
UC5 Introdução ao Agronegócio
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produtores dessa variedade são: Espírito Santo (maior produtor de conilon), Rondônia, Bahia, Minas Gerais e Mato Grosso. A produção nacional de robusta em maio de 2013, por exemplo, representou cerca de 25% da cultura nacional de café. Introdução ao Agronegócio 43 Veja os estados nacionais produtores de café e as respectivas espécies cultivadas em cada local. Regiões produtoras de café Arabicas Conillon (Robusta) Fonte: ABIC (2013) Agora, ao compararmos os hectares utilizados na produção brasileira de café nos estados produtores, podemos observar que as maiores áreas de produção estão concentradas nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Hectares produzidos na produção brasileira de café 1.200.000 1.000.000 800.000 600.000 400.000 200.000 0 H ec ta re s 2012 2013 M in as G er ai s Es pí ri to S an to Sã o Pa ul o Pa ra ná Ba hi a Ro nd ôn ia M at o G ro ss o Pa rá G oi ás Ri o de Ja ne ir o O ut ro s Fonte:ABIC A cadeia agroindustrial do café, segundo Zilbersztajn (1993), é estruturada pelas operações agrícolas, como a industrialização do grão verde, a torrefação e a comercialização. Paralelamente Curso Técnico em Agronegócio 44 a esse conceito, surge outro estudo que indica que a cadeia de café brasileira é constituída pelos seguintes segmentos (SAES E FARINA, 1999): Cadeia produtiva do café no Brasil Insumos (mudas, defensivos, máquinas etc) Produção MG, ES, SP, PR, BA, RO, MT 1º Processamento do Café Maquinistas e Cooperativas 2º Processamento do Café Empresas de torrefação e moagem Vendedores Nacionais Cooperativas, Exportadores e Atacadistas Compradores Internacionais Empresas de solúvel, torrefação e dealars Varejo Nacional e Internacional Supermercados, mercado institucional, cafeteiras, bares e restaurantes Consumidor Fonte: Adaptação de Saes e Farina (199) A maioria dos produtores de café no Brasil são membros de alguma associação de interesse privado, e os insumos, em grande parte, são obtidos por meio das cooperativas, que os disponibilizam com menor preço por operarem em grande escala. Apenas grandes cafeicultores vendem os grãos para compradores diretos, pois a maioria dos produtores se relaciona com a cooperativa para entregar seus produtos. Zilbersztajn (1993) acredita que \u201cem geral os produtores trabalham com um nível de incerteza e insegurança muito alto em relação às informações disponíveis no mercado\u201d. Mas por que essa incerteza acontece para os produtores de café? Essa situação ocorre em função de fatores como distância física entre produtor e cooperativa, desinteresse em participar das transações e dificuldade de comunicação com as fontes. Nesse sentido, o produtor mantém uma relação instável com a cooperativa, já que ele possui a possibilidade de vender a sua produção para outros atores da cadeia (ZILBERSZTAJN, 1993). Introdução ao Agronegócio 45 Por sua vez, as cooperativas vendem o café para a indústria de torrefação, os exportadores e os dealers. Dealers Negociantes que atuam como intermediários em uma transação comercial. É importante destacar que algumas cooperativas atuam, também, nos processos de torrefação e moagem. A comercialização e a distribuição de café no Brasil são realizadas \u201cpor meio dos exportadores, maquinistas, corretores, atacadistas e varejistas em geral, como bares, restaurantes, padarias, supermercados e as próprias torrefadoras\u201d (ZYLBERSZTAJN, 1993). O Informações extras Veja alguns dados sobre a cafeicultura brasileira: \u2022 sustenta de 250 mil a 300 mil produtores; \u2022 emprega diretamente três milhões de pessoas; \u2022 responde por 5% das divisas geradas. O povo brasileiro é um dos maiores consumidores de café