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Direito de Família: Concubinato, União Estável e Parentesco

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DIREITO DE FAMÍLIA – I UNIDADE
 CASAMENTO
1. Concubinato e União Estável
	Antes da constituição federal de 1988 só existia o concubinato (pessoas que viviam como se casados fossem).
๏ Artigo 226, § 3º da CF – A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 3º - Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
	Com a constituição federal de 1988 passou a existir também a união estável como entidade familiar. Com a constituição federal as pessoas começaram a confundir a entidade familiar denominada concubinato com a união estável. Foi o código civil de 2002 quem diferenciou, de forma expressa, o concubinato da união estável.
๏ Artigo 1.727 do CC – As relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar, constituem concubinato.
O concubinato vai ser sempre uma relação entre homem e mulher. Dentre os impedidos de casar têm-se os casados (relação extraconjugal) e os parentes que não podem casar. Tal relação não pode ser eventual, sendo então contínua e constante. Não é um instituto familiar, não tendo a amante direito a alimentos e sucessão do outro. Extingue os direitos alimentares da amante. Para que um concubino tenha direito ao patrimônio do outro concubino é necessário que se prove o esforço comum, ou seja, provar/demonstrar que colaborou para a compra o construção daquele determinado patrimônio, não tendo direito a meação do patrimônio e nem da pensão do INSS.
๏ Artigo 1.723 do CC – É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, continua e duradoura e estabelecida com o objeto de constituição da família.
	A união estável também é uma relação existente entre homem e mulher, estando desimpedidos de casar os solteiros, viúvos, divorciados, separados de fato (está separado da esposa e convive com outra pessoa) e aqueles separados judicialmente. O aspecto é duradouro, pois a qualquer momento pode ser constituída uma união estável, mas o objetivo tem que ser o de constituir família, sendo o prazo indeterminado. Hoje em dia muitos namoros se confundem com a união estável, existindo assim, um contrato para namoro. A união estável é um instituto familiar, tendo direitos alimentares e sucessórios. Existem duas espécies de união estável:
a) União estável de direito: é aquela união que é feita expressamente, seja por um contrato público (a melhor de se fazer) ou particular. É a espécie de união estável que poucas pessoas fazem, mas é a mais segura, pois basta apresentar o contrato que a união já está reconhecida.
b) União estável de fato: é aquela união que não tem nada expresso, nada formalizado, sendo tudo verbal. Para que se possa comprovar essa união estável é necessária que seja espalhado entre as pessoas. Existem dois problemas nessa espécie de união estável: 1º) deverá, normalmente, ser reconhecida via judicial (poderá ser reconhecida no inventário se todos os herdeiros consentirem) e; 2º) deverá ser provada a notoriedade, ou seja, tornar o ato público e contínuo, espalhando para todos que a união é estável. 
Qual a principal diferença entre concubinato e união estável? O aspecto patrimonial do concubinato, pois este pode ter uma ação de reconhecimento e dissolução de concubinato, tendo o concubino direito somente aos bens do esforço comum (dispêndio de dinheiro). 
Qual a principal diferença entre a união estável e o concubinato? Na união estável a regra é que o regime seja o da comunhão parcial de bens, ou seja, todos os bens adquiridos na constância da união e a título oneroso se comunicam, ou seja, metade para cada um.
๏ Artigo 1.725 do CC – Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às regras patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens.
๏ Súmula 382 do STF – A vida em comum sob o mesmo teto, more uxório, não é indispensável à caracterização do concubinato.
	More uxório é a convivência sob o mesmo teto, não precisando nem morar sob o mesmo teto. Tal súmula fala somente do concubinato por ser anterior a constituição federal de 1988, portanto, onde se lê concubinato, também se lê união estável.
2. Parentesco
	Encontra-se no artigo 1.591 e seguintes do código civil. O parentesco é dividido em graus, linhas e espécies. Tem-se o parentesco em vários graus. 
Existem duas linhas de parentesco: 
I) Linha reta: ascendente e descendente. São eles: Sogro e sogra, genro e nora, enteado e enteada, padrasto e madrasta. É seu grau é infinito, jamais se extinguindo.
1º grau – do pai pro filho; 2º grau – avô pro neto; 3º grau – bisavô pro bisneto; 4º grau – tataravô para tataraneto...
๏ Artigo 1.591 do CC – São parentes em linha reta as pessoas que estão umas para com as outras na relação de ascendentes e descendentes.
II) Linha colateral: atualmente, vai até o 4º grau. Em 2º grau tem o cunhado (extingue o parentesco com o fim da relação matrimonial). É finita, provém de um tronco ancestral comum. 
