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Direito civil

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Direito civil
Aula do dia 02/10
1) bem móvel e imóvel
Importância prática 
- art. 1647, I (outorga uxória ou marital)
- tradição (bem móvel) ≠ registro
- hipoteca ≠ penhor
A primeira classificação de bens que o Código Civil prevê é a de bens móveis e imóveis que possuem enorme alcance prático, podendo ser citados alguns exemplos. Inicialmente os bens imóveis necessitam, para ser alienados, do consentimento do cônjuge, a aquisição da propriedade imobiliária ocorre através do registro como regra e do contrato que oferecerá em garantia o bem imóvel é conhecido como contrato de hipoteca. A transferência da propriedade do bem móvel não exige maiores formalidades, a propriedade se reputa adquirida com a simples tradição e o contrato, que tenha por objetivo dar como garantia, o bem móvel é conhecido como penhor, salvo o navio e aeronave que são tratados como bens móveis, mas são motivos de hipoteca, não de penhor.
O Código trabalha com quatro espécies de bens imóveis, quais sejam o imóvel propriamente dito, o imóvel por acessão natural, por acessão artificial e por fim os imóveis por definição legal. A única hipótese de imóvel propriamente dito é o solo, sendo certo que a distinção entre a acessão natural e artificial passa pela presença ou não da invenção humana, podendo-se afirmar que em ambas as hipóteses se incorporam ao solo e dele não mais se destaca sem prejuízo ou destruição da própria acessão. O imóvel propriamente dito é, tecnicamente, um bem incorpóreo, ou seja, abstrato não podendo ser, por consequência ser tratado como bem móvel nem imóvel, tratando-se essa classificação de uma opção legislativa. O direito real de propriedade sobre uma casa, bem como a ação que tenha por objetivo recuperar essa casa são tratados como bem imóvel. Na mesma forma, o direito a sucessão aberta que consiste no direito dos herdeiros no momento do óbito até que se proceda a partilha ou ajuizamento independe dos bens que integram o patrimônio do falecido. Por ocasião do óbito não há como se saber sobre quais bens os herdeiros terão direito, motivo pelo qual o legislador tratou esse direito como bem imóvel.
No que diz respeito a classificação de bem móvel a doutrina prevê quatro espécies desses bens, sendo certo que uma delas não se encontra previstas na lei. O móvel propriamente dito é aquele que se desloca somente com o auxilio externo tal como carro, computador, entre outros. Os semoventes são aqueles que se deslocam por movimento próprio tais como os animais. Os moveis por definição legal só se consideram dessa maneira porque a lei expressamente assim consagrou, já que na verdade são incorpóreos. Servem de exemplos as indenizações e as energias, como a elétrica que tecnicamente não se enquadraria como bem móvel ou imóvel. A doutrina consagra ainda a figura do chamado móvel por antecipação que são bens que fisicamente ainda se encontram vinculados ao solo, mas que se permite como forma de incentivo à circulação econômica, que sejam tratados como bens móveis, desburocratizando a forma através da qual a circulação desses bens acontecerá. Assim, a compra de uma safra de laranjas que ainda esteja para ser colhida, tecnicamente é imóvel o que exigiria escritura publica para transacionar essa venda. Porém, pela consagração dos móveis por antecipação é possível à celebração desse contrato para documento particular.
2) Bens fungíveis e infungíveis
O bem imóvel é essencialmente infungível. No que diz respeito aos bens móveis a infungibilidade pode ser alcançada de três maneiras diversas, a infungibilidade natural naquelas situações em que a coisa móvel não é substituível, tal como uma obra de arte. A infungibilidade pode ser ainda contratualmente obtida, onde um bem naturalmente substituível se torna infungível. Por fim a infungibilidade pode ser alcançada através do vínculo afetivo que se desenvolve em relação a coisa. A importância prática dessa distinção é a de que o comodato é uma espécie de empréstimo infungível e a obrigação dessa natureza implica em que o contrato só pode ser satisfeito por aquela pessoa, como um cantor famoso. A obrigação fungível pode ser satisfeita por qualquer pessoa e o contrato de empréstimo que se tenha por objeto bem fungível é o mútuo, art. 586.
Aula do dia 07/10/2013
3) bem consumível e inconsumível
	O art.86 define o bem consumível e inconsumível podendo-se afirmar que os imóveis pertencem sempre à última espécie. A consuntibilidade natural está presente quando o uso do bem móvel importa em destruição da própria coisa e ainda no que diz respeito aos bens moveis de curta duração (lápis). Além da consuntibilidade natural, também se identifica o bem consumível por alienação. Assim, o carro na concessionária é consumível e o veículo na garagem da sua casa, inconsumível.
4) bens divisíveis e indivisíveis
	A indivisibilidade é de três espécies distintas: natural, legal e convencional. A natural não é física na medida em que tudo pode ser objeto de fracionamento, sendo pela qual a indivisibilidade a que se refere o legislador está atrelada a ideia de funcionalidade. Assim, se um relógio necessita para funcionar de uma determinada peça e esta peça é retirada, aquele bem deve ser compreendido como indivisível. A legal é proveniente da própria norma que impõe essa circunstância. Servem de exemplo as leis municipais que estipula metragem mínima para a legalização junto à municipalidade. A convencional, como o próprio nome sugere é aquela estipulada pela simples manifestação de vontade das partes, tal como um pai doa um bem para seus filhos, impondo a indivisibilidade daqueles bens, muito embora, sejam fisicamente fracionados.
5) bem principal
 Bem acessório:
 - fruto:
 a) naturais
 b) industriais
 c) civis
 -produtos
 - benfeitorias
 - pertenças
Bem principal é aquele que possui vida própria, autonomia, dissociado de qualquer outro bem, tais como o terreno, a casa, entre outros. O bem acessório não possui vida própria e a sua existência está condicionada a existência de outro bem. As melhorias realizadas numa casa podem ser consideradas acessórias em relação à construção. O Código Civil prevê quatro modalidades de bens acessórios, quais sejam: fruto, produto, benfeitorias e pertenças. Os frutos são as utilidades que a coisa principal periodicamente oferece e a cada vez que são percebidas não importam na coisa principal. Os frutos se caracterizam pela sua renovabilidade, ou seja, são oferecidos sem prejuízo do principal e também pela sua periodicidade, já que podem ser percebidos com frequência. Na disciplina dos frutos, produtos e benfeitorias, vigora o princípio da gravitação jurídica, ou seja, o negócio jurídico envolvendo o bem principal presume, independentemente de qualquer previsão expressa, o bem acessório. Assim, ao adquirir uma propriedade rural, não há necessidade de se mencionar expressamente as plantações e frutos que nelas constam, já que isso se presume. Os frutos se subdividem em naturais, industriais e civis. Os naturais são percebidos sem a intervenção humana, ao passo que os industriais só são colhidos em virtude da participação do outro. Os frutos civis são conhecidos como rendimentos, ou seja, lucro que a coisa principal oferece ao permitir seu uso por outrem, como por exemplo, o aluguel e juros. Os produtos se diferem dos frutos porque a cada vez que são percebidos, importam em diminuição da coisa principal, como por exemplo, petróleo, minerais, entre outros.
