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Da Suspensão e da Extinção do Processo de Execução DPC 2 Final

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
FACULDADE DE DIREITO DE ALAGOAS
Ademir Santos da Silva
Camylla Soraya Angelino Oliveira
Fabiana da Silva Santos
Luiz André Rodrigues de Lima
Rogério Duarte Bomfim
DA SUSPENSÃO E DA EXTINÇÃO DO PROCESSO DE EXECUÇÃO
MACEIÓ
2016
Ademir Santos da Silva
Camylla Soraya Angelino Oliveira
Fabiana da Silva Santos
Luiz André Rodrigues de Lima
Rogério Duarte Bomfim
DA SUSPENSÃO E DA EXTINÇÃO DO PROCESSO DE EXECUÇÃO
Trabalho apresentado à Faculdade de Direito de Alagoas da Universidade Federal de Alagoas como exigência parcial para obtenção de nota na AV2 da disciplina Direito Processual Civil 2, ministrada pela Prof. John Silas.
MACEIÓ 
2016
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	4
2 SUSPENÇÃO DO PROCESSO DE EXECUÇÃO	5
2.1 CONCEITO E NATUREZA JURÍDICA	5
2.2 CAUSAS DE SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO	6
2.3 CLASSIFICAÇÃO DAS SUSPENSÕES DAS EXECUÇÕES	7
2.3.1 Suspensão própria ou imprópria	7
2.3.2 Suspensão total ou parcial	8
2.3.3 Suspensão obrigatória ou voluntária	8
2.3.4 Suspensão pelos embargos do executado	10
2.3.5 Suspensão pela arguição de impedimento ou de suspeição	12
2.3.6 Suspensão pela inexistência de bens impenhoráveis	12
 2.3.6.1 A impenhorabilidade	14
2.4 SUSPENÇÃO VOLUNTÁRIA	16
2.5 MOMENTO DA SUSPENSÃO	18
2.6 AÇÃO RESCISÓRIA E SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO	18
2.7 FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO JUDICIAL E SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO	19
3. EXTINÇÃO DO PROCESSO DE EXECUÇÃO	19
3.1 CONCEITO	19
3.2 HIPÓTESES DE EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO	20
3.2.1 Satisfação da obrigação	20
3.2.2 Remissão da dívida	21
3.2.3 Renúncia do crédito	22
3.2.4 Prescrição intercorrente	22
3.2 EFEITOS DA EXTINÇÃO	23
4. CONCLUSÃO.....................................................................................................................24
REFERÊNCIAS	25
1 INTRODUÇÃO 
As palavras de ordem que permeia o universo do processo civil brasileiro na atualidade com o advento da nova legislação processual civil, que entrou em vigor no começo do ano vigente são a efetividade e a celeridade, que foi uma resposta aos anseios por uma objetivação da materialização das regras civis de modo pacífico e tempo razoável, conforme prediz a carta magna, por um processo que tenha razoável duração e meios que garantam agilidade e eficiência nas resoluções.
Não foge desta ótica a matéria de execução e uma série de apontamentos vem sendo tomada no sentido de amenizar o caminho entre o processo, a execução e a extinção deste com a resolução de mérito. Entretanto, embora esta sistemática processual se mantenha por égide de um novo tempo para o processo civil, é necessário ter em vista outros pressupostos que devem ser protegidos no mecanismo processual, não devendo esta efetividade lesar os direitos subjetivos do executado ou de outras pessoas afetadas diretamente pelos atos executivos.
A presente pesquisa trata sobre o instituto da suspensão da execução do processo, que se caracteriza por uma incidência à relação processual, cujo andamento esbarrou em algum obstáculo, inviabilizando o prosseguimento da lide em seu decurso natural. Tais fatos são suscetíveis tanto ao processo de conhecimento quanto ao de execução. Entretanto, não se confundi a suspensão da execução do processo com sua extinção, que ocorre quando se exauriu a relação processual, não havendo mais qualquer ato a realizar-se no processo.
Desta forma, é objeto do presente estudo a análise das situações que promovem ou condicionam a suspensão e posteriormente a extinção da execução do processo. Neste panorama, o novo Código civil, que entrou em vigor no começo de 2016, ratificou tanto a suspensão da execução processual quanto sua extinção e delineou suas hipóteses, que serão discutidos, seus termos, classificações, causas e efeitos. 
2 SUSPENÇÃO DO PROCESSO DE EXECUÇÃO
CONCEITO E NATUREZA JURÍDICA
Acerca da matéria processual, Didier (2011) a conceitua como um conjunto de atos destinados a um objetivo, quer seja a sentença de mérito. E todos estes atos desenvolvem-se seguindo um rito natural, caracterizado por procedimento. E tal procedimento está suscetível a uma interrupção, o que chamou de “crise no processo”. 
A suspensão da instância, de acordo com Didier (2011), ou tempo de duração entre duas relações jurídicas no processo, consiste em um instrumento normativo, de cunho passageiro, no qual em suspenso, o processo não se encontra extinto, mas impossibilitado de sofrer atos processuais, exceto nas hipóteses de urgência. Ou seja, trata-se da “suspensão do curso do procedimento, a paralisação da marcha processual, como veto a que se pratiquem atos processuais”. (DIDIER, p. 737, 2015). 
Para Dinamarco (p. 138, 1997):
Suspensão é uma situação jurídica provisória e temporária, durante a qual o processo (embora pendente, sem deixar de existir) detém o seu curso e entra em vida latente. O procedimento deixa de seguir avante e, em princípio, nenhum ato processual pode ser realizado durante esse período; ... é a conseqüência de certos atos ou fatos, dos quais se diz que têm efeito suspensivo e que são indicados pela lei ou emergem do sistema processual. 
Ratificando estes conceitos, Araken Assis (1995) explica que suspensão do processo, nada mais é que o “sobrestamento temporário da relação processual, face a uma crise provocada em seu curso regular por ato ou fatos jurídicos” (ASSIS, p. 908, 1995). 
