Pré-visualização20 páginas
nacional. Veja, a seguir, duas representações gráficas de cadeias produtivas do agronegócio brasileiro. Cadeia produtiva de carne bovina Insumos Produção Animal Frigoríficos Subprodutos Comestíveis Subprodutos Não-comestíveis Food Service Supermercados Açougues Boutiques Entrepostos Revendedores Atacadistas Varejo Cons. Institucional (Mercado Interno e Externo) Consumidor Final (Mercado Interno) Indústria de Defensivos Alimentação Animal Genética Animal Atividades de Apoio Sistema Financeiro Políticas Governamentais Embalagens Aditivos Sistema de Inspeção Sanitária Transportes Sistema de P&D Associações de Classe Políticas de Comércio Exterior Políticas de Renda Fonte: Adaptado de CNA (2000, p. 22). Economia Rural 17 Cadeia produtiva de carne de aves Importação de ovos de avós Fábrica de Rações Fábrica de Insumos Avozeiros Matrizes Incubatórios Frango Inteiro Frango em cortes Frango Inteiro Frango em cortes Industrializados Abatedouros (1º Processamento) Frigorífigos (1º e 2º Processamentos) Criadores de Frango Mercado Interno Mercado Externo Supermercado OutrosFeiras Avícolas Açougues Fonte: Adaptado de MARTINS (1996, p. 56). As cadeias produtivas mostradas anteriormente mostram o relacionamento dos diversos agentes econômicos que atuam nas cadeias produtivas de carnes bovina e de aves. Em suma, as cadeias produtivas agropecuárias apresentam uma estrutura-padrão composta basicamente por cinco grupos, que são: \u2022 a indústria de insumos; \u2022 os produtores agropecuários; \u2022 a indústria de processamento (agroindústria); \u2022 o setor de atacado e varejo; \u2022 o consumidor final. Curso Técnico em Agronegócio 18 Vale destacar que, quanto mais organizada a cadeia produtiva, com um bom relacionamento entre seus agentes, maior será a satisfação do consumidor final com os bens produzidos. Caso a cadeia produtiva seja desorganizada, com um fluxo inadequado de informações entre os agentes econômicos, haverá um problema na adequação do produto final aos gostos e às preferências dos consumidores finais, e isso pode representar prejuízo para todos os membros da cadeia produtiva. Veja um exemplo na figura a seguir. Cadeia produtiva agroindustrial desorganizada Insumos Agropecuária Processamento Cliente FinalAtacado/Varejo No caso de uma cadeia produtiva agroindustrial organizada, com um bom fluxo de informações entre os elos da cadeia, os produtos finais terão aderência ao mercado e satisfarão os gostos dos consumidores. Observe um exemplo na figura: Cadeia produtiva agroindustrial organizada Insumos Agropecuária Processamento Cliente FinalAtacado/Varejo Economia Rural 19 6. Economia Rural (ou Economia do Agronegócio) A Economia Rural, ou Economia do Agronegócio, é um campo de estudos da Economia voltado, principalmente, para a análise das atividades econômicas relacionadas ao setor agropecuário e agroindustrial (agronegócio). O Informação Extra De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento \u2013 Mapa, o agronegócio deve ser entendido como a cadeia produtiva que envolve desde a fabricação de insumos, passando pela produção nos estabelecimentos agropecuários e pela transformação, até o seu consumo final. Essa cadeia produtiva incorpora todos os serviços de apoio: pesquisa e assistência técnica, processamento, transporte, comercialização, crédito, exportação, serviços portuários, distribuidores e consumidor final. O valor agregado do agronegócio, também chamado de \u201ccomplexo agroindustrial\u201d, passa, obrigatoriamente, por cinco mercados: Suprimentos Produção Processamento Consumo FinalDistribuição O setor rural apresenta algumas particularidades: I. Os produtos agropecuários são produzidos em forma bruta, necessitando sempre de algum tratamento ou processamento para o seu consumo final. Como exemplo, o simples ato de lavar a folha de alface para consumo ou venda direta ao consumidor constitui