O art. 95 é a base para se consagrar os móveis por antecipação ao se permitir que os frutos e produtos possam ser objetos de negócio jurídico autônomo. Da mesma forma, é o mesmo artigo que deixa subentendido o princípio da gravitação jurídica, já que os frutos e produtos estão sempre incluídos a coisa principal, mesmo que não exista estipulação expressa. As benfeitorias são as obras realizadas pelo homem na coisa principal, móvel ou imóvel com o objetivo de melhorá-la, conservá-la ou embelezá-la. O art. 1219 e 1220 ao tratar da disciplina das benfeitorias,deixa claro que o possuidor de boa-fé que precisar entregar o bem tem direito de retenção, ou seja, de pertencer à coisa até que seja recompensado pelas benfeitorias necessárias ou úteis, são exemplos, respectivamente, o muro de contenção e um quartinho. Quanto as voluptuárias tem direito a leva-las consigo desde que não traga prejuízo a coisa principal. Assim, se um possuidor de boa-fé procedeu a reforma de seu piso, nada poderá ser feito para ser ressarcido e nem poderá retirá-la, diferente seria se fosse um lustre ou uma pia. 
Se o possuidor agir de má-fé a situação será diversa, pois jamais terá direito de retenção, apenas recompensado pelas benfeitorias necessárias, sem o direito de retenção.
Aula do dia 16/10/13
Continuação 
A última modalidade de bem acessório são as pertenças previstas nos arts. 93 e 94. As pertenças têm por objetivo dar ao bem principal maior funcionalidade ou comodidade de seu uso. A principal característica é que são perfeitamente destacáveis do bem principal, ou seja, cada vez que são retiradas não trazem prejuízo nenhum à pertença ou à coisa principal. Por conta dessa característica é que os negócios jurídicos envolvendo o bem principal não presume em conter as pertenças que podem ser perfeitamente ressarcidas. Assim, as pertenças só se incluem no negócio principal, mediante previsão expressa. Se na compra do negócio comprado o comprador desejar obter as pertenças do imóvel, deverá fazer menção para compreendê-las no momento da compra.
6) bem público
O bem público é assim classificado considerando não a funcionalidade, o emprego dado ao bem, mas se pertence ou não a uma pessoa jurídica de direito público interno. Assim, um ônibus da faol, muito embora esteja cumprindo uma finalidade pública, não poderá ser considerado por pertencer a uma pessoa jurídica de direito privado. De outro lado, um imóvel do Rio de Janeiro alugado é perfeitamente considerado um bem público. O Código Civil prevê três modalidades de bem público previstas no art. 99. O bem de uso comum é aquele que é utilizado por todos, indistintamente, mesmo naquelas situações em que se cobra para ter acesso a tais bens, pedágios, taxas não descaracterizam o bem como público, já que todos terão acessos a tais bens, bastando que se pague para que se concretize. O bem de uso especial está destinado a cumprir uma finalidade pública e para que não fique comprometido o desempenho desse serviço, a coletividade tem uma restrição ao acesso a esses bens. Por fim os bens dominicais são utilizados pela pessoa jurídica como se particular fosse, alugando, arrendando ou até mesmo o deixando sem finalidade.
A doutrina aponta três casos de bens públicos. Inicialmente os bens públicos são imprescritíveis, ou seja, por mais por mais tempo de posse que o indivíduo tenha em relação a um bem móvel ou imóvel, se o bem é público, em uma de suas três espécies, será impossível o usucapião de tais bens.
Outra característica dos bens públicos é sua inalienabilidade, ou seja, o titular pode transferir a titularidade de seus bens a qualquer tempo, bastando para tal que pretenda alienar com a administração pública não há uma liberdade absoluta em relação às alienações, considerando que o administrador público acabaria por tirar proveito pessoal da possibilidade irrestrita de vender ou doar. Assim, os bens de uso comum e especial, o primeiro por todos terem acesso e o segundo por estar cumprindo com o serviço público, não pede ser alienados precisando em um primeiro momento ser desafetado, o que acontece por processo administrativo, tornado aquele bem dominical. Tornado o bem dominical, ou tendo esta qualidade, ainda assim, a alienação não é livre, exigindo-se prévio processo administrativo para que se controle essa alienação.
A última característica dos bens públicos é a sua impenhorabilidade. O particular que por determinação judicial, não paga a sua dívida, poderá ter seus bens particulares penhorados e caso insistam em não pagar, poderão ter seus bens alienados para o pagamento da sua dívida,
Os bens públicos não podem ser penhorados e aquele que tenha crédito para ser satisfeito contra o município, estado ou União em vista de sentença judicial, deverá se submeter ao precatório (art. 100). Se a penhora fosse possível a administração pública sofreria com o mau funcionamento, acabado a comunidade de arcar com aquela dívida. A ideia do precatório é a de proibir a preferencia entre os créditos, proibindo que um crédito prevaleça sobre outro, já que o pagamento do precatório é feito em ordem cronológica.
Aula do dia 21/10/2013
FATOS JURÍDICOS
1) Fatos jurídicos latu senso ( em sentido amplo):
 a) Fato jurídico stricto senso:
 - Ordinário
 - Extraordinário:
 - caso fortuito
 - força maior
 b) Ato jurídico latu senso:
 - Lícito:
 - Ato jurídico stricto senso
 - Negócio jurídico:
 - unilateral
 - bilateral
 - Ilícito 
O fato deixa de ser um mero fato social na medida em que importa em consequências previstas na norma, podendo se definido que contando ou não com a participação humana, está apto a criar, modificar, extinguir ou conservar um direito em estado ou relação jurídica. Uma chuva, mesmo que em grandes proporções, se não trouxer consequências jurídicas, se considera como um fato social. O fato social latu senso pode ser dividido, inicialmente, em fato jurídico stricto senso e ato jurídico latu senso. Podendo-se afirmar que o critério distintivo entre eles vem a ser a presença de uma conduta humana voluntária. No fato jurídico stricto sensu o acontecimento não traz a presença para sua característica de um atuar humano ao passo que só se classifica como ato jurídico latu senso a conduta humana voluntária que está apta a produzir consequências jurídicas.
