Pré-visualização50 páginas
Relação entre uso do solo e comportamento hidrológi- co na Bacia Hidrográfica do Ribeirão João Leite. Revista Brasileira de Engenharia Agri\u301cola e Ambiental, 14(8):326-334. Souza, V. C.; Lorenzi, H. 2012. Botânica sistemática: guia ilustrado para identificação das fami\u301lias de fanerógamas nativas e exóticas no Brasil, baseado na APG III. 3a ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 704 p. Balanophoraceae BIGNONIACEAE Elsie Franklin Guimarães, George Azevedo de Queiroz, Raquel Negrão, Luiz Santos Filho, Thiago Serrano As Bignoniaceae incluem cerca de 120 gêneros e 800 espécies, com distribuição pantropical (Souza & Lo- renzi, 2012). No Brasil há 32 gêneros com 394 espécies, das quais 15 ocorrem no cerrado (Lohmann, 2014). Apresentam o hábito arbóreo, arbustivo ou lianescente, geralmente com gavinhas. As folhas são opostas, verti- ciladas, raramente alternas, compostas, ocasionalmente simples; estípulas ausentes. Inflorescências são cimosas ou racemosas, não raro, paniculalas; flores vistosas, bissexuadas, zigomorfas, diclamídeas; cálice 5-mero, gamos- sépalo; corola 5-mera, gamopétala, bilabiada; estames 4, didínamos, estaminódios presente; anteras rimosas; disco nectarífero presente; ovário súpero, bicarpelar, bilocular, raro unilocular; placentação geralmente axial, óvulos muitos. Fruto cápsula septícida ou loculicida, raro baga; sementes aladas, achatadas providas ou não de tricomas, endosperma ausente. As Bignoniaceae são plantas com grande potencial ornamental, muito comuns em jardins ou praças, sendo a madeira de algumas espécies empregada na construção civil e carpintaria, e as cascas, não raro, consideradas medicinais (Brandão et al., 2002). Adenocalymma subspicatum A.H.Gentry Risco de extinção: EN B1ab(i,ii,iii,iv)+2ab(i,ii,ii i,iv) \uf0fc Avaliador(a): Raquel Negrão Data: 19-09-2014 Biomas: Cerrado; Caatinga Justificativa: Lianas encontradas em Carrascos e Caatin- gas (Lohmann & Silva-Castro, 2009), ocorrem nos es- tados do Ceará e Maranhão, nos municípios de Viçosa do Ceará e Tianguá (CE) e na Rodovia Belém-Brasília (MA) (Lohmann; CNCFlora, 2013). Apresenta EOO de 4.686 km² e AOO de 16 km² e está sujeita a três situações de ameaça, considerando as localidades de ocorrência. A produção de hortaliças e flores no município de Viçosa do Ceará voltada à exportação para o mercado europeu, a agroindústria da cana-de-açúcar e a expansão de estradas para escoamento da produção (IBGE, 2013) representam ameaças à espécie que implicam declínio contínuo de EOO, AOO, qualidade do hábitat e do número de sub- populações. Visto que a espécie não ocorre em área pro- tegida, são necessários investimentos em planos de ação para sua conservação na natureza. Lundia damazii DC. Risco de extinção: VU A4b \uf0fc Avaliador(a): Raquel Negrão Data: 01-10-2014 Biomas: Cerrado; Mata Atlântica Justificativa: Espécie descrita em 1905, caracterizada como liana (Lohmann & Silva-Castro, 2009), heliófita, é encontrada em locais úmidos e em matas secundárias (CNCFlora, 2013). É considerada endêmica do quadrilá- tero ferrífero do estado de Minas Gerais (Carmo, 2010), mas tem registros para o estado do Rio de Janeiro, nos municípios de Petrópolis, Resende, Teresópolis e Rio de janeiro, e nos estados do Espírito Santo e São Paulo (Lohmann; CNCFlora, 2013). Apresenta grande EOO de 78.581 km² porém, no estado do Rio de Janeiro, os registros são antigos, indicando um possível declínio da EOO, AOO e do número de subpopulações na região em decorrência da expansão urbana na capital e nos mu- nicípios da região serrana fluminense (Davidovich, 2001). Ademais, a mineração na região do Quadrilátero Ferrífe- ro, que alcança a maior produção mineral do estado reali- zada a céu-aberto, a consequente supressão da vegetação e a destruição dos substratos implicam ameaças à espécie (Spier et al., 2003; Curi