
Manual de Auditoria Financeira Edicao2015
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instrumento de fiscalização Inspeção como procedimento de auditoria ISSAI 1315; ISA/NBC TA 315 Exame documental Inspeção física Inspeção como instrumento de fiscalização Regimento Interno do TCU (art. 240) Dupla função: i) Informativa: suprir omissões e lacunas de informações e esclarecer dúvidas; ou, ii) Investigativa: apurar denúncias ou representações. Fonte: elaborado a partir de ISSAI 1315; ISA/NBC TA 315 e RITCU 155. A observação e a inspeção podem apoiar as indagações junto à administração e outros, além de fornecer informações sobre a entidade e o seu ambiente. Exemplos de tais procedimentos de auditoria incluem: Quadro 4: Exemplos de Inspeção e Observação Inspeção Observação 1. Inspeção de documentos (internos ou externos) em papel, formato eletrônico ou outros meios, tais como: \uf0b7 documentos (tais como planos e estratégias de negócio), registros e manuais de controles internos; \uf0b7 relatórios elaborados pela administração (tais como relatórios gerenciais trimestrais e demonstrações financeiras intermediárias) e pelos responsáveis da governança (tais como minutas de reunião do conselho de administração ou de outros conselhos e atas de audiências públicas em comissões parlamentares). 2. Inspeção de ativos tangíveis: \uf0b7 inspeção física de ativos como estoques ou imobilizados. Observar um processo ou procedimento realizado por outros, limita-se a um ponto no tempo, tais como: \uf0b7 as operações da entidade; \uf0b7 as dependências e instalações da entidade; \uf0b7 o funcionamento do sistema de controle interno. Fonte: IFAC (2010). 3.2.4. Fontes de informação para os procedimentos de avaliação de riscos 156. As informações para a realização dos procedimentos de avaliação de riscos podem ser obtidas de fontes externas, como a internet e as publicações comerciais; e de fontes internas, como o pessoal-chave e documentos da entidade etc. Fontes externas e internas 42 157. Outra fonte de informação, talvez a principal após o primeiro trabalho, é a documentação de auditoria, a experiência prévia do auditor junto à entidade e os procedimentos executados em auditorias anteriores, que proporcionam informações importantes para a identificação de riscos, tais como: a) distorções passadas e se foram corrigidas tempestivamente; b) natureza da entidade, do seu ambiente e o controle interno da entidade (incluindo deficiências nos controles internos); c) mudanças significativas que a entidade ou suas operações possam ter sofrido desde o período financeiro anterior, que possam auxiliar o auditor na obtenção de entendimento suficiente da entidade para identificar e avaliar riscos de distorção relevante (ISSAI 1315; ISA/NBC TA 315). 158. É importante que o auditor determine se as informações obtidas em períodos anteriores continuam relevantes e se pretende usar tais informações para os fins da auditoria corrente. Isto porque mudanças no ambiente de controle, por exemplo, podem afetar a relevância das informações obtidas no período anterior. 159. Para determinar se ocorreram mudanças que possam afetar a relevância das informações, o auditor pode fazer indagações e executar outros procedimentos de auditoria apropriados, tais como reexecução (walk-through) em processos, sistemas e controles relevantes. (IFAC, 2010). 160. No primeiro ano em que o auditor conduz a auditoria, o trabalho necessário para obter e documentar as informações necessárias à realização dos procedimentos de avaliação de riscos exigirá um esforço maior e um período significativo de tempo. Porém, se as informações obtidas forem bem documentadas (pasta permanente, por exemplo), o tempo necessário para atualizar as informações nos anos subsequentes deverá ser consideravelmente menor do que aquele necessário no primeiro ano. (IFAC, 2010). Quadro 5: Exemplo de fontes para a identificação de riscos Fonte Descrição Trabalhos anteriores Experiência relevante obtida em trabalhos anteriores e em outros tipos de trabalho executados para a entidade. Isso poderia incluir: \uf0b7 áreas de preocupação em auditorias anteriores; \uf0b7 deficiências no controle interno; \uf0b7 mudanças na estrutura organizacional, nos processos de negócio e nos sistemas de controle interno; e \uf0b7 distorções passadas e se elas foram corrigidas tempestivamente. Auditorias anteriores Atualização das informações 43 Informações externas \uf0b7 Indagações aos consultores jurídicos externos da entidade ou a especialistas em avaliação. \uf0b7 Revisão de relatórios preparados por bancos ou agências de classificação de risco. \uf0b7 Informações sobre o setor e a situação da economia, obtidas por meio de pesquisa pela Internet, jornais, revistas e publicações oficiais, tais como Diários Oficiais, boletins da dívida, da previdência e de outros assuntos. Discussões da Equipe de Auditoria Resultados de discussões de equipe sobre a suscetibilidade das demonstrações financeiras da entidade a distorções relevantes, incluindo fraude. Fonte: IFAC (2010) 3.3. ENTENDIMENTO DA ENTIDADE E DO SEU AMBIENTE, INCLUSIVE DO CONTROLE INTERNO 161. O objetivo da obtenção do entendimento da entidade e do seu ambiente, inclusive do controle interno, é reunir informações que permitam ao auditor "identificar e avaliar riscos de distorção relevante independentemente se causada por fraude ou erro, nos níveis de demonstração contábil e afirmações, por meio do entendimento da entidade e do seu ambiente, inclusive do controle interno da entidade, proporcionando assim uma base para o planejamento e a implementação das respostas aos riscos identificados de distorção relevante." (ISSAI 1315; ISA/NBC TA 315). 162. Os elementos da entidade que o auditor deve obter entendimento são resumidos a seguir e abordados em mais detalhes na sequência, de acordo com a ISSAI 1315; ISA/NBC TA 315, 11 a 24 (a letra e o número entre parênteses é uma referência cruzada para o tópico em que o elemento é tratado mais adiante, nesta seção): a) Entidade e o seu ambiente, incluindo: (a1) a estrutura de relatório financeiro aplicável, os fatores externos e internos relevantes, regulamentares e do setor de atividades; (a2) a natureza da entidade e suas estruturas de financiamento, investimento, operacionais, societária e de governança; (a3) as políticas contábeis, suas mudanças e sua adequação ao negócio, à estrutura de relatório financeiro e ao setor de atividade; (a4) os objetivos, as estratégicas e os riscos que possam resultar em distorção relevante das demonstrações financeiras; (a5) a mensuração e revisão do desempenho das operações. b) Controle interno da entidade, abrangendo os componentes: (b1) ambiente de controle, (b2) processo de avaliação de risco, (b3) sistemas de informação, (b4) atividades de controle e de (b5) monitoramento; Objetivo do entendimento 44 3.3.1. Entendimento da entidade e do seu ambiente 163. O objetivo do entendimento da entidade e do seu ambiente é proporcionar uma base para desenvolver a percepção sobre os fatores de risco do negócio que podem gerar distorção relevante no nível das demonstrações financeiras ou no nível das afirmações, em função das características das operações, do marco regulatório e de outros fatores relevantes do ambiente da entidade. 164. Nessa etapa, o auditor busca identificar as principais características das operações, os fatores ambientais e regulatórios com potencial para originar eventos que possam afetar adversamente o alcance dos objetivos da entidade relacionados ao processo de elaborar demonstrações financeiras livres de distorções relevantes. 165. No contexto da gestão financeira de uma entidade, operações