O fato jurídico stricto sensu se subdivide em ordinário e extraordinário. O primeiro acontece com habitualidade em nossa vida cotidiana, tem-se como exemplo a morte, o nascimento, usucapião, maioridade, entre outros. O extraordinário acontece de forma eventual e o caso fortuito e a força maior hipóteses claras dessa classificação. O caso fortuito é o evento imprevisível e por consequência inevitável, serve de exemplo o motorista que sofre um ataque cardíaco ao volante e o ônibus bate, provocando feridos. A força maior é o evento inevitável mesmo que previsível, estando normalmente ligado a eventos da natureza, desde que esses eventos provoquem consequências pela norma.
O ato jurídico latu senso se subdivide em ilícito e lícito. No que diz respeito para a sua caracterização basta identificar a presença de uma conduta involuntária, pouco importando se essa conduta é intencional ou não, dolosa ou culposa. O art.186 serve de base para os atos ilícitos. Assim, a ilicitude civil está intimamente ligada uma ofensa patrimonial ou moral. 
O Ato jurídico latu senso se divide em ato jurídico stricto senso e negócio jurídico. Em ambas as situações estamos diante de uma conduta humana voluntária e intencional já que aquele que pratica o ato manifesta validamente o resultado. No ato jurídico stricto senso lícito estabelece a declaração das consequências pela lei tais como a emancipação voluntária, a fundação, entre outros. Em todas as hipóteses dentre outras, a pessoa natural ou a pessoa jurídica pode escolher ou não em praticar o ato. Porém na medida em que resolve praticá-la se sujeita as consequências previstas em lei. No negócio jurídico, a pessoa ao declarar sua vontade, tem a possibilidade de determinar as consequências que desejam ser alcançadas por sua vontade, como os contratos, considerando que se pode estipular prazo, forma de pagamento, forma de entrega, entre outros. O negócio jurídico pode ser qualificado como unilateral e bilateral, obedecendo ao momento de sua formação. Se o negócio se concretiza com que a declaração de vontade de uma só parte, o negócio é tido como unilateral como, por exemplo, testamento, proposta de contrato e outros. O bilateral se concretizacom a declaração de vontade de duas partes ocupando polos opostos e uma única relação jurídica. Os contratos privados são exemplos típicos de negócio jurídico bilaterais. A doação, por exemplo, não possui caráter de negócio jurídico bilateral considerando que para se concretizar é imprescindível a declaração de vontade das duas partes.
Aula do dia 23/10/2013
CONTINUAÇÃO DE FATO JURÍDICO
c) Ato fato jurídico: ato humano avolitivo (sem vontade/irrelevante)
A doutrina costuma identificar uma terceira modalidade de fato jurídico latu senso, chamado de ato fato jurídico. O ato fato é uma conduta humana voluntária, razão pela qual não pode ser entendido como fato jurídico stricto senso, onde o legislador para assim qualifica-la leva em consideração as consequências da conduta humana, pouco importando se aquela conduta era ou não intencional, já que o relevante é a consequência, já que alguns doutrinadores identificam um ato fato como avolitivo, considerando que o que prepondera é o resultado com o relevante para a caracterização desse instituto é a consequência da conduta. É perfeitamente admissível que um adolescente pratique um ato fato. Servem de exemplo os arts. 1264 e 1269, dentre outros.
Também se enquanto a caracterização do ato fato as condutas socialmente aceitas e que não podem se enquadrar negócio jurídico é essencial a capacidade civil plena. Nesse contexto serve de exemplo o menor de treze anos que vai ao cinema sozinho e o incapaz que pega transporte público também sozinho. Ambas as hipóteses são de ato fato, já que são socialmente aceitas.
2) pressupostos de existência de do negócio jurídico
 a) Finalidade negocial
A doutrina prevê três pressupostos de existência que devem estar cumulativamente presentes para que se qualifique como negocio jurídico. Após constatar que o negocio é existente é que se passará aos pressupostos de validade. Inicialmente é imprescindível deslumbrar a presença da finalidade negocial de na manifestação da vontade, ou seja, só se caracteriza como negócio jurídico se aquele que o pratica tem a possibilidade com a sua manifestação de vontade de estipular as consequências de sua declaração, caso contrario, estamos diante de outra situação jurídica que não é o negocio jurídico, sendo normalmente o ato jurídico stricto senso.
b) Vontade humana
O segundo pressuposto de existência do negocio jurídico vem a ser a vontade humana. Ela se desdobra em autônoma e declarada, podendo-se afirmar que o ideal é que haja perfeita coincidência entre elas. Em alguma hipótese o negócio aparenta conter uma declaração que sequer foi cogitada intimamente. O maior exemplo é o da chamada coação física, onde o coagido não passa de mero instrumento nas mãos do coator, limitando-se o primeiro a produzir a vontade do último. Um exemplo de coação física é a hipótese do individuo que concretiza um negocio sob ameaça de arma de fogo. A “vis absoluta” exige que no caso concreto o coagido não tenha outra opção de comportamento.
c) Objeto idôneo
O último pressuposto de existência é o objeto idôneo. Nesse momento se analisa se o objeto é próprio, adequado para o negócio jurídico que se pretende celebrar. Alguns negócios jurídicos exigem, para a sua caracterização, que o objeto contenha qualidade específica para que o negócio exista. O contrato de comodato, por exemplo, exige que o bem seja infungível. Assim, se pretendendo a celebração de um comodato, tendo por objeto vinte cadeiras, está diante de um negócio jurídico inexistente devido à fungibilidade dos bens. 
O objeto fisicamente impossível não se presta a nenhuma modalidade negocial e por consequência, qualquer negócio que o envolva, será inexistente. Temos como exemplo a venda de um pedaço da lua, o aluguel de um pedaço da praia, etc..
