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APOSTILA DE DIREITO EMPRESARIAL III

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Apostila de 
Direito 
Empresarial III 
 
 
2016.1 
 
 
Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Autor: Francisco Humberto Alencar Bezerra 
Professora da Disciplina: Luciana Madruga 
 
 
Apostila de Direito Empresarial III 
 
 
 
 
 
Introdução ao estudo da falência, procedimentos do processo 
de falência, decretação da falência, sujeitos da falência, 
assembleia de credores, autofalência, credores da falência, 
classificação dos créditos falimentares, direito e deveres do 
falido, crimes falimentares. Noções gerais de recuperação 
judicial, pedido de recuperação judicial, processamento da 
recuperação judicial, plano de recuperação judicial, 
assembleia geral de credores. 
 
 
 
 
 
 
 
Fortaleza 
2016.1 
 
 
 
 
Sumário 
 
Introdução ao Estudo da Falência ........................................................................................................ x 
Introdução, empresa em crise ............................................................................................................... x 
Crise econômica, crise financeira, crise patrimonial, soluções para crise ............................................ x 
 
Insolvência .............................................................................................................................................. x 
xxxxxx .................................................................................................................................................. x 
 
Falência .................................................................................................................................................. x 
Conceituação e Natureza Jurídica ........................................................................................................ x 
 
 
 
 
 
 
 
Bibliografia 
 
 COELHO, Fábio Ulhôa. Manual do Direito Comercial. 21 Edição . São Paulo: Saraiva. 
 
 RAMOS, André Luiz Santa Cruz, Editora Método, São Paulo. 2010. 
 
 Constituição da República Federativa do Brasil de 1988; 
 
 Lei 10.406/2002 institui o Código Civil Brasileiro; 
 
 Lei 11.101de 09 de fevereiro de 2005 que regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a 
falência do empresário e da sociedade empresária. 
 
 
4 
 
Introdução ao Estudo da Falência 
 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução ao processo de falência, empresa em crise, soluções para crise, inovações do direito 
falimentar, instauração da falência. 
 
 
Apostila de Direito Empresarial III 
Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
5 
 
 Estudo da Falência 
 
 
1. Introdução ao estudo do instituto da felênia: 
 
 
1.1. Para o Prof. Fábio Ulhôa
1
: 
 
“A garantia dos Credores é o patrimônio do Devedor.” 
 
Isto quer dizer que, em ocorrendo o inadimplemento de qualquer obrigação por parte de 
determinada pessoa, o credor desta poderá promover, perante o Poder Judiciário, a execução 
de tantos bens do patrimônio do devedor quanto bastem à integral satisfação de seu crédito. 
 
A execução processar-se-á, em regra, individualmente, como exequente se voltando contra o 
devedor para dele haver o cumprimento da obrigação devida. 
 
Quando, porém, o devedor tem, em seu patrimônio, bens de valor inferior a totalidades das 
dividas, quando ele deve mais que possui, a regra da individualidade da execução torna-se 
injusta. (...) 
 
Para evitar essa injustiça, conferindo as mesmas chances de realização de crédito a todos os 
credores de uma mesma categoria, o direito afasta a regra da individualidade da execução e 
prevê, na hipótese, a obrigatoriedade da execução concursal, isto é, do concurso de credores 
(execução coletiva)(...) 
 
Isto é o que se entende por “par conditio creditorum”, principio básico do direito falimentar. 
 
Os credores do devedor que não possui condições de saldar, na integralidade, todas suas 
obrigações devem receber do direito um tratamento parificado, dando-se aos que integram 
uma mesma categoria iguais chances de efetivação de seus créditos. (..) 
 
A falência é a execução concursal do devedor empresário. 
 
(..) O falimentar refere-se ao conjunto de regras jurídicas pertinentes à execução concursal do 
devedor empresário, as quais não são as mesmas que se aplicam ao devedor civil. 
 
 
2. Empresa em Crise: 
 
2.1. A falência é uma consequência da crise de uma empresa; 
 
2.2. A empresa entra em crise quando suas finanças estão desequilibradas ou na eminência de 
desequilíbrio, ou seja, quando o “passivo” (capacidade de endividamento) é igual ou superior 
ao “ativo” (patrimônio ou capacidade de pagamento); 
 
3. A empresa pode externalizar sua crise, tendo como base uma ou as três em 03 situações: Crise 
Econômica, Crise Financeira ou Crise Patrimonial; 
 
1 - Manual do Direito Comercial – Fábio Ulhôa Coelho. Editora Saraiva 
Apostila de Direito Empresarial III 
Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
6 
 
4. Crise Econômica: 
 
4.1. É uma retração dos negócios, que pode ser consequência de inúmeros fatores, dentre eles: 
 
 Situação Global: 
 
o A empresa pode esta passando por um momento de crise juntamente como o 
ordenamento global (atualmente as empresas, atuam e trabalham de forma global, 
mesmo que seja por uma variação de preços de matéria prima que ora é coado em 
dólar), que independe se seus esforços inerentes a sua administração, 
 
o Exemplo: Quando uma empresa compra matéria prima de um outro país, ou 
simplesmente, quando compra matéria prima internamente e o seu preço é 
dolarizado, neste caso um aumento do dólar, eleva o preço da matéria prima, 
tornando o seu produto mais caro e assim instala um processo econômico e 
administrativo, repassar o aumento para o consumidor ou absorver esse aumento. 
Em sucessivos aumentos e outros fatores pode ocasionar uma crise econômica na 
empresa. 
 
 Atraso tecnológico: 
 
o Com já vimos e é notório as empresas trabalham de forma global, assim deverá 
esta sempre renovando seu parque tecnológico para ser competitiva a nível de 
preço. Um produto elaborado em um parque ultrapassado, que seja pela 
quantidade máxima produzida por hora, em face de seu concorrente que fabrica 
mais e em menos horas é um fator de atraso tecnológico capaz de disparar uma 
crise econômica da empresa em relação a venda de seus produtos menos 
competitivos. 
 
 Falta de competitividade: 
 
o A falta de competitividade pode sem (além de outras) a situação global aliada ao 
atraso tecnológico da empresa. 
 
 
5. Crise Financeira: 
 
5.1. A crise financeira de uma empresa se da por varias situações: 
 
 Falta de liquidez, encolhimento financeiro, entre outros, motivados pela situação da crise 
econômica (que entra em consideração a situação global, o atraso tecnológico, fata de 
competitividade) ou fatores outros. 
 
5.2. Esta crise pode ser superada através de diversos mecanismos administrativos, tais como: 
 
 Descontos de ativo em banco ou Empréstimos: Ambos Que gera um custo financeiro 
elevadíssimo. 
 
Apostila de Direito Empresarial III 
Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
7 
 
7. Crise Patrimonial: 
 
7.1. Insolvência: 
 
 É quando se tem um ativo menor que um passivo, em outras palavras, é quando o que 
se tem não é suficiente para pagar o que deve. 
 
 Crise patrimonial = Ativo < Passivo; 
 
 É com a crise patrimonial onde o processo de execução concursal de credores pode ser 
instalada, ou seja, é um dos fatores determinantespara a instalação do processo e falência 
da empresa. Pois pelas outras crises como vimos anteriormente, elas poderão sere 
administradas ou superadas, pois o patrimônio (ativo) é superior ao passivo (dividas). 
 
 
7.2. Condições da Insolvência: 
 
 A crise patrimonial pode acontecer nas condições temerária ou temporal: 
 
o Se a crise patrimonial for temporal, existirá chance de solucionar a crise, porém; 
 
o Se a crise patrimonial for temerária, se torna muito difícil sua recuperação, porém 
possível. 
 
 
 
Apostila de Direito Empresarial III 
Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
8 
 
 Soluções para a crise e inovações no atual direito falimentar. 
 
 
1. Soluções para as crises: 
 
1.1. Soluções de mercado: 
 
 O professor Fábio Ulhôa insiste nas soluções de mercado, pois a via judicial é cara e 
demorado. Tais soluções apresentada pelo prof. Ulhôa podem ser: 
 
o Empréstimos; 
o Incorporação de novos sócios; 
o Etc. 
 