Com estes dados poderia ser analisada a natureza jurídica deste instituto, que é uma ferramenta da instrumentalidade processual do direito de ação, de acordo com a classificação de Didier (2011) enquadra-se no rol do Direito instrumental, ou próprio do procedimento ao ser classificada a suspensão como incidente processual. 
A partir da ideia deste autor, o processo: 
deve ser compreendido, estudado e estruturado tendo em vista a situação jurídica material para a qual serve de instrumento de tutela. É a essa abordagem metodológica do processo que se chama instrumentalismo, cuja principal virtude é a de estabelecer a ponte entre o direito processual e o direito material. Não se Pode confundir o instrumentalismo com a busca pela simplificação procedimental, que é outra coisa. (DIDIER, p. 1, 2010). 
De acordo com julgamento de agravo de execução da 4ª turma de Direito Público do Tribunal de Justiça de Pernambuco, o relator Rafael Machado da Cunha Cavalcanti afirma que: 
Em linha de princípio, tem-se que, na técnica do novo Código de Processo, qualifica-se como incidente toda e qualquer questão suscitada no curso do processo e que se resolve através de um provimento judicial sem as características de uma sentença. As questões suscitadas, e que, acolhidas, determinam a extinção do processo sem julgamento de mérito. (BRASIL, TJ/PE AGV nº 3528958, 27, Nov. 2015). 
O incidente processual resume se em questões emergentes sobre o procedimento principal, que podem ser divididas em questões prejudiciais e procedimentos incidentes, as questões prejudiciais são vinculadas ao direito material e devem ser resolvidas antes da análise de mérito da lide, quanto às questões incidentais, devem ser resolvidos antes da sentença de mérito, entretanto são vinculadas ao direito processual. 
Concernente a estes tópicos, faz-se necessário uma análise mais aprofundada destes conceitos, dando ênfase sobre as hipóteses e o modo procedimental de arguir sobre a suspensão da execução, bem como as possíveis motivações da extinção da execução processual. 
2.2 CAUSAS DE SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO
Concernente às causas motivadoras da suspensão do Processo, o Código de Processo Civil de 2015 relaciona taxativamente suas possibilidades, entretanto não exaure integralmente estas, podendo ser encontrados outros eventos que ensejam a suspensão da execução ou do próprio processo dispostos no ordenamento jurídico, conforme entendimento de Didier (2015). 
Pontuando as possíveis causas suspensivas, pode- se notar: a morte ou perda da capacidade processual de qualquerdas partes, de seu representante legal ou de seu procurador; pela convenção das partes; pela arguição de impedimento ou de suspeição; pela admissão de incidente de resolução de demandas repetitivas; quando a sentença de mérito: depender do julgamento de outra causa ou da declaração de existência ou de inexistência de relação jurídica que constitua o objeto principal de outro processo pendente; tiver de ser proferida somente após a verificação de determinado fato ou a produção de certa prova, requisitada a outro juízo; por motivo de força maior; quando se discutir em juízo questão decorrente de acidentes e fatos da navegação de competência do Tribunal Marítimo.
Outros casos podem ser destacados, incluindo os demais que o CPC e legislação extravagante regulam como exemplos: em razão da instauração do incidente de desconsideração da personalidade jurídica (art. 134, §3º, do CPC); em razão da impugnação ao cumprimento da sentença (art. 525, §5º, do CPC); em razão da oposição (art. 685, parágrafo único, do CPC); em razão da oposição de embargos à execução (art. 919, §1º, CPC); e na execução (art. 921, CPC). 
2.3 CLASSIFICAÇÃO DAS SUSPENSÕES DAS EXECUÇÕES
A classificação das espécies de suspensão da execução do processo varia de acordo com os autores, a exemplo de Humberto Theodoro (2014), que a divide única e exclusivamente em necessária e voluntária, sendo a primeira a suspensão que ocorre por imposição da lei a chamada ex lege, sua incidência acontece quando em determinado contexto processual recaem as demandas apontadas pelo código civil, em seu art. 313 relativo ao processo, ou no art. 921, referente ao processo de execução; quanto à suspensão voluntária, esta decorre de um ato de vontade entre as partes envolvidas no processo. 
Para Cândido Dinamarco (2009), as classificações dos tipos de suspensão da execução do processo podem ser: própria ou imprópria; obrigatória ou voluntária; e critica a dogmática inspirada no direito italiano que divide a suspensão em total e parcial, acreditando na possibilidade única de suspensão total. 
2.3.1 Suspensão própria ou imprópria
A despeito desta classificação, não se tem um consenso entre os doutrinadores, coexistindo divergência em seu entendimento. Cândido Dinamarco (2009), pondera que a suspensão própria paralisa totalmente o processo, cabendo apenas a atuação em casos de urgência conforme prediz seu Art. 314:  “Durante a suspensão é vedado praticar qualquer ato processual, podendo o juiz, todavia, determinar a realização de atos urgentes a fim de evitar dano irreparável, salvo no caso de arguição de impedimento e de suspeição.” E a suspensão imprópria paralisa somente o procedimento principal, que os incidentes processuais tramitam regularmente, como as exceções de incompetência relativa e do juízo, ou impedimento do juiz. 
Todavia, Assis (2011) interpreta de outro prisma esta questão. O mesmo afirma que a doutrina acolhe apenas os conceitos de suspensão obrigatória e voluntária, apesar de ponderar sobre a noção de própria e imprópria. Para este autor, própria seria a suspensão ativa atinente ao mesmo processo, cujo desdobramento é fático da lide principal, o que englobaria as suspensões voluntária e obrigatória, e imprópria é aquela que concede ao processo uma imobilidade ilusória, na qual o processo deixa seu curso normal, e outro juízo deverá sanar alguma questão incidente. 
2.3.2 Suspensão total ou parcial
No tocante a esta classificação existe uma discordância entre as doutrinas. A vertente italiana defende que a suspensão pode ser total ou parcial, no entanto, o doutrinador Cândido Rangel Dinamarco (2004) diz ser uma impropriedade a divisão, uma vez que não há suspensão se os atos executivos continuam a ser praticados, afirmando, assim, que a suspensão será sempre total.
