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Breve retrospectiva histórica da didática
Antiguidade: Sócrates, Platão e Aristóteles – 1ºs educadores a.C. 
Idade Média: Até o século XIV – Escolástica – Santo Agostinho (354-430), Carlos Magno (771-814) e Santo Tomás de Aquino (1225-1274): As pessoas tinham/precisam dominar suas paixões, controlar suas emoções para merecerem a vida sobrenatural, ou seja, para merecer o céu. Predominava nessa época o dogma, a cultura do silêncio, autoridade do mestre (século 14). 
Idade Moderna: Início do século XIV – Nessa época os brancos, colonos, padres, monges, ricos, eram as pessoas que estudavam. Elas estavam isentas do trabalho, enquanto estavam estudando. Os pobres enquanto estavam trabalhando, estavam excluídos da escola. 
No sistema brasileiro queremos apenas que os alunos apresente o domínio cognitivo, ou seja, apresente o domínio da matéria, que ele esteja em dia com as ciências. Muitos modelos pedagógicos até recentes, ainda estão presos a isso, ou seja, o resultado final, ao produto final. 
Jesuítas: Fundada em 1540 pelo Santo Inácio de Loyola. Essa ordem foi responsável por uma importante produção de conhecimentos sobre o Novo Mundo. Muitos padres jesuítas foram responsáveis pela catalogação e o aprendizado dos povos indígenas. Várias instituições de ensino eram mantidas gratuitamente no ambiente colonial. Impacto significativo nas escolas europeias durante os séculos XVI, XVII e XVIII. Nos dias de hoje, continua presente no ideário pedagógico de muitas escolas ligadas à Igreja Católica. Tivemos a expansão da pedagogia dos jesuítas pela América Latina e Ásia, conduzida por importantes figuras missionárias, de que o português, Padre Antônio Vieira, é o maior exemplo. No Brasil os jesuítas se dedicaram a pregação da fé católica e ao trabalho educativo. Perceberam que não seria possível converter os índios à fé católica sem que soubessem ler e escrever. Todas as escolas jesuítas eram regulamentadas por um documento, escrito por Inácio de Loiola, o Ratio Studiorum, elaborado no final do século XV. O Ratio Studiorum, método de ensino que se expandiu rapidamente por toda a Europa e regiões do Novo Mundo em fase de ocupação, tendo como principal objetivo levar a fé católica aos povos que habitavam estes territórios.
Os Jesuítas catequizaram os índios, pois é uma forma da educação. 
O professor que deve buscar a sua resposta de como ser professor. “Bebemos nas fontes, lemos nos livros, fazemos leituras complementares, mas vamos reproduzir os conhecimentos? Será que a proposta é essa? Temos que pensar em que tipo de aluno queremos formar.” Se seremos transformar um cidadão transformador, mais ativo, mais critico diante da sociedade, precisamos pensar a nossa postura. 
Jan Amos Comenius: Foi o criador da Pedagogia Moderna. Seu ideal pedagógico era movido pelo preceito “Ensinar tudo a todos”, o que resumia as bases e as normas em regem o Homem no seu desempenho na esfera terrena, como criador de sua trajetória. Ele defendia a necessidade da educação das crianças em idade tenra, aconselhando, para esse fim, que se construíssem escolas maternais; desta forma estes seres teriam a chance de conquistar desde cedo conhecimentos básicos que poderiam ser desenvolvidos depois. Sua intenção era que o Homem fosse educado para a vida eterna porque, como ele acreditava, ele era espírito destinado à imortalidade; desta forma, seu aprendizado tinha que ir além dos desejos e ideias materiais. Daí a necessidade vital de buscar não somente bens terrenos, mas acima de tudo a sabedoria e as qualidades que o conduzissem para o Criador. Sua pedagogia preconiza que se deve iniciar o aprendizado pelos sentidos, pois é através deles que se percebem os estímulos exteriores e, portanto, o que se considera real; assim, as percepções sensoriais seriam impressas no interior do ser e, depois, analisadas pelos instrumentos racionais. Os fundamentos de sua didática são o entendimento, a conservação e a práxis; por meio deles o individuo atinge três qualidades elementares – a aquisição de vastos conhecimentos, virtudes e religiosidade, que estão intimamente vinculadas aos dons do intelecto, da vontade e da memória.