um processamento necessário ao seu consumo. Da mesma forma, a produção de óleo de cozinha requer o processamento industrial da soja, assim como o consumo de carne pressupõe o abate do animal e o seu processamento. II. Os produtos agropecuários são, em geral, perecíveis. Essa realidade implica que o produtor rural deve comercializar rapidamente sua produção para não arcar com o prejuízo da perda total do produto ou da perda de sua qualidade. Exemplo típico das consequências da perecibilidade da produção agrícola ocorre nas feiras, em que os feirantes reduzem os preços no final do período das vendas, quando os produtos já começam a perder qualidade. Curso Técnico em Agronegócio 20 III. A perecibilidade dos produtos agropecuários implica na necessidade de a sociedade \u2013 produtores rurais, empresários, cooperativas, consumidores ou governos \u2013 construir uma grande infraestrutura de armazenagem (armazéns, galpões, sistemas de refrigeração etc.) para a conservação e a comercialização da produção rural, reduzindo assim as perdas naturais dos produtos agropecuários. IV. Os produtos agropecuários são produzidos em larga escala por um grande número de produtores, o que implica, de um lado, grande concorrência entre os produtores/ vendedores, mantendo os preços reduzidos (a chamada \u201cconcorrência perfeita\u201d), e, de outro, em elevados custos de transporte e armazenamento dos produtos. V. A sazonalidade da produção significa que a produção agrícola só ocorre em determinados períodos do ano em função da natureza das plantas. O período em que ocorre a produção agrícola de determinado produto é denominado de \u201cperíodo de safra\u201d, variando de acordo com o produto e o clima. VI. Os produtos agropecuários sofrem forte influência de fatores climáticos e biológicos. A produção agropecuária pode ser afetada por fatores como o frio, a seca, as doenças e as pragas, que podem comprometer a qualidade e a produtividade da plantação ou da criação de animais. VII. As variações na qualidade dos produtos agropecuários ocorrem tanto pela grande variedade de plantas e animais, quanto por problemas climáticos ou biológicos, ou ainda pelas diferentes condições de armazenagem e distribuição. A área de estudos da Economia Rural abrange muitos segmentos do agronegócio, com destaque para os seguintes: \u2022 comercialização agrícola; \u2022 políticas públicas do setor rural; \u2022 finanças do setor rural; \u2022 desenvolvimento econômico rural; \u2022 administração rural; \u2022 extensão rural; \u2022 planejamento rural; \u2022 economia regional rural; \u2022 sociologia rural; \u2022 meio ambiente; \u2022 pesquisa agropecuária; \u2022 industrialização da produção agropecuária; \u2022 produção rural; \u2022 estrutura fundiária. Entretanto, ao longo de uma cadeia produtiva agroindustrial, têm-se os segmentos \u201cantes da porteira\u201d, \u201cdentro da porteira\u201d e \u201cdepois da porteira\u201d . Economia Rural 21 O segmento \u201cantes da porteira\u201d é caracterizado pelas atividades produtivas relacionadas com a aquisição de sementes, mudas, fertilizantes, agroquímicos, tratores e implementos, equipamentos de irrigação e embalagens. Ou seja, ele é definido, principalmente, pelas empresas que fornecem os insumos necessários para que os produtores rurais possam produzir alimentos e carnes. Já o segmento \u201cdentro da porteira\u201d é caracterizado pela própria produção agropecuária e atividades relacionadas, como arroz, café, carne avícola, carne bovina, carne suína, feijão, florestas plantadas, frutas, hortaliças, turismo rural, entre outros. Os principais agentes econômicos desse segmento são os produtores rurais. Por fim, o segmento \u201cdepois da porteira\u201d é caracterizado, principalmente, pelas atividades de armazenamento, beneficiamento, comercialização, industrialização e transporte dos produtos agropecuários. Ou seja, é composto,