Pré-visualização50 páginas
altitude, principalmente no Sul e Sudeste. Al- gumas espécies dessa família, por outro lado também ocorrem em outras formações, principalmente florestais, inclusive nas Restingas. No Cerrado, existem registros de seis representantes desses dois gêneros, Lamanonia e Weinmannia estão representados por três espécies cada (Zickel, 2014). Em relação às ameaças sofridas por essas espécies, a vasta perda de hábitats e a extrema fragmentação dos diferentes domínios deixaram poucos ambientes intactos podendo gerar graves consequências na conservação dessas espécies. Lamanonia brasiliensis Zickel & Leitão Risco de extinção: EN B1ab(i,ii,iii)+2ab(i,ii,iii) \uf0fc Avaliador(a): Laila Araújo Data: 10-12-2013 Bioma: Cerrado Justificativa: Espécie endêmica do Distrito Federal, com ocorrência em Brasília. É encontrada em áreas ecotonais em Cerrado e Mata de Galeria (Zickel, 2009; 2013), a aproximadamente 1.235 m de altitude (CNCFlora, 2013). Apresenta EOO de 719 km², AOO de 40 km² e está su- jeita a menos de cinco situações de ameaça, considerando suas localidades de ocorrência. Sua área de distribuição encontra-se sob forte influência do crescimento urbano (Assunção & Felfili, 2004) com consequências diretas so- bre a vegetação local, o que resulta em declínio contínuo da EOO, AOO e qualidade do hábitat. Mesmo ocorren- do em Unidade de Conservação, na Reserva Ecológica do IBGE, sua população está sujeita às ameaças inciden- tes, o que coloca em risco sua conservação na natureza. Referências Assunção, S.L. & Felfili; J.M. 2004. Fitossociologia de um fragmento de cerrado sensu stricto na APA do Paranoá, DF, Brasil. Acta Botanica Brasilica, 18(4):903-909. CNCFlora. 2013. Base de Dados do Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <www.cncflora. jbrj.gov.,br>. Acesso em 12/11/2013. Pirani, J. R. & Castro, N.M. 2011. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Cunoniaceae. Bol. de Bot. da Universidade de São Paulo, 29(1):41-45. Souza, V. C.; Lorenzi, H. 2012. Botânica sistemática: guia ilustrado para identificação das fami\u301lias de fanerógamas nativas e exóticas no Brasil, baseado na APG III. 3a ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 768 p. The Plant List. 2013. Version 1.1. Disponível em http:// www.theplantlist.org/ Zickel, C.S. & Leitão-Filho, H.F.L. 1993. Revisão taxo- nômica de Lamanonia Vell. (Cunoniaceae). Revista Brasi- leira de Botânica, 16(1):73-91. Zickel, C. S. 2009. Cunoniaceae. In: Giulietti, A.M.; Ra- pini, A.; Andrade, M.J.G.; Queiroz, L.P.; Silva, J.M.C.D. (eds). Plantas Raras do Brasil. Belo Horizonte: Conser- vação Internacional-Universidade Estadual de Feira de Santana, 496 p. Zickel CS. 2014. Cunoniaceae. In: Lista de espécies da flo- ra do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. (http:// floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB96). CYPERACEAE Ana Paula Prata, Rodrigo Amaro, Thiago Serrano Cyperaceae é a terceira maior família em riqueza específica entre as monocotiledôneas, incluindo aproxima- damente 4.500 espécies e 120 gêneros de ervas de pequeno porte, geralmente rizomatosas, raramente lianas (Souza & Lorenzi, 2008). No Brasil, a família é bem representada, com cerca de 39 gêneros e 675 espécies (Al- ves et al., 2014). No entanto, a riqueza de espécies não é uniformemente distribuída nas regiões do país, em função, especialmente, dos diferentes biomas, dimensões geográficas e esforços de coleta (Prata et al., 2013). Na flora brasileira, não há registro de gêneros endêmicos de Cyperaceae, poucos têm distribuição restrita, pelo menos 170 espécies são reconhecidas como endêmicas (Alves et al., 2011). Está distribuída de forma representativa em Campos Rupestres e, no Cerrado, contabiliza 263 espécies (Alves et al., 2014). Cerca de 35 são apontadas como raras (Alves et al., 2009b), das quais 12 do Cerrado (Alves et al., 2009). Abildgaardia papillosa Kral & M.T.Strong