Didática Magna: Obra mais importante de Comênio, pois marca o início da sistematização da pedagogia e da didática no Ocidente. A obra, à qual o autor se dedicou ao longo de sua vida, tinha grande ambição. Ele chama sua didática de “magna”, porque não queria uma obra “restrita, localizada”, comenta João Luiz Gasparin, professor do Departamento de Teoria e Prática da Educação da Universidade Estadual de Maringá. "Ela tinha de ser grande, como o mundo que estava sendo descoberto naquele momento, com a expansão do comércio e das navegações." No livro o pensador realiza uma racionalização de todas as ações educativas, indo da teoria didática até as questões do cotidiano da sala de aula. A prática escolar, para ele, deveria imitar os processos da natureza. Nas relações entre professor e aluno, seriam consideradas as possibilidades e os interesses da criança. O professor passaria a ser visto como um profissional, não um missionário, e seria bem remunerado por isso. E a organização do tempo e do currículo levaria em conta os limites do corpo e a necessidade, tanto dos alunos quanto dos professores, de ter outras atividades.
Comênio não foi o único pensador de seu tempo a combater o pedantismo literário e o sadismo pedagógico, mas ousou ser o principal teórico de um modelo de escola que deveria ensinar "tudo a todos", aí incluídos os portadores de deficiência mental e as meninas, na época alijados da educação. "Ele defendia o acesso irrestrito à escrita, à leitura e ao cálculo, para que todos pudessem ler a Bíblia e comerciar", diz Gasparin. Comênio respondia assim a duas urgências de seu tempo: o aparecimento da burguesia mercantil nas cidades européias e o direito, reivindicado pelos protestantes, à livre interpretação dos textos religiosos, proibida pela Igreja Católica.
Comênio foi quem lançou a palavra Didática, a Didática Magna. Ele inaugura o caráter da transmissão do ensino. Claro que ele contribuiu pra época, pois o ensino passou a ser organizado, sistematizado, é um modelo que a gente usa muito o quadro, sistematiza e o professor fica submetido a essa sistematização, pois ele segue linearmente cada passo a passo. O “Pai” da Didática Magna é o Comênio. E o “Pai” da Pedagogia Tradicional é o pedagogo alemão Herbart. Eles são representes desse modelo tradicional de ensino. 
Herbart lançou um “método único de ensino”. Como podemos imaginar um método único que atinja a todos e a ninguém ao mesmo tempo? Um professor no seu dia a dia será que ele não tem que pensar na prática que atinja a ninguém ao mesmo tempo? Paulo Freire criticava esse modelo, pois ele chamava de “Educação Bancária”, ou seja, o professor tem a missão de depositar uma massa de conhecimentos na mente e na “cabeça do aluno”. O aluno por sua vez, precisa assimilar isso passivamente, sem ter muita noção do que ele está estudando. Para Paulo Freire isso será chamado de “ensino sem endereço”, “ensino sem contexto”. Não contextualizado, por tanto é um ensino opressor. 
A pedagogia tradicional há muitas escolas que seguem esse modelo ainda nos dias de hoje. Antigamente esse modelo tinha como objetivo adapta-lo e conformá-lo a sociedade. Herbert deu sua contribuição com o Método Único de Ensino, em que ele dividiu em QUATRO ETAPAS: 1ª) Preparação e apresentação, 2ª) Sistematização (utilização excessiva do quadro), 3ª) Trabalhar o conhecimento do mais simples para o mais complexo. Fazer associações. 4ª) Aplicação (O exercício, ou seja, as provas, testes). 
Na Didática precisamos entender os fundamentos principais, porque não dá para se discutir o planejamento, sobre avaliação, metodologia de ensino, relação professor-aluno, conteúdos escolares, currículos, não da para se discutir sobre tudo isso, sem saber sobre os fundamentos da didática. 
Rousseau, dizia que o homem é bom no seu estado natural. O educador deveria contribuir para desabrochar as potencialidadesinatas das crianças. 
Idade Contemporânea - Johann Friedrich Herbart: A pedagogia foi formulada pela primeira vez como uma ciência, sobriamente organizada, abrangente e sistemática com fins claros e meios definidos. A estrutura teórica construída por Herbart se baseia numa filosofia do funcionamento da mente, o que a torna duplamente pioneira: não só por seu caráter cientifico, mas também por adotar a psicologia aplicada como eixo central da educação. Desde então, e até os dias de hoje, o pensamento pedagógico se vincula fortemente às teorias de aprendizagem e à psicologia do desenvolvimento.
