Buscar

Ética a Nicômaco - Livro II - Esquema de estudo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Início do livro II da Ética a Nicômacos
Capítulo 1: a excelência moral assim como a proficiência nas artes, adquire-se pela repetição dos atos conformes a ela.
“...há duas espécies de excelência: a intelectual e a moral. Em grande parte a excelência intelectual deve tanto o seu nascimento quanto o seu crescimento à instrução (...) quanto à excelência moral, ela é o produto do hábito...”
“As coisas que temos de aprender antes de fazer, aprendemo-las fazendo-as...”
“...na prática de atos em situações perigosas, e adquirindo o hábito de sentir receio ou confiança, tornamo-nos corajosos ou covardes. (...) Em uma palavra, nossas disposições morais resultam das atividades correspondentes às mesmas”
Comentário: A Ética de Aristóteles tem um objetivo prático, por isso entende que um ato isolado não constitui uma virtude. Porém, se esse ato se tornar contínuo gera um hábito. Os hábitos, por sua vez, aperfeiçoam as virtudes do homem. 
Capítulo 2: estes atos não podem ser dosados exatamente, mas devem evitar o excesso e a falta.
“‘Agir de acordo com a reta razão’ é um princípio geral”
“...a moderação e a coragem, portanto, são destruídas pela deficiência e pelo excesso, e preservadas pelo meio termo”
Comentário: A “reta razão” de Aristóteles relaciona-se à prudência. É parecido com a máxima kantiana do imperativo categórico (agir como se sua ação fosse base para uma conduta universal). 
Cada ato humano é circundado por diversas circunstâncias. Se a pessoa continua a praticá-lo, independentemente das circunstâncias, ele gera um hábito (que pode ser bom ou ruim, ou seja, virtude ou vício). 
Para Levy Strauss as circunstâncias são essenciais para a estratificação social. Isso gera a teoria de que o indivíduo é fruto de seu meio.
Outro ponto importante é o “meio termo”: os extremos (deficiência e excesso) são prejudiciais. A virtude só é encontrada pelo meio termo:
Deficiência		(	Virtude	( 	Excesso
Exemplo
Considerando a virtude relacionada ao gasto/uso de dinheiro, temos:
Prodigalidade	(	Justiça		(	Avareza
			 (				(			 (
		 (Gastar o que não tem.)	 	 (Virtude)	 (Não aplicação da liberalidade)
Assim, entendemos que a virtude é o equilíbrio: nem mais (excesso) nem menos (deficiência).
Capítulo 3: o prazer na prática de atos conformes à excelência moral é um sinal de que a respectiva disposição foi adquirida; várias considerações demonstram a conexão da excelência moral com o prazer e o sofrimento.
“Com efeito, a excelência moral se relaciona com o prazer e o sofrimento; é por causa do prazer que praticamos más ações, e é por causa do sofrimento que deixamos de praticar ações nobilitantes.”
“Há três objetos de escolha e três de repulsa: o nobilitante, o vantajoso e o agradável, e seus contrários – o ignóbil, o nocivo e o penoso; em relação a todos eles as pessoas boas tendem a acertar, e as más tendem a errar, especialmente quanto ao prazer, pois esta é a tendência geral dos animais, e ela também acompanha todos os nossos atos praticados mediante escolha, já que mesmo o que é nobilitante nos parece agradável.”
“...até as coisas boas são melhores quando são difíceis”
Comentário: A virtude se adquire na prática. Isso envolve escolhas que, nem sempre, são fáceis. Um exemplo é o tratamento para recuperação de dependência química (p. ex. alcoolismo): a pessoa deve se esforçar por criar bons hábitos (gerando virtudes) para se recuperar, ainda que o vício tenha sido originado pelas circunstâncias. 
Aristóteles também introduz a questão das emoções segundo a seguinte explicação: Os objetos sensíveis afetam os sentidos, gerando sensações. Estas entram na alma em movimento, isto é, a sensação (boa ou má) gera um impacto/influência na alma. O resultado disso são as emoções.
Assim:
						Circunstâncias (pressões externas)
							(
Paixões da alma / emoções		(	O homem tem atos
	 (Pressões internas)
	