1.2. Soluções Judiciais: 
 
 Recuperação Judicial: Esta solução judicial é aplicada quando a sociedade empresária tem 
uma viabilidade de pagamento junto aos credores. Um “passivo” menor ou igual ao 
“ativo”. Poderá a recuperação ser extrajudicial com ou sem homologação judicial. 
 
 Falência: Esta solução judicial é aplicada quando a sociedade empresária não tem mais 
condições de pagamento junto aos credores. Quando seu “passivo” é maior que o “Ativo”. 
 
 
2. Inovações do atual Direito Falimentar: 
 
 
2.1. Maior preocupação com o compromisso social: 
 
 O Estado Juiz, ver a empresa como uma forma de manutenção de empregos e arrecadação 
de impostos, sendo assim ele (juiz) procura a melhor forma de resolver a crise da empresa. 
 
 Exemplo: entre uma recuperação judicial e a falência, o juiz observando os requisitos 
legais e o caso concreto fará a opção pela recuperação judicial, pois entende ele que se a 
empresa falir não mais contribuirá com empregos e geração de impostos. 
 
2.2. Submissão dos credores vencidos; 
 
2.3. Prestigio as soluções de mercado; 
 
2.4. Existe ainda o concurso de auxiliares: 
 
 Administrador judicial (antigo sindico) pode contratar auxiliares para apoio da 
administração judicial, que pode ser uma pessoa física ou jurídica (escritórios de 
advocacia); 
 
Apostila de Direito Empresarial III 
Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
9 
 
 Instauração da Falência: 
 
 
1. Aspectos Gerais: 
 
1.1. A instalação do processo de falência deve ser em último caso quando se tem na empresa uma 
situação irrecuperável no caso uma crise patrimonial. 
 
1.2. Para tanto o juízo deverá analisar os requisitos básicos previsto em lei. Após a instauração do 
processo de fará: 
 
 Execução concursal de credores; 
 
 Reunião do ativo e passivo: Os créditos e débitos serão analisados pelo juiz que em 
seguida fará o pagamento aos credores. 
 
 
2. Princípio “par conditio creditorum”: 
 
2.1. É o tratamento paritário (igualitário) entre credores da mesma classe, através do pagamento 
proporcional e igualitário aos credores: 
 
“Distribuindo o valor arrecadado com o produto da venda daqueles bens 
entre o coletivo de credores.” 
 
2.2. Significa o tratamento igualitário em relação a todos os credores de mesma categoria. 
Estando em um processo de falência utilizará deste princípio para atender melhor aos 
interesses dos credores. 
 
 
3. Exclusão total ou parcial do regime falimentar: 
 
3.1. Exclusão Total (empresas que não participam do processo falimentar): 
 
 Na exclusão total, são as empresas que não participam do processo falimentar, pois podem 
ter dinheiro do governo ou criaria um caos no sistema financeiro do país: 
 
o Empresas públicas ou mistas; 
o Câmaras de compensação ou liquidação; 
o Entidade fechada de previdência complementar; 
 
 
3.2. Exclusão Parcial (intervenção / liquidação / falência): 
 
 Na exclusão parcial primeiramente faz a intervenção, depois a liquidação e por ultimo se 
não for possível mesmo a sua recuperação a falência: 
 
o Companhias de seguro, operadoras de plano de saúde e Instituições financeiras. 
Apostila de Direito Empresarial III 
Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
10 
 
 
 
 
 
 
Princípios Inerentes ao Processo de Falência 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fundamentação Doutrinária, Princípio da viabilidade da empresa em crise, Princípio da 
prevalência do interesses dos credores, principio da publicidade dos procedimentos, O 
princípio da “par conditio creditorum”, principio da conservação e maximização dos ativos e o 
princípio da atividade empresária viável. 
 
 
Apostila de Direito Empresarial III 
Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
 
 
 
 Princípios inerentes ao processo de Falência. 
 
1. Fundamentação Doutrinária: 
 
 
1.1. Para André Santa Cruz Ramos
2
: 
 
 
Segundo o art. 75 da LRE: 
 
 
 “a falência, ao promover o afastamento do devedor de suas atividades, visa a 
preservar e otimizar a utilização produtiva dos bens, ativos e recursos produtivos, 
inclusive os intangíveis, da empresa”. 
 
 
O objetivo primordial do processo falimentar, segundo o dispositivo ora em analise, é 
“promover o afastamento do devedor de suas atividades” visando a “preservar e 
otimizar a utilização produtiva dos bens, ativos e recursos produtivos, inclusive os 
intangíveis, da empresa”. 
 
Aqui se destacam dois importantes princípios do Direito Falimentar moderno: 
 
 Principio da preservação da empresa; 
 
 Principio da maximização dos ativos. 
 
 
De fato, sabendo-se que empresa é uma atividade econômica organizada para produção 
ou circulação de bens ou serviços (art. 966 do Código Civil), nota-se que a decretação da 
falência do devedor (empresário individual ou sociedade empresaria) não acarreta, 
necessariamente, o fim da atividade (empresa) que ele exercia. (...) 
 
 
Código Civil: 
 
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade 
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de 
serviços. 
 
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão 
intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o 
concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão 
constituir elemento de empresa. 
 
 
Portanto, e por isso que a lei, no artigo em comento (art. 75 de lei 11.101, acima citado), 
fala em preservar e otimizar a utilização produtiva dos ativos, mesmo apos o afastamento 
do devedor. Mantendo-se a empresa em funcionamento, evita-se que seus ativos 
(sobretudo ativos intangíveis, como uma marca) se desvalorizem ou se deteriorem, por 
exemplo. 
 
 
2
 - RAMOS, André Luiz Santa Cruz, Editora Método, São Paulo. 2010. Pg. 530 
Apostila de Direito Empresarial III 
Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
11 
 
Isso contribui para que, no curso do processo falimentar, quando for realizada a venda 
dos bens, consigam-se interessados em adquirir o estabelecimento empresarial do 
devedor, dando continuidade a atividade que ele desenvolvia (principio da preservação 
da empresa). 
 
Ademais, evitando-se a desvalorização e a deterioração, consegue-se fazer com que no 
momento da venda esta seja feita por um preço justo, o que em ultima analise interessa 
aos credores da massa, visto que o dinheiro arrecadado será usado para o pagamento de 
seus créditos (principio da maximização dos ativos). 
 
 
2. Princípios inerentes ao processo falimentar:2.1. O princípio da viabilidade da empresa em crise: 
 
 Este princípio relaciona-se diretamente com o caráter residual, onde o processo 
falimentar somente deverá ser provocado em casos de empreendimentos inviáveis, 
assim sendo, se deve buscar antes a possibilidade de recuperação da empresa. 
 
 
2.2. O princípio da prevalência do interesse dos credores: 
 
 Este princípio refere-se à necessidade de se observar supremamente a ambição do 
credor, no entanto, em concordância com a perspectiva pública inerente à sua empresa. 
 
 
2.3. O princípio da publicidade dos procedimentos: 
 
 Este princípio desenvolve-se na necessidade de se atentar a certas características 
inafastáveis do modo de operação da solução da insolvência. 
 
 Assim a transparência faz-se importante na medida em que estabelece a publicação 
dos atos processuais de forma clara e objetiva. 
 
 
2.4. O princípio da “par conditio creditorum”: 
 
 Este princípio observa a existência de idoneidades inerentes ao caso a caso, devendo-se, 
portanto, preservar certa proporcionalidade na consideração dos créditos. 
 
 Em outras palavras, entende-se ser necessário que cada credor fique satisfeito com a 
proporcionalidade de seus créditos. 
 
 
2.5. O princípio da conservação e maximização dos ativos: 
 
 Este princípio constitui uma tentativa de viabilizar a manutenção da atividade 
empresarial, através da prerrogativa de que os ativos da empresa devedora devem ser 
preservados e, sempre que possíveis valorizados. 
 
 Aqui cabe recordar o art. 75 da lei n. 11.101/05: 
 
Apostila de Direito Empresarial III 
Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
12 
 
Art. 75. A falência, ao promover o afastamento do devedor de suas atividades, visa a 
preservar e otimizar a utilização produtiva dos bens, ativos e recursos produtivos, inclusive 
os intangíveis, da empresa. 
 