Na teoria herbartiana, memória, sentimentos e desejos são apenas modificações das representações mentais. Agir sobre elas, portanto, significa influenciar em todas as esferas da vida de uma pessoa. Desse modo, Herbart criou uma teoria da educação que pretende interferir diretamente nos processos mentais do estudante como meio de orientar sua formação. 
Jean-Jacques Rousseau: Rousseau combateu idéias que prevaleciam há muito tempo. Entre elas, a de que a teoria e a prática educacional, junto à criança, deviam focalizar os interesses do adulto e da vida adulta. Ele também chamou a atenção para as necessidades da criança e as condições de seu desenvolvimento. Como conseqüência, a criança não podia ser mais entendida como um adulto em miniatura. E se a criança era um ser com características próprias, não só as suas idéias e seus interesses tinham de ser diferentes dos adultos; também o relacionamento rígido mantido pelos adultos em relação a elas precisava ser modificado. Com as suas idéias, Rousseau desmentiu de que a educação é um processo pelo qual a criança passa a adquirir conhecimentos, hábitos e atitudes armazenados pela civilização, sem qualquer modificação. Cada fase de vida: infância, adolescência, juventude e maturidade foi concebida como portadora de características próprias, respeitando a individualidade de cada um.
Johann Heinrich Pestalozzi: A escola idealizada por Pestalozzi deveria ser não só uma extensão do lar como inspirar-se no ambiente familiar, para oferecer uma atmosfera de segurança e afeto. Ao contrário de muitos de seus contemporâneos, o pensador suíço não concordava totalmente com o elogio da razão humana. Para ele, só o amor tinha força salvadora, capaz de levar o homem à plena realização moral - isto é, encontrar conscientemente, dentro de si, a essência divina que lhe dá liberdade.
A criança, na visão de Pestalozzi, se desenvolve de dentro para fora - idéia oposta à concepção de que a função do ensino é preenchê-la de informação. Para o pensador suíço, um dos cuidados principais do professor deveria ser respeitar os estágios de desenvolvimento pelos quais a criança passa. Dar atenção à sua evolução, às suas aptidões e necessidades, de acordo com as diferentes idades, era, para Pestalozzi, parte de uma missão maior do educador, a de saber ler e imitar a natureza - em que o método pedagógico deveria se inspirar.
Friedrich Froebel: O alemão Friedrich Froebel foi um dos primeiros educadores a considerar o início da infância como uma fase de importância decisiva na formação das pessoas – idéia hoje consagrada pela psicologia, ciência da qual foi precursor. Froebel viveu em uma época de mudança de concepções sobre as crianças e esteve à frente desse processo na área pedagógica, como fundador dos jardins-de-infância, destinado aos menores de 8 anos. O nome reflete um princípio que Froebel compartilhava com outros pensadores de seu tempo: o de que a criança é como uma planta em sua fase de formação, exigindo cuidados periódicos para que cresça de maneira saudável.
As técnicas utilizadas até hoje em Educação Infantil devem muito a Froebel. Para ele, as brincadeiras são o primeiro recurso no caminho da aprendizagem. Não são apenas diversão, mas um modo de criar representações do mundo concreto com a finalidade de entendê-lo. Com base na observação das atividades dos pequenos com jogos e brinquedos, Froebel foi um dos primeiros pedagogos a falar em auto-educação, um conceito que só se difundiria no início do século 20, graças ao movimento da Escola Nova, de Maria Montessori (1870-1952) e Célestin Freinet (1896-1966), entre outros.
Por meio de brinquedos que desenvolveu depois de analisar crianças de diferentes idades, Froebel previu uma educação que ao mesmo tempo permite o treino de habilidades que elas já possuem e o surgimento de novas. Dessa forma seria possível aos alunos exteriorizar seu mundo interno e interiorizar as novidades vindas de fora – um dos fundamentos do aprendizado, segundo o pensador.
