
UC7 Técnicas de Produção Vegetal
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Exigências quantitativas: a análise mineral da planta dá as quantidades dos elementos exigidos. Análise de solo: pode inferir as quantidades a aplicar. 3. Época de aplicação Análise periódica da planta: determinação dos períodos de maiores exigências. 4. Localização Distribuição do sistema radicular: determinação da distribuição das raízes absorventes por observação direta ou por meio da absorção do elemento colocado em diferentes posições no solo. Comportamento do elemento no solo: mecanismos que determinam o contato entre o elemento e a raiz. Curso Técnico em Agronegócio 44 5. Rentabilidade Análises da relação entre o preço do adubo e o lucro obtido. 6. Efeito na qualidade do produto colhido Análises químicas ou sensoriais: alterações provocadas pelo adubo na composição do produto ou na sua aceitação pelos consumidores. 7. Efeito na qualidade do ambiente Observações e análises de solo, água e ar: alterações nos teores de constituintes normais, aparecimento de produtos estranhos e seus efeitos no homem e nos animais. 1. Deslocamento dos nutrientes na planta Algumas definições são importantes para que possamos compreender o deslocamento do nutriente na planta. Absorção: processo pelo qual o elemento (nutriente) passa do substrato (solo, solução nutritiva) para dentro do tecido vegetal (raiz ou folha). Transporte ou translocação: transferência do elemento (nutriente) do órgão de absorção para outro (raiz \u2192 parte aérea [xilema] / folha [adubação foliar] \u2192 fruto [floema]). Observe, no quadro a seguir, o grau de mobilidade dos elementos no transporte via floema. Altamente móveis Móveis Parcialmente móveis Imóveis Nitrogênio Fósforo Zinco Boro Potássio Cloro Cobre Cálcio Sódio Enxofre Ferro Magnésio Manganês Molibdênio Redistribuição: transferência do elemento (nutriente) de um órgão de função para outro (folha velha \u2192 folha nova / folha \u2192 fruto). Observe, no quadro a seguir, o grau de mobilidade dos elementos na redistribuição. Técnicas de Produção Vegetal 45 Móveis Parcialmente móveis Imóveis Nitrogênio Enxofre Boro Fósforo Cobre Cálcio Potássio Ferro Magnésio Manganês Ferro Molibdênio Para entender melhor esses conceitos, observe com atenção a figura a seguir, que apresenta a absorção, o transporte e a translocação de um nutriente na planta. ABSORÇÃO FOLIAR ADUBO FOLIAR REDISTRIBUIÇÃO (FLOEMA) TRANSPORTE (XILEMA) CONTATO ION-RAIZ ABSORÇÃO RADICULAR Intercepção radicular Nutriente Fluxo de massa Difusão Na figura, o contato íon-raiz está relacionado às formas de contato e a como o nutriente pode ser absorvido via interceptação radicular, fluxo de massa e difusão. Íon Íons são moléculas carregadas eletricamente \u2013 positivas ou negativas. Nesse caso, são os nutrientes que a planta irá absorver, como Ca2+, NO3-, K+ etc. Curso Técnico em Agronegócio 46 Interceptação radicular: à medida que a raiz se desenvolve, entra em contato com íons das fases líquida e sólida do solo. A contribuição desse processo é muito pequena, e a quantidade é proporcional à relação existente entre a superfície das raízes e a superfície das partículas do solo. Fluxo de massa: é o movimento do nutriente em fase aquosa móvel (solução do solo) em maiores distâncias devido ao gradiente de tensão da água adjacente (mais úmida). Os elementos dissolvidos são, assim, carregados pela água para a superfície radicular, por exemplo, nitrogênio (N), enxofre (S), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e alguns micronutrientes. Difusão: é o movimento do nutriente em uma fase aquosa estacionária a curtas distâncias, por exemplo, fósforo (P) e potássio (K). 