Parágrafo único. O processo de falência atenderá aos princípios da celeridade e da economia 
processual. 
 
 
2.6. O princípio da conservação da atividade empresaria viável: 
 
 Este princípio leva em consideração todas as relações existentes entre o contexto 
empresarial e a ordem socioeconômica; 
 
 Relaciona-se diretamente com o caráter extraordinário do processo falimentar, 
estabelecendo a necessidade de manter uma empresa desde que se demonstre possuir os 
requisitos mínimos para sua efetiva atividade. 
 
 
 
 
 
Insolvência: 
 
Requisito preliminar do processo da falência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aspectos Gerais, Conceito Doutrinário, Requisitos da Insolvência e Hipóteses de Insolvência. 
 
Apostila de Direito Empresarial III 
 Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
 
 
 
 Insolvência: 
 
 
1. Aspectos Gerais da insolvência: 
 
1.1. A insolvência é à base do processo falimentar. Ou seja a insolvência esta relacionada 
diretamente com a capacidade financeira da sociedade empresária. 
 
1.2. É quando o “ativo” (patrimônio) é menor que o “passivo” (dividas). Ou seja, quando a 
empresa (sociedade empresária) tem uma dívida maior que sua capacidade de pagamento; 
 
1.3. Em síntese, quando uma sociedade empresária (empresa) não tem mais a capacidade de pagar 
suas dívidas, pois seu patrimônio e o que tem a receber não é o suficiente para arcar com suas 
dívidas. 
 
1.4. Ativo < Passivo; 
 
1.5. A falta de qualquer requisito inviabiliza o pedido de falência, pois a insolvência é um dos 
fatores (se não o principal) para o pedido de falência de uma empresa (sociedade empresária); 
 
 
2. Conceito Doutrinário de insolvência: 
 
2.1. Para o professor Fábio Ulhôa
3
: 
 
O estado em que se encontra o devedor que possui o ativo inferior ao passivo é denominado 
insolvência. 
 
O devedor em insolvência é que se encontra o sujeito execução concursal de seu patrimônio, 
como imperativo da “par conditio creditorum”. 
 
É necessário atentar para o fato que a insolvência é um estado patrimonial (ativo < passivo) 
e não na sua acepção econômica. 
 
Desta forma, para que o devedor empresário seja submetido à execução por falência, é 
rigorosamente indiferente à prova da inferioridade do ativo em relação ao passivo. 
 
Nem se faz necessário demonstrar o estado patrimonial de insolvência do devedor. Para que 
se instaure a execução concursal falimentar; 
 
 
3. Requisitos da insolvência: 
 
3.1. Quando o devedor tem patrimônio inferior a sua divida; 
3.2. Ativo < Passivo; 
3.3. Contexto econômico; 
 
 
3
 - COELHO, Fábio Ulhoa. Manual do Direito Comercial. 21 Edição . São Paulo: Saraiva 
Apostila de Direito Empresarial III 
Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
5 
 
 
4. Fundamentação Legal da Insolvência: 
 
4.1. A insolvência jurídica esta prevista no art. 94 da lei 11.101 de 2005 (Lei da Falência): 
 
Seção IV 
 
Do Procedimento para a Decretação da Falência 
 
 
Art. 94 - Será decretada a falência do devedor que: 
 
I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada 
em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) 
salários mínimos na data do pedido de falência; 
 
II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora 
bens suficientes dentro do prazo legal; 
 
III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação 
judicial: 
 
a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou 
fraudulento para realizar pagamentos; 
 
b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar 
pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da 
totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não; 
 
c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos 
os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo; 
 
d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar 
a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor; 
 
e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com 
bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo; 
 
f) ausentasse sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para 
pagar os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, 
do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento; 
 
g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de 
recuperação judicial. 
 
§ 1º - Credores podem reunir-se em litisconsórcio a fim de perfazer o limite mínimo para o 
pedido de falência com base no inciso I do caput deste artigo. 
 
§ 2º - Ainda que líquidos, não legitimam o pedido de falência os créditos que nela não se 
possam reclamar. 
 
§ 3º - Na hipótese do inciso I do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído com os 
títulos executivos na forma do parágrafo único do art. 9o desta Lei, acompanhados, em 
qualquer caso, dos respectivos instrumentos de protesto para fim falimentar nos termos da 
legislação específica. 
 
§ 4º - Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído com 
certidão expedida pelo juízo em que se processa a execução. 
Apostila de Direito Empresarial III 
Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
6 
 
 
§ 5º - Na hipótese do inciso III do caput deste artigo, o pedido de falência descreverá os fatos 
que a caracterizam, juntando-se as provas que houver e especificando-se as que serão 
produzidas.5. Hipóteses de incidência do Art. 94 da lei 11.101, segundo o professor Ulhôa4: 
 
 
5.1. Liquidação Precipitada: 
 
 Art. 94, III, “a”: 
 
o “Procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso 
ou fraudulento para realizar pagamentos;” (..) 
 
 Se o empresário promover a liquidação do negócio de forma abrupta (repentina) incorre 
no tipo legal; 
 
 Também estará praticando ato de falência o empresário que empregar (ruinosos ou 
fraudulentos, para realizar pagamentos): A contratação de empréstimos a juros excessivos 
ou venda de instrumentos indispensáveis ao exercício do seu comércio. 
 
 
5.2. Negócios simulados: 
 
 Art. 94, III, “b”: 
 
o “Realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar 
pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da 
totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não;” (..) 
 
 Se o empresário tentar retardar pagamentos ou fraudar credores por meio de 
negócio simulado, ou, ainda, tentar alienar, parcial ou totalmente, o seu 
estabelecimento empresarial, estará incorrendo em comportamento tipificado como ato 
de falência. 
 
 
5.3. Alienação irregular do estabelecimento: 
 
 Art. 94, III, “c”: 
 
o “Transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de 
todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo;” (..) 
 
 
4
 - COELHO, Fábio Ulhoa. Manual do Direito Comercial. 21 Edição. São Paulo: Saraiva 
Apostila de Direito Empresarial III 
Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
7 
 
 O empresário que alienar o seu estabelecimento empresarial sem o consentimento de 
seus credores, salvo se conservar em seu patrimônio, bens suficientes para responder por 
seu passivo estará incurso no tipo legal de ato de falência; 
 
 
5.4. Simulação de transferência de estabelecimento: 
 
 Art. 94, III, “d”: 
 
o “Simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar 
a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor;” (..) 
 
 Incorre em ato de falência o empresário que muda o local do seu estabelecimento com 
o intuito de fraudar a legislação, frustrar a fiscalização ou prejudicar credores; 
 
 
5.5. Garantia Real: 
 
 Art. 94, III, “e”: 
 
o “Dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com 
bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo;” (...) 
 
 Para tipificação desta hipótese de ato de falência, elegeu o legislador a instituição da 
garantia real em favor do credor; 
 
 Necessário, contudo, que a instituição se opere posteriormente à constituição do crédito; 
 
 Não há ocorrência do tipo legal se este e a garantia real são concomitantes; 
 
 A incoincidência entre um e outro é que revela o intuito de fraudar a “par conditio 
creditorum”; 
 
 
5.6. Abono do estabelecimento empresarial: 
 
 Art. 94, III, “f”: 
 
o “Ausentasse sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para 
pagar os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, 
do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento;” (..) 
 
 Sem que tenha o empresário constituído procurador bastante, com recursos suficientes, 
para quitar de suas obrigações; 
 
 O abandono do estabelecimento empresarial por parte do representante legal da 
sociedade devedora importa caracterização de ato de falência de responsabilidade desta; 
 
Apostila de Direito Empresarial III 
Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
8 
 
 
5.7. Descumprimento do plano de recuperação judicial: 
 
 Art. 94, III, “f”: 
 
o “Deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de 
recuperação judicial.” (..) 
 