John Dewey: Dewey é o nome mais célebre da corrente filosófica que ficou conhecida como pragmatismo, embora ele preferisse o nome instrumentalismo - uma vez que, para essa escola de pensamento, as idéias só têm importância desde que sirvam de instrumento para a resolução de problemas reais. No campo específico da pedagogia, a teoria de Dewey se inscreve na chamada educação progressiva. Um de seus principais objetivos é educar a criança como um todo. O que importa é o crescimento - físico, emocional e intelectual.
O princípio é que os alunos aprendem melhor realizando tarefas associadas aos conteúdos ensinados. Atividades manuais e criativas ganharam destaque no currículo e as crianças passaram a ser estimuladas a experimentar e pensar por si mesmas. Nesse contexto, a democracia ganha peso, por ser a ordem política que permite o maior desenvolvimento dos indivíduos, no papel de decidir em conjunto o destino do grupo a que pertencem. Dewey defendia a democracia não só no campo institucional mas também no interior das escolas.
Maria Montessori: Para a educadora Maria Montessori a educação, particularmente a do estágio pré-escolar, deve privilegiar a busca direta e pessoal do aprendizado, por meio do manuseio dos objetos e de atividades práticas. Desta forma é possível se desenvolver a esfera motora e a das sensações do aluno, não só em caráter individual, mas também coletivo - movimento que estimula o desenvolvimento particular e o social.
O Método Montessoriano visa a evolução da criança em um aprendizado diligente, no qual cada aluno assume sua obrigação de responder pelos próprios atos no processo pedagógico. O saber não é infligido compulsoriamente ao aprendiz, mas sim construído por ele com o apoio de livros e objetos didáticos, singelos e sedutores, que incitam os aspectos sensórios, motores, racionais e intelectuais do estudante.
Na metodologia montessoriana o professor dispõe os alunos em formato circular, cercado de estantes com materiais lúdicos e pedagógicos disponíveis para o manuseio da criança, entre eles cubos confeccionados com madeira, os quais contribuem para o desenvolvimento do espírito lógico.
Esta teoria pedagógica foi desde o início exercitada na prática, com a experiência de Maria Montessori na ‘Casa dei Bambini’ – Casa da Criança -, vivência esta disseminada posteriormente em vários pontos do globo. Mas ela não se inquietava apenas com a formação de suas crianças, preocupava-se igualmente em orientar aqueles que zelariam por sua educação, os futuros mestres.
Édouard Claparède: Na história da educação, o nome do psicólogo suíço Édouard Claparède se encontra num ponto de confluência de várias correntes de pensamento. Em sua formação, ele absorveu influências tanto da filosofia como da ciência da época. E sua obra favoreceu o desenvolvimento de duas das mais importantes linhas educacionais do século 20, a Escola Nova, cuja representante mais conhecida foi Maria Montessori (1870-1952), e o cognitivismo de Jean Piaget, que foi seu discípulo.
Muitos pensadores antes de Claparède pregaram a importância de, na prática pedagógica, se levar em conta os processos mentais e a evolução das crianças, mas o faziam de um ponto de vista eminentemente intuitivo. Claparède, ao contrário, tinha formação em medicina e pretendeu construir uma teoria científica da infância. Na introdução de seu livro Psicologia da Criança e Pedagogia Experimental, o psicólogo diz que o ensinoprecisaria se basear no conhecimento das crianças tanto quanto a horticultura se baseia no conhecimento das plantas. "Ele achava que a educação deveria passar por uma ‘revolução copernicana’, deixando de ter o professor como centro para gravitar em torno do aluno", diz Regina Helena de Freitas Campos, professora de psicologia da educação da Universidade Federal de Minas Gerais.
Claparède criticava a escola de seu tempo com os mesmos argumentos do filósofo norte-americano John Dewey (1859-1952) - com quem compartilhava a pregação por uma escola que chamavam de "ativa", na qual a aprendizagem se dá pela resolução de problemas - e dos pedagogos do movimento da Escola Nova. Todos eles condenavam a escola tradicional por considerar o aluno como receptáculo de informações e defendiam a prioridade da educação sobre a instrução. "O saber não tem nenhum valor funcional e não é um fim em si mesmo", defendia Claparède.