2º grau – irmãos (tronco ancestral comum é o pai, a mãe ou os pais); 3º grau – tios e sobrinhos (tronco ancestral são o avô, avó ou avós); 4º grau – primos (tronco ancestral é o avô, avó ou avós), tio-avô e sobrinho-neto (tronco ancestral é o bisavô, bisavó ou bisavós).
Quanto às espécies de parentesco: 
I) Parentesco natural ou consangüíneo: provém dos mesmos laços de sangue. São de duas espécies:
		a) Duplo: filhos dos mesmos pais (irmãos germanos), duplamente primos.
b) Simples: unilaterais consangüíneos (filhos do mesmo pai) e unilaterais uterinos (filhos da mesma mãe).
II ) Parentesco civil: a lei civil autoriza o parentesco. A lei civil que autoriza é a adoção. Pais e filhos são legítimos, porém, não naturais. Adotante e adotado não podem casar.
๏ Artigo 1.597, V do CC – Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos:
V – Havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do marido; Homóloga não precisa de prévia autorização.
 
	Presume-se que o pai é o marido, no entanto, nem sempre o pai é o marido. Portanto, tal presunção é jures tantum (presunção relativa), passível de impugnação. O marido que não pode ter filhos autoriza a sua esposa a fazer a inseminação artificial. Nascendo o filho, a mãe é legítima e natural, porém o pai é somente legítimo, porque autorizou, e é um pai civil.
III) Parentesco por afinidade: são os melhores parentes que temos. Impedimento matrimonial do sogro e sogra, genro e nora, enteado e enteada, padrasto e madrasta, cunhado (esta no 2º grau na linha colateral, se extinguindo). Advém da união estável e do casamento.
๏ Artigo 1.595 do CC – Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vinculo da afinidade.
§ 1º - O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro.
§ 2º - Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável.
๏ Artigo 1.521, II do CC – Não podem casar:
II – Os afins em linha reta; Sogro e sogra, genro e nora, enteado e enteada, padrasto e madrasta
3. Esponsais
	É uma promessa de casamento. No Brasil seria um noivado. Trata-se de esponsio, que é um contrato verbal. Havendo um rompimento injustificado caberá indenização por danos morais e materiais. Situações divergentes na doutrina e jurisprudência:
I) As esponsais seriam simplesmente um ato da vida social. Uma vez rompido o ato, não geraria qualquer indenização, pois antes romper agora do que depois do casado.
II) Contrato preliminar ao casamento, ou seja, uma vez rompido sem justificar e conseqüências de danos a uma das partes, o inocente poderá entrar com uma ação indenizatória por danos morais (quanto mais próximo ao casamento for a desistência, maior a indenização) e materiais (provar quanto gastou e iria gastar para o casamento). Vem sendo o mais utilizado.
4. CasamentoTêm-se três situações importantes do casamento: impedimentos matrimoniais, anulação do casamento e causas suspensivas.
I) Impedimentos matrimoniais: se casar, o casamento é nulo – nulidade absoluta. Efeito ex tunc (retroage tudo, não tendo nenhuma validade).
๏ Artigo 1.521 do CC – Não podem casar:
I – Os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil; Natural – pai com filha, mãe com filho.
II – Os afins em linha reta; sogro/sogra, genro/nora, enteado/enteada, padrasto/madrasta, cunhados.
III – O adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem foi o cônjuge do adotante; Parentesco civil.
IV – Os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive; Até o 3º grau inclui tio e sobrinha. O decreto-lei 3200/41 (lei da família) não foi revogado pelo código civil de 2002 em razão da LICC (Lei de introdução ao código civil, artigo 2ª, § 2º). Tal decreto-lei diz que o 3º grau pode casar desde que faça um exame pré-nupcial, para verificar se o sangue é compatível.
V – O adotado com o filho do adotante; Parentesco civil.
VI – As pessoas casadas; O segundo casamento é nulo, sob pena de bigamia. 
VII – O cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o consorte. O casamento é nulo. Tem que ter o trânsito em julgado, enquanto isso o acusado é inocente.
II) Anulação do casamento: começa do artigo 1.550 do CC. Também chamado de nulidade relativa, e se casar o casamento é anulável. Efeito ex nunc (tem direito num certo período, só não tem validade a partir da propositura da ação. Entre o casamento e o pedido de anulação, houve validade). A anulação volta ao estado civil de solteiro. 
๏ Artigo 1.557 do CC – Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge: O prazo para anular esse casamento é de 3 anos, e tal prazo começa a contar da celebração do casamento.