 
 O empresário beneficiado com a recuperação judicial que não cumpre o estabelecido no 
respectivo plano, pratica ato de falência e deve ver instaurada a execução concursal de seu 
patrimônio (falência); 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Falência 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aspectos Gerais, Conceituação Doutrinária, Natureza Jurídica e Pressupostos. 
Apostila de Direito Empresarial III 
 Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
 
8 
 
 
 Falência. 
 
 
1. Aspectos gerais da falência: 
 
1.1. A falência é o processo judicial de “execução concursal” (reunião de credores) do 
patrimônio do devedor, “sociedade empresaria”; 
 
1.2. Destina-se exclusivamente a “empresário formalmente constituído”; 
 
1.3. O não empresário (empresário simples), não será submetido à lei de falência (lei 11.101), e 
caberá aos credores a insolvência civil no âmbito do código de processo civil (CPC). 
 
 
2. Conceito Doutrinário de Falência: 
 
2.1. Para André Santa Cruz Ramos
5
: 
 
Desde que o direito passou a consagrar a responsabilidade patrimonial do devedor, em 
substituição às antigas regras de responsabilidade pessoal, cabe ao credor, individualmente, 
buscar o patrimônio do devedor a satisfação de seu crédito. 
 
Ocorre que, quando o ativo do devedor é insuficiente para satisfação do seu passivo (que é o 
caso da insolvência: ativo < Passivo), essa regra de execução individual se torna injusta, 
uma vez que com certeza alguns credores conseguirão o ressarcimento do seu crédito, 
enquanto outros não terão a mesma sorte. 
 
Para os devedores insolventes, portanto, estabelece um arcabouço normativo uma execução 
especial, na qual todos os credores deverão ser reunidos em um único processo, para a 
execução conjunta do devedor. (..) 
 
A falência, pois, é um instituto típico do regime jurídico empresarial aplicável tão somente 
aos devedores empresário, regulados pela lei 11.101/2005. 
 
Ao devedor civil, o arcabouço jurídico- processual reserva o concurso de credores, não 
estando estes, por conseguinte, submetidos à legislação falimentar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5
 - RAMOS, André Luiz Santa Cruz, Editora Metodo, São Paulo. 2010. Pg. 530 
Devedor 
Empresário: Regime jurídico 
empresarial (processo falimentar) 
Não Empresário: Regime jurídico civil 
(concurso de credores) 
Lei 11.101 
C.P.C 
Apostila de Direito Empresarial III 
Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
9 
 
2.2. Para o Prof. Fábio Ulhôa
6
: 
 
 
A falência é a execução concursal do devedor empresário. (..) 
 
O direito falimentar refere-se ao conjunto de regras jurídicas pertencentes à execução 
falimentar concursal do devedor empresário (Lei da falência – 11.101), as quais não são as 
mesmas do devedor civil (regido pelo código de processo civil). (..) 
 
A falência, como regime diferenciado de execução concursal do empresário, importa, a 
rigor, em um tratamento mais benéfico do devedor exercente de atividade econômica sob a 
forma de empresa em relação ao tratamento que o direito concede as demais pessoas. E isto se 
pode perceber pelas seguintes diferenças: 
 
o Recuperação da empresa: 
 
Faculdade aberta pela lei (lei da falência – lei 11.101) exclusivamente aos devedores 
que se enquadram no conceito de empresário ou sociedade empresária, em razão da 
qual podem reorganizar suas empresas, com maior ou menor sacrifício dos credores, 
de acordo como o plano aprovado ou homologado judicialmente. 
 
Por meio do plano de recuperação da empresa, o “devedor empresário” pode 
postergar o vencimento de obrigações, reduzir seu valor ou beneficiar-se de outrosmeios aptos a impedir a instauração da execução concursal. 
 
O “devedor civil” não tem essa faculdade, desta extensão. 
 
Na melhor hipótese, o devedor civil, a lei prevê a possibilidade de suspensão de 
execução concursal se o devedor civil obtiver anuência de todos os credores, 
conforme o art. 783 do CPC: 
 
Art. 783. O devedor insolvente poderá, depois da aprovação do quadro a que 
se refere o art. 769, acordar com os seus credores, propondo-lhes a forma de 
pagamento. Ouvidos os credores, se não houver oposição, o juiz aprovará a 
proposta por sentença. 
 
 
o Extinção das Obrigações: 
 
O “devedor empresário”, em regime de execução concursal, tem as suas obrigações 
julgadas extintas, com o rateio de mais de 50% após a realização de todo o ativo, 
conforme o artigo 158, inciso II da Lei de Falência (lei 11.101): 
 Art. 158. Extingue as obrigações do falido: 
(..) 
 II – o pagamento, depois de realizado todo o ativo, de mais de 50% 
(cinquenta por cento) dos créditos quirografários, sendo facultado ao falido 
o depósito da quantia necessária para atingir essa porcentagem se para 
tanto não bastou a integral liquidação do ativo; 
 
6
 - Manual do Direito Comercial – Fábio Ulhôa Coelho. Editora Saraiva 
Apostila de Direito Empresarial III 
Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
10 
 
 
Ao passo que as obrigações do “devedor civil”, em regime de execução concursal, 
somente se extingue com o pagamento integral do seu valor, conforme o art. 774 do 
CPC: 
 
Art. 774. Liquidada a massa sem que tenha sido efetuado o pagamento 
integral a todos os credores, o devedor insolvente continua obrigado pelo 
saldo. 
 
Um empresário que entra em falência com um patrimônio de valor superior a 50% de 
seu passivo poderá obter a declaração de extinção das obrigações logo após a 
realização de seu ativo e rateio do seu produto apurado. Se, em seguida, reconstruir 
seu patrimônio, os credores existentes ao tempo da falência não poderão 
compromete-lo; 
 
Já o devedor civil na mesmíssima situação poderia ter seu patrimônio reconstituído 
executado ate o integral pagamento do passivo, salvo o decurso do prazo de 05 anos 
do encerramento do processo de insolvência, conforme o art. 778 do CPC: 
 
Art. 778. Consideram-se extintas todas as obrigações do devedor, decorrido 
o prazo de 05 (cinco) anos, contados da data do encerramento do processo 
de insolvência. 
 
(..) 
 
Para que se instaure o processo de execução concursal denominado falência, é necessária 
concorrência de três (03) pressupostos: 
 
o Devedor Empresário; 
o Insolvência; 
o Sentença declaratória da falência. 
 
 
 
3. Natureza Jurídica da Falência: 
 
 
3.1. O processo de falência é de natureza processual, porém complexo e observando-a as 
confluências de normas processuais e materiais; 
 
3.2. Por André Santa Cruz Ramos
7
: 
 
 
O direito falimentar é extremamente complexo, razão pela qual se estabeleceu, (..) 
 
Afinal qual a natureza jurídica, é instituída pelo direito material ou pelo direito processual? 
 
 
7
 - RAMOS, André Luiz Santa Cruz, Editora Metodo, São Paulo. 2010. 
 
Apostila de Direito Empresarial III 
Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
11 
 
A despeito de a falência se desenvolver, como uma execução concursal do devedor empresário 
insolvente, o que lhe confere natureza nitidamente processual, a legislação falimentar 
também regula, por exemplo, os efeitos da decretação de quebra da relação aos bens, à 
pessoa, aos contratos a aos atos do falido, situação em que estabelece preceitos de ordem 
claramente material. 
 
Porém, não há como deixar de reconhecer, pois, o caráter hibrido ou complexo da falência, 
diante da confluência de normas processuais e matérias no arcabouço jurídico – falimentar. 
 
4. Pressupostos da Falência: 
 
4.1. Principais pressupostos do processo falimentar: 
 
 Devedor: sociedade empresária; 
 
 Constituição da insolvência; 
 
 Sentença judicial declaratória; 
 
 
4.2. Para André Santa Cruz Ramos
8
: 
 
A doutrina aponta que são três os pressupostos da falência: 
 
 O primeiro, denominado de pressuposto material subjetivo, consiste na qualidade de 
empresário do devedor; 
 
 O segundo, denominado de pressuposto material objetivo, e consubstanciado na 
insolvência do devedor; 
 
 E o terceiro, por fim, denominado de pressuposto formal, e a sentença que a decreta. 
 