2. Absorções radicular e foliar dos nutrientes Uma série de fatores externos (do meio) e internos (da planta) influenciam nos processos de absorções radicular e foliar do nutriente. Na absorção radicular, observam-se: \u2022 fatores externos: disponibilidade do nutriente, nível de acidez do solo (pH), aeração, umidade, temperatura, o próprio elemento, outros elementos e micorrizas; \u2022 fatores da planta: potencial genético, estado iônico da célula, nível de carboidrato nas raízes, taxa de transpiração das plantas e morfologia do sistema radicular. Micorriza Associação entre fungos do solo e raízes das plantas formando uma simbiose. Nessa associação, a planta fornece fotoassimilados para os fungos, e estes aumentam a área de absorção das raízes, contribuindo para a absorção daqueles nutrientes que estão mais distantes das plantas ou que apresentam baixa mobilidade no solo, como o fósforo, por exemplo. Na absorção foliar, podemos encontrar: \u2022 fatores externos: molhabilidade da superfície foliar, temperatura e umidade relativa do ar, composição da solução (velocidades diferentes dos elementos na absorção) e luz; \u2022 fatores da planta: superfície foliar (cutícula, presença de estômatos e tricomas), idade da folha e estado iônico interno. A adubação foliar é uma alternativa eficiente para solução de problemas específicos e/ou complemento de uma adubação convencional. Um grande aumento no consumo dos adubos foliares pode ser observado no Brasil, principalmente daqueles comercializados na forma líquida, com formulação \u201cNPK + micronutrientes\u201d, ou apenas \u201cmacronutrientes\u201d. Essa forma de adubação tem sido proposta ou utilizada em determinadas situações ou condições que precisam ser definidas: adubação foliar corretiva, adubação foliar substitutiva, adubação foliar complementar e adubação foliar suplementar. Técnicas de Produção Vegetal 47 \u2022 Adubação foliar de correção de deficiências: permite correção rápida e eficiente, superando a adubação de solo. \u2022 Adubação foliar complementar: uma parte do adubo é aplicada ao solo convencional- mente, sendo completada pela aplicação foliar. \u2022 Adubação foliar suplementar estimulante: aplicação de pequenas quantidades de adubos NPK, conferindo efeito estimulante à adubação foliar na adubação radicular. \u2022 Adubação foliar suplementar no estágio reprodutivo: no final do ciclo da cultura, a atividade radicular diminui ao mesmo tempo em que há grande translocação de nutrientes das folhas para os grãos. Para que se obtenha sucesso na aplicação foliar, é preciso identificar corretamente os nutrientes necessários, realizar a aplicação nas quantidades recomendadas, utilizar os bicos e a pressão dos pulverizadores adequados para as menores gotículas possíveis, fazer uso de agentes espalhantes e adesivos, e realizar a aplicação em horas mais adequadas. Veja, na figura a seguir, a localização dos sintomas de deficiência de nutrientes nas plantas. SOMENTE NO TECIDO DA FOLHA JOVEM TECIDO DA FOLHA VELHA Mn N K P Mg MoCa Fe B Zn S Cu Agora, observe, neste quadro, as principais funções de cada nutriente nas plantas. MACRONUTRIENTES N \u2013 Nitrogênio (NO3 - e NH4 +) Aumenta a absorção de potássio (K), cálcio (Ca) e magnésio (Mg), atua na formação de proteínas e contribui para a uniformidade dos frutos. P \u2013 Fósforo (H2PO4 - e HPO) Componente estrutural de ácidos nucleicos, atua na formação de adenosina trifosfato \u2013 ATP e adenosina difosfato \u2013 ADP (energia). K \u2013 Potássio (K+) Atua na fotossíntese, na translocação de carboidratos e na resistência das plantas a insetos e doenças. Ca \u2013 Cálcio (Ca+) Participa da sustentação das plantas e contribui para uma melhor absorção de água e nutrientes. Mg \u2013 Magnésio (Mg2+) Componente da molécula de clorofila e de proteínas, auxilia na absorção e na translocação de fósforo e na ativação de enzimas. S \u2013 Enxofre (SO4 -) Contribui para a formação de aminoácidos, atua na ativação de enzimas e aumenta o teor de óleos. Curso Técnico em Agronegócio 48 MICRONUTRIENTES B \u2013 Boro (H3BO3) Atua no transporte de carboidratos. Cu \u2013 Cobre (Cu2+)