I – O que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado; 
II – A ignorância do crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a vida conjugal;
III – A ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável, ou de moléstia grave e transmissível, pelo contágio ou herança, capaz de por em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência; O defeito irremediável é a impotência – marido não consegue mais ter relação sexual com a sua pessoa. Coitofobia por parte da mulher, ou seja, aversão irreprimível ao relacionamento sexual.
IV – A ignorância, anterior ao casamento, de doença mental grave que, por sua natureza, torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado.
๏ Artigo 1.550 do CC – É anulável o casamento: Os prazos para o pedido de anulação do casamento variam de um inciso para o outro.
I – De quem não completou a idade mínima para casar; A idade mínima seria de 16 anos. Os pais têm o prazo de 180 dias para pedir a anulação do casamento.
II – Do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal; Menor entre 16 e 18 anos precisa de autorização dos pais para casar. Os pais podem pedir a anulação do casamento no prazo para pedir a anulação do casamento é de 180 dias.
III – Por vicio da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558; Prazo de 4 anos para anular o casamento.
IV – Do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento; Prazo de 180 dias.
V – Realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges; Prazo de 180 dias para pedir a anulação do casamento.
VI – Por incompetência da autoridade celebrante; tem que ser de forma relativa, pois se fosse absoluta seria nulo o casamento. Na hipótese do casamento ser realizado em outro cartório. O prazo para pedir a anulação do casamento é de 2 anos.
III) Causas suspensivas: estão no artigo 1.523 do código civil. O casamento não é nulo e nem anulável, tendo apenas uma sanção de ordem econômica. Casarão sobre o regime da separação obrigatória de bens. Será uma imposição de regimes de bens
๏ Artigo 1.523 do CC – Não devem casar:
I – O viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros; Após o término da partilha, poderá alterar o regime da separação de bens.
II – A viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal; O tempo de 10 meses é porque a viúva pode estar grávida. Caso apresente um laudo médico de que não está grávida, poderá casar antes dos 10 meses, podendo escolher o regime de separação de bens.
III – O divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal; Tendo bens e não sendo feito a partilha dos bens do 1º casamento, casará sobre o regime da separação obrigatória de bens. Não deixando bens a partilhar, fará uma certidão avisando isso.
IV – O tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas;
4.1. Espécies de casamento:
I) Casamento putativo: casamento imaginário (exemplo de dois irmãos que se casam sem saber que eram irmãos). Casamento é nulo ou anulável, mas declarado putativo, tendo efeito patrimonial. A boa-fé vai provar se o casamento é putativo ou não.
	Quais os efeitos de um casamento putativo? Sempre tem que estar pelo menos um em boa-fé. A pessoa de boa-fé tem todos os efeitos patrimoniais principalmente.
II) Casamento nuncupativo: também chamado de in extremis (extrema urgência). A pessoa está para morrer e quer casar, caso das pessoas que não tem herdeiro nenhum e quer deixar os bens para aquele companheiro. Tal casamento é comprovado por 6 testemunhas que assistem a manifestação de vontade dos dois. Posteriormente a celebração do casamento nuncupativo é feito a habilitação matrimonial. Este casamento ainda não é válido, pois depende de homologação judicial do casamento nuncupativo no prazo de 10 dias, onde o juiz irá ouvir essas 6 testemunhas. O casamento homologado retroage a data da celebração e o casamento é válido.
๏ Artigo 1.541 do CC – Realizado o casamento, devem as testemunhas comparecer perante a autoridade judicial mais próxima, dentro em dez dias, pedindo que lhes tome por termo a declaração de:
I – Que foram convocadas por parte do enfermo;
II – Que este parecia em perigo de vida, mas em seu juízo;
III – Que, em sua presença, declararam os contraentes, livre e espontaneamente, receber-se por marido e mulher;
§ 1º - Autuado o pedido e tomadas as declarações, o juiz procederá às diligencias necessárias para verificar se os contraentes podiam ter-se habilitado, na forma ordinária, ouvidos os interessados que o requererem, dentro em quinze dias;
§ 2º - Verificada a idoneidade dos cônjuges para o casamento, assim o decidirá a autoridade competente, com recurso voluntario às partes;
§ 3º - Se da decisão não tiver recorrido, ou se ela passar em julgado, apesar dos recursos interpostos, o juiz mandará registrá-lo no livro do Registro dos Casamentos;
§ 4º - O assento assim lavrado retrotrairá os efeitos do casamento, quanto ao estado dos cônjuges, à data da celebração;
§ 5º - Serão dispensadas as formalidades deste e do artigo antecedente, se o enfermo convalescer e puder ratificar o casamento na presença da autoridade competente e do oficial do registro;
4.2. Efeitos do casamento:
	Temos três efeitos matrimoniais:
I) Efeito social: casamento válido fez efeito social. Os principais efeitos sociais do casamento são: casou – emancipação do menor; alteração do estado civil da pessoa; faz parentesco por afinidade.