 
Pressupostos da Falência 
 
 
Pressuposto Material Subjetivo 
 
Devedor Empresário 
 
 
Pressuposto Material Objetivo 
 
Insolvência (jurídica ou presumida) do 
devedor 
 
 
Pressuposto Formal 
 
 
Sentença declaratória de falência (natureza 
constitutiva) 
 
 
 
 
8
 - RAMOS, André Luiz Santa Cruz, Editora Método, São Paulo. 2010. Pg. 531 
 
Apostila de Direito Empresarial III 
Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
12 
 
Assim sendo, o regime de execução concursal especial a que nos referimos anteriormente só se 
instaura quando presentes os pressupostos acima listados: 
 
 O devedor empresário, a sua insolvência e a consequente sentença judicial de 
decretação da falência. 
 
 
 
 
 
 
Pedido da Falência 
 
 
 
 
 
 
 
 
Requisitos e etapas do pedido de falência 
Apostila de Direito Empresarial III 
 Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
 
 
 
 
 Pedido de Falência. 
 
 
1. Requisitos para o pedido de falência: 
 
1.1. Um dos requisitos, e que comprova a situação financeira da empresa em não poder arcar com 
suas dívidas, é a insolvência, ou seja, o Ativo < Passivo; 
 
1.2. Se a empresa tem um patrimônio compatível com a dívida, pode-se pleitear a recuperação 
judicial, onde, em um prazo estabelecido por lei, a empresa deve apresentar um plano de 
pagamento de credores. Porém, se não apresentar o plano no prazo legal ou descumpri-lo, o 
juiz decretará a execução falimentar (a falência); 
 
1.3. Em conformidade com o item anterior, a sociedade empresária poderá requerer a recuperação 
judicial (caso tenha um patrimônio compatível com a dívida) e que seja homologando 
judicialmente. 
 
 
2. Etapas do pedido de falência: 
 
2.1. Etapa 01: 
 
 Fase Pré-falimentar; 
 Nesta fase não estar instaurado o processo de falência; 
 Pode-se dizer que seja a fase do pedido de falecia ao juiz, que receberá do réu sua defesa 
para que possa sentencia-la. 
 
2.2. Etapa 02: 
 
 Fase da qualificação; 
 Também conhecida como fase da sentença; 
 É nesta fase que o juiz, baseado nos pressuposto do pedido de falência e na defesa do réu, 
decidirá com uma sentença denegatória (rejeita o pedido de falência) ou uma sentença 
declaratória (aceitando o pedido de falência). 
 
2.3. Etapa 03: 
 
 Fase de execução da falência; 
 Nesta fase o juiz em face de sua sentença declaratória instaura o processo de falência de 
forma irreversível; 
 É chamado os credores de forma concursal para que seja analisado o patrimônio e 
liquidado afim de sucumbir os créditos. 
 
Apostila de Direito Empresarial III 
Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
5 
 
3. Etapa 01 - Fase Pré-falimentar: 
 
 
3.1. Nesta fase ainda não tem o concurso de credores, portanto não esta instaurada a execução 
concursal do patrimônio da empresa (falência); 
 
3.2. O juiz aceita o pedido de falência, baseado nos pressuposto materiais: Empresarialidade do devedor e insolvência jurídica; 
 Consiste no pedido de falência em que ainda não se estabeleceu a execução concursal; 
 Tem-se com base o art. 94 da lei 11.101; 
 
3.3. A fase inicia-se com a “petição inicial” e encerrará a “resposta do réu” (defesa). 
 
3.4. Na defesa o réu pode: 
 
 O réu (sociedade empresária devedora) liquidar os credores e finalizar a fase e o 
processo; 
 
 O réu (sociedade empresária devedora) pode pleitear uma recuperação judicial, onde 
apresentará um plano de recuperação da empresa, tendo para isso a aprovação dos 
credores; 
 
 O réu (sociedade empresária devedora) pode aceitar a execução concursal do patrimônio 
(falência); 
 
 
4. Etapa 02 - Fase que se qualifica ou não a falência: 
 
4.1. Após a resposta do réu (defesa da sociedade empresária devedora), juntamente com a análise 
dos requisitos matérias para a instalação da execução concursal (falência), será deflagrada a 
decisão judicial, ou seja, o juiz materializa sua decisão em uma sentença, que pode ser: 
 
 Sentença Denegatória: 
 
o A sentença denegatória é a decisão onde o juiz não identifica os elementos 
materiais suficientes para a instalação da execução concursal (falência); 
o Juiz ao analisar os requisitos pertinentes decide que não tem falência; 
o Assim encerra o processo de pedido de falência; 
 
 Sentença Declaratória: 
 
o Nesta sentença o juízo, entende que existem sim os requisitos materiais para a 
instalação da execução concursal (falência); 
 
 
Apostila de Direito Empresarial III 
Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
6 
 
5. Etapa 03 – Instalação do pedido de falência: 
 
5.1. Com a sentença declaratória o juiz: 
 
 Realização do ativo, onde chama os credores; 
 Verificação e satisfação do passivo; 
 Nomeia do Administrador judicial; 
 E faz a retirada o falido da empresa e dos bens; 
 
5.2. Após a fase da sentença, uma vez o juiz acatando o pedido de falência, inicia o processo de 
falência; 
 
5.3. Uma vez acatado o pedido de falência, não tem mais como retroceder; 
 
 
 
6. Esquematização do processo de falência: 
 
 
6.1. Fase pré-falimentar: 
 
 
 
 
 
 
 
6.2. Fase de qualificação da falência: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Petição 
Inicial JUIZ 
Juiz Cita o 
Réu 
Resposta do Réu: 
- Contesta a petição inicial; 
- Reconhece e paga a dívida (elisão); 
- Apresenta o Plano de Recuperação; 
- Reconhece e aceita a falência; 
Após a resposta do réu 
o JUIZ irá se 
pronunciar em uma 
sentença que pode ser: 
Sentença 
Denegatória 
Não aceita o pedido de 
falência e encerra o processo 
Sentença 
Declaratória 
- Aceita o pedido de Recuperação Judicial 
e inicia o seu processo. 
- Aceita o pedido de falência e inicia o seu 
processo. 
- 
Apostila de Direito Empresarial III 
Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
7 
 
6.3. Fase de instalação a falência: 
 
 
 
 
 
Com a Sentença 
Declaratória, inicia-
se o processo de 
Falência, o juiz: 
- Nomeia o Administrador Judicial: 
- Assumirá as funções dos sócios e diretores; 
- Montará o quadro de credores; 
- faz um levantamento dos bens da empresa.
 
- Bloqueia os bens da empresa; 
 
- Afasta os sócios e diretores da empresa; 
 
- É convocado a Assembleia de Credores, que poderá ou não 
formar o comitê de credores 
 
 
Após o 
arresto dos 
bens, os 
mesmos 
serão 
vendidos. 
- será feito o pagamento dos credores por classe: 
 
- Trabalhistas até 150 salários mínimos; 
- Garantia real; 
- Créditos quirografários; 
- Micro e pequenas empresas; 
 
 
 
 
Ao término 
do 
pagamento 
dos 
credores, 
será 
encerrado o 
processo de 
falência. 
- Após o encerramento do processo de falência, os 
credores remanescentes poderão ingressar 
judicialmente pleiteando o recebimento dos 
créditos ora devido pelo devedor e não resolvido 
no processo falimentar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sujeitos aptos a solicitar à Falência 
 
 
 
 
 
 
 
 
Credores, Devedor, Sócios, Conjugue, Herdeiros e Inventariante. 
Apostila de Direito Empresarial III 
Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
 
 
 
 
 Sujeitos aptos a solicitar à Falência. 
 
 
1. Aspectos Gerais: 
 
1.1. O próprio empresário pode solicitar a falência, neste caso é considerado como autofalência; 
 
1.2. Os credores. Podem e devem solicitar a falência da sociedade empresária; 
 
1.3. O cônjuge, os herdeiros e o inventariante também podem solicitar a falência da sociedade 
empresária; 
 
1.4. Os sócios podem? 
 
 Podem sim. Não acontece na prática, pois a sua retirada da sociedade juntamente com o 
recebimento integral de suas quotas, anularia o objetivo do pedido de falência. 
 
