas e representacionais e dentro deste contexto têm-se o uso de modelos 
atômicos que muitas vezes são trabalhados nas instituições de ensino de forma superficial e os 
discentes muitas vezes não conseguem compreender que os modelos científicos se constituem 
historicamente como criações mentais de um mundo invisível. 
 Algumas pesquisas que abordam o processo ensino-aprendizagem apontam que um dos 
assuntos que causam significante aversão à química enquanto disciplina é a Atomística. 
Alunos e professores encontram grandes dificuldades ao lidar com esse tópico, os primeiros 
em entender e posteriormente estabelecer relações entre tal tema e os fenômenos que ocorrem 
no nosso cotidiano. Enquanto que os professores encontram como principal barreira a ser 
transposta, o fato que a maioria dos alunos se nega a aceitar que alguns acontecimentos no 
nível macroscópico têm explicação no nível microscópico (ROCHA et al., 2005). 
 Visando amenizar o nível de abstração no estudo do átomo e transformar este conteúdo 
acessível para alunos com e sem deficiência auditiva, foi sugerido a um grupo de alunos do 
curso de Licenciatura em Ciências Biológicas do 1º Período que estava cursando a disciplina 
de Química Geral que confeccionasse os principais modelos atômicos para complementar as 
aulas teóricas e verificou-se que esta atividade promoveu uma melhor compreensão dos 
conceitos químicos interligados a Atomística nos níveis macroscópicos, microscópicos e 
simbólicos. Além disso, como tais discentes serão futuros professores, os mesmos 
apresentaram suas produções para alunos com e sem deficiência que já tinham assistido 
anteriormente às aulas teóricas sobre modelos atômicos e percebeu-se que o aprendizado 
sobre este conteúdo tornou-se significativo para ambas às partes. 
 
MATERIAL E MÉTODOS 
 Foram confeccionados cinco modelos atômicos: Modelo Atômico de Dalton, 
Thompson, Rutherford, Rutherford-Bohr e o Modelo Atômico de Nuvem Eletrônica. Os 
materiais utilizados para a confecção dos modelos atômicos foram materiais de baixo custo e 
fácil acesso, tais como arames, bolas de isopor, miçangas, linhas de nylon, bola de gude, 
algodão, purpurina, folha de isopor e tinta. Para a construção da maquete, que continha os 
modelos atômicos foi desenvolvida uma técnica artesanal, o átomo de Dalton foi representado 
por uma bola de gude que ficava suspensa numa estrutura feita em arame para facilitar a 
visualização; já o modelo de Thompson foi representado pelo uso de uma bola de isopor 
grande com bolas de isopor menores incrustadas, representando as cargas negativas do átomo; 
para o modelo de Rutherford e o de Rutherford-Bohr utilizou-se bolas de isopor na 
representação dos elétrons e do núcleo atômico, sendo as camadas ao redor do núcleo 
(órbitas) representadas pelo uso de arames e para demonstrar o modelo da Nuvem Eletrônica 
apresentou-se uma estrutura de arame envolta de uma camada de algodão e no centro dessa 
estrutura foi colocada uma pequena bola de isopor para representar o núcleo do átomo. 
 Após a confecção destes materiais, estes foram expostos para a comunidade interna do 
Instituto Federal do Acre-IFAC/ Câmpus Rio Branco (professores, alunos com e sem 
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Anais - Artigos Ciências Exatas e da Terra - Química 3130 
deficiência auditiva e técnicos) e externa (alunos do Centro de Educação de Jovens e Adultos-
CEJA e alunos do curso de Libras de uma Igreja local) para possibilitar uma melhor 
aprendizagem do conteúdo de atomística, em especial, o uso dos modelos atômicos. Toda a 
atividade foi desenvolvida com o apoio dos interpretes em Libras do Núcleo de Atendimento 
às Pessoas com Necessidades Específicas do IFAC/Câmpus Rio Branco. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 Os modelos atômicos (Figura 1) são fáceis de serem confeccionados e apresentaram 
uma boa aceitação por parte do público-alvo (professores, alunos ouvintes e não-ouvintes e 
técnicos em educação). A exposição desse material (Figura 2).possibilitou uma melhor 
compreensão dos modelos atômicos, facilitando a aprendizagem em especial dos alunos não-
ouvintes e ouvintes. Tais modelos utilizam-se da abordagem do nível simbólico, com o intuito 
de aproximar os alunos do respectivo conhecimento, concedendo uma concretude a 
conhecimentos abstratos característicos da Atomística. 
 
Figura 1-Representação dos modelos atômicos de Dalton, Thompson, Rutherford, Rutherford-Bohr e o Modelo 
Atômico de Nuvem Eletrônica confeccionados pelos alunos da Licenciatura em Ciências Biológicas. IFAC, 
2015. 
 
 
Figura 2-Apresentação dos modelos atômicos pelos alunos da Licenciatura em Ciências Biológicas do 1º 
Período. IFAC, 2015. 
 
CONCLUSÕES 
 Ao término da exposição da maquete sobre os modelos atômicos, o grupo responsável 
pela confecção do material didático avaliou a atividade através de uma discussão em sala de 
aula dentro da disciplina de Química Geral e constaram que tanto eles, que construíram os 
modelos, quanto os visitantes do seu trabalho perceberam a importância da adaptação dos 
conteúdos de Química para algo mais acessível e atrativo. Além disso, esta atividade 
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Anais - Artigos Ciências Exatas e da Terra - Química 3131 
possibilitou também uma melhor percepção sobre este conteúdo facilitando o processo de 
ensino-aprendizagem e fez com que estes futuros profissionais pudessem ter contato ainda no 
começo do curso da Licenciatura com a terminologia química em Libras, favorecendo sua 
capacitação, caso venham a trabalhar com alunos com deficiência auditiva. 
 
AGRADECIMENTOS 
Ao Instituto Federal do Acre-IFAC-CâmpusRio Branco 
Equipe do NAPNE do IFAC-Câmpus Rio Branco 
A professora Eliane Auxiliadora Pereira 
A professora Iliane Tecchio 
 
REFERÊNCIAS 
 
MELO, M.R.; LIMA NETO, E.G. Dificuldades de Ensino e Aprendizagem dos Modelos 
Atômicos. Química Nova na Escola, v.20, n.2,p.112-122, 2013. Disponível em:< 
http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc35_2/08-PE-81-10.pdf >. Acesso em: 17 de mar. 2015. 
 
PEREIRA, L. L. S.; BENITE, C. R. M.; BENITE, A. M. C. Aula de Química e Surdez: sobre 
Interações Pedagógicas Mediadas pela Visão. Química Nova na Escola, v.33, n.1, p.47-56, 
2011. Disponível em:< http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc33_1/07-AF4510.pdf >. Acesso 
em: 17 de mar. 2015. 
 
ROCHA, J. R. C.; CAVICCHIOLI, A. Uma Abordagem Alternativa para o Aprendizado dos 
Conceitos de Átomo, Molécula, Elemento Químico, Substância Simples e Substância 
Composta, nos Ensinos Fundamental e Médio. Química Nova na Escola, n° 21, p.29-33, 
2005. Disponível em:< http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc21/v21a06.pdf >. Acesso em: 17 
de mar. 2015. 
 
 
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Anais - Artigos Ciências Exatas e da Terra - Química 3132 
A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DE QUÍMICA NA EDUCAÇÃO DE 
JOVENS E ADULTOS: “QUÍMICA, PRA QUE TE QUERO?” 
 