Com sua abordagem funcionalista, Claparède foi um dos primeiros 
cientistas a chegar a uma conclusão a que outros pensadores, de diferentes escolas, também chegaram: o que diferencia o ser humano dos outros animais é a capacidade de transformar a natureza (e os ambientes que o cercam em geral). "É isso que produz cultura", diz a psicóloga Regina Campos. Portanto, é preciso promover atividade na escola para que as crianças construam seu acesso ao aprendizado. Você, professor, costuma ter isso em mente? Você tem o hábito de observar que tipo de atividade faz com que seus alunos transformem necessidade em interesse? E costuma dar condições para que eles possam satisfazer a curiosidade?
Célestin Freinet: Muitos dos conceitos e atividades escolares idealizados pelo pedagogo francês Célestin Freinet se tornaram tão difundidos que há educadores que os utilizam sem nunca ter ouvido falar no autor. É o caso das aulas-passeio (ou estudos de campo), dos cantinhos pedagógicos e da troca de correspondência entre escolas. Não é necessário conhecer a fundo a obra de Freinet para fazer bom uso desses recursos, mas entender a teoria que motivou sua criação deverá possibilitar sua aplicação integrada e torná-los mais férteis.
Jean Piaget: Jean Piaget foi o nome mais influente no campo da educação durante a segunda metade do século 20, a ponto de quase se tornar sinônimo de pedagogia. Não existe, entretanto, um método Piaget, como ele próprio gostava de frisar. Ele nunca atuou como pedagogo. Antes de mais nada, Piaget foi biólogo e dedicou a vida a submeter à observação científica rigorosa o processo de aquisição de conhecimento pelo ser humano, particularmente a criança. Do estudo das concepções infantis de tempo, espaço, causalidade física, movimento e velocidade, Piaget criou um campo de investigação que denominou epistemologia genética – isto é, uma teoria do conhecimento centrada no desenvolvimento natural da criança. Segundo ele, o pensamento infantil passa por quatro estágios, desde o nascimento até o início da adolescência, quando a capacidade plena de raciocínio é atingida.
“A grande contribuição de Piaget foi estudar o raciocínio lógico-matemático, que é fundamental na escola mas não pode ser ensinado, dependendo de uma estrutura de conhecimento da criança”, diz Lino de Macedo, professor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo.
As descobertas de Piaget tiveram grande impacto na pedagogia, mas, de certa forma, demonstraram que a transmissão de conhecimentos é uma possibilidade limitada. Por um lado, não se pode fazer uma criança aprender o que ela ainda não tem condições de absorver. Por outro, mesmo tendo essas condições, não vai se interessar a não ser por conteúdos que lhe façam falta em termos cognitivos.
Com Piaget, ficou claro que as crianças não raciocinam como os adultos e apenas gradualmente se inserem nas regras, valores e símbolos da maturidade psicológica. Essa inserção se dá mediante dois mecanismos: assimilação e acomodação.
O primeiro consiste em incorporar objetos do mundo exterior a esquemas mentais reexistentes. Por exemplo: a criança que tem a idéia mental de uma ave como animal voador, com penas e asas, ao observar um avestruz vai tentar assimilá-lo a um esquema que não corresponde totalmente ao conhecido. Já a acomodação se refere a modificações dos sistemas de assimilação por influência do mundo externo. Assim, depois de aprender que um avestruz não voa, a criança vai adaptar seu conceito “geral” de ave para incluir as que não voam.
A obra de Piaget leva à conclusão de que o trabalho de educar crianças não se refere tanto à transmissão de conteúdos quanto a favorecer a atividade mental do aluno. Conhecer sua obra, portanto, pode ajudar o professor a tornar seu trabalho mais eficiente. Algumas escolas planejam as suas atividades de acordo com os estágios do desenvolvimento cognitivo. Nas classes de Educação Infantil com crianças entre 2 e 3 anos, por exemplo, não é difícil perceber que elas estão em plena descoberta da representação. Começam a brincar de ser outra pessoa, com imitação das atividades vistas em casa e dos personagens das histórias. A escola fará bem em dar vazão a isso promovendo uma ampliação do repertório de referências. Mas é importante lembrar que os modelos teóricos são sempre parciais e que, no caso de Piaget em particular, não existem receitas para a sala de aula.
