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UNIDADE iV Estereoquímica Isomeria Espacial: Conceito de estereogenia; Nomenclatura R-S; Relação estrutura-atividade biológica; Luz plano-polarizada e atividade ótica, rotação específica, conceito de enantiômeros e diastereômeros; resolução de misturas racêmicas; Nomenclatura E-Z. Classificação dos estereoisômeros Estereoisômeros (Isômeros que apresentam a mesma sequência de ligações covalentes e diferem na disposição relativa de seus átomos no espaço) Enantiômeros (estereoisômeros que são imagem especular não-sobreponível um do outro) Diastereoisômeros (estereoisômeros que não guardam relação imagem especular um do outro) (+)-Ácido láctico (-)-Ácido láctico Enantiômero Imagem refletida, não superponível!!! * * Uma molécula com um único carbono tetraédrico ligada a quatro grupos diferentes. Uma molécula com mais de um carbono tetraédrico ligado a quatro grupos diferentes pode não ser quiral (se apresentar plano de simetria). Molécula Quiral e Centro Estereogênico Centro estereogênico: um átomo tetraédrico de carbono, e.g. designado com um asterisco (*), em que um intercâmbio de quaisquer dois grupos produzirá um estereoisômero (enantiômero). Teste de quiralidade: planos de simetria não superponível mão esquerda mão direita espelho Se a molécula apresentar pelo menos um plano ou centro de simetria será aquiral (imagem especular superponível). Uma molécula quiral não apresenta plano de simetria, é não sobreponível a sua imagem e pode existir como um par de enantiômeros. Teste com plano imaginário CH3CHClCH3 CH3CHClCH2CH3 Moléculas “quirais” Moléculas “aquirais” O corpo humano, de forma geral, é estruturalmente “quiral”. Plantas e animais exibem certa quiralidade estrutural, adicionalmente, alguns movem-se sempre em uma direção. A importância da estereoisomeria para a vida Lonicera sempervirens (enrosca-se para a esquerda ) O caramujo Lignuus virgineus apresenta casca helicoidal enrolada para direita I. Quiralidade é um fenômeno que preserva o universo ---- Eixo bilateral Usualmente, existe em umas das formas enantioméricas para uma dada espécie. Os aminoácidos naturais que constituem as proteínas são quirais e em geral, apresentam configuração L. Os açúcares naturais, em geral, apresentam configuração D, incluindo os do DNA e RMN. II. A maioria das moléculas que compõem seres vivos é quiral 8 centros quirais 256 estereoisômeros apenas 1 é produzido naturalmente. * * * * * * * * * Cadeia principal Cadeia lateral Fragmento de polipeptídeo colesterol A interação específica do sítio quiral de um receptor com uma molécula quiral é, usualmente, o único caminho favorável para uma resposta biológica específica (p.e. o caso do cheiro dos diferentes enantiômeros). III. As propriedades biológicas estão relacionadas à quiralidade Mentha spicata Carum carvi odor do cominho odor do hortelã Limoneno Monoterpeno encontrado em frutas cítricas (cascas de limões e laranjas). (S)-Limoneno (R)-Limoneno As reações bioquímicas, normalmente, envolvem apenas um dos estereoisômeros. Para exercer sua ação biológica, um estereoisômero em particular precisa encaixar-se no sítio ativo de um receptor quiral de forma complementar apropriada. Em função do arranjo tetraédrico dos aminoácidos, três pontos de interação podem ocorrer, com alinhamento para um único estereoisômero. IV. A estereoisomeria é a responsável pela especificidade das reações bioquímicas Easson e Stedman (1933) propuseram que o reconhecimento molecular de um ligante com um centro assimétrico pelo bioreceptor, deveria envolver participação de pelo menos três pontos. Modelo de três pontos de Easson-Stedman Epinefrina ou adrenalina é um neurotransmissor e hormônio simpaticomimético (prepara o corpo para o estresse). Somente a (-)-epinefrina exerce esse papel no nosso organismo. A atividade antihistamínica (anti-alérgico) do (E)-triprolidina