Federalista

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O FEDERALISTA
Profa. Dra. Patrícia R. C. da Cunha
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Alexander Hamilton, James Madison e John Jay 
São os autores de um conjunto de ensaios publicados na imprensa de Nova York em 1788, onde defendiam a ratificação da Constituição pelos Estados elaborada em 1787 na Convenção Federal ocorrida na Filadélfia.
Os três tiveram participação ativa na luta pela independência norte-americana e na vida política do país. Hamilton foi o 1º secretário do Tesouro dos EUA e conselheiro de George Washington. John Jay foi o 1º presidente da Corte Suprema. Madison é considerado o “Pai da Constituição” e liderou junto com Jefferson a formação do Partido Republicano.
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FEDERALISTA X Montesquieu
O pensamento filosófico de Montesquieu fundamentava as principais teses dos adversários de “O federalista”. 
As teses apontavam para as grandes monarquias como a melhor forma de governo,
 Destacavam a incompatibilidade entre governos populares (democracia), que exigiam um pequeno território e cidadãos virtuosos, e os tempos modernos; 
Apontavam a incompatibilidade entre a necessidade de manter grandes exércitos, e da crescente preocupação com o bem-estar material, com a frugalidade que a democracia exigia
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Pela 1ª. vez a teorização sobre os governos populares deixa de mirar-se na Antiguidade para iniciar uma teorização moderna da democracia 
Dessa forma “O Federalista” inverte os postulados propostos por Montesquieu
Demonstrando que o espírito comercial da época não era prejudicado pela grande extensão territorial na formação de governos populares, ou que esta forma de governo dependesse exclusivamente da virtude do povo
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CONFEDERAÇÃO
A grande crítica dos autores era à fraqueza do governo central;
Como o Congresso não tinha poderes para exigir o cumprimento das leis que baixava, cuja aplicação e punição ficava a cargo dos Estados, estas não passavam de “recomendações que os Estados observavam ou ignoravam conforme sua conveniências
A ÚNICA FORMA DE CRIAR UM GOVERNO CENTRAL DE FATO ERA CAPACITÁ-LO A EXIGIR O CUMPRIMENTO DAS NORMAS EMANADAS
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A UNIÃO
A União ou governo central teria que continuar a se relacionar com os Estados, mas seu raio de ação teria que se estender aos cidadãos
A Constituição defendia a criação de uma nova forma de governo, que não é estritamente nacional ou federal, mas uma composição de ambos os princípios
O que existia até o momento era uma COFEDERAÇÃO, onde o governo central só se relacionava com os Estados
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CONFEDERAÇÃO X FEDERAÇÃO
A Constituição proposta defendia uma nova forma de governo, não experimentada por qualquer povo ou defendida por qualquer autor.
O Federalismo nasce como uma pacto político entre os Estados, fruto dos esforços teóricos e negociação política, que estende a ação do governo central perpassa os Estados e se estende aos indivíduos
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Natureza Humana
Visão realista ou pessimista;
Os homens são ambiciosos, vingativos e rapaces;
É por isso que o Estado se faz necessário;
Se os homens fossem anjos, não seria necessário haver governos
As causas das facções encontram-se semeadas na própria natureza humana, nasce do livre desenvolvimento de suas faculdades
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PRINCIPAL PREOCUPAÇÃO
Controlar os detentores do poder;
A grade dificuldade ao se constituir um governo, está em que se deve primeiro habilitar o governante a controlar o governo e, depois, obrigá-lo a controlar-se a si mesmo;
AS ESTRUTURAS INTERNAS DO GOVERNO DEVEM SER ESTABELECIDAS DE TAL FORMA QUE FUNCIONEM COMO UMA DEFESA CONTRA A TENDÊNCIA NATURAL DE QUE O PODER VENHA A SE TORNAR ARBITRÁRIO E TIRÂNICO
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3 PODERES
O Federalista se aproxima de Montesquieu quando pensa nas formas de limitar o poder, dada sua natureza intrínseca que tende ao abuso;
A LIMITAÇÃO DO PODER SÓ PODE SER OBTIDA PELA CONTRAPOSIÇÃO A OUTRO PODER, ISTO É, O PODER FREANDO O PODER.