Carlindo M. Q. da Silva1, Emerson G. Moreira2, Flávia R. P. Sales3, Luís V. dos S. 
Lima4, Niely S. de Souza5, Alessandra M. T.A. de Figueirêdo6 
 
1Discente de graduação em Licenciatura em Química – IFPB. Bolsista do PET. e-mail: maxshweel@gmail.com; 
2Discente de graduação em Licenciatura em Química – IFPB. Bolsista do PET. e-mail: 
emergmoreira@gmail.com; 3Discente de graduação em Licenciatura em Química – IFPB. Bolsista do CNPq, e-
mail: flavia.rhuana@outlook.com; 4Mestrando em Ensino de Ciências – UFRN, e-mail: 
luisvictor_quim@hotmail.com; 5Mestranda em Educação e Multiculturalidade – FacNorte/Furne email: 
niely.jc@gmail.com; 6Professora Doutora em Química – IFPB, email: 
alessandratavaresfigueiredo@ifpb.edu.br. 
 
RESUMO: A Educação Básica apresenta preocupações, tendo como um dos desafios, a 
abordagem da Química em sala de aula. A maioria dos discentes atribui a ideia de Ciência 
como algo que apenas “gênios” conseguem compreender, devido à metodologia ineficiente 
utilizada pelo docente em sala de aula. Diante disto, uma Sequência Didática (SD) 
problematizadora foi elaborada e planejada para alunos do 1° ano do Ensino Médio, na 
modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA), em uma Escola Estadual da Região 
Metropolitana de João Pessoa-PB, onde a SD foi aplicada e baseada numa crítica ao Ensino 
de Química, utilizando-se um texto intitulado "Química Pra Que Te Quero?" publicado no 
Jornal Folha de São Paulo. Materiais didáticos foram usados com o intuito de demonstrar a 
presença da Química no cotidiano, bem como despertar o interesse do alunado, o que 
corroborou no favorecimento do processo de ensino-aprendizagem. 
Palavras–chave: Ensino de Química, Educação de Jovens e Adultos, Sequência Didática. 
 
THE IMPORTANCE OF TEACHING CHEMISTRY IN YOUTH AND 
ADULT EDUCATION: “CHEMISTRY, WHAT IS IT GOOD FOR?” 
 
ABSTRACT: The Basic Education shows concerns, having as one of the challenges, the approach 
to Chemical in the classroom. Most students attribute the idea of science as something that only 
"geniuses" can understand, because the methodology inadequate used by the teacher in class. Given 
this, a problematical Didatic Sequence was developed and planned for students of 1st year of high 
school, in the Youth and Adult Education (EJA) mode, at state school in the metropolitan region of 
João Pessoa-PB, where have been applied and based on a critique of the Teaching Chemistry, using 
an article called “Chemistry, what it is good for?” published in Folha de São Paulo. Didatic 
materials were used in order to demonstrate the presence of Chemistry in our daily lives, as well as 
attract the interest of the students, facilitating the teaching-learning process. 
Keywords: Didactic Sequences, Teaching Chemistry, Youth and Adult Education. 
 
INTRODUÇÃO 
Há pouco menos de um ano, fora publicado no Jornal Folha de São Paulo, uma crítica 
ao Ensino da Química intitulada “Química, Pra Que Te Quero?1” escrita pela atriz Denise 
Fraga, questionando a importância de se estudar Química nas escolas, baseando-se em 
experiências desagradáveis sentidas por ela mesma ou por terceiros. 
Segundo Fraga: 
“Tudo é química e, pessoalmente, acredito que até as relações humanas o são. Mas 
não o afirmo baseada em nada que tenha aprendido no estudo de tal matéria 
durante minha vida escolar. Aprende-se para esquecer. E, no meu tempo, ainda se 
decorava a maldita tabela periódica” (Jornal Folha de São Paulo, 2014). 
X Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação 2015
Anais - Artigos Ciências Exatas e da Terra - Química 3133 
Conforme Belloni (2009), a mídia é um importante instrumento de produção, 
reprodução e transmissão de cultura, seu papel e sua apropriação crítica e criativa tornam-se 
imprescindíveis ao exercício da cidadania. Entretanto, como afirma Aranha (2006) por ser 
produzida “de cima para baixo”, a cultura de massa, fazendo uso dos meios de comunicação, 
impõe padrões homogeneizando o pensamento de seus usuários. Com intuito de influenciar 
ideologicamente as massas, por vezes, a mídia opta por transmitir conhecimentos errôneos, 
sem fundamentos, afastando-se de seu cunho social. 
Em alusão ao ensino de Química, segundo os PCN+, ter acesso aos conceitos e 
conhecimentos químicos “possibilita ao aluno a compreensão tanto dos processos químicos em si 
quanto da construção de um conhecimento científico em estreita relação com as aplicações 
tecnológicas e suas implicações ambientais, sociais, políticas e econômicas” (BRASIL, 2002, p. 
87). Espera-se que, ao terem contato com Química, os alunos possam “julgar com fundamentos as 
informações advindas da tradição cultural, da mídia e da própria escola e tomar decisões 
autonomamente, enquanto indivíduos e cidadãos” (PCN+, 2002, p.109 apud PCNEM, 1999). 
Entretanto, dentro da prática vigente, percebe-se que o ensino não proporciona essa 
compreensão, uma vez que a metodologia utilizada em muitas instituições perpetua a idéia de 
“modelo-bancário” (FREIRE, 1987), na qual "o educando é o disciplinado, que escuta de 
forma dócil, que sofre a ação, que é adaptado aos desígnios daquele que se diz educador" 
(NETO, 2011, p. 110), limitando, consequentemente, o desenvolvimento cognitivo dos 
discentes, considerando-os como meros ouvintes e sem participação ativa na aprendizagem. 
Essa situação pode ser percebida com maior intensidade quando se trata da Educação de 
Jovens e Adultos (EJA). O Ensino de Ciências na EJA, de acordo com Duarte (2014), torna-se 
comprometido pelo curto tempo para ensinar tantos conteúdos específicos da área e, que por não 
contar com tempo hábil para a assimilação do conteúdo, o mesmo é visto de forma simplista sem 
nenhum apreço pelos conceitos científicos ligados ao desenvolvimento da Química. 
Segundo Duarte (2014), a maioria dos alunos matriculados na EJA é de clientela adulta 
e possui uma grande variedade de conhecimentos informais aprendidos no decorrer de sua 
vida, e não há como esses conhecimentos serem desvinculados. Os alunos integrantes da EJA 
“carecem de uma política própria de atendimento, capaz de lhes conferir os meios adequados 
para a superação da escolarização ou que não ocorreu ou que ocorreu de forma inadequada” 
(CARNEIRO, 2014, p. 310). Induz-se então, que os discentes vinculados a essa modalidade 
de ensino, possuem um perfil diversificado e que, para tornar a aprendizagem mais 
significativa, é necessário um processo pedagógico que respeite esse perfil, valorizando suas 
experiências adquiridas no meio social, fortalecendo a trajetória da aprendizagem. 
A aprendizagem significativa é aquela em queo significado do novo conhecimento vem 
da relação com algum conhecimento relevante já existente na estrutura cognitiva do aprendiz 
com certo grau de estabilidade e diferenciação (MOREIRA, VEIT 2010), ou seja, fazendo uso 
do conhecimento prévio, construído através do contato social e das experiências pessoais, o 
processo de ensino-aprendizagem caracteriza-se como favorável na medida em que "ideias 
expressas simbolicamente interagem de maneira substantiva e não arbitrária com aquilo que o 
aprendiz já sabe" (LEITE, 2015, p. 109). 
A aplicação de mídias no âmbito escolar, fenômeno conhecido como mídia-educação, 
consiste na "formação para a apropriação e uso das mídias como ferramenta: pedagógica para 
o professor, de criação, expressão pessoal e participação política para todos os cidadãos" 
(BELLONI, 2006, p. 1087). As mídias são importantes dispositivos atuantes em diversas 
esferas sociais, não apenas como controle, mas, também como tipos de percepção da 
realidade, do aprendizado, da produção e difusão de conhecimentos e informações. Ao 
docente, cabe seu uso como recurso metodológico específico e, para os outros cidadãos, seu 
uso e entendimento denotam ao pleno e definitivo exercício da cidadania, outrora preconizado 
na Carta Magna da Educação Nacional. 
X Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação 2015
Anais - Artigos Ciências Exatas e da Terra - Química 3134 
O Ensino de Ciências, em particular a Química, tornou-se um desafio que precisa ser 
superado por seus docentes praticantes. O uso de metodologias estáticas, imutáveis ao decorrer 
dos anos, aliadas a constante desmotivação dos discentes, gera uma aprendizagem frágil, versada 
em informações superficiais, principalmente no que tange a EJA. Segundo Crespo e Pozo (2009), 
muitos alunos da EJA trazem recordações desagradáveis de que a Química trata-se de algo crítico, 
entendido apenas por gênios. Portanto, torna-se oportuno substituir e adaptar as metodologias de 
ensino pretendendo-se intensificar o processo de ensino-aprendizagem. Uma alternativa acessível 
e de grande relevância educacional é o uso de Sequências Didáticas (SD). 
Com a necessidade de modificar a visão depreciativa que é associada à Química aliada 
ao conhecimento do senso comum, principalmente na EJA, é preciso subsidiar a evolução do 
conhecimento prévio dos alunos, por meio de eventos que ressaltem a importância do 
desenvolvimento e uso desta Ciência. 
 