3) Invalidade do negócio jurídico
 - nulo (nulidade) ex tunc (retroativo)
 - anulável (anulabilidade) ex nunc (dali em diante)
Depois de preenchidos satisfatoriamente os pressupostos de existência do negócio jurídico, passa-se a análise dos pressupostos de validade. A invalidade do negócio jurídico possui duas espécies, a nulidade e a anulabilidade. Em ambas as situações o negócio jurídico não deveria ter sido celebrado, na nulidade o vicio que o mesmo apresenta é considerado pelo legislador como de maior validade. Identifica-se no negócio nulo uma ofensa a interesses privados, porém também uma lesão, agressão à coletividade que acaba por se atingida com a prática desse negócio. O negócio jurídico nulo não está sujeito a prescrição, ou seja, o interessado de pretender a invalidade a qualquer tempo e uma vez declarada alcançará o terceiro de boa-fé. Não se admite que esse negócio sanado pelos interessados e o interessado para ter a nulidade declarada a seu favor, deverá propor ação declaratória de nulidade do negócio jurídico, cabendo ministério público o seu ajuizamento, na hipótese do art. 82 do cpc. O juiz poderá de ofício, ou seja, sem ter sido provocado, reconhecer a nulidade e em qualquer circunstancia, a invalidade, a sentença que declarar o negócio como nulo, terá eficácia “ex tunc”, retroativa a data da celebração do negócio jurídico, como se ele nunca tivesse sido celebrado.
Aula do dia 28/10/2013
CONTINUAÇÃO (anulabilidade)
Na anulação, o negócio jurídico também não deveria ter sido celebrado, porem a sua celebração traz prejuízos a interesses privados. Não se verifica da celebração desses negócios qualquer ofensa a ordem pública. Como consequência dos efeitos desse negócio, o negócio jurídico é anulável admite confirmação, bastando que os interessados assumam a intenção de convalidar esse negócio jurídico. O negócio jurídico anulável pode se convalidar se a ação anulatória não for ajuizada no prazo legal estabelecido. Diferentemente da nulidade a anulabilidade possui prazo para ser reconhecida, no prazo de dois anos, na forma do art. 179, se outro prazo não estiver sido estabelecido pela lei. O juiz não pode de ofício reconhecer uma anulação e a sentença que pronunciá-la terá eficácia “ex nunc”, ou seja, dali em diante, não retroagindo. Quando a hipótese é de anulabilidade, o terceiro de boa-fé, em regra, não será atingido pela anulação. Resta ao prejudicado, que não terá sucesso com a sua ação anulatória o direito de requerer perdas e danos, conforme o art. 182. Em regra, na forma do art.107, os negócios jurídicos admitem a livre forma, sendo válida a manifestação de vontade por todas as formas admitidas de direito, incluindo a verbal. Porém, em algumas hipóteses, o legislador exigirá que se siga a uma determinada forma ou formalidade para que o negócio jurídico seja válido. Toda vez que o legislador exige a obediência a uma determinada forma ou formalidade e esta não é seguida, a consequência será a nulidade do negócio jurídico, na forma do art. 166, IV e V. Servem de exemplo os arts. 108, 1653 (primeira parte) e 1876. Toda vez que a lei exigir a obediência a uma formalidade ou forma para que esta se concretize, diz-se que a forma é “ad substanciam”, ou seja, essencial para a validade do negócio jurídico.
Nos negócios jurídicos de livre forma, é possível que as partes confiram mais formalidade, não por necessidade, mas para conferir maior segurança dos deveres e obrigações às partes. Nessas circunstancias é possível dizer é “ad probationem”, ou seja, meio de prova existente entre as partes. Serve de exemplo o contrato de locação, que não é necessário, mas dá maior segurança aos contratantes, tendo este contrato escrito o “ad probationem”.
Além dos pressupostos de validade, previstos no art.104 , a doutrina costuma indicar dois outros. A legitimação ou legitimidade, a sua falta conduz ora um negócio jurídico nulo, naquelas situações em que a aptidão específica não pode ser obtida conforme no art.497, e ora anuláveis, quando a aptidão física puder ser alongada, bastando que se cumpra um requisito conforme o art.496.
O quinto pressuposto de validade é a vontade livre e consciente. O correto ao celebrar o negócio jurídico é que haja perfeita coincidência entrea vontade interna e a vontade declarada. Porem, em algumas hipóteses estamos diante de vícios de vontade, hipótese em que se identifica um descompasso entre a vontade interna e a exteriorizada. O cc prevê cinco vícios, sendo que em todas as hipóteses o negócio será anulável. São vícios: o erro, o dolo, a coação moral e por fim o estado de perigo.
Aula do dia 30/10
CONTINUAÇÃO
O negócio jurídico válido, em regra, possui efeitos imediatos codominantes a data que o negócio jurídico for celebrado. É possível, porém, em um caso concreto, ou até mesmo num negócio jurídico especifico a imediata produção de efeitos.
Porque a clausula ou condição inserida no próprio negócio jurídico que o mesmo produz efeitos tal como ocorre naqueles em que o doador ao fazer a escritura, condiciona o recebimento do bem a graduação no ensino superior, servindo como exemplo a hipótese em que o comprador pagará no prazo de sessenta dias. É possível ainda que na produção de efeitos se deva ainda a uma circunstancia externa que impede que o negócio jurídico produza efeitos imediatos tal como acontece no testamento ou na hipótese do art. 1653.
Mesmo os negócios jurídicos nulos, enquanto não for pronunciada a nulidade, produzirão efeitos, sendo certo que com o pronunciamento da validade, aquele negócio deixará de produzir efeitos com a data retroativa, como se o mesmo jamais tivesse sido celebrado.
4) Vícios de consentimento (138-144)
 a) Erro:
 - escusabilidade
 - potencial conhecimento da outra parte
 - substancial (essencial) x acidental (não essencial)
O primeiro vício de consentimento previsto no Código Civil é o erro que estará presente toda vez que o indivíduo, sozinho sem a contribuição de terceiros, ao representar a realidade fática que lhe é apresentada, a compreende mal, ou de maneira totalmente equivocada e por consequência, acaba declarando vontade diversa daquela que declararia se tivesse perfeita compreensão do negócio. No erro, é necessária a análise de três requisitos que devem estar cumulativamente previstos para que o juiz se convença do vício. O primeiro requisito é a escusabilidade, ou seja, é imprescindível que o juiz fique convencido de que a conduta praticada poderia ser cometida por qualquer indivíduo naquelas circunstâncias. É preciso assim, analisar se aquele erro é tolerável, devendo ser observada a condição cultural do individuo, bem como o objetivo da transação.