Capítulo 4: as ações conducentes à excelência moral não são boas no mesmo sentido das resultantes dela; a excelência moral deve preencher certos requisitos não necessários no caso das artes.
“...em primeiro lugar ele deve agir conscientemente; em segundo lugar ele deve agir deliberadamente, e ele deve deliberar em função dos próprios atos; em terceiro lugar sua ação deve provir de uma disposição moral firme e imutável. (...) mas para a posse da excelência moral o conhecimento é de pouco ou nenhum valor, (...) se é verdade que as ações justas e moderadas resultam da prática reiterada.”
“É correto, então, dizer que é mediante a prática de atos justos que o homem se torna justo”
Comentário: Um único ato de virtude praticado ao acaso não faz do indivíduo uma pessoa virtuosa. A virtude parte de uma prática reiterada cujo início está no ato praticado segundo três condições: 1) Agir conscientemente; 2) Agir livremente; 3) Agir a partir de uma moral firme e imutável. Considera-se, também, que o conhecimento intelectual não significa virtude moral (isso contradiz a teoria platônica).
Capítulo 5: genericamente, a excelência moral é uma disposição da alma, e não uma emoção, nem uma faculdade.
“Já que as manifestações da alma são de três espécies – emoções, faculdades e disposições – a excelência moral deve ser uma destas. Por emoções quero significar os desejos (...) por faculdades quero significar as inclinações em virtude das quais dizemos que somos capazes de sentir as emoções...”
“Então, se as várias espécies de excelência moral não são emoções nem faculdades, só lhes resta serem disposições.”
Comentário: As emoções são efeitos das faculdades. Estas podem ser vegetativas (fisiológicas) ou sensitivas (dos sentidos). 
Aristóteles afirma que há 11 emoções principais� e que as outras são ligadas a essas:
	Amor – ódio
				 São emoções concupiscíveis: buscar o bem sensível e evitar
	Alegria – tristeza	 o mal sensível.
	Esperança – desesperança
					 São emoções irascíveis: buscar um bem difícil de
	Coragem – medo		 conseguir e evitar um mal difícil de conseguir evitar.
	Ira ( é o cúmulo de tudo, quando a pessoa não segura mais nada. Perde o controle.
Obs.: o amor é o bem presente / o ódio é o mal presente / a alegria é a posse do bem / a tristeza é a ausência dessa posse.
Capítulo 6: especificamente, a excelência moral é uma disposição para escolher o meio termo.
“Cumpre-nos, porém, não somente definir a excelência moral como uma disposição, mas também dizer que espécie de disposição ela é. (...) a excelência moral do homem também será a disposição que faz um homem bom e o leva a desempenhar bem a sua função.”
“Por ‘meio termo’ quero significar aquilo que é eqüidistante em relação a cada um dos extremos, e que é único e o mesmo em relação a todos os homens”
“A excelência moral, portanto, é algo como a eqüidistância, pois, como já vimos, seu alvo é o meio termo. (...) também é por isto que o excesso e a falta são características da deficiência moral, e o meio termo é uma característica da excelência moral, pois ‘a bondade é uma só, mas a maldade é múltipla’”
“A excelência moral é uma disposição da alma relacionada com a escolha de ações e emoções, disposição esta consistente num meio termo (o meio termo relativo a nós) determinado pela razão (a razão graças à qual um homem dotado de discernimento o determinaria)”
“Mas nem toda ação ou emoção admite um meio termo, pois algumas delas têm nomes nos quais já está implícita a maldade”
Comentário: As paixões em si não são boas nem más; seu uso é que as qualifica. Freud discorda e afirma que as paixões são boas em si.
Aristóteles retoma a necessidade do equilíbrio (usando a geometria: ‘meio termo’) para atingir as virtudes e amplia buscando saber se há um meio termo dentro do excesso ou da deficiência. Conclui que não, pois há paixões e ações ruins em si mesmas. Por exemplo: se um assassino matou 2 ou 5 pessoas, não faz diferença moral, poiso ato de assassinar é ruim em si e, por isso, não admite meio termo.
O caráter de uma pessoa resulta do revestimento de suas escolhas morais. São hábitos cristalizados.
� O professor esqueceu as duas últimas emoções, por isso não estão registradas aqui.

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Materiais recentes

Perguntas Recentes