Conforme o supracitado jurista brasileiro, as hipóteses de exclusão de um dos sujeitos que participam da relação ou a diminuição do crédito executado compreende-se, tão somente, como uma redução nas medidas executivas a serem praticadas, o que para o autor não se denomina como suspensão parcial. É o que ocorre, por exemplo, quando somente um dos sujeitos executados entra com embargos, sendo que só este pode ser beneficiado; a execução contra os outros continua, todavia até o julgamento do embargo haverá uma limitação temporária no pólo passivo.
Suspensão obrigatória ou voluntária
A suspensão obrigatória emana categoricamente da lei. É uma atividade cognitiva do juiz que deve ser executada, ainda que a contragosto. De acordo com Humberto Theodoro Júnior “É necessária ou ex lege a suspensão imposta pela lei, de forma cogente, diante de uma determinada situação processual, como nas hipóteses contempladas no art. 313, I”.
As hipóteses de suspensão obrigatória estão elencadas nos artigos 921 a 923 e nos incisos de I a III do artigo 313 do Código de Processo Civil de 2015. Contudo, não são exaustivas, haja vista que do diploma processual decorrem várias outras possibilidades legais. As hipóteses de suspensão estabelecida pela lei são:
 Morte ou pela perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu representante legal ou de seu procurador;
Ocorre quando o crédito ou obrigação são transmissíveis aos herdeiros do espólio (art. 485, IX), é dever do magistrado suspender o processo de execução, provado o falecimento ou a incapacidade (art. 313, §. 1º,). De maneira que, fica vedada a prática de quaisquer atos até que se habilitem os sucessores (art. 687), não havendo prazo para retomar a continuidade do processo. Nas causas em que o objeto é um direito intransmissível a morte de uma das partes resultará em extinção do processo de execução, conforme dispõe o art. 485, IX do CPC.
De acordo com o art. 485, §3º do código de processo civil, no caso de morte do procurador de qualquer das partes, ainda que iniciada a audiência de instrução e julgamento, o juiz determinará que a parte constitua novo mandatário, no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual extinguirá o processo sem resolução de mérito, se o autor não nomear novo mandatário, ou ordenará o prosseguimento do processo à revelia do réu, se falecido o procurador deste. Aplica-se, ainda, este artigo na hipótese de impedimento profissional ou incompatibilidade supervenientes do advogado, licença ou eliminação dos quadros da Ordem dos Advogados; à parte é concebido o prazo de quinze dias para a regularização da representação processual.
Convenção das partes;
São os atos das partes consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais de vontade que produzem imediatamente a constituição, modificação ou extinção de direitos processuais, segundo o art. 200.
Pertinente a esta hipótese, Araken de Assis (2011) afirma que a intenção do legislador foi consentir que as partes acordassem no tocante a paralisação do processo por quaisquer motivos, não apenas a dilação do prazo para que o credor possa cumprir a obrigação, art. 923. Todavia, o prazo de suspensão do processo não pode exceder a seis meses. Por fim, não tendo o poder de indeferir pedido que emana do ius dispositivum, o papel do juiz resume-se a homologação da suspensão ora convencionada.
Arguição de impedimento ou suspeição;
Interposta a exceção em razão da incompetência do juízo, assim como a suspeição, o órgão judicante fica inabilitado a continuar no exercício de sua função jurisdicional no processo, pelo menos enquanto não for solucionado o incidente. Haja vista, que na dúvida sobre a legitimidade de sua atuação, estabelece o código a abstenção da prática dos atos processuais até que a situação se defina pelos meios adequados.
Nesta possibilidade será objeto de exceção, ou seja, por via autônoma, quando a sua oposição constituir causa de suspensão da execução, em razão do art. 921, II e art. 313, III.
Por força maior.
	O motivo de força maior poderá ser uma razão física que torna impossível o funcionamento do órgão jurisdicional e, consequentemente, o andamento do feito, bem como um incêndio que destruísse o edifício do Fórum,ou, ainda, o tornasse inacessível, um alagamento provocado por chuvas torrenciais, impossibilitando o deslocamento e acesso das partes e do próprio juiz ao edifício do Fórum, dentre outros. Por ser uma impossibilidade de ordem física, ou natural, seus efeitos perduram enquanto não desaparece a respectiva causa.
2.3.4 Suspensão pelos embargos do executado 
O novo CPC trouxe consigo a ideia de efetividade e celeridade do Processo Civil, por isso, sua interpretação deve levar em conta que a execução, por ser um genuíno mecanismo de realização do direito, deve tramitar sem obstáculos. Nesse sentido, as decisões judiciais adotadas em sua tramitação são imediatamente eficazes, de modo que as hipóteses de suspensão devem ser vistas como excepcionais.
A primeira previsão de suspensão são as hipóteses dos artigos 313 a 315 (previsões de suspensão de qualquer processo judicial), remissão feita no art. 921, I do CPC/15. Em seguida, o inciso II do mesmo artigo dispõe que haverá suspensão da Execução “no todo ou em parte, quando recebidos com efeito suspensivo os embargos à execução”.
Como dito anteriormente, a regra básica é que os embargos à execução “não terão efeito suspensivo” conforme dispõe o art. 919, caput do CPC/2015. Contudo, existem circunstâncias especiais em que o juiz poderá atribuir, a requerimento do executado, efeito suspensivo aos embargos. Nesse sentido, dispõe o CPC/15 em seu art. 919, § 1º: “O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos embargos quando verificados os requisitos para a concessão da tutela provisória e desde que a execução já esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficientes.” 
