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* ALTERAÇÕES EM LIPÍDIOS * Introdução A rancidez oxidativa e hidrolítica, são as principais alterações que podem ocorrer em alimentos ricos em lipídios * ALTERAÇÕES EM LIPÍDIOS Rancificação Oxidativa e hidrolítica ( processamento e armazenamento de produtos ricos em lipídios) Conseqüências da rancidez afetam as características organoléptica e aceitação dos lipídios e alimentos que os contém; efeito tóxico (ingestão contínua e prolongada); perda de valor comercial; perda de valor nutritivo (modifica proteínas e vit) * “ Gosto e cheiro” ácidos graxos que a solubilidade em água permite alta concentração de prótons são azedos e cheiro acre; cadeias curtas (4 a 7 carbonos) cheiro e sabor desagradáveis de ranço (alta volatilidade); cadeias longas são inodoros (baixa volatilidade); os produtos inativos da autoxidação lipídica conferem cheiro e sabor de ranço (produzem aldeídos e cetonas) * RANCIDEZ OXIDATIVA Os centro de insaturação dos ácidos graxos são facilmente oxidados por agentes oxidantes (O2, O3, peroxidos de hidrogênio, etc) Exemplo:. * Autoxidação lipídica Relacionada a formação de peróxidos, hidroperóxidos e carbonilas (aldeídos e cetonas), podendo ocorrer por três mecanismos: 1. Radicais livres 2. Fotoxidação 3. Enzimas lipoxigenases todos os mecanismos utilizam o oxigênio do ar; * 1. Mecanismo dos radicais livres tem no início cheiro doce desagradável, se tornando cada vez mais acentuado, até atingir o cheiro característico de gordura rancificada; presença de aldeídos, cetonas, ácidos, álcoois, etc, provocam a rancificação oxidativa; ocorre em lipídios que tem ácidos graxos insaturados (permite formação de radicais livres). * Mecanismo da reação: Fase de iniciação ou indução carbono adjacente ao da dupla ligação perde um hidrogênio, formando um radical livre; consumo baixo de oxigênio (aumenta lentamente); baixa concentração de peróxidos; não há alterações organolépticas; aumenta a concentração de radicais livres. RH R• + H Obs:. Necessita de energia (calor ou radiação) ou traços de metais (Cu e Fe) para formar os primeiros radicais livres * Esquema * Fase de propagação alto consumo de oxigênio; aumento da concentração de peróxidos; início da decomposição e das alterações organolépticas R• + O2 ROO• ROO• + RH ROOH + R• ROOH RO• + •OH Decomp de ROOH ROO• + H Obs:. Reação em cadeia (processa até acabar todo oxigênio ou toda molécula de AG (RH) ser usada) * Esquema * Fase de terminação consumo de oxigênio tende a cair; diminui a concentração de peróxidos; forte alteração organoléptica (cheiro de gordura rancificada, com mudança de cor e viscosidade) R• + R• R - R ROO• + R• ROO - R R• + •OH ROH Obs:. Formam-se produtos inativos liberando aldeídos e cetonas que conferem sabor e odor desagradáveis de ranço * Esquema * 2. Mecanismo de fotoxidação Fotossensibilizadores (clorofila e hematina), sob influência da luz, transformam o O2 normal (triplete) em O2 singlete (dois elétrons paralelos e um orbital vazio) O2 singlete é mais reativo (atuam nos pontos de insaturação dos ácidos graxos formando hidroperóxidos) O2 siglete + RH ROOH Decomposição dos ROOH (reação em cadeia) ROOH RO• + •OH Decomp de ROOH ROO• + H * Esquema * 3. Mecanismo das enzimas lipoxigenases Enzimas de plantas peroxidam ácidos linoléico e linolênico e de animais ácido araquidônico E + RH ER + H ER + O2 EROO• EROO• + H ROOH Decomposição dos ROOH (reação em cadeia) ROOH RO• + •OH Decomp de ROOH ROO• + H * Formas de controle de ranço oxidativo utilização de antioxidantes verdadeiros ou sinergísticos Verdadeiros: se oxida no lugar de outros compostos reagindo com radicais livres ou interferindo na formação do O2 singlete Ex:. Naturais: Tocoferóis e ácido ascórbico Sintéticos: Butilhidroxianisol (BHA) ou (BHT) Sinergisticos: combinam com pró-oxidantes (Cu, Ni, Fe) formando quelatos Ex:. Ácido ascórbico, cítrico, tartárico e fosfórico * utilização de hidrogenação ou halogenação; fracionamento dos óleos; mistura ou blending; meios físicos como: Embalagem a vácuo e sem luz; Processamento em baixas temperaturas; Eliminação de clorofilas ou hematinas modificações genéticas * RANCIDEZ HIDROLÍTICA Provocada pela hidrólise de acilgliceróis por enzimas ou agentes químicos como ácidos e bases ou física com alta temperatura; mais intensa em lipídios com acilgliceróis de ácidos graxos com cadeia curta (abaixo de 10 carb), como: Butírico, hexanóico e láurico ou insaturados (facilmente oxidados) lipídios de peixes, leite e coco são mais afetados hidrólise é mais comum nos triacilgliceróis * Hidrólise dos triacilgliceróis Os triacilgliceróis catalisados por ácidos ou enzimas (lipases), hidrolisam-se produzindo: ácidos graxos e gliceróis (hidrólise completa) monoacil ou diacilgliceróis (hidrólise incompleta) Os triacilgliceróis catalisados por alcalis (KOH), hidrolisam-se produzindo: glicerol e sal de ácido graxo (sabão) OBS:. Saponificação permite ampla utilização dos lipídios pela indústria de detergentes e determinar o peso molecular do triacilglicerol * “Triacilglicerol” Propriedades: relacionadas às propriedades dos AG presentes; sólidos, com ponto de fusão definido em função do ácido graxo presente * Reações de hidrólise dos triacilgliceróis: hidrólise em meio ácido (hidrólise total ou parcial) * hidrolise enzimática (muito específica) Lipases (oleaginosas, microrganismos ou do pâncreas) * hidrólise em meio alcalino (produção de sabão) hidrólise em altas temperaturas (frituras) * Considerações sobre a rancidez hidrolítica ácidos graxos liberados na hidrólise definem a presença ou não da rancidez; Se predominarem ácidos graxos livres de cadeia curta, ocorrerá a rancificação Sendo ácidos graxos de cadeia longa a rancidez não ocorrerá presença de ácidos graxos insaturados tornará o produto sujeito a rancidez oxidativa * Formas de controle do ranço hidrolítico inativação térmica das enzimas; imobilização da água do alimento (baixas temperaturas) outras formas de inativação (pH)
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