METODOLOGIA 
A metodologia usada foi amparada nos pressupostos de uma pesquisa participante, que 
segundo Severino (2008, p. 120) é definida como “aquela em que o pesquisador, para realizar 
a observação dos fenômenos, compartilha a vivência dos sujeitos pesquisados, participando, 
de forma sistemática e permanente, ao longo do tempo da pesquisa, das suas atividades”. 
Além disso, por meio das características de uma pesquisa de caráter qualitativo, o objeto 
de estudo baseia-se em eventos pertencentes ao contexto da vida real, tentando suscitar 
questionamentos básicos dos educandos. 
A pesquisa foi desenvolvida com 12 alunos do 1º ano do Ensino Médio na modalidade 
EJA com lócus em uma Escola Estadual da Região Metropolitana de João Pessoa. 
Apresentam-se neste trabalho os resultados de uma SD, voltada para o entendimento dos 
benefícios e malefícios que a Química proporciona aos Alimentos, correspondente a três 
encontros (ENC) totalizando quatro horas e vinte minutos de aula, coexistente em uma 
Unidade Didática (UD) intitulada “UD – Química, Pra Que Te Quero?”. 
Na Tabela 1, verificam-se as principais atividades desenvolvidas na pesquisa. 
SD – QUÍMICA E OS ALIMENTOS 
ENC. TEMA OBJETIVO AÇÕES 
1º Química, Pra Que Te Quero? 
Analisar notícias 
provenientes de meios de 
comunicação relacionadas 
à Química 
Uso do texto “Química Pra Que 
Te Quero?”. 
Discussão do texto. 
2º Química dos Alimentos 
Compreender os avanços e 
benefícios/malefícios da 
Química no ramo 
alimentício. 
A conservação através do uso 
do sal e dos açúcares; 
Manipulação de sementes 
resistentes às herbicidas e às 
pragas. 
3º 
Química dos 
Alimentos 
Compreender os avanços e 
benefícios/malefícios da 
Química no ramo 
alimentício. 
Realização das apresentações 
dos discentes sobre as seguintes 
problemáticas apresentadas em 
sala: O uso abusivo de 
agrotóxicos; Consumo 
excessivo de açúcar proveniente 
dos refrigerantes. 
Um dia sem Química 
Despertar no discente a 
reflexão de um mundo sem 
a Química por um dia. 
Uso do texto: “Um dia sem 
Química” 
Atividade assertiva. 
Tabela 1: Descrição das atividades e intencionalidades da SD. 
X Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação 2015
Anais - Artigos Ciências Exatas e da Terra - Química 3135 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
No primeiro encontro, com intuito de identificar as concepções dos estudantes sobre a 
utilidade e a “identificação da presença do conhecimento químico na cultura humana 
contemporânea em diferentes âmbitos e setores, como os domésticos, comerciais, artísticos, 
propagandas, uso de cosméticos, até em obras literárias, músicas e filmes” (OCEM, 2006, 
p.115), realizou-se um diálogo expondo situações comuns a todos. Verificou-se a 
predominância do conhecimento popular com base no uso de materiais que "contém" Química 
e seus malefícios para a sociedade, por exemplo, fazendo uso da citação de uma das 
estudantes: “A utilização de cosméticos que proporciona danos constrangedores aos 
cabelos”, ressaltando que “a educação do homem é algo que só vem pela dimensão social e 
coletiva, tomando como referência o mundo em que todos estejam inseridos, o mundo de suas 
vidas” (NETO, 2011, p.112). 
Durante o diálogo, fora exposta a concepção de que a Ciência não é pura e neutra e, sim, 
uma construção social passível de erros que produz benefícios e malefícios tangíveis, o que, 
de acordo com Passos e Souza (2012, p. 14), somente uma sociedade bem educada, ciente dos 
perigos e dos benefícios da Ciência, poderá legislar em benefício da humanidade. 
Fazendo uso do artigo de opinião publicado no Jornal Folha de São Paulo, “Química, 
Pra Que Te Quero?” realizou-se uma leitura individual, posteriormente coletiva. Ao término 
da leitura, a discussão mudou de foco, tornando-se a necessidade de ensinar, compreender e 
aprender os conceitos químicos nas escolas, e a responsabilidade que o acesso a esse 
conhecimento confere a cada indivíduo dentro do desenvolvimento das sociedades modernas. 
Disponibilizando, no segundo encontro, de painéis obtidos no site do Ano 
Internacional da Química, promovido pela IUPAC – União Internacional de Química Pura e 
Aplicada, os alunos foram separados em grupos e puderam reconhecer o papel do 
conhecimento químico no progresso tecnológico em diferentes áreas, como dentro do ramo 
Alimentício (OCEM, 2006). 
No painel “Sabor com saúde” é considerado os avanços dos alimentos industriais e 
processados, facilitadores da vida caseira, bem como o desenvolvimento de provisões 
adaptadas às necessidades de pessoas alérgicas, esportistas, idosos e com doenças 
metabólicas. Já no painel “A revolução verde”, é apresentado o surgimento de alimentos 
provenientes de agriculturas transgênicas, alimentos resistentes às pragas e herbicidas. E por 
fim, no painel “A variedade nas prateleiras” obtém-se as conquistas trazidas pelo uso de sal e 
açúcares na preservação dos alimentos e suas variadas formas de armazenamento, buscando 
com isto, a compreensão das relações entre a Ciência e a sociedade. (OCEM, 2006) 
No decorrer da atividade, surgiu um questionamento que norteou as atividades 
subsequentes: de acordo com o consumo excessivo de açúcar, “Qual seria o refrigerante mais 
saudável?” Fora solicitado um exercício extraclasse, no qual os discentes trariam reflexões 
pessoais acerca deste questionamento. 
No terceiro e último encontroforam apresentadas as reflexões solicitadas, dialogando 
com a turma sobre as informações encontradas. Um dos alunos que anteriormente havia 
afirmado que o consumo de refrigerantes era: “Benéfico porque elimina gordura”, colocou-se 
de forma contraria à sua fala, retificando-a: “O consumo de refrigerantes engorda e causa 
problemas no estômago, não trazendo nenhum beneficio aos nossos corpos”. 
Prosseguindo com a aplicação do planejamento, após as apresentações, aos alunos foi 
proporcionado um momento de reflexão individual, baseando-se no texto: “Um dia sem 
Química”2. Nele é abordado como seria a vida do ser humano sem Química por um dia, 
privado de materiais triviais como lâmpadas, materiais de higiene pessoal, carros, roupas e 
calçados, ressaltando a ausência de anódinos e da água, objetivando o reconhecimento e 
compreensão da ciência e da tecnologia químicas como gênese humana, inseridas, portanto, 
na história e na sociedade, em épocas distintas (OCEM, 2006). 
X Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação 2015
Anais - Artigos Ciências Exatas e da Terra - Química 3136 
Ao responderem às questões dessa atividade assertiva de caráter subjetivo, verificou-se 
uma mudança de pensamento em relação à importância de se aprender a Química, como uma 
aluna ressaltou em sua resposta: “Em minha opinião, sem a Química, nós os seres humanos 
não seríamos nada, pois a Química é a origem de tudo, está presente em tudo o que somos e 
tocamos até mesmo naquilo em que não podemos ver”. Já outro aluno afirmou: “Estudar 
Química possui toda a importância porque é devido a esse conhecimento que podemos 
melhorar nossa qualidade de vida, entendendo seu funcionamento e sua presença ao nosso 
redor”. 
Infere-se que, ao discernir sobre os benefícios e malefícios que o uso da Química 
conferiu ao desenvolvimento do homem, enquanto sociedade, os alunos desmistificaram o 
acesso ao conhecimento químico, enaltecendo sua importância. 
Por meio da investigação e reflexão, os discentes puderam colocar-se em posição de 
julgamento no que concerne às informações advindas da tradição cultural, da mídia e da 
própria escola. Segundo as OCEM (2006), a abordagem de temas sociais que propiciem ao 
aluno o desenvolvimento de atitudes e valores aliados à capacidade de tomada de decisões 
responsáveis diante de situações reais garante uma formação indispensável ao pleno exercício 
da cidadania. 
Os alunos postaram-se de forma crítica em relação às informações oriundas do senso 
comum, modificando-as desde o primeiro encontro, além disso, o uso de temas sociais como a 
concentração de açúcares na alimentação e seus malefícios trouxe uma visão mais abrangente 
do papel da Química na sociedade moderna para cada educando e por meio do diálogo, “o 
educando pode se preparar para a captação do mundo e intervenção nele, superando a situação 
de mero espectador, acomodado às prescrições de outros ou mesmo, julgando-as como suas” 
(NETO, 2011, p. 112). 
 
