STUART MILL

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 JOHN STUART MILL
Profa. Patrícia R. C. da Cunha
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Contexto Histórico:
A Inglaterra da Era Vitoriana (1837-1901), na qual John Stuart Mill escreveu "Sobre a Liberdade", era uma sociedade profundamente conservadora. 
Em contrapartida, a sociedade vitoriana vivenciou diversos movimentos que fizeram parte da luta por maior liberdade como o das feministas, dos cartistas e dos abolicionistas. Embora reformista, a sociedade vitoriana não pode ser considerada revolucionária. 
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Biografia
1806: a 08 de Maio nasce John Stuart Mill em Londres; 
É o primeiro filho do filósofo escocês radicado na Inglaterra James Stuart Mill. John S. Mill foi educado pelo pai, com a assistência de seu padrinho Jeremy Bentham e de Francis Place. O seu pai, um aderente ao associativismo, tinha como objetivo explícito criar um gênio intelectual que iria assegurar a causa do utilitarismo e a sua implementação após a morte dele e de Bentham. 
Mill trabalhou na Companhia Inglesa da Índias Orientais, lidando com a correspondência rotineira referente à atuação do governo inglês na Índia. 
Mill ficou horrorizado com o fato de as mulheres serem privadas dos direitos financeiros ou das propriedades e comparou a saga feminina à de outros grupos de desprovidos. Condenava a idéia da submissão sexual da esposa ao desejo do marido, contra a própria vontade, e a proibição do divórcio com base na incompatibilidade de gênios. Sua concepção de casamento era baseada na parceria entre pessoas com os mesmos direitos, e não na relação mestre-escravo. 
1865: eleito representante de Westminster para o Parlamento;
John Stuart Mill tornou-se contribuinte influente no que logo se transformou formalmente na nova ciência da psicologia. Ele combatia a visão mecanicista de seu pai, James Mill, ou seja, a visão da mente passiva que reage mediante o estímulo externo. Para John Stuart Mill, a mente exercia um papel ativo na associação de idéias. 
1873: J.S.Mill morre em Avignon- França - a 16 de Maio 
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Stuart Mill liberal e democrático:
É considerado o grande representante do pensamento liberal democrático do século passado;
Pois, sua obra conduz a teoria liberal da perspectiva descendente para a ascendente. Defende a incorporação de reformas como o voto universal e a emancipação da mulher. 
O fundamento do compromisso entre o pensamento liberal e os ideais democráticos do autor está no reconhecimento de que a participação política não é e não pode ser encarada como um privilégio de poucos e na percepção de que o trato da coisa pública diz respeito a todos;
Ele busca responder as demandas do movimento operário inglês, que podem ser compreendidas através do movimento cartista.
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CARTISMO:
O movimento cartista lutava pela expansão da participação política para a classe operária e durou da década de 1830 (com a publicação da Carta do Povo) até a sua última convenção em 1858. Os objetivos mais significativos do movimento foram:
1- Um voto para cada homem (sufrágio universal masculino) 
2- Voto secreto 
3- Eleição anual 
4- Distritos eleitorais com a mesma população, assegurando que os votos tenham a mesma representação 
5- Remuneração dos parlamentares 
6- Fim das restrições de renda para os parlamentares 
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Preocupação de STUAR MILL:
Dotar o Estado de mecanismos capazes de institucionalizar a participação ampliada.
A incorporação dos segmentos populares a política é para o autor a única forma de salvar a liberdade dos interesses egoístas da nova e próspera classe média inglesa.
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O voto:
É uma forma de poder.
O voto é uma forma de poder que deve ser estendida aos trabalhadores para que esses possam defender seus interesses e direitos no sentido liberal da expressão;
Contudo, não era um democrata radical e combatia a idéia de tirania da maioria, tanto quanto da minoria;
Um bom sistema representativo é aquele que não permite “que qualquer interesse seccional se torne forte o suficiente para prevalecer contra a verdade, a justiça e todos os outros interesses seccionais juntos”.
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Mecanismos institucionais para um bom sistema representativo:
1- A adoção do sistema eleitoral proporcional, para garantir a representação das minorias,
2 – A adoção do voto plural. (Pesos diferenciados. A medida que a representação dos interesses tendem a se polarizar em 2 grupos, classes proprietárias e assalariados, o fiel da balança seria um 3º grupo que por conta de sua condição específica na sociedade estaria comprometido com a justiça: as elites culturais, o peso de seu voto deve ser superior a 1.
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Utilitarismo inglês
No utilitarismos de Bentham e James Stuart Mill a natureza humana é pragmática: o homem é maximizador do prazer e minimizador de sofrimento. A sociedade é a soma de consciências autocentradas e independentes, cada qual buscando realizar seus desejos e impulsos
O bom governo é aquele capaz de garantir o maior volume de felicidade líquida para o maior número de cidadãos.
Nessa concepção o indivíduo é um ser racional que calcula suas ações, políticas, econômicas..., avaliando a utilidade de seu resultado
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Herança do Utilitarismo
John Stuart Mill mantém o princípio básico do utilitarismo que vê no bem-estar assegurado o critério último para a avaliação do governo ou da sociedade.
Contudo, Stuart Mill questiona a capacidade de medir a felicidade, uma vez que ela contém um elemento qualitativo próprio e impossível de ser mensurado. 
Tal questionamento leva o autor a uma nova concepção da natureza humana e, em consequência, um novo critério para aferir o bom governo
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Concepção de indivíduo:
Stuart Mill compartilha da concepção de Locke do homem como uma “tábula rasa”, mas vai além dessa visão, sua concepção de natureza humana vê o ser humano como capaz de desenvolver suas capacidades fazendo parte de sua essência o desenvolvimento dessas capacidades.
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Tal concepção da natureza humana se reflete em sua visão de governo:
O critério para avaliar o bom governo é “o grau em que ele tende a aumentar a soma das qualidades dos governados, coletiva e individualmente”;
Nesse ponto funda-se a concepção utilitarista de Stuart Mill aplicada à democracia e a liberdade, pois o governo democrático é a melhor forma de governo porque fornece as condições para o desenvolvimento das capacidades de cada cidadão.
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Liberdade:
A defesa da liberdade, contida em sua principal obra SOBRE A LIBERDADE, argumenta que a diversidade e o conflito são as forças matrizes da reforma e do desenvolvimento social. 
Uma sociedade livre, que promove o confronto de idéias e o choque de opiniões, cria as condições para que “a justiça e a verdade” subsistam.
É através do conflito que se garante o progresso e a auto-reforma da sociedade.
A liberdade não é um direito natural. Ele recusa a teoria dos direitos naturais.
A liberdade é o substrato necessário para o desenvolvimento de toda a humanidade.