II) Efeitos pessoais: são os deveres do casamento.
๏ Artigo 1.566 do CC – São deveres de ambos os cônjuges:I – Fidelidade recíproca; Principal dever do casamento. Existem três espécies: fidelidade física (é a que ocorre o adultério, muito difícil de comprovar – tem que pegar no flagra); fidelidade moral (namoro com terceiro, mais fácil de comprovar – ter testemunha que viu) e; fidelidade virtual (aquela que ocorre mais especificamente na internet – é a que mais existe, comprova-se através do seu histórico no disco rígido).
II – Vida em comum, no domicilio conjugal; More uxório – conviver sob o mesmo teto.
III – Mútua assistência; Moral e material.
IV – Sustento, guarda e educação dos filhos;
V – Respeito e consideração mútuos; Aspecto físico e moral.
 
III) Efeitos patrimoniais: diz respeito ao regime de bens. Temos três princípios dos regimes de bens: 
a) Princípio do pacto antenupcial (pacto feito antes do casamento e que só tem vigência após o casamento. Pode optar por um regime que não seja legal – separação total de bem, participação nos acrescimentos e comunhão universal de bens). Como seria a formalidade de um pacto antenupcial? Tem que ser feito por escritura pública, lavrado perante um tabelião de notas (senão seria inválido). Para ter efeito erga omnes (contra todos) deverá ser registrado no Cartório de Registro de Imóveis (para ter efeito contra terceiros), pois fala sobre patrimônios; no primeiro domicílio dos nubentes. Não se podem colocar no pacto nupcial deveres do casamento e nem multa por débito conjugal, pacto nupcial só serve para patrimônio.
	Os regimes legais de bens que temos são: comunhão parcial de bens e separação obrigatória, não precisando esses dois de pacto antenupcial.
b) Princípio da mutabilidade do regime adotado: o regime de bens poderá ser alterado na constância do casamento. Anterior ao código civil de 2002 o casal teria que entrar com uma ação de separação, depois divorciar e depois o casal se casava em outro regime. Hoje basta fazer o pedido de mutabilidade do regime de bens. São três requisitos para alterar o regime de bens:
	1º) Ser feito via judicial.
	2º) Deverá ser consensual.
3º) Deverá ser motivado, justificado o pedido de alteração do regime de bens.
๏ Artigo 1.639, § 2º do CC – É licito aos nubentes, antes de celebrados o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver.
§ 2º - É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros.
b) Princípio da variedade do regime de bens: a lei não impõe só um regime, coloca quatro regimes de bens a nossa disposição: 
1º) Regime da comunhão parcial de bens: é um regime legal, pois basta não falar nada que este será o regime inserido no casamento.
Quais os bens que se comunicam na comunhão parcial de bens? 
๏ Artigo 1.660 do CC – Entram na comunhão:
I – Os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges;
II – Os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho, ou despesa anterior; loteria, mega-sena...
III – Os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges;
IV – As benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge;
V – Os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão.
		Quais os bens que não se comunicam na comunhão parcial de bens? Os bens adquiridos antes do casamento; adquiridos por herança, doação e sub-rogados (comprar um imóvel com o dinheiro da venda de um imóvel adquirido antes do casamento); proventos do trabalho (remuneração do trabalho); instrumentos de profissão; dívidas pessoas (quando não foram convertam em proveito comum); alimentos (pensão do INSS, pensão alimentícia).
2º) Regime da comunhão universal de bens: atualmente é um regime que deverá ser feito por pacto ante nupcial, optar por fazer por escritura pública. A regra é: todos os bens adquiridos na constância do casamento, a título gratuito ou oneroso, adquiridos anteriormente ao casamento, tudo se comunica na comunhão universal de bens.
	Quais os bens que não se comunicam na comunhão universal de bens? Instrumento de profissão; proventos do trabalho; dívidas que não convertam o proveito comum; alimentos.
3º) Regime da participação final nos aquestos: é um regime novo, pouco utilizado, veio com o código civil de 2002. É denominado pela doutrina de regime misto, pois mistura dois regimes (na constância do casamento é como se fosse separação total dos bens; na dissolução do casamento é como se fosse comunhão parcial dos bens – se comunicam os frutos e juros dos bens particulares apenas).