Além da escusabilidade, em se tratando de um negócio jurídico bilateral, onde ambas as partes no momento da concretização do negócio jurídico, é necessário o potencial conhecimento por parte do individuo que contrata que não alega estar em erro. Caracterizada a boa-fé do contratante ficará inviável o desfazimento do negócio. É imprescindível que a falsa percepção da realidade seja a razão do negócio jurídico ser celebrado, hipótese em que o erro é substancial ou essencial. Em algumas situações o individuo se enganou, porém teria concluído o negócio de qualquer forma, uma vez que a falsa declaração de vontade alcançaria circunstância secundária. O erro acidental só permite perdas e danos.
Erro essencial:
- quanto ao negócio
- quanto ao objeto
- quanto às qualidades do objeto
- quanto à pessoa
- erro de direito
As hipóteses de erro substancial são cinco, sendo certo que quatro delas são de erro de fatos. Estamos diante de um erro essencial quando o individuo celebra um contrato de locação que está comprando quanto ao negócio, quando o individuo acredita estar comprando um lote de terreno e acaba vendendo outro quanto ao objeto, e ainda quando o indivíduo acredita estar comprando uma bolsa de couro e leva uma sintética quanto às qualidades do objeto. A última hipótese de erro de fato vem a ser o erro quanto à pessoa, servindo como exemplo a hipótese do indivíduo que se casa com uma pessoa e depois descobre que sua opção sexual é outra. Nos casos de erro quanto à pessoa e quanto ao objeto será possível salvar o negócio jurídico quando for possível constatar a real vontade do declarante. Como a hipótese é em regra a anulabilidade, é possível salvar o negocio ao invés de invalidá-lo, por exemplo, João faz testamento deixando um de seus imóveis para Jorge, seu sobrinho. Após o óbito de João, fica apurado que não possui sobrinho com esse nome apenas afilhado, podendo-se assim aproveitar-se o que se inseriu naquele ato de última vontade, art.142. 
Além das quatro hipóteses de erro de fato, o legislador prevê ainda o chamado erro de direito. Nessa hipótese o individuo determinado negócio jurídico sob a falsa crença de que a lei que determina agir daquela forma. Se um indivíduo solteiro, sem filhos ou pais vivos, faz testamento deixando tudo o que possui para seu único irmão vivo, porque se acreditava que era por lei o único possível beneficiado por seu bem, a hipótese é de erro de direito, considerando que essas circunstancias o testador poderá deixar seus bens para quem quiser, sendo certo e eventual pedido de anulação ficará condicionado à prova de que a razão do testamento foi a falsa premissa do irmão.
Aula do dia 04/11/13
CONTINUAÇÃO
É possível o pedido de anulação quando o erro não incide na manifestação de vontade propriamente dita, mas sim no meio escolhido para que essa vontade fosse apresentada. Se o equivoco incide na transmissão da vontade tal como acontece quando o individuo se vale de meios eletrônicos ou interposta a pessoa, será possível também o pedido de anulação.
Os motivos são as razões de ordem interna, psicológica que levaram o individuo a contratar. Assim, se a pessoa compra um imóvel para ali construir um prédio, a sua construção é o motivo que levou a celebração daquele negócio jurídico. Em regra, o motivo é absolutamente irrelevante para a prática do negócio jurídico. Porém, a partir do momento em que as partes optam em inserir o motivo como clausula expressa do negócio jurídico a ser celebrado, se esse motivo estiver presente será possível requerer o desfazimento do negócio. Assim, no exemplo anterior, se ficar caracterizado como clausula expressa que o motivo da compra foi a celebração com o intuito de construir uma escola será possível requerer a anulação.
b) Dolo
 - Essencial (substancial) ou acidental (arts.145 e 146)
 - Ação (comissivo) ou omissão (omissivo)
No dolo, o individuo é induzido ao erro, ou seja, mediante o emprego de uma conduta ardilosa, o individuo consegue uma declaração da vontade que só foi obtida por conta dessa conduta. Enquanto no erro o indivíduo se equivoca por si só, no dolo a pessoa é levada ao erro por outrem que consegue enganá-lo. Tal como acontece no erro, o dolo poderá ser essencial ou acidental, sendo certo que no primeiro ato ou negocio jurídico só foi celebrado porque o indivíduo foi ardilosamente levado a praticá-lo ao passo que no segundo mesmo tendo sido enganado celebraria o negócio de qualquer forma, levando apenas a satisfação em perdas e danos. O dolo poderá acontecer por ação ou omissão, sendo certo que em relação ao último só tem cabimento em negócios jurídicos bilaterais em que uma das partes tem o chamado dever de informação e não a prestação. Tanto comissivo quanto omissivo poderão ser essenciais ou acidentais ao depender do caso concreto. 
 - Dolo bônus e malus
No dolo bônus, o indivíduo exalta as qualidades e benefícios da celebração do contrato sendo portanto a prática totalmente ilícita, não autorizando qualquer medida por parte daquele que contratou por conta do dolo, porém a partir do momento em que o interessado para obter a realização de contrato se vale de mentiras ou de informações inverídicas para obter a declaração da vontade alheia, a hipótese passou a ser de dolo malus e nessa circunstancia será o mesmo essencial ou acidental, a depender do caso, ou seja, seu indivíduo só contratou por conta da propaganda enganosa, o dolo é essencial e por ação. Se porém, contrataria de qualquer forma já que a mentira consiste em um algo a mais o dolo é acidental. 
Tanto no erro como no dolo para a anulação basta a provado vício de consentimento independente de qualquer prejuízo. Muito embora o legislador diga que no erro e no dolo o prazo de quatro anos deve correr da conclusão do ato, como tanto no erro quanto no dolo, no momento do declaração de vontade, aquele que contrata acredita que está celebrando o que quer, é possível afirmar que o prazo de quatro anos deverá fluir no dia em que ficar conhecido.
d) dolo por terceiro
Normalmente o indivíduo que age em dolo, assim procede para tirar benefício próprio, porém é possível que terceiro estranho ao contrato induza alguém ao erro para que o enganado contrate com outrem. No exemplo, João é enganado e por conta disso é levado a contratar com Marcos. Na hipótese duas soluções possíveis se apresentam, sendo certo que o desfecho passa obrigatoriamente pela análise da conduta daquele que contratou com o enganado. Se Marcos não sabia da conduta dolosa do terceiro nem poderia presumi-la, age de boa fé e como a hipótese é de anulabilidade, o negócio jurídico ficará mantido restando ao enganado apenas a possibilidade de pedir perdas e danos daquele que lhe ludibriou. 