Ressalte-se que tais requisitos são cumulativos e a mera apresentação de embargos à execução, por si só, não basta para ensejar efeitos suspensivos à Execução. A suspensão requerida pelo embargante somente poderá ser deferida em situação de evidência, com a devida comprovação do direito alegado, ou seja, em casos imprescindíveis e diante da presença dos requisitos autorizadores previstos em Lei, devendo o executado convencer o juiz de que seus motivos são relevantes, demonstrando haver elementos que tornem evidente que os embargos por ele opostos tem grande chance de êxito, isto é, que a execução não deve prosseguir, por lhe faltar um de seus requisitos essenciais.
Conforme o §3º do art. 919, nos casos em que os embargos impugnarem apenas parte da pretensão executória, a suspensão será parcial, prosseguindo-se a execução em relação ao restante da obrigação não impugnada ou em relação a qual não forem tido por presentes os requisitos da tutela provisória. Por exemplo, se o juiz considerar que provavelmente o débito é de R$10.000,00, ao invés dos R$20.000 em execução, a suspensão se dará em relação à metade do objeto executado, prosseguindo em relação ao restante, (art. 921, II).
Outrossim, no caso em que cessarem as circunstâncias que motivaram a suspensão, a decisão relativa aos efeitos dos embargos poderá, a requerimento da parte, ser modificada ou revogada a qualquer tempo, em decisão fundamentada (§2º do art. 919 do CPC/15).
Destaque-se que a concessão de efeito suspensivo aos embargos oferecidos por um dos executados não suspenderá a execução contra os que não embargaram quando o respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao embargante. Além disso, a concessão de efeito suspensivo não impedirá a efetivação dos atos de substituição, de reforço ou de redução da penhora e de avaliação dos bens, conforme artigo 919, §§ 4º e 5º, respectivamente.Em suma, no caso do inc. II do art. 921 do CPC/2015, suspende-se a execução porque a atividade processual desloca-se para os embargos, enquanto o efeito suspensivo concedido continuar sendo mantido.
Por fim, torna-se importante salientar que os embargos interpostos por terceiro não mais possuem efeito suspensivo em relação ao processo principal, conforme previa o art. 1.052 do CPC/73. O terceiro que sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro, entretanto, o CPC atual mais prevê a suspensão do processo principal no caso de interposição do mesmo.
 
2.3.5 Suspensão pela arguição de impedimento ou de suspeição
 
O novo CPC extingue as exceções de impedimento e suspeição, dispondo que tais alegações devem ser feitas pela parte, no prazo de 15 dias a contar da ciência do fato que gerou o impedimento ou a suspeição, em petição específica, dirigida ao Juiz da causa.
A arguição de incompetência não mais figura como expressa causa de suspensão do processo, tal como era no código revogado (art. 265, III, CPC/73). A razão se consubstancia no fato de a arguição de incompetência não ser ofertada em peça apartada, devendo ser realizada agora em preliminar de contestação, conforme prevê o artigo 64, do CPC/15.
A arguição de parcialidade do juiz suspende o processo, é o que determina o art. 313, III do CPC/2015. Nos casos em que o juiz reconhecer o impedimento ou a suspeição ao receber a petição, ordenará imediatamente a remessa dos autos a seu substituto legal. Caso este não reconheça seu impedimento ou suspeição, deverá autuar em apartado a petição e a encaminhá-la ao Tribunal competente, nos termos do § 1.º do art. 146 do CPC/2015. 
Durante a tramitação do incidente, o substituto legal fará o julgamento das medidas urgentes, salvo se o tribunal expressamente negar o efeito suspensivo ao incidente. O relator, ao receber o incidente, decidirá se o processo permanecerá suspenso, ou se deve voltar a correr (§§ 2.º e 3.º do art. 146 do CPC/2015). 
Por fim, importa salientar que enquanto durar a suspensão é vedado a prática de qualquer ato processual, podendo o juiz, todavia, determinar a realização de atos urgentes a fim de evitar dano irreparável, salvo no caso de arguição de impedimento e de suspeição, em que tutela de medidas urgentes será requerida ao substituto legal (Art. 314, caput c/c 146,§ 3º do CPCP/15).
2.3.6 Suspensão pela inexistência de bens impenhoráveis
 Conforme a doutrina, o objeto da execução forçada dos bens do devedor, visa atingir somente os bens de sua propriedade, como meio de resgate da dívida a ser executada, ou seja, quando verificado que o executado não dispõe de bens possíveis de penhora, ou mesmo se estes não forem suficientes para execução, é pacífico o entendimento que se deve obrigatoriamente ocorrer a suspensão do processo, a partir da certidão emitida pelo oficial de justiça.
Nesse sentido, assevera Theodoro (2014) que:
O objeto da execução forçada são os bens do devedor, dos quais se procura extrair os meios de resgatar a dívida exequenda. Não há, no processo de execução, provas a examinar, nem sentença a proferir. Daí por que a falta de bens penhoráveis do devedor importa suspensão sine die da execução (THEODORO, p. 669, 2014).
Assim, entende-se que deve ser apenas o patrimônio do executado sujeito a execução, conforme preceitua CPC no seu Art. 789, que o “devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei”. Na ausência destes considerados penhoráveis, é suspensa a execução, porém não pode ser caracterizada uma extinção, mas sim apenas uma suspensão.
Nesse sentido, Didier (2011, p. 336) afirma que também poderá ser suspensa a execução, quando os bens existentes do devedor forem insuficientes para efetivação útil de uma penhora ou satisfação do crédito do exequente, ou seja, quando estes forem totalmente exauridos pelo pagamento das custas da execução (art. 836 do CPC), devendo permanecer assim até que apareçam bens considerados penhoráveis.
Para Theodoro (p. 2014):
Deve-se lembrar que a responsabilidade patrimonial em que se apoia a execução por quantia certa abrange tanto os bens atuais do devedor como os futuros (art. 789). Por isso, a lei prevê que, não se encontrando bens a penhorar, a execuçãoserá suspensa (art. 921), e não extinta. Os autos serão arquivados em caráter provisório, podendo ser reativados a qualquer tempo, desde que surjam bens a executar.