 
2. Segundo André Santa Cruz Ramos: 
 
Segundo o art. 97 da Lei 11.101, “podem requerer a falência do devedor: 
 
 
Art. 97 - Podem requerer a falência do devedor: 
 
I – o próprio devedor, na forma do disposto nos arts. 105 a 107 desta Lei; 
 
II – o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante; 
 
III – o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato constitutivo da 
sociedade; 
 
V – qualquer credor. 
 
§ 1o - O credor empresário apresentará certidão do Registro Público de Empresas 
que comprove a regularidade de suas atividades. 
 
§ 2o - O credor que não tiver domicílio no Brasil deverá prestar caução relativa às 
custas e ao pagamento da indenização de que trata o art. 101 desta Lei. 
 
 
Vê-se, pois, que, enquanto o sujeito passivo do pedido de falência tem que ser necessariamente 
empresário (empresário individual ou sociedade empresaria), o mesmo não ocorre com o 
sujeito ativo do pedido de falência, que pode ser empresário ou não. 
 
3. São eles: 
 
 O próprio devedor, cônjuge sobrevivente, herdeiros do devedor, inventariante, sócios: 
acionista ou cotista; ou qualquer outro credor. 
 
Apostila de Direito Empresarial III 
Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
 
 
 
 
 
4. Fundamentação legal dos sujeitos aptos a solicitar à falência: 
 
4.1. Art. 97 da lei de falência (lei 11.101): 
 
Art. 97. Podem requerer a falência do devedor: 
 
I – o próprio devedor, na forma do disposto nos arts. 105 a 107 desta Lei; 
 
II – o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante; 
 
III – o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato constitutivo da sociedade; 
 
IV – qualquer credor. 
 
§ 1º - O credor empresário apresentará certidão do Registro Público de Empresas que 
comprove a regularidade de suas atividades. 
 
§ 2º - O credor que não tiver domicílio no Brasil deverá prestar caução relativa às custas e ao 
pagamento da indenização de que trata o art. 101 desta Lei. 
 
 
5. Credor como sujeito apto a solicitar à falência: 
 
5.1. Credor Empresário: 
 
 Precisa de comprovação que é empresário para se habilitar no pedido de falência; 
 Deve comprovar a sua condição através de certidão da Junta Comercial; 
 
Apostila de Direito Empresarial III 
Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
5 
 
 
5.2. Credor residente no estrangeiro: 
 
 Deve garantir o juízo com valor suficiente para custeio das custas e sucumbência, além 
de eventual reparação de danos; 
 
 Depósito para uma possível reparação de danos; 
 
 
5.3. Credor civil: 
 
 Credor civil – não há exigência. 
 
 
5.4. Observação: Fábio Ulhôa entende que qualquer credor, mesmo com título vencido ou não, pode 
requerer a falência, desde que comprove os requisitos previstos em lei, ainda que com 
auxílio de terceiros. Esse ponto não é pacífico na jurisprudência. 
 
 Não é entendimento pacificado. 
 
 
 
 
 
 
Exceções de Empresas a Lei de Falência 
 
 
 
 
 
 
 
 
Empresas em que a lei de falência não se aplica. 
Apostila de Direito Empresarial III 
Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
 
 
 
 Empresas em que a lei de falência não se aplica. 
 
1. A lei de falência, ou seja, a lei 11.101/2005, não se aplica as seguintes empresas: 
 
 Empresas Públicas: 
 
o Exemplo: Caixa Econômica Federal, Correios, SERPRO, etc. 
 
 Empresas de Economia Mista: 
 
o Exemplo: Petrobras, Banco do Brasil, Etc. 
 
 Instituições Financeiras Públicas ou Privadas: 
 
o Exemplo: Banco do Brasil, CEF, Bradesco, ITAU, Etc. 
 
 Consórcios: 
 
o Exemplo: EMBRACOM 
 
 Entidades de planos de previdência complementar: 
 
o Exemplo: PREVI 
 
 Empresas de plano de saúde: 
 
o Exemplo: UNIMED 
 
 Cooperativas de créditos, Empresas de capitalização, Etc. 
 
 
 
2. Fundamentação legal: 
 
2.1. Art. 2º da lei 11.101: 
 
Art. 2º - Esta Lei não se aplica a: 
 
I – empresa pública e sociedade de economia mista; 
 
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de 
previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade 
seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às 
anteriores.
 
 
 
 
 
Competência do Juízo Falimentar 
 
 
 
 
 
 
 
 
Foro de competência do processo falimentar, Observações, Empresas devedoras com filiais, 
juízo universal. 
Apostila de Direito Empresarial III 
Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
 
 
 
 
 Competência do Juízo falimentar: 
 
 
1. Conceito Doutrinário: 
 
1.1. Por André Santa Cruz Ramos
9
: 
 
Segundo o art. 3° da LRE: 
 
“é competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a 
recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal 
estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil”. 
 
 
O conceito de principal estabelecimento, todavia, não corresponde a noção geral que a 
expressão suscita inicialmente. 
 
De fato, quando se fala em principal estabelecimento, vem em nosso pensamento, de imediato, 
a ideia de sede estatutária (contratual) ou matriz administrativa da empresa. 
 
Trata-se, porém, de noção equivocada. Para o direito falimentar, a correta noção de principal 
estabelecimento esta ligada ao aspecto econômico: é o local onde o devedor concentra o 
maior volume de negócios, o qual, frise-se, muitas vezes não coincide com o local da sede da 
empresa ou do seu centro administrativo. 
 
Nesse sentido, confiram-se os seguintes acordão do Superior Tribunal de Justiça: 
 
(...) O juízo competente para processar e julgar pedido de falência e, por conseguinte, 
de concordata e o da comarca onde se encontra "o centro vital das principais 
atividades do devedor ” 
 
 (...) Competente para o processamento e julgamento do pedido de falência e o Juízo 
do local onde o devedor mantem suas atividades e seu principal estabelecimento. (...) 
(STJ, AgRg no AG 451614/DF, Rei. Min. Carlos Alberto Menezes Direito, DJ 
17.02.2003, p. 275). 
 
(...) A competência para o processo e julgamento do pedido de falência e do Juízo, 
onde o devedor tem o seu principal estabelecimento, e este “e o local onde a atividade 
se mantem centralizada”, não sendo, de outra parte, “aquele a que os estatutos 
conferem o titulo principal, mas o que forma o corpo vivo, o centro vital das 
principais atividades do devedor” 
 
 (...) (STJ, CC 27835/DF, Rei Min. Antonio de Padua Ribeiro, DJ 09.04.2001, p. 328). 
 
 
Em suma, o STJ já decidiu que a expressão principal estabelecimento pode significar (embora 
os acórdãos sejam anteriores a LRE, o entendimento continua atual): 
 
I - O centro vital das principais atividades do devedor; 
II - Local onde o devedor mantem suas atividades e seu principal estabelecimento; 
III - Local onde a atividade se mantem centralizada. 
 
 
 
9
 - RAMOS, André Luiz Santa Cruz, Editora Método, São Paulo. 2010. Pg. 531 
Apostila de Direito Empresarial III 
Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
5 
 
 
2. Foro de competência do processo falimentar: 
 
2.1. O foro de competência é do local do principal estabelecimento do empresário em volume de 
negócios. 
 
2.2. Exemplo: Se uma empresa tem a matriz em Fortaleza (Ceará) e outra filiais, tais como: 
Salvador (Bahia), São Luiz (Maranhão) e São Paulo (SP) e o maior volume de vendas for a 
Cidade de São Paulo, o foro competente é o da cidade de São Paulo. 
 
 
3. Observações: 
 
3.1. Aqui não se trata da sede social, mas sim onde realmente é realizado o maior volume de 
negócios. Justificativa: Proximidade do juízo em relação aos bens e credores. 
 
3.2. Se fosse admissível o foro da sede do empresário, este poderia, de acordo com sua 
conveniência, alterá-lo, através de mera mudança contratual, por exemplo, dificultando, 
assim, o acesso dos credores. 
 