Francis Galton: Notável teórico da hereditariedade formulou, a polêmica teoria eugênica sobre o aprimoramento da espécie. Usou o termo eugenia para expressar a possibilidade de aprimoramento da raça humana por meio de cruzamentos genéticos premeditados. Embora identificada com as idéias do nazismo, que preconizava a eugenia pelo extermínio das raças consideradas inferiores, sua teoria não defendia a criação de classes privilegiadas, mas sim a evolução positiva da humanidade em seu conjunto. Também destacou-se em outros campos de estudo, como a psicologia e a estatística, como no livro sobre a teoria da regressão, o Hereditary Genius (1869). Pai do campo da eugenia, em probabilidade provou que uma composição normal de distribuições normais também é normal.
Alfred Binet: Segundo Armstrong (2001), o ministro da educação pública de Paris, em 1904, pediu ao psicólogo francês Alfred Binet e a um grupo de colegas que criassem um meio para determinar quais alunos do Ensino Fundamental estavam "em risco" de fracassar. Assim surgiram os primeiros testes de inteligências com o objetivo de que estes alunos pudessem receber uma atenção remediadora de seus esforços.
(Os testes de inteligência foram criados por Alfred Binet e Theodore Simon, pois o objetivo desse teste era avaliar as mais variadas funções como julgamento, compreensão e raciocínio, para detectar o nível de inteligência ou retardo mental nas escolas de Paris em crianças e adultos). 
Todos esses autores vinham as crianças como crianças e não como mini adultos. Se a criança falasse na escola, não seria apenas culpa dela, pois poderia ser tambem por falta de estímulos da escola e da própria família.
Pestalozzi defendia a doutrina naturalista. A criança deveria se desenvolver fisicamente e intelectualmente e a partir de experiências concretas. 
Na escola tradicional o aluno aprende apenas só ouvindo o professor. Ele não tem oportunidade de debater sobre os assuntos que são aprendidos no dia a dia. 
Para o Pestatozzi a criança tinha que experimentar a partir de experiências concretas para estimular o raciocínio. Isso é muito da Escola Nova, da gente sair da teoria e da dissertação e poder ver ao vivo e a cores aquele fenômeno que esta sendo estudado. 
Idade Contemporânea: 
Na década de 30 surge o Ministério da Educação. 
1932: Manifesto dos Pioneiros – Movimento da Escola Nova: Teve Fernando de Azevedo e Anísio Teixeira. 
Para Anísio Teixeira a escola não deveria ser ligada a igreja, tinha que ser gratuita, pública, obrigatória e de qualidade. (Modelo de escola nova). 
Em 1934, a Didática entra para os cursos de formação de professores. 
A Pedagogia só foi regulamentada na década de 60, pois antes disso os educadoresiam estudar em outros países para aprender sobre as crianças. Para ter acesso a uma literatura que estivesse falando sobre o desenvolvimento da criança. 
1964: A Didática toma um novo rumo (Paulo Freire). A didática passa a ser considerada Descaminho, porque não há mais nada definido, o professor rompe com o aprionismo técnico, como o determinismo, lança provocações para os seus alunos, reflexões e nunca tem aquele pretensão que iremos esgotar o conhecimento. 
Em 1970 com o regime militar surge o tecnicismo que foi considerado retroacesso educacional. 
1970-1980: Pedagogos criticaram a pedagogia tradicional. O tecnicismo tem muitas coisas parecidas com o modelo tradicional, como por exemplo, Kumon, escola técnica, SENAI, SESC, etc. 
1980: Conferencia Brasileira de Educação – nela foi realizada uma critica para Escola Nova porque os autores brasileiros, falavam que a Escola Nova so estava contribuindo para reproduzir a estrutura social vigente, para acentuar as desigualdades e para garantir a manutenção do status “isco”. 
1980: Modelo Construtivista. (Piaget,Visgovist e “Valon”). 
1996: Surgimento da LDB. 
A Prática Pedagógica não é neutra: Porque somos influenciados pelos grupos que somos inseridos, pela trajetória acadêmica e profissional. A nossa prática é intencional, é preparada, pois não é amadora. O não intencional é desprovida de sentidos, não tem compromissos. 
Século atual: TICs – Tecnologias da informação da comunicação. 
Não há como negar a ausência das tecnologias no setor educacional. Trabalhamos com nativos digitais. As crianças já “nascem” falando de tecnologias. Temos que usá-las a nosso favor. Usar conscientemente. 
Educação intencional e não intencional:
Educação intencional: Formal e não formal. 