No tocante aos prazos de duração da suspenção da execução, leva-se em consideração nesse sentido, que o executado não deverá permanecer numa execução indefinida ou numa litispendência infinita, que neste caso, seria incompatível com a duração razoável do processo, conforme preceitua o Art 139, II. Nesse sentido o CPC-2015 trouxe no seu disposto no Art. 313, § 4º, que: 
§ 4º O prazo de suspensão do processo nunca poderá exceder 1 (um) ano nas hipóteses do inciso V e 6 (seis) meses naquela prevista no inciso II.
II – pela convenção das partes;
V – quando a sentença de mérito:
a) depender do julgamento de outra causa ou da declaração de existência ou de inexistência de relação jurídica que constitua o objeto principal de outro processo pendente;
b) não puder ser proferida senão depois de verifica do determinado fato, ou de produzida certa prova, requisitada a outro juízo;
c) tiver de ser proferida somente após a verificação de determinado fato ou a produção de certa prova, requisitada a outro juízo;
Ademais, o advento do CPC-2015, inovou ao estipular o início da prescrição intercorrente, que seria verificada quando a inércia do processo permanecesse por tempo superior ao lapso da prescrição prevista por lei para pretensão em juízo, em outras palavras, o exequente ficaria inerte na prática de atos processuais, permitindo a paralisação do processo injustificadamente. 
Outras novidades no tocante a prescrição, foram as inclusões previstas nos §§ 1º, 4º e 5ª do Art. 921. No primeiro, têm-se no seu inciso III, que determina a suspensão da execução, quando o executado não possuir bens penhoráveis, estabelecendo que “o juiz suspenderá a execução pelo prazo de 1 (um) ano, durante o qual se suspenderá a prescrição”. No tocante ao § 4º, têm-se “quando suspensa a execução e a prescrição, por um ano, e escoado esse prazo “sem manifestação do exequente, começa a correr o prazo de prescrição intercorrente”; e por último no § 5º, o CPC prestigiou a não decisão surpresa, haja vista que estabelece que o “juiz, depois de ouvidas as partes, no prazo de 15 (quinze) dias, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição de que trata o § 4º e extinguir o processo”. 
2.3.6.1 A impenhorabilidade 
Dispõe o Art. 832 do Código de Processo Civil que não estão sujeitos à execução os bens que a lei considera impenhoráveis ou inalienáveis, ou seja, poder-se-ia considerar nesse sentido, que aquele bem cuja expropriação, não venha a causar numa violação no diz respeito a dignidade do executado deve ser considerado penhorável, mesmo que a lei o assegure como impenhorável, levando em consideração que sua apropriação e expropriação forem necessárias à preservação de interesse mais relevante. Entretanto, é exequível a ampliação das hipóteses de impenhorabilidade principalmente nos casos que a dignidade da pessoa humana fosse colocada numa posição vulnerável pela penhora, devendo portanto, ser necessariamente observado o princípio da proporcionalidade na tomada de decisões.
Deste modo, torna-se necessário observar que a impenhorabilidade pode ser absoluta ou relativa. Assim, por impenhorabilidade absoluta, diz respeito a inconstrangibilidade dos bens necessários à sobrevivência do executado, ou seja, significa afirmar que bem impenhorável ou inalienável não pode ser levado à execução em hipótese alguma, competindo ao juiz o dever de impedir, a requerimento ou mesmo de ofício a penhora e subsequente expropriação do bem.
A despeito, aduz Araken de Assis (2007, pp. 222-223) que:
(...) contempla o beneficium competentiai (benefício de competência), ou seja, a impenhorabilidade absoluta do estritamente necessários à sobrevivência do executado, e de sua família, e a sua dignidade; … O benefício de competência se baseia, portanto, no respeito ao supremo valor da vida humana, enfim, no princípio da dignidade da pessoa humana.
	As regras deste benefício são consideradas instrumentais, estando assim elencadas no CPC, no seu Art. 833, incisos I ao XII, destacados a seguir:
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;
II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida;
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor;
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2o;
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado;
VI - o seguro de vida;
VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas;
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família;
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social;
X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários-mínimos;
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos da lei;
XII - os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra.
§ 1o A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida relativa ao próprio bem, inclusive àquela contraída para sua aquisição.
§ 2o O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de penhora para pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem, bem como às importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais, devendo a constrição observar o disposto no art. 528, § 8o, e no art. 529, § 3o. 
§ 3o Incluem-se na impenhorabilidade prevista no inciso V do caput os equipamentos, os implementos e as máquinas agrícolas pertencentes a pessoa física ou a empresa individual produtora rural, exceto quando tais bens tenham sido objeto de financiamento e estejam vinculados em garantia a negócio jurídico ou quando respondam por dívida de natureza alimentar, trabalhista ou previdenciária.
A impenhorabilidade relativa distingue-se, pois, da impenhorabilidade dita absoluta, uma vez que leva em consideração nesse sentido, que alguns bens considerados impenhoráveis, em regra, podem ser objeto da expropriação executiva, ou seja, quando o credor deseja fazer valer um direito seu, constritando bem dito como absolutamente impenhorável, entretanto, deverá provar que o crédito exequendo está elencando no rol fechado de hipóteses legais que admitem a relativização.
Ressalta-se nesse sentido, a evolução do processo executório no direito brasileiro, pelo fato da vedação da autotutela a ser realizada pelo credor na busca pela satisfação de seu crédito em desfavor do devedor, quando observada supremacia dos princípios inerentes à execução, em especial, o do devido processo legal. 
Ademais, com relação aos princípios, merecerem destaque ainda aqueles que possuem relação com a relatividade dos bens impenhoráveis, sendo eles: princípio da dignidade humana, princípio da proporcionalidade, princípio da efetividade, princípio da responsabilidade patrimonial, princípio do resultado e o princípio da menor onerosidade. Salientando portanto, que a impenhorabilidade deve ser sempre ser vista como instituição para proteção mínima de uma condição de vida para o executado.