3.3. Em caso de pedido de falecia e pedido e recuperação judicial o juiz analisa primeiro a 
recuperação judicial. 
 
 
4. Sociedade empresária devedora com filiais: 
 
4.1. Empresas Nacionais: 
 
 Faz-se publicar a solicitação de pedido de falência nos jornais de grande circulação 
nacional; 
 
4.2. Empresas Estrangeiras: 
 
 A publicação é feita no Brasil nos moldes da item anterior; 
 
 
5. Quais Comarcas irão o pedido de falência, quando se tem vários pedidos de falência: 
 
5.1. Comarcas com mais de um juízo competente: Prevenção pela distribuição do primeiro 
pedido. 
 
 
Apostila de Direito Empresarial III 
Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
6 
 
 
6. Juízo Universal: 
 
6.1. Conceituação: 
 
 O juízo da falência é universal, ou seja, o juízo que processa o pedido de falência tem à 
aptidão atrativa para reunir, conhecer e julgar todas as medidas judiciais de conteúdo 
patrimonial referente ao falido (massa falida ou sociedade empresária devedora); 
 
 
6.2. Características do juízo universal: 
 
 É o juiz que reúne todos os pedidos de falência para si. Ou seja, atrai para sua 
competência; 
 
 O juiz universal é depois que instaura a falência; 
 
 Uma ação nova contra o devedor falimentar irá para o juízo da falência; 
 
 
6.3. Observações sobre o juízo universal: 
 
 Quando um bem for a leilão o apurado será encaminhado para a falência e o credor vai 
receber na falência; 
 
 Porém se o bem foi a leilão antes da falência o credor recebe e o saldo vai para a falência; 
 
 
6.4. Exceções ao juízo universal: 
 
 Ações não reguladas pela Lei falimentar ou que o falido (massa falida) seja autor ou 
litisconsorte ativo; 
 
 Ações que demandam quantia ilíquida, independente da posição do falido ou da massa 
falida na relação processual; 
 
 Reclamações trabalhistas: 
 
o Competência constitucional atribuída à Justiça Especializada; 
o As demandas correm independentes e na justiça do trabalho; 
o Poderá haver comunicação entre juízos para solicitação de bloqueios de bens ou 
valores (reserva de valores) prevendo os créditos trabalhistas; 
 
 Execuções tributárias:o Art. 187 do CTN: Não se sujeitam a qualquer tipo de concurso de credores, nem 
à habilitação na falência. Créditos não tributários inscritos na dívida ativa (Lei 
6.830/80); 
Apostila de Direito Empresarial III 
Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
7 
 
 
o Créditos tributário que entram na falência é os quem ainda vão acontecer ou 
acontecendo; 
 
o Os que já estão em execução ou na divida ativa, habilita os crédito na falência; 
 
 Competência da Justiça Federal: 
 
o Ações de conhecimento de que é parte ou interessada a União, entidade 
autárquica, empresa pública federal; 
 
 
7. Fundamentação legal para o juízo da falência10: 
 
7.1. Lei de falência (lei 11.101): 
 
 O juízo Universal é tanto para o processo falimentar como para o processo de 
recuperação judicial; 
 
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 
 
 
(....) 
 
Art. 3º - É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a 
recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal estabelecimento do 
devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil. 
 
 
 
CAPÍTULO II 
DISPOSIÇÕES COMUNS À RECUPERAÇÃO JUDICIAL E À FALÊNCIA 
 
Seção I 
Disposições Gerais 
 
(...) 
 
Art. 6º - A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação 
judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, 
inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário. 
 
§ 1º - Terá prosseguimento no juízo no qual estiver se processando a ação que demandar 
quantia ilíquida. 
 
§ 2º - É permitido pleitear, perante o administrador judicial, habilitação, exclusão ou 
modificação de créditos derivados da relação de trabalho, mas as ações de natureza 
trabalhista, inclusive as impugnações a que se refere o art. 8º desta Lei, serão processadas 
perante a justiça especializada até a apuração do respectivo crédito, que será inscrito no 
quadro geral de credores pelo valor determinado em sentença. 
 
 
10
 - Lei 11.101 de 2005 – Lei da Falência. 
Apostila de Direito Empresarial III 
Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
8 
 
§ 3º - O juiz competente para as ações referidas nos §§ 1º e 2º deste artigo poderá determinar 
a reserva da importância que estimar devida na recuperação judicial ou na falência, e, uma 
vez reconhecido líquido o direito, será o crédito incluído na classe própria. 
 
§ 4º - Na recuperação judicial, a suspensão de que trata o caput deste artigo em hipótese 
nenhuma excederá o prazo improrrogável de 180 (cento e oitenta) dias contado do 
deferimento do processamento da recuperação, restabelecendo-se, após o decurso do prazo, o 
direito dos credores de iniciar ou continuar suas ações e execuções, independentemente de 
pronunciamento judicial. 
 
§ 5º – Aplica-se o disposto no § 2º deste artigo à recuperação judicial durante o período de 
suspensão de que trata o § 4º deste artigo, mas, após o fim da suspensão, as execuções 
trabalhistas poderão ser normalmente concluídas, ainda que o crédito já esteja inscrito no 
quadro geral de credores. 
 
§ 6º - Independentemente da verificação periódica perante os cartórios de distribuição, as 
ações que venham a ser propostas contra o devedor deverão ser comunicadas ao juízo da 
falência ou da recuperação judicial: 
 
I – pelo juiz competente, quando do recebimento da petição inicial; 
 
II – pelo devedor, imediatamente após a citação. 
 
 
§ 7º - As execuções de natureza fiscal não são suspensas pelo deferimento da recuperação 
judicial, ressalvada a concessão de parcelamento nos termos do Código Tributário Nacional 
e da legislação ordinária específica. 
 
§ 8º - A distribuição do pedido de falência ou de recuperação judicial previne a jurisdição 
para qualquer outro pedido de recuperação judicial ou de falência, relativo ao mesmo 
devedor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rito Processual da Falência 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esquema do processo falimentar, Aspectos Gerais do Rito Processual, Fase da Sentença e o 
Ministério Público. 
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 Rito Processual da Falência: 
 
 
1. Esquema do Processo Falimentar: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. Aspectos Gerais do Rito Processual Falimentar: 
 
2.1. Na fase pré-falimentar não estar instalado o processo de falência, pois o processo de falência 
só é instalado com a sentença declaratória do juiz; 
 
 
 
3. Rito da Fase Pré-Falimentar: 
 
3.1. Passo 01 – Petição Inicial: 
 
 Petição inicial fundamentada com os parâmetros do art. 94 da lei 11.101: 
 
Art. 94 - Será decretada a falência do devedor que: 
I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada 
em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 
(quarenta) salários mínimos na data do pedido de falência; 
Petição 
inicial 
A colhida à petição inicial 
pelo juiz, o mesmo ordena 
a Citação do réu. Recebimento 
pelo juiz 
O réu tem direito de 
resposta a sua 
citação, que pode 
ser: 
Recebimento 
da citação 
pelo Réu 
Petição Inicial com base no 
art. 94 da lei 11.101 
Contestar + 
Garantias com base 
no art. 96 da LF 
Elisão, com base no 
art. 98 de LF. 
Pedido de 
Recuperação 
Judicial – art. 53 da 
LF 
Após o 
recebimento da 
resposta do réu 
o juiz pode: 
Sentença 
Denegatória 
Encerra o processo de pedido 
de falência 
Aceita o Pedido de 
Recuperação Judicial 
Sentença Declaratória: 
Aceita o Pedido de 
Falência. 
Inicia-se o processo de 
Recuperação Judicial 
Inicia-se o processo 
falimentar. 
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II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora 
bens suficientes dentro do prazo legal; 
III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação 
judicial: 
a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou 
fraudulento para realizar pagamentos; 
b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos ou 
fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a 
terceiro, credor ou não; 
c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os 
credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo; 
d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a 
legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor; 
e) dá ou reforça garantia à credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens 
livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo; 
f) ausentasse sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar os 
credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua sede 
ou de seu principal estabelecimento; 
g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação 
judicial. 
§ 1º - Credores podem reunir-se em litisconsórcio a fim de perfazer o limite mínimo para o 
pedido de falência com base no inciso I do caput deste artigo. 
§ 2º - Ainda que líquidos, não legitimam o pedido de falência os créditos que nela não se 
possam reclamar.§ 3º - Na hipótese do inciso I do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído com os 
títulos executivos na forma do parágrafo único do art. 9o desta Lei, acompanhados, em 
qualquer caso, dos respectivos instrumentos de protesto para fim falimentar nos termos da 
legislação específica. 
§ 4º - Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído com 
certidão expedida pelo juízo em que se processa a execução. 
§ 5º - Na hipótese do inciso III do caput deste artigo, o pedido de falência descreverá os fatos 
que a caracterizam, juntando-se as provas que houver e especificando-se as que serão 
produzidas. 
 