Se Marcos sabia da conduta do terceiro, ou a situação fática permite concluir que ele sabia ou deveria saber (são parentes próximos, amigos, o auto preço do imóvel, etc), o pedido de anulação contra ele deverá ser julgado procedente e no mesmo processo João poderá pedir perdas e danos pelos prejuízos que experimentou tanto em face de Marcos quanto em face do terceiro.
Se ao praticar um negócio jurídico ambas as partes agem em dolo, uma procurando ludibriar a outra, em homenagem ao princípio da eticidade e preservando a ideia de que ninguém pode se beneficiar de sua própria torpeza, nenhum dos envolvidos poderá pedir a anulação ou perdas e danos, a conduta e/ou o prejuízo que seja mais grave que o outro.
Aula do dia 06/11/2013
- Através da representação:
 - legal (pais, tutores, curadores)
 - convencional (mandato) -> culpa in eligeno
 Representante -> contratante
Tomando por exemplo a hipótese do indivíduo que ao vender seu imóvel se vale da representação para vendê-lo a terceiro e esse representado engana o comprador, de forma que esse declare uma vontade de forma enganosa. E, por consequência do ato praticado, o comprador se vê obrigado a realizar despesas que montam trinta mil reais, desejando assim, a anulação e o ressarcimento, considerando que só realizou essas despesas por ter sido enganado.
A ação anulatória será dirigida diante do representado, que ao invés de praticar o negócio por si se valeu de terceiro, o representante. Nessas circunstancias, anulado o negócio jurídico, o representado retorna o bem e devolve a quantia devida pela transação. Quanto às perdas e danos, mais especificamente, quanto ao pedido de restituição dos trinta mil reais, em se tratando de representação legal, onde o representado não escolheu o representante, o primeiro só responde no limite do proveito que teve, assim perdas e danos serão suportados apenas ao representante. Em se tratando de representação convencional, onde o representado escolheu seu representante, a tua em culpa in eligeno, culpa que deriva da má escolha do representado, cooperam o pedido tendo em face em face de um ou de outro no mesmo processo que se pretende a anulação.
c) vis compulsiva (coação moral)
Na coação moral, também conhecida como vis compulsiva, a situação concreta de ameaça seria atual e iminente com relação ao coagido. 
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Desde que fique comprovado o vínculo afetivo que levaria o coagido a contratar. A coação moral se distingue da coação física pelo fato de que na coação moral a situação concreta permite uma opção de comportamento, podendo o coagido optar entre ceder a coação ou resistir a mesma, experimentando consequências do mal prometido. Na coação moral, o coagido a o celebrar o negócio já sabe que declara vontade diversa daquela que pretendia internamente. O prazo para a anulação é o mesmo dos demais vícios de vontade, porém não contada da conclusão do negócio, mas do dia em que ela cessar, já que após a celebração o indivíduo pode continuar sendo coagido. 
A coação moral é de ordem subjetiva e o magistrado para avalia-la não traçará qualquer comparação como conduta do ser humano levando-se em conta as condições específicas daquele que se diz coagido, até porque o coator tem conhecimento do fato ou circunstancia que levou o indivíduo a se sentir coagido.
A ameaça de um exercício de um direito como o de cobrar uma dívida ou ajuizar investigação de paternidade não leva à coação moral. Porém, a partir do momento em que um titular do direito faz uso do mesmo de forma desmedida, desarrazoada, age em abuso de direito na forma do artigo 197, podendo o negócio jurídico ser anulado pela coação e o coagido terá direito ainda a dano moral sem prejuízo de outras perdas.
O temor reverencial, vem a ser o respeito obtido através das relações de hierarquia, de subordinação ou respeito. Serve de exemplo a hipótese de pais e filhos, pastor e seus fiéis, patrão e empregado, professor e aluno, entre outros. A relação de simples temor reverencial não importa em maiores consequências. Porém, no momento em que se abusa dessa subordinação de forma a tirar proveito, o negócio jurídico passa a ser anulável. Assim, o patrão que exige do empregado, se valendo da sua relação empregatícia exigindo que o empregado lhe vendesse seu carro sob pena de demissão, será possível requerer a anulação. É possível que a coação seja exercida por terceiro estranho ao negócio jurídico, hipótese em que a solução dada pela norma no artigo 154, 155 é idêntica a do dolo exercido por terceiro. Assim, é possível afirmar a que anulação estará condicionada à prova de que a pessoa contratou o coagido estava de má fé ou ela se presume.
d)Estado de perigo e lesão
O estado de perigo e a lesão são vícios de consentimento criados pelo CC atual, podendo-se afirmar que no CC de 1916 não os mencionava. Tanto em um quanto em outro o vício é imprescindível para a sua caracterização, a excessiva desproporção entre as obrigações, fato que é objetivamente apreciável, considerando a necessidade de comprovar essa desproporção, fica evidente que melhor seria dar o emprego específico para as situações de estado de perigo ou lesão, considerando que nos demais vícios, coação, erro e dolo o fundamento é o elemento subjetivo, a conduta da pessoa, devendo o termo de anulação ficar reservado para essas hipóteses, deixando o termo de rescisão para as situações em que o indivíduo alega estado de perigo ou lesão como tentativa de desfazer o negócio jurídico.
Estado de perigo
- objetivo (excessiva desproporção)
- subjetivo
- dolo de aproveitamento
 O estado de perigo exige para a sua configuração a presença concomitante de três requisitos que deverão ser rigorosamente cumpridos por parte daqueles que pretendem o desfazimento do negócio. Inicialmente deve estar presente a prova da excessiva desproporção. O estado de perigo exige a constatação de que o débito só foi assumido porque o indivíduo se encontrava em necessidade de salvar a si próprio ou de sua família. Por fim, é imprescindível a prova do aproveitamento. Trata-se do consentimento de que a pessoa só contratou com que age em estado de perigo sabia dessa circunstancia e dela tirou proveito. O cheque caução prestado em hospitais é nítido exemplo, quando o consumidor suspeita que o serviço prestado não é condizente com o valor do cheque que se pretende descontar, nessa circunstância deverá ser proposta a ação para anular a emissão do cheque, devendo assim o consumidor uma vez anulado o cheque, pagar o valor devido, tomando por base o valor justo.