2.4 SUSPENÇÃO VOLUNTÁRIA
Quanto à suspensão voluntária, o novo CPC trata este instituto nos arts. 922 e o art. 313, II que estabelecem queo processo de execução se suspende quando houver convenção das partes neste sentido.
Acerca desta matéria, Araken de Assis (1995) divide a suspensão voluntária em: a suspensão convencional genérica e a suspensão convencional dilatória. A primeira preconizada no art. 313, afirma que sua incidência não depende do estabelecimento de um prazo para a suspensão ou de uma causa específica que a justifique. Tal convenção fica restrita ao prazo legal estabelecido pelo § 3o do art. 313, que é de 01 ano na hipótese do inciso V e de seis meses na hipótese do inciso II.Por outro lado, a suspensão convencional dilatória é a prevista pelo art. 922 do CPC, ou seja, convindo as partes, o juiz declarará suspensa a execução durante o prazo concedido pelo exequente, para que o executado cumpra voluntariamente a obrigação.
Na segunda convenção, deve ser estabelecido um prazo para que o devedor cumpra a obrigação; o limite temporal é acordado pelas partes. É o que acontece quando as partes acordam quanto ao cumprimento da obrigação de maneira parcelada. Assim, possibilitando o cumprimento, o credor estabelece um prazo para que o executado pague voluntariamente. 
No inciso II do art. 313 prevê-se a "convenção das partes" como causa de suspensão do processo e, consequentemente, da execução. Inicialmente, isso poderia significar um entrave para a efetividade e celeridade da execução. Porém, sendo o movimento suspensivo uma lícita iniciativa dos maiores interessados no efetivo e célere desfecho do feito, tais ideais acabam não sofrendo arranhões. Até porque a acordada paralisação da execução pode criar o cenário propício para a satisfação da obrigação ou a composição das partes, trazendo-lhes, de forma mais ágil e menos custosa, tudo o que o processo acabaria por lhes oferecer ao final.
Para que a convenção das partes produza o efeito suspensivo previsto no inciso II do art. 313, é impositivo que ela conte com a participação de todos os sujeitos parciais da relação jurídica processual. Faltando a concordância de uma das partes, a convenção não é apta a suspender o feito. Aqui, mais uma vez, a suspensão do feito se dá tão logo acontecido o evento previsto na lei; no caso, tão logo externada em juízo a manifestação de todas as partes nesse sentido. Novamente, os efeitos da decisão do juiz retroagem até o momento da ocorrência da causa suspensiva. Todavia, registre-se que a suspensão do processo por convenção das partes não suspende prazos peremptórios, como é o caso do prazo para embargar a execução. Uma vez findo o prazo convencionado pelas partes, deve o juiz determinar a sequência da execução (art. 313, § 4º). 
O art. 922 descreve em seu caput especial hipótese de convenção das partes para a suspensão da execução: "convindo as partes, o juiz declarará suspensa a execução durante o prazo concedido pelo exequente, para que o executado cumpra voluntariamente a obrigação". Quando as partes lançarem mão dessa específica forma de convenção, não incide a limitação semestral prevista no § 3º do art. 313, "admitindo-se que a suspensão 'seja prolongada pelo tempo necessário ao cumprimento da obrigação' (RT 714/37, RJTAMG 60/62, maioria, 67/214)10". Porém, uma vez terminado o prazo concedido, sem que tenha sido cumprida a obrigação, o juiz deve determinar a retomada da execução (art. 922, parágrafo único), a exemplo do que acontece com o término do prazo avençado em qualquer outra convenção (art. 3313, § 3º).
O acordo é levado até o juiz para que seja homologado, a partir daí suspende-se, de maneira dilatória, o processo executivo. Em caso de descumprimento do acordo, ou encerrada a suspensão sem cumprimento, o processo volta ao seu tramite normal.
Vale destacar que o juiz não se vincula ao acordo das partes, em se deparando com afronta à legalidade pode indeferir a transação.
2.5 MOMENTO DA SUSPENSÃO 
Questiona-se se a suspensão, mesmo sendo necessária, se dá no momento em que ocorre o fato determinante, ou a partir do pronunciamento judicial a respeito (DINAMARCO, 2009).
Já foi feita a distinção entre suspensão obrigatória e voluntária. A partir de tal distinção é possível concluir que: quando a suspensão for obrigatória, estando o juiz vinculado a ela, o processo se suspende a partir do fato incidente, pois a atividade do juiz é meramente declaratória, ele apenas reconhece a causa e declara que o processo está suspenso; e quando a suspensão for voluntária, a atividade judicial é necessária para que haja a suspensão; assim, a suspensão só se verifica a partir da homologação do juiz.
Pode-se concluir que no caso de suspensão obrigatória, a declaração do juiz que suspende o processo tem efeito “ex tunc”, retroagindo à data do fato incidente, e no caso de suspensão voluntária, a homologação judicial tem efeito “ex nunc”, ou seja, com eficácia posterior ao reconhecimento do juiz, pois depende da sua atividade discricionária.
Assim, no primeiro caso, se praticados atos processuais, estes serão ineficazes, nos termos do art. 146 do CPC/2016, pois o processo já estava suspenso a partir da origem do incidente, mesmo que o reconhecimento judicial tenha sido posterior.
É importante ressaltar que tais posições não são unânimes no entendimento doutrinário. Alguns autores entendem que em ambos os casos, o efeito é “ex nunc” a partir da decisão do juiz.
2. 6 AÇÃO RESCISÓRIA E SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO
	A ação rescisória, que é uma ação autônoma de impugnação e que tem por objetivos de a desconstituição da decisão judicial transitada em julgado e, eventualmente o rejulgamento da causa, não suspende a eficácia da decisão rescidenda, que poderá, assim, ser executada. O art. 969 do novo CPC permite que a suspensão em caso de tutela provisória.