é 1000 vezes maior do que (Z)-triprolidina isômero. Alterações no arranjo espacial dos grupos envolvidos nas interações ligante-receptor implicam em perda de complementaridade e, consequentemente, perda de afinidade e atividade intrínseca. mais ativo Estereoquímica: breve histórico Biot (~1830): investigando a natureza da luz plano-polarizada, descobriu que certos açúcares e a cânfora provocavam rotação na luz plano polarizada. Pasteur (1849): separação cristais de tartarato de amônia em dois tipos idênticos em forma, porém, imagem especular um do outro. Ambos apresentavam mesmas propriedades químicas, mas em solução um era capaz de desviar a luz plano polarizada para a esquerda (levoratatória) e o outro para direita (dextrorotatória). 12 “Não há duvida de que no ácido [dextro-tartárico] existe um arranjo assimétrico que possui uma imagem a que não se sobrepõe. Também é certo que átomos do ácido levo-tartárico possuem precisamente a arranjo assimétrico inverso”. Pasteur: fundador da estereoquímica Louis Pasteur (França, 1822–1895) Suas descobertas tiveram enorme importância na química e da medicina, especialmente, às relacionadas a causas e prevenções de doenças (vacina anti-rábica). Piutti (1886): descreveu o isolamento dos enantiômeros da asparagina e assumiu que as propriedades organolépticas antagônicas expressavam diferentes modos de reconhecimento molecular do ligante pelo sítio receptor localizado nas papilas gustativas, traduzindo sensações distintas. Van‘t Hof e Le Bel (1875): confirmaram as idéias de Pasteur acerca da geometria tetrahédrica do carbono saturado (Prêmio Nobel em 1901). Asparagina Estudos de cristalografia de Raios-X (1951): confirmaram que as formas levorotatória e dextrorotatória do ácido tartárico são imagens especulares uma da outra. (2S, 3S)-ácido tartárico (levorotatório) Ácido (-)-tartárico (2R, 3R)-ácido tartárico (dextrorotatório) Ácido (+)-tartárico Ainda nesse estudo, estabeleceram a configuração absoluta de cada isômero: o isômero (+) corresponde à configuração (R,R) e o isômero (-) à configuração (S,S). Quando lançada, a talidomida (sedativo hipnótico) era considerada segura para tratamento de náuseas no período inicial da gravidez, administrada na forma racêmica. Em 1960, ocorreu a tragédia decorrente do uso indiscriminado do sedativo por gestantes, resultando no nascimento de aproximadamente 12.000 crianças deformadas. A tragédia causada pela talidomida Anomalias de formação causadas pelo enantiômero S da talidomida O estudo do metabolismo da talidomida permitiu evidenciar que o enantiômero (S) era seletivamente oxidado (CyP450), levando à formação de espécies eletrofílicas reativas do tipo areno-óxido que reagem com nucleófilos bioorgânicos, induzindo teratogenicidade. Esse lamentável episódio despertou a atenção da comunidade científica e das autoridades farmacêuticas sobre a importância do centro assimétrico na atividade farmacológica. “Eutômero” Nomenclatura (R-S): Sistema Cahn-Ingold-Prelog Colocar os 4 grupos (ou átomos) ligados ao átomo quiral em ordem de prioridade de Cahn-Ingold-Prelog. Projetar a molécula com o grupo de menor prioridade para trás. Selecionar o grupo de maior prioridade e desenhar uma seta curva em direção aos grupos de menor prioridade. Se a seta está na direção horária é R, se estiver na direção anti-horária, a configuração é S. Horário (R) Rectus = direita Anti-horário (S) Sinistrus = esquerda Regras de prioridade de Cahn-Ingold-Prelog 1. Para átomos diferentes: Quanto maior o número atômico, maior a prioridade: F<Cl<Br<I. 2. Se dois isótopos do mesmo elemento estão presentes, o isótopo de maior massa recebe a maior prioridade: H < D 3. Se dois átomos são idênticos, os números atômicos dos próximos átomos são usados para o assinalamento de prioridade: 4. Átomos ligados por ligações duplas e triplas são contados como duas e três ligações simples equivalentes. ≈ ≈ Configuração R Limoneno Nomeando a partir de Fórmulas em Perspectiva (Sistema de Notação R e S de Cahn-Ingold-Prelog) Passo 1: Atribua as prioridades para os quatro substituintes. Passo 2: Sem romper ou formar novas ligações, posicione o grupo de prioridade menor para trás do plano do papel. Nomeando a partir de Fórmulas em Perspectiva (Sistema de Notação R e S de Cahn-Ingold-Prelog) Regra 3: Verifique em que sentido (horário ou anti-horário) se dá a contagem das prioridades atribuídas, desconsiderando o de prioridade 4. Se a rotação for no sentido horário a configuração absoluta é R. Se a rotação for no sentido anti-horário a configuração absoluta é S. Enantiômeros da frutose Lewis Carroll (C. L. Dodgson), autor de “Alice’s Adventures in Wonderland”, foi contemporâneo de Emil Fischer. Estereoisômeros e atividade ótica (±) Mistura racêmica, 1:1 → [α]D = 0 Propriedades dos enantiômeros Forma Ponto de Ebulição (ºC) pKa (+) 53 3,8 (-) 53 3,8 (±) 16,8 3,8 Enantiômeros apresentam quase todas as propriedades físicas iguais (ponto de fusão, ponto de ebulição, densidade), exceto a interação com a luz plano-polarizada. S-Ácido láctico R-Ácido láctico Luz ordiária Luz plano-polarizada Campo elétrico Campo magnético Componente magnético Componente elétrico Direção do feixe de luz A oscilação de uma luz ordinária em um campo elétrico ocorre em todas as possíveis orientações plano perpendiculares à direção de propagação (difusa). Quando a luz é passada através de um polarizador apenas um plano emerge. Polarímetro e rotação específica Se a luz plano polarizada sofre desvio no tubo do polarímetro, o analizador necessita ser girado para permitir a passagem da luz. Rotação no sentido horário (+): molécula dextrorotatória. Rotação no sentido anti-horário (-): levorotatória. Medindo a rotação específica: Compostos Quirais são opticamente ativos, ou seja, desviam o plano da luz linearmente polarizada. Compostos Aquirais não desviam o plano da luz linearmente polarizada. Eles são opticamente inativos. Se α < 0 (anti-horário) é o enantiômero levógiro (l) ou (-) Se α > 0 (horário) é o enantiômero dextrógiro (d) ou (+) Esta designação não tem correlação com a atribuição R e S. Rotação (não presente) Na ausência do (S)-2-butanol não ocorre cancelamento da rotação Rotação Enantiômeros puros » desviam a luz plano polarizada em valor igual e direção oposta. Mistura racêmica (±) » apresenta composição 1:1 de cada um dos enantiômeros: mistura oticamente inativa, [α]D = 0 (R)-(–)-2-Butanol (S)-(+)-2-Butanol = +13.52° = –13.52° (R)-2-butanol (S)-2-butanol A rotação específica [α]D pode ser calculada por: T = Temperatura em °C D = Comprimento de onda (lâmpada Na Raia D 5896 Å) α = Medida da rotação em graus l = Comprimento do tubo de amostra em decímetros c = Concentração da amostra em g/mL = Rotação específica Composto [a]D(°) Composto [a]D(°) Cânfora +44.26 PenicilinaV +223 Morfina –132 Glutamatomonosódico +25,5 Sacarose +66,47 Benzeno 0 Colesterol –31,5 Ácidoacético 0 Rotações específicas de algumas substâncias conhecidas: Pureza óptica: excesso enantiomérico Frequentemente uma mistura de enantiômeros pode ser enriquecida de um dos enantiômeros e o excesso enantiomérico pode ser calculado: (S)-(+)-2-Butanol = +13.52° Exemplo: a rotação óptica de uma amostra de 2-butanol é +6,76º. Qual é o excesso enantiomérico? 25%(-) : 25%(+) + 50%(+) Mistura racêmica ou ee Enantiômeros e Diasterioisômeros Isômeros cis-trans são diasterioisômeros Enatiômeros (imagens especulares) Enatiômeros (imagens especulares) Diastereoisômeros (não são imagens especulares) Ácido maleico (cis) Ácido fumárico (trans) Enantiômeros Enantiômeros Diasterioisômeros Moléculas com mais de um centro estereogênico possuem no máximo 2n estereoisômeros, onde n é igual ao número de centros estereogênicos. 