CONCLUSÕES 
A Química faz parte, intrinsicamente, do processo evolutivo das sociedades e por meio 
de seu estudo, foi ao homem permitido buscar contribuições para o seu entendimento com 
intuito de desenvolver-se, melhorando assim, a sua qualidade de vida. Entretanto, tal 
importância não é reconhecida por grande parte da população e da mídia. Esse progresso 
deve-se à falta de inserção no mundo dos conceitos químicos e ao conhecimento popular, 
oriundo da evolução social. Nesse aspecto, a referida Ciência assume uma imagem negativa 
associada e reforçada pela cultura de massa. 
A escola, assumindo seu papel de formadora de cidadãos conscientes, deve estar 
comprometida com os pressupostos dos Parâmetros Curriculares Nacionais no que diz 
respeito à prática educativa, fornecendo subsídios capazes de cumprir com o que é definido 
pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96) em seu artigo 5º, o 
pleno desenvolvimento do educando. E, ao fazer uso de um recurso didático, acessível a 
todos, cada vez mais interativo e participativo dentre os jovens, como a mídia-educação, os 
docentes ressaltam seu compromisso com uma educação inclusiva, sem preconceitos e que, ao 
longo de sua prática docente, gerações de novos cidadãos críticos e cientes de sua realidade 
formarão uma sociedade mais justa e igualitária. 
O ensino de Química, mediante a prática desestruturada utilizada por alguns docentes, 
torna-se senil e a assimilação de conteúdos importantes para o desenvolvimento cognitivo do 
educando mostra-se insuficiente para o entendimento do que ocorre ao seu redor. E, com 
finalidade de sanar essa desestruturação, é notório que o uso de Sequências Didáticas, 
interligadas a temas sociais, facilita a assimilação do que se é proposto, tornando a 
aprendizagem significativa, principalmente, no público da Educação de Jovens e Adultos. 
 
 
X Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação 2015
Anais - Artigos Ciências Exatas e da Terra - Química 3137 
REFERÊNCIAS 
 
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Matemática e suas Tecnologias. Secretaria de Educação Básica. – Brasília: Ministério da 
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CARNEIRO, Moaci Alves. LDB fácil: leitura crítico-compreensiva, artigo a artigo. 22ª 
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<http://www1.folha.uol.com.br/colunas/denisefraga/2014/08/1494462-quimica-pra-que-te-
quero.shtml> Acessado em 05 de agosto de 2014. 
 
A Química no 1º ano - CLGO - Texto: "Um dia sem Química" 
<http://quimicano1anoconego.blogspot.com.br/2010/05/um-dia-sem-quimica.html> Acessado 
em 24 de novembro de 2014. 
X Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação 2015
Anais - Artigos Ciências Exatas e da Terra - Química 3138 
A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA PIBID DO IFRN-APODI NO 
DESENVOLVIMENTO E USO DE NOVAS METODOLOGIAS NO 
ENSINO DE QUÍMICA 
 
A. G. A Freire1, A. O. Gurgel 2, S. L. M. Freitas3, L. M. Bertini4, L.A. Alves5, P. R. N. 
Fernandes6. 
 
1,2,3Discentes do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) Campus 
Apodi. E-mail: glenia_freire@hotmail.com; adryanogurgel@hotmail.com; luaramonteiro29@gmail.com, 
4,5,6Docente do instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio Grande doNorte (IFRN) Campus 
Apodi. E-mail: luciana.bertini@ifrn.edu.br; leonardo.alcantara@ifrn.edu.br; paulo.fernandes@ifrn.edu.br. 
 
RESUMO: O presente trabalho visa avaliar a importância do uso de novas metodologias no 
ensino, sendo uma delas as aulas práticas no ensino de Química para os alunos da 1ª e 3ª série 
do turno noturno da Escola Estadual Professor Antônio Dantas do município de Apodi-RN, 
que são atendidos pelo o programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID). 
Os resultados demostram que os alunos se sentem mais motivados e participativos nas aulas 
realizadas em laboratório, desse modo, o desenvolvimento dessas aulas diferenciadas são de 
grande importância no processo de ensino-aprendizagem de Química. 
Palavras–chave: Aulas práticas, Ensino de Química, novas metodologias. 
 