Lesão 
Uma lesão é quando vc faz dodói sinistro 
Lesão (157)
- objetiva (478)
-subjetivo
O vício da lesão prevê a presença concomitante de dois requisitos, objetivo e subjetivo, dispensando-se assim a presença do chamado dolo de aproveitamento. Como os requisitos de ambos os vícios guardam uma relação de proximidade, podendo-se afirmar inclusive que o requisitoobjetivo é o mesmo naquelas situações em que não for possível identificar o chamado dolo de aproveitamento deverá se aplicar subsidiariamente o vício da lesão.
O requisito objetivo de ambos os institutos é idêntico, podendo-se afirmar que a excessiva desproporção deve estar presente quando na conclusão do contrato sendo certo que não há critério tarifário pré-estabelecido para se apurar a desproporção, cabendo ao magistrado entender pela mesma ou não. Caso a excessiva desproporção se apresente em momento posterior, não terá como se invocar a lesão, devendo o operador do direito se valer da teoria da imprevisão (artigo 478) para tentar o reequilíbrio entre as prestações e não sendo possível a extinção do contrato.
Além do requisito objetivo para caracterização da lesão, é essencial a presença de um requisito subjetivo absolutamente diverso do requisito subjetivo do estado de perigo. É necessário a prova de que aquele que se sente lesado comprove chamada necessidade de contratar, ou seja, deverá testar que precisava praticar aquele negócio jurídico em especifico. O empréstimo bancário que causaria a chamada lesão usuraria, não é suficiente para o vício da lesão, considerando que qualquer pessoa pode alegar necessidade financeira. Pode ainda se valer da lesão aquele que alegar inexperiência em praticar aquele negócio jurídico em específico. Muito embora, o vício da lesão seja mais sustentável por pessoa de pouca instrução, é perfeitamente possível alega-lo por pessoa culta, mas que não tem a prática em relação àquele negócio em especifico. Na lesão, aquele que contratou com o lesionado tem a possibilidade de evitar o desfazimento do negócio, desde que concorde em reduzir o proveito econômico que teve, aproveitando por sua própria conta por ser citado na ação anulatória. Como a hipótese é de nulidade relativa, é possível que o negócio seja sanado, confirmado, ao invés de invalidá-lo. 
Aula do dia 09/11/2013 
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA (fato jurídico stricto senso)
Ambos os institutos possuem natureza de fato jurídico stricto senso, considerando que para consumação da prescrição e da decadência o fator determinante é o decurso de um lapso temporal, importando na extinção de um direito. No código civil atual o maior prazo é de dez anos optando o legislador em condensar os prazos prescricionais em sua maioria dos artigos: 205, 206 e no que diz respeito a decadência, os prazos decadenciais estão todos eles especificados pelo código civil. O código de dezesseis, o maior prazo era de 20 anos, e o legislador ao tratar do assunto não definiu quando era para descrição ou decadência, cabendo assim, ao interpreto faze-lo. Ambos os institutos foram idealizados partindo da necessidade da estabilidade das relações jurídicas, ou seja, devido a prescrição um devedor não pode ser cobrado a qualquer tempo e devido a decadência determinado direito não pode ser exercido quando seu titular bem pretender. Ambos os institutos se fundamentam, ainda, na inércia prolongada daquele eu é titular de um direito legitimo ou de um crédito.
1) prescrição (artigo 205, 206)
-legal
-contratual
A prescrição está intimamente ligada ao exercício e a prévia titularidade de um direito subjetivo. Na prescrição a pessoa física ou jurídica tenha possibilidade de exigir a entrega de um prestação, prestação essa que ora é proveniente da lei, ora do contrato, podemos afirmar que ambos as hipóteses a prescrição pode ser satisfeita em uma única vez ou em prestações. Na prescrição, a partir do momento em que o devedor não entrega a prestação espontaneamente, nasce para o titular do direito subjetivo a pretensão de ver o seu direito satisfeito. A pretensão significa um princípio que o titular do direito subjetivo deverá se socorrer do judiciário, propondo uma ação, hipótese em que terá exercido legitimamente a sua pretensão, caso não exerça essa pretensão no prazo legalmente estabelecido ocorre a prescrição total ou parcial da dívida. A prescrição estingue a exigibilidade do crédito, mas na prestação em si que continua existindo, porém não pode o devedor ser executado.
(decreto 20910/32)
Como dito anteriormente, a prescrição estingue a exigibilidade do crédito, mas não o crédito em si. Assim o devedor que vier a pagar uma dívida prescrita, total ou parcial, não pode em momento posterior pretender receber de volta mesmo que tenha pago sem saber, considerando que o legislador na forma do artigo 882, reconhece que esse pagamento foi feito considerando que existia uma prestação. O artigo 194 revogado em 2006 permitia que o juiz não reconhecesse de ofício a prescrição. Assim, mesmo naquelas situações em que o devedor estava sendo cobrado por um débito total ou parcialmente prescrito, o juiz nada podia fazer a respeito até que no ano de 2006essa norma veio a ser revogada e o juiz na forma do artigo 219, paragrafo 5ª do CPC passou a ser a obrigação de fazer o reconhecimento como objetivo de maior celeridade ás ações ajuizadas o reconhecimento da prescrição evita que uma ação se prolongue de forma injustificada, considerando a presença da mesma.
A prescrição pode ser alegada pelo devedor em qualquer fase do processo e não exclusivamente na primeira oportunidade que o devedor tiver para se manifestar naquele processo. Mesmo havendo consenso entre as partes e livre manifestação de vontade, não podem os envolvidos nessa relação ter débito e crédito, abrir mão dos prazos de prescrição no sentido de aumenta-los ou diminui-los, considerando que tais prazos são de ordens pública e não são modificáveis pelo interesse das partes. O devedor não pode antecipadamente, antes de consumar o prazo prescricional, abrir mão do direito de no futuro alegar a prescrição, caso tal prática fosse admitida, estariam mesmo se colocando nas mãos do credor já que o crédito passa a poder ser cobrado a qualquer tempo. Após a consumação do prazo prescricional, o devedor caso queira, poderá abrir mão de direito de alegar a prescrição, hipótese em que tal conduta estaria reconhecendo uma obrigação.