22 = 4 2,3-Dibromopentano Colesterol apresenta 8 centros quirais, 256 é o número de estereoisômeros, no entanto, apenas 1 é produzido naturalmente. Esteróides série 5b Esteróides série 5a N10 = 1024 R = CH(CH3)CH2CH2CH2CH(CH3)2 Isômeros da treonina Estereoisômero Enantioméricocom Diastereoisoméricocom 2R,3R 2S,3S 2R,3Se2S,3R 2S,3S 2R,3R 2R,3Se2S,3R 2R,3S 2S,3R 2R,3Re2S,3S 2S,3R 2R,3S 2R,3Re2S,3S Relações estereoisoméricas Diasterioisômeros Enantiômeros Enantiômeros Efedrina componente do remédio chinês tradicional 'Ma Huang', extraído de espécies de Ephedra, usado também em sprays nasais (descongestionante). Pseudoefedrina é o componente do descongestionante Sudafed. Efedrina e Pseudoefedrina Plano de simetria - Composto Meso - compostos aquirais, mas que contém centros quirais. Enantiômeros ??? Diasterioisômeros Opticamente inativo Quando esta estrutura sofre um giro de 180° no plano da página pode ser superposta a estrutura C. 2,3-Dibromobutano N = 2, no entanto, apenas 3 isômeros são possíveis Enantiômeros ??? Opticamente inativa (plano de simetria) “meso” Isômeros do ácido tartárico Qual relação do meso com os demais isômeros?? (+)-Ácido láctico (+)-Ácido láctico Projetadas p/ frente Projetadas p/ trás Estereoisômeros e Projeções de Fischer Representação de uma molécula quiral, onde as linhas horizontais representam as ligações projetadas para frente do plano do papel e as verticais representam as projetadas para trás (convenção). Emil Fischer (1852–1919): Nobel em Química (1902) » Química dos açúcares Movimentações permitidas nas projeção de Fischer: 1. Rotação 180° ou 360° no plano é permitida (não 90°): –COOH e –CH3 estão atrás do plano em ambas; –H e –OH estão à frente do plano em ambas. (360° retorna a mesma representação) –COOH e –CH3 estão atrás do plano do papel em uma projeção e para frente em outra. ≈ ≠ 2. Rotação 90° no plano » inversão do significado: 3. Mantendo-se um grupo firme, os outros três podem girar livremente: ≈ 4. Como analisar diferentes projeções de Fischer: C ≠ A B = A Problema: São as projeções A e B idênticas ou enantioméricas? Manipular B para ver se ele se tornará sobreponível a fórmula A: Alternativamente, troque os grupos para tentar converter B em A: uma troca de grupos leva ao enantiômero de B duas trocas consecutivas de grupos leva ao A (A = B) Enantiômero de B A = B Fixar Cl Fixar Br B é idêntica a A Convenção de Fischer-Rosanoff e Configuração Relativa Configuração relativa: açúcares e aminoácidos com a mesma configuração relativa do (+)-gliceraldeído foram assinaladas como D e, as com a mesma do (-) gliceraldeído foram assinaladas como L. (carboidratos mais simples) (+)-Gliceraldeído D No início do século 20, foi dada ao (+)-gliceraldeído a estereoquímica (D) e ao (-)-gliceraldeído foi dada a estereoquímica (L). (-)-Gliceraldeído L Considerava-se a configuração do centro estereogênico mais distante do grupo carbonila Configuração Absoluta Com o advento da cristalografia de raio-X (1951) tornou-se possível conhecer a orientação tridimencional (configuração absoluta) do gliceraldeído: o isômero D (+) passou a corresponder à configuração (R) e o isômero L (-) a configuração (S). (S)-Gliceraldeído [(S)-(–)-2,3-dihidroxipropanal], [α]D = – 8,7° Estrutura por Raio x Não existe correlação entre a configuração R-S e a rotação específica ([α]D) Estereoquímica S Atribuindo configurações R, S para projeções de Fischer ≈ ≈ Serina Treose [(2S,3R)-2,3,4-Trihidróxi-butanal] Aplicando a regra de nomenclatura R-S (2R, 3R)-2,3-dibromobutano Dica: trocar H por CH3 e Br por CHBrCH3 Dica: trocar CH3 por H e Br por CH3 C2 C3 Representação de Fischer para substâncias com mais de um carbono assimétrico FÁRMACOS - Em muitos fármacos apenas um dos isômeros óticos têm atividade farmacológica. PRODUTOS BIOLÓGICOS - Distinção entre produtos de origem sintética e natural (natural = normalmente substâncias oticamente puras; sintético = muitas vezes são misturas racêmicas). Separação de enantiômeros