THE IMPORTANCE OF IFRN-APODI PIBID PROGRAM 
DEVELOPMENT AND METHODOLOGIES NEW USE IN CHEMISTRY 
EDUCATION 
ABSTRACT: This study aims to evaluate the importance of using new methodologies in 
teaching, one of the practical classes in teaching Chemistry for students of 1st and 3rd series 
of the night shift at the State School Professor Antonio Dantas the municipality of Apodi-RN 
who are served by the Institutional program Initiation to Teaching Exchange (PIBID). The 
results demonstrate that students feel more motivated and participating in classes conducted in 
the laboratory, thus the development of these different classes are of great importance in 
chemistry teaching-learning process. 
KEYWORDS: Practical classes, Chemistry Teaching, new methodologies. 
 
INTRODUÇÃO 
O modelo tradicional de ensino é ainda amplamente utilizado por muitos educadores 
nas escolas Estaduais de ensino médio, uma das principais características observada é a ênfase 
no ensino teórico, o qual não oferece condições ideais de aprendizado ao aluno. 
Conforme Santana et al. (2010) um dos desafios dos professores que ministram as 
disciplinas de Ciências, Química, Física e Biologia é por em prática a parte teórica estudada, 
dadas as condições oferecidas pela escola no que se refere a laboratórios escolares. Já está 
provado que as aulas práticas auxiliam na fixação do conteúdo estudado, bem como preparam 
o educando para a construção do saber, do conhecer e do seu desenvolver. 
Dessa forma, o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) é um 
programa desenvolvido pelo Ministério da Educação (MEC) em parceria com a Fundação 
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), no qual objetiva-se 
incentivar a formação de docentes em nível superior para a educação básica. Ao longo do 
programa, os futuros professores ganham experiências na sua formação, pois estão sempre 
buscando novas metodologias de ensino, na qual despertam interesse tanto do aluno como do 
docente. 
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Segundo Cavalcante e Silva (2015) as atividades experimentais favorecem o 
desenvolvimento da aprendizagem dos alunos, pois, podem propiciar meios de motivá-los e 
envolvê-los aos temas estudados, proporcionando a compreensão e a interpretação de 
fenômenos do seu dia-a-dia. Para isso, elas precisam ser trabalhadas como um processo de 
investigação dirigida, pois, a formação e o desenvolvimento do pensamento científico e das 
atitudes da pessoa devem ser construídos, preferencialmente, através de atividades 
investigativas, que promovam o teste das concepções prévias existentes dos alunos, no sentido 
de promover uma evolução conceitual e metodológica adequada. 
Em relação à realização de práticas de laboratório, Capeletto (1992) enfatiza que não 
são necessários aparelhos e equipamentos caros e sofisticados. Na falta deles, é possível, de 
acordo com a realidade de cada escola, o professor realize adaptações nas suas aulas práticas a 
partir do material existente e, ainda, utilize materiais de baixo custo e de fácil acesso. 
De acordo com Possobom, Okada e Diniz (2015) a origem do trabalho experimental 
aconteceu há mais de cem anos, influenciada pelo trabalho que era desenvolvido nas 
universidades, e tinha por objetivo melhorar a aprendizagem do conteúdo científico, pois os 
alunos aprendiam os conteúdos, mas não sabiam aplicá-los. No entanto a aprendizagem não se 
dá pelo fato de ouvir e folhear o caderno, mas de uma relação teórica prática, com intuito não 
de comparar, mas sim de despertar interesse aos alunos, gerando discussões e melhor 
aproveitamento das aulas. 
Nesse contexto, o presente artigo tem por objetivo expor as contribuições das atividades 
desenvolvidas pelo o PIBID, nas quais, auxilia as aulas de Química e contribui tanto na 
formação dos futuros professores envolvidos no projeto, como também aos docentes, 
despertando assim o interesse em utilizar novos métodos de ensino. Para isso realizou-se aulas 
práticas sobre análise e separação de misturas. 
 
MATERIAL E MÉTODOS 
A atividade foi realizada na escola Estadual Professor Antônio Dantas com alunos da 1ª 
e 3ª série do ensino médio do turno noturno, sendo estas atendidas pelo programa PIBID. 
Inicialmente foi elaborado um plano de aula sobre analise do teor de álcool na gasolina e 
separação de misturas, no qual teve-se por objetivo propor uma aula diferenciada, teórico-
prática, onde promoveu o interesse dos alunos. A mesma teve duração de 3:00 h, dividida em 
dois grupos com o total de 66 alunos. Em relação a análise do teor de álcool na gasolina, 
foram colhidas amostras de 3 postos de combustíveis do município de Apodi-RN. Em se 
tratando da prática de separação de mistura, foi realizado processo de decantação por 
centrifuga, separação simples, peneiração, destilação, separação magnética, entre outros. 
Quanto a organização da sala, as vidrarias e os materiais utilizados foram colocados expostos 
sobre a bancada e todas as experimentações foram acompanhadas pelo o professor e pelos 
bolsistas do PIBID. 
Como forma de avaliação da atividade realizada com os alunos, foram aplicados 
questionários objetivando entender a importância de aulas diferenciadas, através da 
experimentação. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
Após a realização da aula sobre análise de teor de álcool na gasolina e separação de 
mistura foi possível perceber um maior interesse e participação dos alunos, observou-se vários 
questionamentos por partes dos discentes, sobre os conteúdos abordados. De acordo com 
Maskill e Pedrosa de Jesus (1997, p.782) “O ato de formular perguntas estimula o processo de 
pensamento de quem questiona e revela as ideias e concepções por detrás das perguntas”. 
Após a aplicação do questionário (Anexo 1) percebeu-se que a maioria dos alunos 
gostaram da aula diferenciada, e esta, aumentou a fixação do conteúdo estudado. Os alunos 
X Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação 2015
Anais - Artigos Ciências Exatas e da Terra - Química 3140 
perceberam como a Química está presente no seu dia a dia, extrapolando a teoria dos livros, 
isso proporcionou mais interesse pela a disciplina. 
O gráfico 1 abaixo, mostra os resultados obtidos com os alunos da 1ª série do ensino 
médio. 
Gráfico1: Aprovação e Reprovação de aulas diferenciadas da 1ª série do ensino médio 
 
Observou-se que 95% dos alunos aprovaram a nova metodologia, isso fez com que 
despertasse maior interesse e participação desses, após a participação nessa aula diferenciada. 
O mesmo questionário foi aplicado com a 3ª série do ensino médio, os resultados são 
mostrados no gráfico 2 a seguir. 
Gráfico2: Aprovação e Reprovação de aulas diferenciadas da 3ª série do ensino médio 
 
 
Avaliando os resultados do mesmo questionário aplicado com os alunos da 3ª serie, foi 
observa-se que o método utilizado foi bem avaliado. Tal fato comprova o estimulo e a 
aceitação dessa metodologia por partedos alunos atendidos pelo programa PIBID. 
 
CONCLUSÕES 
Em virtude da elevada média de aprovação geral (93,5%) e (93,0%) respectivamente da 
1ª e 3ª série, pode-se considerar que a metodologia de aula utilizada neste trabalho foi 
X Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação 2015
Anais - Artigos Ciências Exatas e da Terra - Química 3141 
eficiente e, portanto, existe a possibilidade do uso desta metodologia em outras aulas, em 
diferentes níveis da educação. 
Quanto às análises físico-químicas analisadas, despertou bastante interesse nos alunos 
no campo da Química analítica, tendo em vista compreender um processo de controle de 
qualidade da gasolina. 
Em relação às práticas de métodos de separação de misturas, houve uma maior fixação 
dos conceitos abordados pelo professor, sendo este resultado comprovado através do 
questionário (questão 2) com uma aprovação de (90,0%) para 1ª série e (97,0%) para a 3ª 
série. 
Diante dos resultados expostos, obtidos pelo uso de novas metodologias pode-se 
observar a importância do PIBID nas escolas, que neste caso ofereceu subsídios para o 
desenvolvimento das aulas práticas interessantes. Ainda neste âmbito, despertar nos alunos e 
professores maior interesse e participação, bem diferente da rotina da sala de aula na qual 
estão acostumados a estudar. Assim, as iniciativas do programa PIBID contribui de forma 
positiva para a melhoria do ensino de Química na escola atendida. 
 