O artigo 196 do CC determina que qualquer alteração subjetiva do credor não implicará em recontagem do caso prescricional. Assim, se o indivíduo deve ao banco, aplicando-se a hipótese o artigo 206, parágrafo 5º, I e deixa de pagar.
Tendo transcorrido dois anos do prazo prescricional, se o banco é vendido a outro, aquele que assumiu a dívida não terá mais cinco anos para cobra-la, mas sim apenas mais 3 anos, na forma do artigo 196.
Algumas situações específicas não se sujeitam a prescrição, servindo de exemplo a tutela dos direitos da personalidade, a ação de usucapião que pode ser proposta a qualquer tempo pelo interessado e ainda as ações envolvendo direitos de família que também poderão ser propostas a qualquer tempo. O divórcio, a investigação de paternidade, são exemplos de ação que poderão ser propostas a qualquer tempo. Os prazos prescricionais estão sempre atrelados a sentenças condenatórias, já que o interessado ao propor a ação que envolva prescrição, busque que o juiz lhe assegure a condenação do réu, a prestação, fazendo assim a sua pretensão. 
Suspensivas 
As causas suspensivas e impeditivas da prescrição são as mesmas, variando o aumento de sua ocorrência, já que quanto às ultimas o prazo prescricional sequer se inicia, tomando por exemplo a hipótese do pai que se obriga a pagar alimentos ao filho, iniciando-se em janeiro de 2010 quando o menor possuía apenas dez anos, a hipótese comporta a causa impeditiva do artigo 197,II. Assim, até que o menor complete 20 anos de idade poderá ajuizar execução de alimentos em relação a todo esse período pretérito. Na hipótese, na data em que completou 18 anos, o prazo prescricional começou a correr. Assim, aos 20 anos e 1 mês não poderá exigir o débito em que se venceu a partir dos dez anos, podendo cobrar apenas os dois últimos anos. Tanto as suspensivas como as impeditivas fluem independente de qualquer conduta do interessado no sentido de suspender ou impedir. 
Nas causas suspensivas o prazo prescricional já vinha correndo ecom o advento dessa causa ficou paralisado até que a causa suspensiva não mais esteja presente. Com o fim da causa suspensiva, o prazo prescricional voltará a correr aproveitando o prazo prescricional já deflagrado. Assim, tomando por exemplo a hipótese de um pai que fica com lesão permanente em função do acidente da Faol, partindo da premissa que desporia de 3 anos para ajuizar ação indenizatória, se já decorrido dois anos desse prazo o pai vem a óbito deixando como herdeiro um filho com dez anos d idade, o caso prescricional ficará suspenso até a data que essa filho completar 16 anos na forma do artigo 198,I. Nesse caso, o prazo prescricional poderá correr por mais um ano. Mesmo o menor tendo discernimento reduzido a eventual ação indenizatória deve ser proposta pelo mesmo assistido por seus pais ou tutores, caso não promovam essa ação por entre o menor que deveriam assim proceder, poderão responder civilmente diante do menor pela inércia em orienta-lo na forma do artigo 195.
Interrupção 
As causa interruptivas da prescrição estão previstas no art. 202 e podem ser apontadas três cruciais diferenças entre as causas interruptivas e as suspensivas. Inicialmente as causa interruptivas exigem para a sua caracterização a sua manifestação de vontade no sentido de interromper a prescrição. Mesmo na única hipótese em que o devedor promove a interrupção da prescrição ainda assim, a mesma só se consagra por conta da iniciativa contribuída a alguém. As causas suspensivas podem ocorrer independentemente de qualquer manifestação de vontade do interessado. As causas interruptivas fazem com que o prazo prescricional fique zerado, diferente do que ocorre em relação às causas suspensivas que não mais existindo fazem com que o prazo volte a correr aproveitando o tempo já transcorrido até o advento da causa. Por fim, as causas interruptivas só podem ocorrer uma vez, ao passo que as causas suspensivas podem estar presentes inúmeras vezes no decorrer do prazo prescricional.
O art. 202 prevê a modalidade de interrupção da prescrição. A forma mais usual de promover essa situação ocorre através da distribuição da ação antes que o prazo venha a se consumir. A distribuição da ação terá o ônus do credor de impulsionar o recebimento de seu crédito. Se a ação inicial demora a ser julgada, por fato exclusivamente atribuível ao poder judiciário, o credor não poderá ser responsabilizado pelo tempo que esse processo vier a demorar, razão pela qual não há o que se falar sobre prescrição. Porém, se o processo fica paralisado por culpa do titular do direito subjetivo que deixou de promover seu andamento de forma que o prazo prescricional de seu crédito se consumasse, estamos diante de situação de prescrição. 
Tomando por exemplo o condômino que deve seu condomínio desde janeiro de 2010, caso o condomínio promova ação de cobrança em novembro de 2013, foi interrompido todo o prazo prescricional desse período, considerando que a prescrição, considerando que a prescrição em débito condominial é de cinco anos, art. 206, § 5º, I. se proposta a ação e esta ficar paralisada por cinco anos, por responsabilidade do condomínio que deixar de dar andamento no processo, será possível pronunciar a prescrição em relação àquele débito que havia sido interrompido.
As causas interruptivas previstas nos incisos subsequentes são promovidas judicialmente ou extrajudicialmente, servindo de exemplo a hipótese de notificação enviada no domicilio do devedor judicial ou extrajudicial, o pedido de parcelamento da dívida e todas as demais situações que se enquadram as hipóteses acima previstas.
Caso o credor consiga obter a seu favor a interrupção da prescrição, deverá na próxima oportunidade, a ação propondo a reparação de seu crédito, considerando que uma segunda oportunidade não poderá interromper a sua prescrição extrajudicialmente. Tomando por exemplo a hipótese de um advogado que firme com seu cliente contrato de honorários, devendo o mesmo pagá-lo em duas parcelas, primeira vencível em maio e outra em junho de 2007. Passado esse prazo, caso o cliente não pague, a ação de cobrança deve ser proposta no prazo do art. 206, § 5º, II. Optando o advogado em notificar seu antigo cliente em janeiro de 2009, o débito focará interrompido, tendo agora o advogado cinco anos para promover ação de cobrança caso opte em um segundo momento em notificar novamente seu antigo cliente, essa segunda tentativa não interromperá a prescrição.

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