4º) Regime da separação de bens: dentro deste regime temos duas espécies de separação de bens: separação absoluta (a escolha é do casal, feito pelo pacto nupcial, com escritura pública e registro no Cartório de Registro de Imóveis. Os bens não se comunicam, com exceção dos bens adquiridos pelo esforço comum) e a separação obrigatória de bens (por imposição legal – está disciplinada no artigo 1.641 do CC, não é por pacto nupcial. Os bens se comunicam quando adquiridos na constância do casamento e a título oneroso).
๏ Artigo 1.641 do CC – É obrigatório o regime de separação de bens no casamento:
I – Das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento; Tal regime pode ser alterado se sanado as causas suspensivas.
II – Da pessoa maior de 70 (setenta) anos; Para que não haja casamento por interesse.
III – De todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial; O exemplo do menor de 16 anos. Pode ter o seu regime alterado quando ficar maior de 16 anos.
	Quais os regimes que precisam de pacto antenupcial? Separação total de bens, participação final nos aquestos e comunhão universal de bens. Os outros dois regimes – separação obrigatória (por imposição de lei) e comunhão parcial (não precisam de pacto antenupcial, pois se não falar nada, a comunhão parcial seria o regime a ser adotado).
4.3. Dissolução da sociedade conjugal
	É tratado a partir do artigo 1.571 do código civil. O que é terminar e dissolver a sociedade conjugal? Terminar é por fim aos deveres do casamento e dissolver é extinguir o casamento.
๏ Artigo 1.571 do CC – A sociedade conjugal termina:
I – Pela morte de um dos cônjuges;
II – Pela nulidade ou anulação do casamento;
III – Pela separação judicial;
IV – Pelo divórcio;
§ 1º - O casamento válido só se dissolve pela morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio, aplicando-se a presunção estabelecida neste Código quanto ao ausente; Na morte e no divórcio, extingue, dissolve e termina a sociedade conjugal. O viúvo ou o divorciado pode casar de novo.
	No código civil existem duas espécies de separação judicial:
I) Separação judicial consensual: é feita por mútuo consentimento. Ambos querem a separação. Tem o prazo de 1 ano de casados para pedir a separação judicial consensual, sendo considerado como um período de adaptação.
๏ Artigo 1.574 do CC – Dar-se-á a separação judicial por mútuo consentimento dos cônjuges se forem casados por mais de um ano e o manifestarem perante o juiz, sendo por ele devidamente homologada a convenção.
Parágrafo único – O juiz pode recusar a homologação e não decretar a separação judicial se apurar que a convenção não preserva suficientemente os interesses dos filhos ou de um dos cônjuges.
II) Separação judicial litigiosa: não tem prazo para pedir a separação. Tal separação tem 3 espécies:
		a) Sanção: porque quebrou deveres do casamento.
๏ Artigo 1.572 do CC – Qualquer dos cônjuges podem propor a ação de separação judicial, imputando ao outro qualquer ato que importe grave violação dos deveres do casamento e torne insuportável a vida em comum.
b) Falência: quando o casal estiver separado de fato a mais de 1 ano, qualquer um dos dois pode pedir a separação judicial litigiosa por falência ou ruptura.
๏ Artigo1.572, § 1º do CC - A separação judicial pode também ser provida se um dos cônjuges provar ruptura da vida em comum há mais de um ano e a impossibilidade de sua reconstituição.
			c) Remédio: o prazo era de 5 anos, passando para 2 anos.
๏ Artigo 1.572, § 2º do CC – O cônjuge pode ainda pedir a separação judicial quando o outro estiver acometido de doença mental grave, manifestada após o casamento, que torne impossível a continuação da vida em comum, desde que, após uma duração de dois anos, a enfermidade tenha sido reconhecida de cura impossível.
	O divórcio judicial pode ser litigioso ou consensual. Existe um lapso temporal de separado de fato ou judicialmente. O que se discute é somente o lapso temporal. Tem duas espécies:
I) Direto: a pessoa propõe como primeira ação o divórcio. Tem como requisito estar separado de fato por 2 anos.
II) Indireto: o casal tem que estar 1 ano separado judicialmente. É chamado de ação de conversão de separação judicial em divórcio.
๏ Artigo 1.580 do CC – Decorrido um ano do transito em julgado da sentença que houver decretado a separação judicial, ou da decisão concessiva da medida cautelar de separação de corpos, qualquer das pessoas poderá requerer sua conversão em divórcio.

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