2.7 FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO JUDICIAL E SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO
Pertinente à relação entre falência, recuperação judicial e suspensão do processo, entende FredieDidier Júnior que advindo a determinação da falência ou recuperação judicial suspende-se as execuções individuais em face do devedor insolvente, bem como as execuções propostas pelos credores particulares do sócio solidário (Lei nº 11.101, de 9 de fevereiro de 2005, art. 6º). 
Terá andamento no juízo no qual se estiver processando a ação que demandar quantia ilíquida (Lei nº 11.101/2005, art. 6º, §1º). Diante deste acontecimento deverão os credores habilitar-se na falência ou na recuperação judicial, tendo por finalidade o recebimento de seus créditos.Todavia, não serão suspensas a ação que demanda quantia ilíquida, a ação trabalhista até a fixação do valor devido e a execução fiscal (Lei nº 11.101/2005, art. 6º, §1º, 2º e 7º, art. 52, IV, art. 99, V).
3. EXTINÇÃO DO PROCESSO
3.1 CONCEITO
Conforme o entendimento de Fredie Didier (2011) toda execução realiza-se por meio de um processo de execução, podendo esta acontecer de forma autônoma, em um processo próprio, ou como desdobramento, mais uma fase processual, estando vinculada no mesmo processo que demandou a lide. Este autor ressalta que a realização deste “processo de execução, procedimento em contraditório, seja em um processo instaurado com esse objetivo, seja como fase de um processo sincrético.” (DIDIER, p. 29, 2011). 
Sobre este entendimento, cabe, portanto a função da cognição judicial na análise das condições da ação e dos pressupostos processuais. Há duas divisões da atividade do órgão jurisdicional quando se trata da cognição, uma voltada as questões de admissibilidade e outra ao juízo de mérito, e nestes aspectos existe a análise:
Sobre a necessidade de exame da validade do procedimento executivo (juízo de admissibilidade), parece não haver dúvidas: cabe ao órgão jurisdicional verificar o preenchimento dos pressupostos processuais, como, por exemplo, a existência de título executivo, a competência, o pagamento de custas etc. Sobre o juízo de mérito da execução, porém, não é muito comum encontrar livros ou ensaios doutrinários a respeito: parece prevalecer a equivocada idéia de que não há mérito na execução. Trata-se de erro que não se pode cometer e cujaperpetuação se deve evitar. (...) O mérito da execução é a efetivação/realização/satisfação de um direito a uma prestação (de fazer, não-fazer ou dar) certificado em um título executivo. (DIDIER, pg. 43, 2011).
Desta forma, com base nos ensinamentos do autor supracitado, o procedimento de execução poderá ser extinto em duas possibilidades, com ou sem resolução de mérito. Quando a extinção da execução ocorre com exame do pedido de satisfação da obrigação, ocorreu seu exaurimento com solução de mérito, que gera, além da extinção da execução, coisa julgada material, quando a questão levantada torna-se indiscutível. 
 Concernente a outra possibilidade de extinção da execução, Dinamarco (2009) afirma que ao se eliminar o processo de execução sem julgamento do mérito da questão levantada, significa que a pretensão não recebeu qualquer julgamento, seja ele favorável ou desfavorável. 
Quanto às causas de extinção do processo de execução sem o julgamento de mérito, pode se apontar, com base no art. 485 do Código de Processo Penal, três categorias: 
a) os pressupostos processuais positivos que compreendem os requisitos para a constituição de uma relação processual válida, ou seja, com viabilidade de desenvolver-se regularmente;
 b) as condições da ação como parcela que se destaca do mérito e imune à coisa julgada;
c) os pressupostos negativos, impeditivos do julgamento do mérito circunstâncias alheias à relação processual, como a litispendência, a coisa julgada, a perempção, a caução, o depósito prévio da custas, o abandono da causa, e a desistência da ação
Além destas situações, cabe analisar as causas de extinção do processo de execução quando houve o julgamento da pretensão demandada, conforme será exposto a seguir.
3. 2 HIPÓTESES DE EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO
3.2.1 Satisfação da obrigação
Esta hipótese de extinção do processo de execução está prevista no Art. 924 e inciso I do CPC, e segundo Didier (2011) é a principal forma de extinção do procedimento executivo com resolução de mérito, sendo ela o pagamento da dívida pelo devedor, ou executado. 
Este pagamento poderá ser realizado de forma voluntária ou por decorrência de execução forçada, por intermédio de alienação judicial, com entrega de dinheiro, adjudicação de bem penhorado, conforme Art. 904, I e II do CPC. 
Sobre esta modalidade, Theodoro (p. 671, 2014) afirma que:
O fim da execução é a satisfação coativa do direito do credor. Se o pagamento é obtido, seja voluntária ou forçadamente, exaurida está a missão do processo. O pagamento, no curso da ação, quando se trata de execução por quantia certa, faz-se por meio da remição da execução, e deve compreender o principal atualizado, juros, custas e honorários advocatícios.
	Tal compreensão está disposta no Art. 826 do Código de Processo Civil vigente, no capítulo disposto sobre execução. 
3.2.2 Remissão da dívida
A remição caracteriza-se pela exoneração do devedor ou executado do cumprimento da obrigação. Theodoro (2014), conceituou como “forma de perdão ou de liberação gratuita do devedor, ou seja, renúncia de direito”. 
Não se confunde com remição de bens, de natureza processual, que neste caso específico, vem a ser o perdão da dívida que se reveste de caráter convencional porque depende de aceitação, desse modo, o remitido pode recusar o perdão e consignar o pagamento.
O CPC-1973, que no seu Art. 794, II, estabelecia apenas a modalidade “transação” (grifo nosso) como meio de extinguir o processo, como aduz Theodoro (2014):
Transação é meio liberatório que consiste em prevenir ou terminar o litígio mediante concessões mútuas dos interessados; … No texto legal, todavia, foi empregada ao lado de transação para indicar, em forma de gênero, todos os meios extintivos anômalos ou indiretos das obrigações, como, por exemplo, a compensação, a novação, a confusão, a dação em pagamento etc.