por cromatografia em fase quiral Métodos de Separação de enantiômeros Resolução química de enantiômeros Resolução quiral enzimática (resolução cinética) Resolução via complexos moleculares ou metálicos e compostos de inclusão Enantiômeros são difíceis de separar Ao contrário de misturas de diastereoisoméricas, misturas racêmicas não podem ser separadas por métodos convencionais de separação, tais como a cristalização, destilação ou técnicas cromatográficas usuais. Forma Composição PE (ºC) pKa Sol. (g/100mLH2O) [α]D (+) 2R, 3R 168-170 133 2,93 +12,0 (-) 2S, 3S 168-170 133 2,93 -12,0 Meso 2S, 3R 140 125 3,11 0 (±) Mistura racêmica (50%2R, 3R+ 50%2S, 3S) 206 21 2,96 0 Ácido (-)-tartárico (2S, 3S)-ácido tartárico Ácido (+)-tartárico (2R, 3R)-ácido tartárico Ácido meso-tartárico (2S, 3R)-ácido tartárico Vejamos o exemplo clássico do ácido tartárico Resolução química de mistura racêmica de 2-butanol via diasterioisômeros do ácido tartárico Diastereoisômeros têm diferentes pontos de fusão, pontos de ebulição e solubilidades, podem ser separados por métodos convencionais. Mistura de diasterioisômeros Separação dos diaterioisômeros por cromatografia 2-Pentanol racêmico Dois diasterioisômeros separados por cromatografia Determinação da rotação dos dois diasterioisômeros separados Ácido recuperado pode ser reutilizado Ácido enantiomericamente puro Separação do 2-pentanol via formação de diastereoisômeros Síntese de aminoácidos de Strecker Mentóxido de sódio (isômero puro) Aminoácido racêmico Diasterioisômero A Diasterioisômero B Cristalização da mistura Diasterioisômeros separados Diasterioisômero A Diasterioisômero B Evaporação da “água mãe” (material permanece em solução) Dois enantiômeros resolvidos Separação de enantiômeros por cromatografia em coluna quiral Fases estacionárias (FE) convencionais não interagem diferencialmente com isômeros óticos. A separação de misturas de isômeros óticos só é possível com FE oticamente ativas (FE Quirais). FE quiral Organometálicos Separação de enantiômeros formadores de complexos. / 2 Chiralsil-Metal FE oticamente ativas mais importantes: Derivados de ciclodextrinas alquiladas (introduzidas em 1983) b-ciclodextrina: oligosacarídeo cíclico quiral Chiralsil-Dex Derivados de aminoácidos Misturas de compostos formadores de ligação hidrogênio. Chiralsil-Val Preparação de derivados de aminoácidos: Estereoisomeria em compostos cíclicos cis-1,2-diclorociclopentano trans -1,2-diclorociclopentano ≡ Diasterioisômeros Diasterioisômeros Enatiômeros Não confundir estereosiômeros com conformações flexíveis a baixa energia!!! Plano simetria (meso) Ciclohexanos disubstituídos: 1,4-dimetilciclohexanos trans cis Ciclohexanos disubstituídos: 1,3-dimetilciclohexanos Ciclohexanos disubstituídos: 1,2-dimetilciclohexanos trans cis trans cis Compostos com estereocentro diferente do carbono Estereocentro: qualquer átomo tetraédrico com quatro grupos diferentes ligados a ele, incluindo um par de elétrons não ligados. 1) Compostos de silício e germânio com quatro grupos diferentes são quirais e os enantiômeros podem, em princípio, ser separados. 2) Sulfóxidos onde um dos quatro grupos é um par de elétron não ligados são quirais. face com o par de elétrons não ligados Efeito guarda-chuva 3) Aminas onde um dos quatro grupos é um par de elétron não ligados são aquirais devido à inversão de nitrogênio (efeito guarda chuva). Muito rápida Porém, o mesmo não acontece em sistema rígidos: cabeça de ponte 4) Muitos complexos metálicos são quirais... Estereoisomeria em sistemas rígidos Composto Ponto de fusão(ºC) Ponto ebulição (ºC) Momento de dipolo (D) cis-1,2-dicloroeteno -80 60 190 trans-1,2-dicloroeteno -50 48 0 cis-1,2-dicloroeteno trans-1,2-dicloroeteno Nomenclatura E-Z: Sistema Cahn-Ingold-Prelog Z = Zusammen (mesmo lado) E = Entgegen (lados opostos) Isômeros cis-trans em processos biológicos: a química da visão Fotorecepção