AGRADECIMENTOS 
Os autores agradecem ao IFRN Campus Apodi, a CAPES por ofertar as bolsas do 
Programa PIBID e a Escola Estadual Professor Antônio Dantas pelo o espaço sucedido. 
 
REFERÊNCIAS 
 
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uma experiência. FUNDUNESP. Disponível em: 
<www.unesp.br/prograd/PDFNE2002/atividadespraticas>. Acesso em: 20 de julho de 2015. 
 
SANTANA, Salete de L. C. et al. SUGESTÃO PARA PLANEJAMENTO DE 
ATIVIDADES EXPERIMENTAIS. 2010, 53p. Disponível 
em:<http://w3.ufsm.br/ppgecqv/Producao/atividades_experimentais.pdf>. Acesso em: 21 de 
julho de 2015. 
 
 
 
 
 
 
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Anais - Artigos Ciências Exatas e da Terra - Química 3142 
 ANEXO 1 
 
QUESTIONÁRIO 
1- Em relação às aulas práticas, é possível afirmar que houve alguma contribuição para o 
ensino aprendizado? 
Sim ( ) Não ( ) 
2- As aulas práticas despertam maior interesse para a compreensão/fixação da teoria? 
Sim ( ) Não ( ) 
3- Para você o PIBID está contribuindo para o desenvolvimento de novas metodologias para 
facilitar o ensino-aprendizado? 
Sim ( ) Não ( ) 
4- Você acredita que essas aulas diferenciais pode aumentar sua curiosidade sobre o conteúdo 
ministrado e consequentemente acarretar um maior rendimento acadêmico? 
Sim ( ) Não ( ) 
 
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Anais - Artigos Ciências Exatas e da Terra - Química 3143 
A PRESENÇA DA QUÍMICA NO COTIDIANO: PERCEPÇÕES DOS 
ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO INTEGRADO 
 
Erivaldo Gumercindo de Souza Neto 1, Giselly de Oliveira Silva2, Aguinalda Alves 
Teixeira Filha3, Moacyr Cunha Filho4, Ana Patrícia Siqueira Tavares Falcão5 
 
 
1Discente do mestrado em Biometria e Estatística – UFRPE. Bolsista do CNPq. e-mail: 
dinhosax14@hotmail.com; 2Discente de Licenciatura em Química – IFPE. Bolsista do CNPq. e-mail: 
quimicagiselly@gmail.com3Professora de Ciências Biológicas - IFPE. e-mail: 
aguinalda.alves@vitoria.ifpe.edu.br; 4Professor Biometria e Estatística – UFRPE. e-mail: 
moacyr@deinfo.ufrpe.br; 5Professora de Educação Física - IFPE. e-mail: ana.falcao@vitoria.ifpe.edu.br; 
 
RESUMO: As transformações químicas estão presentes em variadas situações no dia a dia. O 
estudo tem como objetivo identificar a percepção dos alunos do 3°ano do Ensino Médio 
Integrado a respeito da presença dos fenômenos químicos em seu cotidiano. Trata-se de uma 
pesquisa com abordagem qualitativa, de campo com caráter descritivo. O estudo tem como 
sujeitos 50 estudantes do Ensino Médio Integrado do Instituto Federal de Pernambuco – 
Campus Vitória de Santo Antão. Aos sujeitos foi aplicado um questionário com uma questão 
discursiva, na qual era solicitado que os estudantes descrevessem cinco situações em que era 
possível observar algum fenômeno químico em seu cotidiano. Entre os fenômenos químicos 
mais perceptíveis pelos alunos, estão os presentes nos produtos como: eletroeletrônicos, 
bebidas alcoólicas, produtos de limpeza, de beleza e higiene. 
Palavras–chave: estudantes, cotidiano, química, transformações 
 
THE PRESENCE OF CHEMISTRY IN DAILY LIFE: PERCEPTIONS 
OF HIGH SCHOOL STUDENTS INTEGRATED 
 
ABSTRACT: The chemical changes are present in various situations in everyday life. The 
study aims to identify the perception of students of the 3rd year of the Integrated High School 
about the presence of chemical phenomena in their daily lives. This is a research with 
qualitative approach with descriptive field. The study is subject 50 students of the Integrated 
Secondary School Instituto Federal of Pernambuco - Campus Vitoria de Santo Antão. 
Subjects were applied a questionnaire with a discursive question, which was asked students to 
describe five situations where we could see some chemical phenomenon in their daily lives. 
Among the most noticeable chemical phenomena by students, the gifts in products such as 
electronics, alcohol, cleaning products, beauty and hygiene. 
KEYWORDS: students, everyday, chemical, transformations 
 
INTRODUÇÃO 
 As transformações químicas estão presentes em variadas situações em nosso dia a dia, 
mesmo que não possam ser observadas, são responsáveis pelo metabolismo dos seres vivos, 
pelo equilíbrio do meio ambiente, e em várias situações em nossa vida cotidiana. Somos 
seres químicos, produzimos química em nossos corpos e muitas vezes não nos damos conta. 
 Fenômenos químicos são aqueles que alteram a natureza da matéria, ou seja, sua 
composição. Quando ocorre um fenômeno químico, uma ou mais substâncias se transformam 
e dão origem a novas substâncias. Então, dizemos que ocorreu uma reação química 
(USBERCO; SALVADOR, 2006). 
 Sobre o aprendizado das transformações químicas pelos estudantes do ensino médio os 
Parâmetros Curriculares Nacionais (1999) dialogam que 
O aprendizado de Química pelos alunos de Ensino Médio implica que eles 
compreendam as transformações químicas que ocorrem no mundo físico de forma 
X Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação 2015
Anais - Artigos Ciências Exatas e da Terra - Química 3144 
abrangente e integrada e assim possam julgar com fundamentos as informações 
advindas da tradição cultural, da mídia e da própria escola e tomar decisões 
autonomamente, enquanto indivíduos e cidadãos. Esse aprendizado deve possibilitar 
ao aluno a compreensão tanto dos processos químicos em si quanto da construção de 
um conhecimento científico em estreita relação com as aplicações tecnológicase 
suas implicações ambientais, sociais, políticas e econômicas. 
 Ainda Segundo os PCN (1999) nunca se deve perder de vista que o ensino de Química 
visa a contribuir para a formação da cidadania e, dessa forma, deve permitir o 
desenvolvimento de conhecimentos e valores que possam servir de instrumentos mediadores 
da interação do indivíduo com o mundo. Consegue-se isso mais efetivamente ao se 
contextualizar o aprendizado, o que pode ser feito com exemplos mais gerais, universais, ou 
com exemplos de relevância mais local, regional. 
 Sobre a contextualização Silva e Marcondes (2010) discutem que para se realizar um 
ensino dito contextualizado é necessário discuti-lo nos âmbitos das formações inicial e 
continuada de professores, de modo a problematizar e sistematizar os conhecimentos teóricos 
pertinentes ao ensino contextualizado. 
 O presente estudo é de suma importância para a sociedade, principalmente para os 
professores que a partir dele podem observar como e onde os alunos identificam a química em 
seu cotidiano, correlacionando os componentes curriculares da disciplina com as experiências 
vivenciadas em seu dia a dia. Assim, o estudo tem como objetivo identificar a percepção dos 
alunos do 3°ano do Ensino Médio Integrado a respeito da presença dos fenômenos químicos 
em seu cotidiano. 
 