A defesa da aplicação do princípio da divisão de poderes não estava vinculada a criação de um governo misto, como ocorria em Montesquieu, mas a partir de medidas constitucionais, garantia à autonomia dos diferentes ramos do poder, os interesses pessoais se associariam aos direitos constitucionais, assim a ambição refrearia a ambição
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O Princípio da Separação dos Poderes
Seria usado para evitar a tirania;
Resguardar a liberdade;
Ele precisava de mecanismos que garantissem que não houvesse abuso por parte de um dos poderes, no caso de uma República, o legislativo se constitui na maior ameaça à liberdade, já que é a origem de todos os poderes e, em tese, pode alterar as leis que regem o equilíbrio entre os poderes
A instituição do SENADO é defendida como medida adicional para frear esse poder, constituída a partir de princípios diverso da Câmara do Deputados, onde a ação de uma leve a moderação da outra.
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AS FACÇÕES
MONTESQUIEU E ROUSSEAU defendiam que a sobrevivência da democracia dependia da virtude dos seus cidadãos, entendida como “o amor as leis e a pátria” e a manutenção da democracia dependia diretamente da igualdade social entre seus cidadãos.
Para Madison tais postulados estabeleciam que a democracia só floresceriam onde não houvesse facções;
MADISON rejeita este postulado, para ele as causas das facções está na própria natureza humana
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O OBJETIVO DO GOVERNO
Proteger a liberdade humana;
Proteger o direito de autodeterminação dos homens;
Nesse ponto encontra-se o comprometimento como credo LIBERAL;
Busca-se constituir um governo limitado e controlado para assegurar uma esfera própria para o livre desenvolvimento do indivíduo, em especial de sua atividades econômicas, principal fonte de diferença entre os homens
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TIRANIA:
Se as facções são invitáveis, o problema passa a ser que um dos interesses ou opiniões presentes na sociedade venha a controlar o poder com vistas a promoção única e exclusiva de seus objetivos; É o que tende a acontecer nas democracias puras
O MAIOR RISCO QUE A DEMOCRACIA CORRE EM DEGENERAR EM TIRANIA ESTÁ NO PODER CONFERIDO À MAIORIA;
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SOLUÇÃO PROPOSTA:
Nova Forma De Governo Popular: REPÚBLICA DEMOCRÁTICA REPRESENTATIVA
Isso faz com que as funções de governo sejam delegadas a um número menor de cidadãos, 
Aumenta a área e o número de cidadãos sob a jurisdição de um único governo
A REPRESENTAÇÃO ELIMINARIA O MAL DA FACÇÕES, MAS PESSOAS PODERIAM CONQUISTAR OS VOTOS DO POVO E DEPOIS TRAÍ-LO. APENAS A REPRESENTAÇÃO NÃO ELIMINA, PORTANTO, O MAL DAS FACÇÕES
Outra medida é adotada para garantir o combate ao mal da facções, a extensão territorial multiplica os interesses dificultando a unificação dele e a organização de um único interesse que possa se sobrepor aos demais e suprimir a liberdade. A MULTIPLICAÇÃO DAS FACÇÕES NEUTRALIZA A AMEAÇA AO TORNAR IMPOSSÍVEL O CONTROLE EXCLUSIVO DO PODER POR UMA FACÇÃO
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PROBLEMA DA PROPOSTA:
A solução proposta por “O FEDERALISTA”, a multiplicação das facções, traz consigo o risco de uma paralisia decisória ou não-governo, uma vez que a disputa de interesses pode não promover decisões;
Os autores não chegam a apresentar uma solução específica para esse problema;
A questão é minimizada quando Madison NÃO compartilha da concepção clássica do liberalismo de Estado mínimo. 
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Para MADISON A PREOCUPAÇÃO CENTRAL DA LEGISLAÇÃO MODERNA
É A DE FORNECER OS MEIOS PARA A COORDENAÇÃO DOS DIFERENTES INTERESSES EM CONFLITO;
“(...) a coalizão de uma maioria da sociedade dificilmente poderia ocorrer com base em qualquer outros princípios que não os da justiça e do bem comum”.