Não intencional: Informal. 
Educação formal – intencional, sistematizada, tem objetivos pré-determinados, conteúdos escolhidos, metodologias, avaliações, sequencias (séries, semestres, anos...) e etc. Exemplos: Escolas, universidades.
Educação não formal – embora seja intencional e possa ter objetivo e metodologias é pouco sistematizada. Exemplos: Família, igrejas, cursos profissionalizantes. 
Educação informal – tudo o que se aprende sem que seja propriamente ensinado, são as influências que recebemos da sociedade, culturalmente, ecologicamente, etc. Exemplos: Relações humanas vivências, culturas. 
Tendências pedagógicas: As tendências pedagógicas são divididas em liberais e progressistas. A pedagogia liberal acredita que a escola tem a função de preparar os indivíduos para desempenhar papéis sociais, baseadas nas aptidões individuais. Dessa forma, o indivíduo deve adaptar-se aos valores e normas da sociedade de classe, desenvolvendo sua cultura individual. Com isso as diferenças entre as classes sociais não são consideradas, já que, a escola não leva em consideração as desigualdades sociais. Existem quatro tendências pedagógicas liberais: 
Tradicional: tem como objetivo a transmissão dos padrões, normas e modelos dominantes. Os conteúdos escolares são separados da realidade social e da capacidade cognitiva dos alunos, sendo impostos como verdade absoluta em que apenas o professor tem razão. Sua metodologia é baseada na memorização, o que contribui para uma aprendizagem mecânica, passiva e repetitiva.
Renovada: a educação escolar assume o propósito de levar o aluno a aprender e construir conhecimento, considerando as fases do seu desenvolvimento. Os conteúdos escolares passam a adequar-se aos interesses, ritmos e fases de raciocínio do aluno. Sua proposta metodológica tem como característica os experimentos e as pesquisas. O professor deixa de ser um mero expositor e assume o papel de elaborar situações desafiadoras da aprendizagem. A aprendizagem é construída através de planejamentos e testes. O professor passa a respeitar e a atender as necessidades individuais dos alunos.
Renovada não-diretiva: há uma maior preocupação com o desenvolvimento da personalidade do aluno, com o autoconhecimento e com a realização pessoal. Os conteúdos escolares passam a ter significação pessoal, indo de encontro aos interesses e motivação do aluno. São incluídas atividades de sensibilidade, expressão e comunicação interpessoal, acentuando-se a importância dos trabalhos em grupos. Aprender torna-se um ato interno e intransferível. A relação professor-aluno passa a ser marcada pela afetividade.
Tecnicista: enfatiza a profissionalização e modela o individuo para integrá-lo ao modelo social vigente, tecnicista. Os conteúdos que ganham destaque são os objetivos e neutros. O professor administra os procedimentos didáticos, enquanto o aluno recebe as informações. O educador tem uma relação profissional e interpessoal com o aluno.
Já as tendências pedagógicas progressistas analisam de forma critica as realidades sociais, cuja educação possibilita a compreensão da realidade histórico-social, explicando o papel do sujeito como um ser que constrói sua realidade. Ela assume um caráter pedagógico e político ao mesmo tempo. É divida em três tendências:
Libertadora: o papel da educação é conscientizar para transformar a realidade e os conteúdos são extraídos da pratica social e cotidiana dos alunos. Os conteúdos pré-selecionados são vistos como uma invasão cultural. A metodologia é caracterizada pela problematizarão da experiência social em grupos de discussão. A relação do professor com o aluno é tida como horizontal em que ambos passam a fazer parte do ato de educar.
Libertaria: a escola propicia praticas democráticas, pois acredita que a consciência política resulta em conquistas sócias. Os conteúdos dão ênfase nas lutas sociais, cuja metodologia é está relacionada com a vivência grupal. O professor torna-se um orientador do grupo sem impor suas idéias e convicções.
Crítico-social dos conteúdos: a escola tem a tarefa de garantir a apropriação critica do conhecimento cientifico e universal, tornando-se uma arma de luta importante. A classe trabalhadora deve apropriar-se do saber. Adota o método dialético, esse que é visto como o responsável pelo confronto entre as experiências pessoais e o conteúdo transmitido na escola. O educando participa com suas experiências e o professor com sua visão da realidade.

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