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DOSIMETRIA BIOLÓGICA RECIFE, 2016 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS RADIOBIOLOGIA JULYANNE GOES DE MENDONÇA BIOMÉDICA – Laboratório de Dosimetria Biológica do CRCN/NE MESTRANDA EM SAÚDE HUMANA E MEIO AMBIENTE RADIAÇÃO A radiação é a energia que se propaga a partir de uma fonte emissora através de qualquer meio, sendo produzida por meio de adaptações que ocorrem no núcleo ou nas camadas eletrônicas dos átomos, até mesmo pela interação com outras partículas. Física das radiações Constituída de 2 prótons e 2 nêutrons Partícula muito pesada Baixo potencial de alcance Elétrons (β-) e pósitrons (β+) Partícula mais leve Mais penetrante São ondas eletromagnéticas Percorrem grandes distâncias Raios-X se diferem originam-se fora do núcleo (OKUNO et al., 1986) (TAHUATA et al., 1999) A interação da radiação com o meio material pode provocar... (MOREIRA, 2011) (XAVIER, 2006) EFEITOS BIOLÓGICOS DA RADIAÇÃO Estágios da ação • Estágio físico em que ocorre a ionização de um átomo em cerca de 10-15 s; • Estágio físico-químico, quando ocorrem as quebras das ligações químicas das moléculas que sofreram ionização, com duração de uns 10-6 s; • Estágio químico, quando os fragmentos da molécula se ligam a outras moléculas, com duração de poucos segundos; • Estágio biológico que pode durar dias, semanas ou até várias dezenas de anos quando surgem efeitos bioquímicos e fisiológicos com alterações morfológicas e funcionais dos órgãos. Mecanismos de ação Efeito Indireto Efeito Direto Particularmente na molécula de DNA, a radiação ionizante pode agir de maneira indireta e/ou direta. Natureza dos efeitos biológicos Efeitos determinísticos Efeitos estocásticos (TURNER, 2006) (SOARES, 2011) GENÉTICOS OU HEREDITÁRIOS IMEDIATOS E TARDIOS RADIOSSENSIBILIDADE A Radiossensibilidade das células é diretamente proporcional à sua atividade reprodutiva e inversamente proporcional ao seu grau de diferenciação. Lei de Bergonie & Tribondeau Estabelece que a radiossensibilidade de tecidos vivos depende da maturação e do metabolismo a eles associados. RESPOSTA DAS CÉLULAS À RADIAÇÃO DNA Ciclo celular • Alteração das bases nitrogenadas • Alteração nas desorriboses • Rompimento de pontes de hidrogênio • Eliminação de bases • Quebra de cadeias simples e duplas MORTE CELULAR RADIOINDUZIDA Clonogênica Apoptose Resposta dos tecidos à radiação Pele Intestino Órgãos reprodutores • A nível clínico causa diarréia e sangramento • Morte das células precursoras das criptas intestinais • Encurtamento das vilosidades Gônadas masculinas Gônadas femininas Esterilidade temporária: 3Gy Esterilidade permanente: 6Gy Esterilidade permanente: 6Gy • A radiação lesa as células precursoras da medula óssea • Leucopenia • Fibrose Tecido hematopoiético SÍNDROME AGUDA DA RADIAÇÃO Irradiações com doses acima de 0,5 Gy; Falência da tríade: sistemas hematopoiético, gastrointestinal e nervoso central: Náusea, vômito e diarréia sanguinolenta; Anemia, leucopenia, plaquetopenia; Vasculite, encefalite, convulsões, coma e morte. CONTAMINAÇÃO X IRRADIAÇÃO ACIDENTES CÉSIO 137 CHERNOBYL HIROSHIMA E NAGASAKI POLÔNIA – BIALYSTOK/2001 ARGENTINA – LA PLATA/1968 DETECÇÃO DOS EFEITOS DA RADIAÇÃO Dosimetria física Dosimetria biológica Decorrente da preocupação em avaliar os efeitos biológicos produzidos pela radiação, buscou-se, estima-la por métodos biológicos (Dosimetria biológica) e dentre estes, o citogenético. Dosimetria Biológica Método de estimativa de dose absorvida A partir da análise de alterações cromossômicas Suplementar a Dosimetria física Características específicas Correlação com biomarcadores (IAEA, 2011) Linfócitos humanos Células-alvo da Dosimetria biológica; Fácil obtenção; Altamente radiossensíveis; Vida média longa; As alterações encontradas possuem baixa frequência em indivíduos não expostos. (D’IPPOLITO, 2005). Micronúcleo São semelhantes ao núcleo celular, mas são pequenos. Se originam de perdas de fragmentos acêntricos, quebras de cromossomos ou cromossomos inteiros. Bordas distintas e separadas do núcleo. Vantagens Método rápido Pode ser aplicado in vivo Detecta efeitos a nível cromossômico São de fácil reconhecimento Não depende de metáfases específicas Apresentam baixa frequência em sangue controle Podem ser observados durante toda interfáse Teste do cometa Desenvolvido por Sing et al (1988) Biomarcador de lesões ocorridas no material genético Coleta de dados a partir de células individuais Uso de pequena quantidade celular para análise Possibilidade de uso de qualquer população com células eucarióticas • Após a eletroforese as células ( nucleóides) adquirem a forma semelhante de um cometa • A cabeça representa o arcabouço de DNA intacto e a cauda, fragmentos provenientes de lesões no DNA. Alterações citogenéticas estáveis Alterações citogenéticas instáveis Curva de calibração dose-resposta Variam em função do LET MATERIAL E MÉTODOS •São selecionados doadores saudáveis e que não foram expostos à radiação recentemente. •São coletadas amostras de sangue periférico (10 ml) de cada indivíduo, por punção venosa, em seringas estéreis descartáveis contendo heparina sódica na concentração de 5000 U/ ml; Seleção de doadores e coleta da amostra Irradiação das amostras 1 ml de soro bovino fetal; 0,5 ml de sangue total; 0,2 ml de fitohemaglutinina; Cultivo de células • Os frascos são mantidos na estufa a 37°C, por 48 horas; • Após 46 horas é adicionado 0,1 ml de colcemid 0,0016%; • É realizado o choque hipotônico com 8 ml de KCl; • São centrifugados e fixados com metanol : ácido acético (3:1). Cultivo de células • As lâminas são confeccionadas a partir do precipitado de células ressuspenso em 1 ml de solução fixadora; • E coradas com Giemsa a 5% durante 7 min; Cultivo de células • As alterações cromossômicas são analisadas em microscópio óptico (Leica DM500); • As lâminas são examinadas na sua totalidade, e ao menos 1000 metáfases são analisadas para cada dose irradiada e para cada controle Análise microscópica Análise de dados
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