do mundo, e a preferência nacional é o café torrado e moído: cada consumidor consome em média 2,1 quilos de café por ano, o que equivale a cerca de 400 cafezinhos. Fonte: ABIC. Perspectivas futuras Consumo de café Segundo a Organização Internacional do Café \u2013 OIC, o consumo de café no Brasil tem crescido a uma taxa média anual de 4,8%. Segundo a ABIC (2012), \u201cos brasileiros estão consumindo mais xícaras de café por dia e diversificando as formas da bebida durante o dia, adicionando ao café filtrado também os cafés espressos, os cappuccinos e outras combinações com leite\u201d. Veja como vem ocorrendo a evolução do consumo interno no Brasil durante o período de 1990 a 2012. Brasil: consumo per capita de café verde e café torrado 7 6 5 4 3 2 1 0 19 90 19 92 19 94 19 96 19 98 20 00 20 02 20 04 20 06 20 08 20 10 Ma io/ 11 - A br il/1 2 kg /h ab ita nt es Kg café verde Kg café torrado Fonte: ABIC (2013) Curso Técnico em Agronegócio 46 Outro fato curioso é que, desde 2004, observa-se o aumento do consumo de café fora do lar em função da popularização das cafeterias em diversas cidades brasileiras. Isso incrementa os hábitos de consumo do grão, bem como sua economia. Aliás, já se observa essa tendência ocorrendo em países da Europa e também nos Estados Unidos. Nestes, a preferência é por cafés especiais, geralmente de melhor qualidade. As projeções feitas pelo MAPA para o café estimam o aumento da produção até 2023, bem como das exportações. A previsão do MAPA é de que o país continue como o maior produtor mundial e o principal exportador, e que também mantenha os compradores habituais e os parceiros estimados em mais de cem mercados \u2013 cenário bastante promissor! Observa-se que o crescimento estimado para o consumo da bebida é de 28,6% até 2023. A título de observação, e ainda de acordo com a ABIC, esse panorama teve uma pequena diminuição em 2013 devido ao café disputar a preferência dos consumidores com os produtos prontos, tais como sucos e achocolatados Brasil: projeção da produção, consumo e exportação de café 60 50 40 30 20 10 0 Produção Consumo M ilh õe s de to ne la da s 20 12 /1 3 20 13 /1 4 20 14 /1 5 20 15 /1 6 20 16 /1 7 20 17 /1 8 20 18 /1 9 20 19 /2 0 20 20 /2 1 20 21 /2 2 20 22 /2 3 Exportação Fonte:MAPA (2013) O evento é importante, pois foi a primeira queda registrada no consumo no país desde 2003 e o segundo recuo da série histórica, segundo dados da ABIC contabilizados desde 1990. De acordo com a associação, as inúmeras novas opções prontas para o consumo no café da manhã (que incluem bebidas à base de soja, cuja penetração no mercado ainda é pequena comparada ao tradicional cafezinho) têm apresentado crescimento bastante elevado. Essas categorias com maior valor agregado desafiam a indústria de café para que busque a inovação e, também, para que procure voltar a ter altos índices de crescimento, o que se espera alcançar com a oferta de cafés de melhor qualidade, diferenciados e certificados. E, para finalizar esta análise sobre perspectivas futuras do café, a ABIC estimou em 2014 a retomada do crescimento do consumo interno de café entre 3% a 4%, com maior procura por cafés de melhor qualidade, desde os tradicionais até os cafés gourmet \u2013 informação importante a se considerar não só como tendência futura, mas obviamente de mercado. Introdução ao Agronegócio 47 3: Cana-de-Açúcar No período entre 2000 e 2010, constata-se um grande crescimento da produção de cana-de- açúcar em função do aumento da demanda de açúcar no mundo. Mas como isso ocorreu? Confira abaixo os principais motivos: \u2022 crescimento da população e respectivo aumento do poder de compra dos consumidores em diversas regiões do mundo; \u2022 aumento do consumo de alimentos processados