et al., 2008) também havendo de- clínio contínuo da EOO, AOO e do número de subpo- | 79 pulações. Suspeita-se da redução de até 30% da popula- ção no passado frente às causas não cessadas e irreversíveis. Referências Brandão, M.; Laca-Buendía, J. P.; Macedo, J. F. 2002. Ár- vores nativas e exóticas do estado de Minas Gerais. Belo Ho- rizonte: Epamig, 528 p. Carmo, F. F. do. 2010. Importância Ambiental e Estado de Conservação dos Ecossistemas de Cangas no Quadriláte- ro Ferrífero e Proposta de Áreas-Alvo para a Investigação e Proteção da Biodiversidade em Minas Gerais. Disserta- ção de Mestrado. Belo-Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 90 p. CNCFlora. 2013. Base de Dados do Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <www.cncflora. jbrj.gov.,br>. Acesso em 21/08/2013. Curi, N.; Carvalho, L.M.T.; Marques, J.J.G.; Rezende, J.B. 2008. Vulnerabilidade natural e qualidade ambiental asso- ciadas. In: Scolforo, J.R.; Oliveira-Filho, A.T.D.; Carvalho, L.M.T. Zoneamento ecológico econômico do Estado de Minas Gerais: zoneamento e cenários exploratórios. Lavras: UFLA, p. 91-100. Davidovich, F. 2001. Metrópole e território: metropoli- zação do espaço no Rio de Janeiro. Cadernos Metrópole, 6: 67-77. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística \u2013 IBGE. 2013. Cidades@. Disponível em: < http://www.cidades. ibge.gov.br/>. Acesso em 19/08/2013. Lohmann, L.G.; Silva-Castro, M.M. 2009. Bignoniaceae. In: Giulietti, A.M.; Rapini, A.; Andrade, M.J.G.; Queiroz, L.P. & Silva, J.M.C.D. (orgs.) Plantas raras do Brasil. Belo Horizonte: Conservação Internacional-Universidade Es- tadual de Feira de Santana, 496 p. Lohmann, L. G. 2013, 2014. Bignoniaceae. In: Forzza, R.C. et al. (orgs.). Lista de espécies da flora do Brasil. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobra- sil/FB112305>. Acessos em 21/08/2013 e 08/10/2014. Spier, C.A.; Oliveira, S.M.B.; Rosière, C.A. 2003. Geo- logy and Geochemistry of the Águas Claras and Pico Iron Mines, Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais, Brazil. Mineralium Deposita, 38: 751-774. Souza, V. C.; Lorenzi, H. 2012. Botânica sistemática: guia ilustrado para identificação das fami\u301lias de Angiospermas da flora brasileira, baseado em APG III. Nova Odessa: Institu- to Plantarum, 3ª ed. Bignoniaceae CALOPHYLLACEAE Rafaela Jorge Trad, Raquel Negrão, Luiz Santos Filho, Roberta Hering, Thiago Serrano A família Calophyllaceae (antiga subfamília Kielmeyeroideae de Clusiaceae s.l.) apresenta distribuição pan- tropical e é representada por 14 gêneros e cerca de 460 espécies (Stevens, 2014). No novo mundo ocorrem nove gêneros, sendo listados para o Brasil oito gêneros (Calophyllum, Caraipa, Clusiella, Haploclathra, Kielmeyera, Mahurea, Mammea e Marila) e cerca de 80 espécies da família (Souza & Lorenzi, 2012; Bittrich et al., 2014). Das espécies que ocorrem no Brasil mais da metade é endêmica e muitas podem ser apontadas como raras ou encontram-se em risco de extinção (Bittrich et al., 2014). Em geral as plantas pertencentes a essa família são arbustos ou árvores latescentes, sem estípulas e com folhas alternas espiraladas ou opostas e de margem inteira. As flores são vistosas (frequentemente alvas ou róseas), tetra- ou pentâmeras, com sépalas e pétalas livres. É co- mum a presença de glândulas nas anteras em seus representantes (Stevens, 2014). Merecem destaque na flora brasileira os gêneros Kielmeyera com cerca de 50 espécies, sendo a maioria delas de Cerrado, e Caraipa com cerca de 30 espécies bem representadas na Amazônia. Dentre as espécies que ocorrem em cerrado, algumas são frequentes e bem distribuídas (como K. coriacea Mart. & Zucc. e K. rubriflora Cambess.), enquanto a grande maioria apresenta uma distribuição mais restrita. Há ainda um número considerável de espécies raras para este domínio fitogeográfico (cerca de 10 espécies), sendo