Todavia, o CPC-2015 trouxe inovações no tocante ao meio utilizado para extinção do processo, sendo substituído o termo “transação’’ pelo termo “por qualquer outro meio” no seu Art. 924, III: “Extingue - se a execução quando: III – o executado obtiver, por qualquer outro meio, a extinção total da dívida;”. Portanto, quando extinguido o direito material de crédito do exequente, elimina-se também por consequência a ação de execução, que tinha finalidade de satisfação de crédito junto ao devedor.
3.2.3 Renúncia do crédito
Esta opção está mencionada no inciso III do art. 924, e se relaciona com o princípio da disponibilidade. Extingue-se o procedimento em razão da renúncia ao direito objeto desse mesmo procedimento. Trata-se de negócio jurídico unilateral praticado pelo credor exequente que leva à extinção da execução com exame de mérito. Vale destacar que essa renúncia deverá ser homologada conforme preconizado no art. 487, inciso III, alínea “c”.
3.2.4 Prescrição intercorrente
Conforme disposto anteriormente, a prescrição intercorrente é aquela que ocorre no decurso da demanda, após ser ajuizada e o credor, autor ou exequente esteve inerte em sua atuação nos desdobramentos processuais, decorrendo de sua omissão processual a paralisação do processo injustificadamente. Ou seja, ela tem o elemento da superveniência da propositura da ação. 
Neste contexto, a prescrição acontece quando o credor, no processo de execução não encontra bens suscetíveis a penhora do executado. O antigo código de processo civil não discutiu esta temática, sequer mencionou o instituto, sendo os casos resolvidos com base na jurisprudência, que decidiu igualando o prazo para o cumprimento da sentença, na execução com o prazo para a prescrição da ação.
A hipótese de suspensão por ausência de bens penhoráveis se dá também quando penhorados bens insuficientes (arts. 831 e 836) ou localizados apenas bens impenhoráveis (art. 833). A fluência de um ano de suspensão por ausência de bens penhoráveis dispara a fluência da prescrição intercorrente de cinco anos: §1º e §4º do art. 921. Ver também art. 924, V e enunciado 314 da Súmula do STJ. (OAB RS, 2015, pg. 689). 
Anteriormente, nos casos em que não se tinha bens penhoráveis, o código não determinava prazo prescricional, dando a ideia de um processo eterno, a qualquer tempo o processo poderia ser reaberto. Entretanto, o novo código seguiu o entendimento do Supremo Tribunal de Justiça, que afirma a ocorrência da “prescrição após um ano de suspensão decorrente da não localiza- ção de bens penhoráveis somarem-se mais cinco anos de inação do exequente. Ver observações ao art. 921. (...) A qual era admitida pela jurisprudência.” (OAB RS, 2015, p. 691). 
3.2 EFEITOS DA EXTINÇÃO
Segundo o Art. 925 CPC/15, a extinção só produzirá efeitos quando declarada por sentença. Note-se que tal dispositivo impõe expressamente a imprescindibilidade da sentença para pôr termo final ao processo de execução.
Sentença é o pronunciamento do juiz que põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução, na forma do artigo 203, parágrafo primeiro, CPC. A disposição está prevista parte geral do CPC, que disciplina a parte comum, sendo aplicável tanto ao processo de conhecimento, quanto ao cumprimento de sentença e ao processo de execução. Nesse sentido, o artigo 925, CPC/15, faz uma pertinente repetição que enfatiza a necessidade de prolação de sentença para a extinção do processo de execução. 
4 CONCLUSÃO 
Como visto ao longo do trabalho, o processo de execução é um desdobramento autônomo no âmbito da atividade processual, podendo ocorrer vinculado ao processo principal ou em autos apartados, encabeçando outro processo alheio. 
Esta temática veio arregimentada no novo código de processo civil, cobrindo algumas lacunas outrora não previstas pela legislação. De modo que o intuito global do processo é a executividade, com a premissa de concretizar o direito material de forma célere efetiva, e que para este fim não sejam ultrajados os direitos e as garantias dos responsáveis pela satisfação do direito do exequente ou qualquer outra pessoa.
Comenfoque nesta medida, a suspensão nada mais é que a garantia destes direitos, uma vez que estas se enquadram como manifestações de equilíbrio na relação processual, quando do exercício de suas funções, quais sejam de brecar ou suavizar a marcha processual. Quanto a estas questões, o novo código de processo civil trouxe algumas elucidações, embora em suma os institutos ora analisados permaneçam substancialmente os mesmos. 
REFERÊNCIAS
ASSIS, Araken. Manual do Processo de Execução, 2ª Edição, São Paulo: Revista dos Tribunais, 2ª Edição, 1995.
BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Institui o Código de Processo Civil. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20152018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em: 23 abr. 2016. 
BRASIL. Tribunal de Justiça de Pernambuco. Agravo de Instrumento nº 3528958, 4ª Câmara de Direito Públicol. Relator. Desembargador Rafael Machado da Cunha Cavalcanti, 27 de Novembro de 2015.
DIDIER JÚNIOR., Fredie, et al. Curso de direito processual civil: execução. 3. ed.- Salvador: Ed. Jus Podivm, 2011. v. 5.
DIDIER JÚNIOR., Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e processo de conhecimento I. 17. ed.- Salvador: Ed. Jus Podivm, 2015. v. I.
DIDIER JÚNIOR., Fredie, CUNHA, Leonardo Carneiro. Curso de direito processual civil: meios de impugnação às decisões judiciais e processo nos tribunais. 13. ed.- Salvador: Ed. Jus Podivm, v. 3, cap. 12, p. 421-525, 2016, 
DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de Direito Processual Civil, volume IV. 3. ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2009.
DINAMARCO, Cândido Rangel. Execução Civil. 5. ed., São Paulo: Malheiros Editores, 1997.
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Processo de Execução e Cumprimento da Sentença, Processo Cautelar e Tutela de Urgência – vol. II – Humberto Theodoro Júnior – Rio de Janeiro: Forense, 2014.

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