Risco de extinção: CR B2ab(ii,iii) \uf0fc Avaliador(a): Rodrigo Amaro Data: 25-11-2013 Bioma: Cerrado; Caatinga Justificativa: A espécie é endêmica da região da Serra da Larguinha (CNCFlora, 2013), dos Campos Rupestres da Chapada Diamantina (Alves et al., 2009), no município de Palmeiras, estado da Bahia (Alves, 2013). Possui AOO menor que 10 km² e está sujeita a uma situação de amea- ça. Apesar de ocorrer no Parque Nacional da Chapada Diamantina, o aumento da frequência das queimadas para a implementação da agricultura e pecuária, além do turismo intenso e desordenado (MMA/ICMBio, 2007) acarretam um contínuo declínio da AOO e da extensão e qualidade do hábitat. Medidas emergenciais para con- trole e monitoramento das ameaças incidentes à região de ocorrência do táxon são necessárias para garantir sua permanência na natureza e evitar sua extinção em um futuro próximo. Cryptangium humile (Nees) Boeckeler Risco de extinção: EN B2ab(iii) \uf0fc Avaliador(a): Rodrigo Amaro Data: 10-12-2013 Bioma: Cerrado Justificativa: A espécie é endêmica do estado de Minas Gerais (Alves, 2013), onde habita os Campos Rupestres do bioma Cerrado, na região da Serra do Cipó (Alves et al., 2009) e no Parque Estadual do Ibitipoca (CNCFlora, 2013). Possui AOO de 28 km² e está sujeita a menos de cinco situações de ameaça considerando as localidades de ocorrência. São ameaças na área de distribuição da espé- cie o aumento de incêndios, a pecuária (MMA/ICMBio, 2009; Sano et al., 2010), a invasão de espécies exóticas, a | 99 mineração e o turismo (MMA/ICMBio, 2009). Suspei- ta-se da perda de qualidade do hábitat. Cryptangium polyphyllum (Nees) Boeckeler Risco de extinção: EN B2ab(iii) \uf0fc Avaliador(a): Rodrigo Amaro Data: 10-12-2013 Bioma: Mata Atlântica; Cerrado Justificativa: A espécie ocorre nos estados do Rio de Ja- neiro (Alves, 2009), Minas Gerais e Espírito Santo (CN- CFlora, 2013), sobre afloramentos rochosos graníticos ou gnáissicos (Alves, 2009), como inselbergue (CNCFlora, 2013). Possui AOO de 24 km² e está sujeita a cinco si- tuações de ameaça. As principais ameaças para a espécie nas suas localidades de ocorrência são o turismo, o cres- cimento urbano e ações indiretas de atividades agrícolas, como uso de defensivos e as queimadas (MMA/ICM- Bio, 2006). Suspeita-se que haja um declínio contínuo na qualidade do habitat da espécie. Cyperus almensis D.A.Simpson Risco de extinção: EN B1ab(iii)+2ab(iii) \uf0fc Avaliador(a): Rodrigo Amaro Data: 10-12-2013 Bioma: Cerrado; Caatinga Justificativa: A espécie ocorre no nordeste do estado da Bahia, nos biomas Cerrado e Caatinga (Alves et al., 2013), em áreas de Campos Rupestres (CNCFlora, 2013). Pos- sui EOO de 192 km², AOO de 16 km² e está sujeita a menos de cinco situações de ameaça. São ameaças o aumento da incidência de queimadas (Lobão, 2006), a pecuária (Schober, 2002), a agricultura (Lobão, 2006) e o turismo (MMA/ICMBio, 2007), que causam um declí- nio contínuo da qualidade do hábitat. Eleocharis morroi D.A.Simpson Risco de extinção: EN B1ab(iii)+2ab(iii) \uf0fc Avaliador(a): Rodrigo Amaro Data: 10-12-2013 Bioma: Cerrado Justificativa: A espécie ocorre no estado da Bahia, tendo distribuição restrita aos Campos Rupestres da região da Chapada da Diamantina (Alves, 2009; CNCFlora, 2013). Possui EOO de 386 km², AOO de 12 km² e está sujeita a menos de cinco situações de ameaça. Apesar de ocor- Cyperaceae 100 | Livro vermelho da flora do Brasil \u2013 Plantas raras do Cerrado rer no Parque Nacional da Chapada Diamantina (Alves, 2009), suspeita-se que sofra com o declínio contínuo na qualidade do hábitat como consequência da implemen- tação da agricultura e pecuária, da invasão de espécies exóticas associada ao aumento na frequência de incên- dios (Lobão, 2006) e do turismo desordenado (MMA/ ICMBio, 2007). Eleocharis olivaceonux D.A.Simpson Risco de extinção: EN B1ab(ii,iii)+2ab(ii,iii) \uf0fc Avaliador(a): Rodrigo Amaro Data: 10-12-2013