ocorre nos bastonetes e cones (nervo óptico) Isômeros cis-trans em processos biológicos: a química da visão Fotorecepção (células visuais) Impulso elétrico gerado no nervo óptico e transmitido ao cérebro para processamento como evento visual O interesse da indústria farmacêutica (FDA-USA) na produção e comercialização de “fármacos quirais“ tem crescido acentuadamente. Em alguns casos, fármacos na forma racêmica têm sido comercializados por anos, mesmo que apenas um enantiômero seja ativo. Curiosidade: Fármacos Quirais Ibuprofeno (Advil, Motrin, Nuprin) Anti-inflamatório. Metildopa (Aldomet) antihipertensivo Apenas o isômero S é ativo. O isômero R é tóxico. (S)-Penicilamina Antiartritite Comercializado na forma racêmica » Apenas o enantiômero (S) do ibuprofeno é ativo. (R) é convertido lentamente para o enantiômero (S) no organismo (metabolismo). (S)-Metildopa é o isômero ativo Discodermolideo Paclitaxel (Taxol® Bristol-Myers Squibb) A preparação de fármacos enantiomericamente puros faz da resolução de misturas racêmicas e da síntese enantioseletiva áreas de pesquisa em destaque. Biotina Atorvastatina (Liptor® Pfizer) mercado de US$13 bilhões Noretindrona Primeiro contraceptivo oral (S)-Naproxeno Aleve, Naprosyn Resolução química do Naproxeno (análogo do Ibuprofeno) Quando produtos quirais são formados a partir de reagentes aquirais obtêm-se mistura racêmica de produtos na ausência de influência quiral (reagentes, catalisador ou solvente). Síntese de moléculas quirais: Sínteses Assimétricas A formação de produto(s) opticamente ativo(s) requer reagentes e/ou solventes quirais: Diastereoisômeros Sínteses Enantiosseletivas: Enzimáticas Um dos enantiômeros é produzido predominantemente sobre seu enantiômero (imagem especular). Um reagente quiral, catalisador ou solvente deve guiar ou influenciar no curso da reação. As enzimas são catalisadores biológicos de extraordinária eficiência (velocidade e seletividade). Resolução quiral enzimática (ou cinética) CaLB = Lipase de Candida antarctica B (S) (R) Prêmio Nobel 2001: Reconhecimento da Catálise assimétrica W. S. Knowles Aminoácido efetivo no tratamento do mal de Parkinson R. Noyori Prêmio Nobel 2001: Reconhecimento da Catálise assimétrica mol % cat. Prêmio Nobel 2001: Reconhecimento da Catálise assimétrica B. Sharpless Estabilizador para óleos naturais e polímeros e desmulsificante Exercício 4. Os compostos abaixo mostrados são quirais? Desenhe as estruturas em perspectivas para justificar sua resposta. Exercício 4. Discuta a estereoquímica destes compostos. (Dica: discutir nesse caso, significa dizer quantos diastereoisômeros são possíveis, desenhar as estruturas em perspectivas de cada um, dizendo se são ou não quirais). Exercício 5. Atribua configurações R ou S a cada um dos centros estereogênicos das seguintes moléculas: Exercício 6. Determine nas estruturas de (a) a (d), quais são idênticas e quais são imagens especulares do seguinte estereoisômero do ácido láctico: Solomons, T. W. G. Organic Chemistry, Vol. 1 10a ed.; John Wiley & Sons, Inc., 2009. Carey, F. A. Química Orgânica - volumes 1 e 2 7a Ed, Bookman, 2012. Clayden, J.; Greeves, N.; Warren, S. & Wothers, P. Organic Chemistry, 2a Ed, Oxford University Press Oxford, 2012. Nelson, D.L. & Cox, M. M. Princípios de Bioquímica de Lehninger, 6a Ed. Artmed, Porto Alegre, 2014. Barreiro, E. J.; Fraga, C. A. M. Química Medicinal – As Bases Moleculares da Ação dos Fármacos; ArtMed; 2ª ed., 2008 Fraga, C. A. M. Razões da atividade biológica – Interações micro- e biomacromoléculas. Cadernos Temáticos QNESC 2001, 3, 33. Coelho, F. A. S. Fármacos e quiralidade. Cadernos Temáticos QNESC 2001, 3, 23. Pilli, R.A. Catálise assimétrica e o Prêmio Nobel de Química de 2001. Novos paradigmas e aplicações práticas. QNESQ 2001, 14, 16. Para maiores informações consulte: Textos complementares:
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