MATERIAL E MÉTODOS 
 Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa, de campo com caráter 
descritivo. O estudo tem como sujeitos 50 estudantes do Ensino Médio Integrado do Instituto 
Federal de Pernambuco – Campus Vitória de Santo Antão. Aos sujeitos foi aplicado um 
questionário com uma questão discursa, na qual era solicitado que os estudantes descrevessem 
cinco situações em que era possível observar algum fenômeno químico em seu cotidiano. As 
análises dos dados foram realizadas através da análise do conteúdo (BARDIN, 2011). 
 A Análise de Conteúdo (AC) é um conjunto de instrumentos metodológicos que se 
aperfeiçoa constantemente e que se aplicam a discursos diversificados (Bardin, 2011). O 
método da AC, segundo Bardin (2011) consiste em tratar a informação a partir de um roteiro 
específico, iniciando com (a) pré-análise, na qual se escolhe os documentos, se formula 
hipóteses e objetivos para a pesquisa, (b) na exploração do material, na qual se aplicam as 
técnicas específicas segundo os objetivos e (c) no tratamento dos resultados e interpretações. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 A categorização das respostas dadas está no quadro 1. Podemos observar que os 
estudantes questionados, citaram vários fenômenos, relacionados aos ambientes citados, 
denotando uma boa percepção dos mesmos. Contudo, numa pesquisa posterior poderíamos 
especificar as perguntas em cada uma das áreas arguidas (saúde, cozinha, queima, ambientes, 
produtos e meio ambiente) de forma a saber como estes fenômenos são realmente percebidos 
pelos estudantes. 
 Entre os fenômenos químicos mais perceptíveis entre os alunos em seu dia a dia estão 
os eletroeletrônicos, bebidas alcoólicas, de limpeza, beleza e higiene. Defato são produtos que 
apresentam a Química, em sua matéria prima, produção ou armazenamento. 
 Em seu experimento Ferreira e Montes (1999) demostra como ocorre a fermentação 
em bebidas alcoólicas: as leveduras são microrganismos que atuam enzimaticamente sobre os 
glicídios (açúcares, por exemplo: C6H12O6), produzindo etanol (C2H5OH) e gás carbônico 
(CO2 ), C6H12O6 → 2C2H5OH + 2CO2. O gás carbônico obtido no processo indica o início da 
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Anais - Artigos Ciências Exatas e da Terra - Química 3145 
reação de fermentação e expulsa o oxigênio do ar presente, inicialmente, no interior do 
sistema, evitando dessa maneira a formação de ácido acético, o que daria à bebida um gosto 
ruim. 
 
Cite situações em que você pode observar algum fenômeno químico em seu cotidiano 
Saúde Cozinha Queima Ambientes Produtos Meio 
ambiente 
Digestão Fazendo bolo Calorias Hospital Celular Fotossíntese 
Transpiração Cozinhando 
feijão 
Madeira Laboratório TV Exposição ao 
Sol 
Doenças Fazendo 
panqueca 
Papel Micro-ondas 
Raio x Pães Vela Tinta 
Respiração Fósforo Bebia 
alcoólica 
 
Tomografia Combustível Computador 
Crescimento do 
cabelo 
 Antena 
telefônica 
 
Coagulação do 
sangue 
 Produtos de 
higiene 
 
Produção de 
enzimas 
 Shampoo 
 Produtos de 
limpeza 
 
 Produtos de 
beleza 
 
 Refrigerante 
 Vinagre 
Quadro 1. Categorização das respostas dadas, Vitória de Santo Antão, 2014. 
 
 Outra categoria que se destacou foi a Química encontrada na “Saúde”, dentre as 
respostas destaca-se a digestão, sendo a resposta da maioria dos estudantes. A digestão inicia-
se na boca com a produção da enzima amilase. No estômago há a produção de HCl (ácido 
clorídrico) que ativa a enzima pepsina, além de matar a maioria dos microrganismos 
ingeridos, devido à incompatibilidade com seu pH muito baixo. As células dos orifícios 
gástricos (células parietais) podem secretar 2 litros de HCl por dia, a ponto de baixar o pH 
para menos de 1, ou seja, um ácido 10 vezes mais ácido do que o suco de limão puro 
(PUVERS et al., 2009). 
 Na categoria “Cozinha” os estudantes identificaram processos de cozimento e preparo 
de alimentos como, feijão, bolos e pães. Para Muniz (2011) as ciências naturais (física, 
química e biologia), estão intimamente interligadas entre si (caráter interdisciplinar), e seus 
conhecimentos possuem aplicação direta na obtenção de todas as receitas culinárias, e que de 
fato, todo cozinheiro(a) é por excelência um(a) grande experimentador(a), e portanto, um(a) 
cientista; e finalmente, que nossas cozinhas são por sua vez, verdadeiros laboratórios. 
 
CONCLUSÕES 
 A partir do estudo é possível observar que os estudantes que participaram do estudo 
possuem uma visão ampla dos fenômenos químicos, por fazer relação que a Química se faz 
presente em diferentes condições: saúde, na cozinha, em produtos, em ambientes como 
hospitais. 
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Anais - Artigos Ciências Exatas e da Terra - Química 3146 
 E possível constatar que os estudantes estão atentos a presença da química em seu 
redor, demonstrando que seu Ensino está sendo realizado numa perspectiva maior do que 
apenas a aplicação de formulas e utilização de teoria e regras. 
 
AGRADECIMENTOS 
 Os autores agradecem à Deus, ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e 
Tecnológico (CNPq) e ao Instituto Federal de Pernambuco – IFPE – Campus Vitória de Santo 
Antão. 
 
REFERÊNCIAS 
 
BARDIN, L. A análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2011. 
 
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais. Ensino Médio: Ciências da Natureza, 
Matemática e suas Tecnologias. Brasília: MEC/SEF, 1998. 
 
FERREIRA, E.C.; MONTES, R. A química da produção de bebidas alcoólicas. Química 
Nova na Escola, n. 10, p. 50-51, 1999. 
 
MUNIZ, L. R. Ciência na cozinha: uma proposta de currículo diversificado para o ensino 
médio. In: Simpósio de profissionais do Ensino de Química, X, Anais... 2011. Disponível em: 
http://www.gpquae.iqm.unicamp.br/apoioresumosSIMPEQ10.pdf#page=13. Acesso em: 09 
ago 2015. 
 
SILVA, E.L.D. e MARCONDES, M.E.R. Visões de contextualização de professores de 
química na elaboração de seus próprios materiais didáticos. Ensaio: Pesquisa em 
Educação em Ciência, Belo Horizonte, 12, n. 1, 2010. p. 101-118. 
 
PURVES, W. K.; SADAVA, D.; ORIANS, G. H.; HELLER, H.C. Vida - A ciência da 
biologia. Porto Alegre: Artmed Editora, 2009. 
 
USBERCO, J.; SALVADOR, E. Química. v. único, ed. 7, São Paulo: Saraiva, 2006. 
 
X Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação 2015
Anais - Artigos Ciências Exatas e da Terra - Química 3147 
 
A RELAÇÃO DA QUÍMICA COM A CULTURA INDIGENA 
 
Abda MoreiraFerreira1, Andreza da Silva Miranda2, Quelem Suelem Pinheiro da 
Silva3, Adriana Lucena Sales4 
 
1Discente de graduação do Curso de Licenciatura Plena em Química – IFAP. Bolsista do PIBID. e-mail: 
abda.moreira@gmail.com; 2Discente de graduação do Curso de Licenciatura Plena em Química – IFAP. 
Bolsista do PIBID. e-mail: andreza.smiranda@hotmail.com; 3 Discente de graduação do Curso de Licenciatura 
Plena em Química – IFAP. Bolsista do PIBID. e-mail: quelems@yahoo.com; 4Professora de Química – IFAP. 
Coordenadora de área do PIBID. e-mail: adriana.sales@ifap.edu.br 
 
RESUMO: A pesquisa foi desenvolvida com 26 alunos de uma turma do 3º ano do Ensino 
Médio de uma Escola da Rede Pública Estadual de Ensino no munícipio de Santana estado do 
Amapá, devido os mesmo já terem conhecimentos específicos da subdisciplina Química 
Orgânica. Foram desenvolvidas atividades como a aplicação de questionários para identificar 
se os alunos conseguiam fazer relação da Química com a cultura indígena e a apresentação de 
uma aula explicativo-expositiva para sanar as dúvidas sobre o tema abordado. Inicialmente 
conforme observado nos questionários os alunos não conseguiam perceber está relação, mas 
após a aula explicativo-expositiva os alunos passaram a compreender que os índios usam a 
Química em sua cultura, principalmente nas atividades relacionadas coma arte, destacando-se 
as pinturas feitas em objetos e nos seus corpos as quais são feitas com corantes naturais e que 
podem ser apenas uma forma de expressar a beleza ou pode indicar qual a função do 
indivíduo na tribo, dependendo de onde é feita a pintura e quais traços foram desenhados. 
Palavras–chave: cultura, indígenas, química, relação 
 
THE RELATIONSHIP OF CHEMISTRY WITH INDIGENOUS 
CULTURE 
 
ABSTRACT: The research was conducted with 26 students in a class of 3rd year high school 
students in a School of the State Public School in the municipality of Santana state of Amapá , 
because they have the same expertise subdiscipline of Organic Chemistry. Activities such as 
questionnaires were developed to identify if students could do with the relationship of 
Chemistry indigenous culture and presentation of a lecture - explanatory to solve the doubts 
about the topic . Initially, as noted in the questionnaires the students failed to see is relative , 
but after - explanatory lecture students come to understand that the Indians use chemistry in 
their culture , especially in art related activities eat , especially the paintings done on objects 
and their bodies which are made with natural dyes and can be just a way of expressing the 
beauty or may indicate the role of the individual in the tribe , depending on where the painting 
is done and what lines were drawn. 
KEYWORDS: culture, indigenous, chemistry, relationship 
 
INTRODUÇÃO 
A contextualização do ensino da química é de fundamental importância para a 
aprendizagem do aluno, em razão que muitos possuem a concepção que essa ciência é de 
difícil compreensão por se relacionar diretamente com cálculos matemáticos, decoração de 
elementos da tabela periódica e processos químicos. De acordo com os PCNEMs, 
contextualizar o conteúdo nas aulas com os alunos significa primeiramente assumir que todo 
conhecimento envolve uma relação entre sujeito e objeto. Nesses documentos, a 
contextualização é apresentada como recurso por meio do qual se busca dar um novo 
significado ao conhecimento escolar, possibilitando ao aluno uma aprendizagem mais 
significativa (Brasil, 1999). 
X Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação 2015
Anais - Artigos Ciências Exatas e da Terra - Química 3148 
 
Existe a necessidade de se fazer a relação do saber com o mundo com que o indivíduo 
está inserido, nesse sentido Charlot (2000, p.81) realiza algumas definições: 
 
a relação com o saber é o conjunto das relações que um sujeito 
mantém com um objeto, um “conteúdo de pensamento”, uma 
atividade, uma relação interpessoal, um lugar, uma pessoa, uma 
situação, uma ocasião, uma obrigação, etc., ligados de uma certa 
maneira com o aprender e o saber, e, por isso mesmo, é também 
relação com a linguagem, relação com o tempo, relação com a 
ação no mundo e sobre o mundo, relação com os outros e relação 
consigo mesmo enquanto mais ou menos capaz de aprender tal 
coisa, em tal situação. 
 
A LDB (Lei de Diretrizes Bases da Educação Nacional) no art. 26-A afirma: Nos 
estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, torna-se 
obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena. 
A cultura indígena é estudada desde as séries iniciais, com enfoque em seus costumes, 
tradições e rituais, sendo que é possível também relacionar a Química com a cultura indígena 
em razão que esses povos utilizam pinturas com pigmentos naturais e ervas para tratamento 
de doenças, que possuem compostos orgânicos nos quais são estudados na química. 
Viu-se então a necessidade de proporcionar conhecimento aos alunos de como a 
Química está presente em costumes de um povo mesmo sem o uso de tecnologias e, 
identificar os pigmentos orgânicos encontrados nas plantas e frutas utilizadas pelos índios na 
fabricação de suas tintas. 
 
MATERIAL E MÉTODOS 
Para obterem-se as informações quanto ao nível de conhecimento dos alunos sobre a 
relação da Cultura indígena com a Química foram aplicados questionários que continham 05 
(cinco) perguntas que abordavam a afinidade dos alunos para com a disciplina e a relevância 
da mesma no seu cotidiano até a relação da Química com questões tradicionais dos povos 
indígenas. Após a análise dos questionários foi desenvolvida e apresentada uma aula 
explicativo-expositiva de forma interdisciplinar, a qual teve como objetivo mostrar a relação 
da Química com situações problemas que surgem no dia-a-dia de uma sociedade como um 
todo, mostrar um pouco das tradições, mitos, lendas e ritos dos povos indígenas e também a 
arte utilizada por eles para diferenciar cada indivíduo dentro de sua tribo de acordo com as 
formas expressadas nas pinturas corporais. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
Os alunos foram questionados quanto a afinidade em relação à disciplina de Química, 
observou-se então que apenas 19% dos alunos responderam que sim, sendo que 27% 
responderam não possuir afinidade e 54% possuem afinidade intermediária quanto a 
disciplina. Ao serem indagados quanto à relação da Química com o cotidiano 94% dos alunos 
responderam que a Química está realmente presente em nosso dia-a-dia, pois tudo envolve 
processos e reações químicas, como justificativa um dos alunos escreveu que a Química está 
presente “nos produtos que usamos nas misturas que fazemos no dia-a-dia, seus compostos, 
elementos estão em cada coisa”. 
Como colocado pelo aluno a Química faz parte do cotidiano mesmo que em coisas 
simples como preparar o café ou até mesmo quando se põe uma roupa no varal para secar. 
Assim pode-se perceber que não se faz necessário o uso de técnicas sofisticadas para 
desenvolver atividades relacionadas com a Química, a partir deste princípio o intuito foi 
mostrar aos alunos que a química não é somente a parte técnica, industrial, como habita o 
imaginário popular a respeito desta disciplina. Com isso procurou-se mostrar que até em 
X Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação 2015
Anais - Artigos Ciências Exatas e da Terra - Química 3149 
 
sociedades consideradas pouco tecnológicas, como os povos indígenas, desenvolveram 
métodos que comprovam que a utilização da química não depende tão somente de aparatos 
técnico-cientifico, mas também de conhecimentos prático-experimentais. 
Para que fosse possível relacionar a Química com a cultura indígena indagamos os 
alunos se a Química só é utilizada com meios tecnológicos devido à necessidade de justificar 
que mesmo os povos indígenas serem povos considerados

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