 
3.2. Passo 02 - CLS: 
 
 
 
 
 
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Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
 
 
3.3. Passo 03 – Resposta do réu: 
 
 A resposta do réu poderá ter os seguintes argumentos 
 
 Contestação do réu: 
 
o Se o pedido de falência for baseado sobre o art. 94, I da LF a contestação será 
sobre base do Art. 96 da LF. 
 
Art. 96. A falência requerida com base no art. 94, inciso I do caput, desta Lei, não 
será decretada se o requerido provar: 
 
I – falsidade de título; 
 
II – prescrição; 
 
III – nulidade de obrigação ou de título; 
 
IV – pagamento da dívida; 
 
V – qualquer outro fato que extinga ou suspenda obrigação ou não legitime a 
cobrança de título; 
 
VI – vício em protesto ou em seu instrumento; 
 
VII – apresentação de pedido de recuperação judicial no prazo da contestação, 
observados os requisitos do art. 51 desta Lei; 
 
VIII – cessação das atividades empresariais mais de 2 (dois) anos antes do pedido de 
falência, comprovada por documento hábil do Registro Público de Empresas, o qual 
não prevalecerá contra prova de exercício posterior ao ato registrado. 
 
§ 1º - Não será decretada a falência de sociedade anônima após liquidado e 
partilhado seu ativo nem do espólio após 1 (um) ano da morte do devedor. 
 
§ 2º - As defesas previstas nos incisos I a VI do caput deste artigo não obstam a 
decretação de falência se, ao final, restarem obrigações não atingidas pelas defesas 
em montante que supere o limite previsto naquele dispositivo. 
 
 
 Elisão (pagamento) da falência: 
 
o Pagamento dos débitos contestado na petição inicial; 
 
o Art. 98 da Lei 11.101: 
Art. 98. Citado, o devedor poderá apresentar contestação no prazo de 10 (dez) dias. 
 
Parágrafo único. Nos pedidos baseados nos incisos I e II do caput do art. 94 desta 
Lei, o devedor poderá, no prazo da contestação, depositar o valor correspondente ao 
total do crédito, acrescido de correção monetária, juros e honorários advocatícios, 
hipótese em que a falência não será decretada e, caso julgado procedente o pedido de 
falência, o juiz ordenará o levantamento do valor pelo autor. 
 
 
Apostila de Direito Empresarial III 
Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
 
 
 Contestação + Garantia: 
 
 Apresentação um pedido de recuperação judicial: 
 
o No prazo de 10 dias deve fazer um convencimento ao juiz da possibilidade de 
recuperação judicial. 
 
o O pedido de falência fica suspensão e o juiz irá analisar o a recuperação judicial, 
dando prioridade para a recuperação, logico que visando os requisitos objetivos 
previstos no art. 53 da Lei 11.101. 
 
Art. 53 - O plano de recuperação será apresentado pelo devedor em juízo no prazo 
improrrogável de 60 (sessenta) dias da publicação da decisão que deferir o 
processamento da recuperação judicial, sob pena de convolação em falência, e 
deverá conter: 
 
I – discriminação pormenorizada dos meios de recuperação a ser empregados, 
conforme o art. 50 desta Lei, e seu resumo; 
 
II – demonstração de sua viabilidade econômica; e 
 
III – laudo econômico financeiro e de avaliação dos bens e ativos do devedor, 
subscrito por profissional legalmente habilitado ou empresa especializada. 
 
Parágrafo único. O juiz ordenará a publicação de edital contendo aviso aos credores 
sobre o recebimento do plano de recuperação e fixando o prazo para a manifestação 
de eventuais objeções, observado o art. 55 desta Lei. 
 
 
o Se o juiz ao analisar o pedido de recuperação e certificar que não se faz jus aos 
requisitos objetivos da recuperação, poderá o juiz decretar a falência. Ou seja, 
nesta caso quando o pedido de recuperação é incidental. No caso de um pedido 
de recuperação que não seja incidental e o juiz não acatando o pedido de falência, 
o processo é encerrado. 
 
 
4. Fase de Sentença judicial: 
 
 Sentença Denegatória (Improcedente): 
 
o Encerra processo de pedido de falência. 
 
 Sentença Declaratória (procedente): 
 
o Inicia o processo de falência, onde o juiz irá nomear o administrador judicial, irá 
fazer o arresto dos bens da sociedade empresária, irá afastar os sócios e 
administradores, será formada a assembleia de credores, etc. 
 
 
Apostila de Direito Empresarial III 
Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
 
 
5. Para Professora Luciana Madruga11: 
 
5.1. Falência requerida por credor ou sócio minoritário: 
 
 Rito com característica contenciosa; 
 
 Prazo para defesa: 10 dias contados a partir da citação; 
 
 A resposta do réu (dentro do prazo de 10 dias) pode ser: 
 
o Elidir (pagar dívida); 
o Aceita a falência; 
o Contestar + garantia do juízo; 
o Apresentação do pedido de recuperação judicial. 
 
 Observação: O pedido de suspensão do processo, feito pelo requerente em razão de uma 
tentativa de acordo com o requerido, importa, necessariamente na extinção do feito, pela 
perda de um dos requisitos materiais (impontualidade) pela concessão de moratória. 
 
 
5.2. Falência requerida pelo próprio empresário / sociedade empresária: 
 
 Rito de natureza não contenciosa; 
 
 Não há litígio em relação à falência; 
 
 Em caso de autofalência, o juízo não tem alternativa a não ser decretar a falência, 
pois não há oposição em relação à declaração do próprio empresário ao reconhecer sua 
insolvência jurídica e incapacidade de recuperação. A única exceção quanto à decretação 
da falência é se o próprio empresário, em tempo hábil, retratar-se; 
 
 O pedido de autofalência deve ser acompanhando de toda a documentação exigida em lei. 
 
 
6. Ministério Público e a fase pré-falimentar: 
 
6.1. O MP não entra na fase Pré-falimentar; 
 
6.2. Para Professora Luciana Madruga: 
 
 Embora seja uma praxe dos juízes intimarem o Ministério Público para se manifestarem 
nos autos de um pedido de falência, na condição de Fiscal da Lei, é fato que essa 
manifestação (na maioria das vezes) é dispensável, pois se trata de demanda relacionada a 
direito patrimonial disponível. 
 
 
11
 - Luciana Melo Madruga Fernandes, Advogada e Professora de Direito Empresarial da faculdade Farias Brito. Notas de 
Aula. 
Apostila de Direito Empresarial III 
Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
 
 
 Sua interferência só se justifica em casos de crime falimentar ou quando verificado 
conflito de interesses, por exemplo, de trabalhadores ou do fisco. Ou seja, somente após o 
estabelecimento do concurso de credores, já na segunda fase do processo falimentar. 
 
Apostila de Direito Empresarial III 
Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
 
 
 
 
Sentenças do Processo Falimentar 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sentença Declaratória e Sentença Denegatória da Falência 
 
Apostila de Direito Empresarial III 
Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
 
 
 
 
 Sentença Declaratóriade Falência. 
 
 
1. Aspectos gerais da sentença declaratória de falência: 
 
1.1. Com a sentença declaratória de falência, inicia-se o processo falimentar; 
 
1.2. É uma decisão declaratória e constitutiva; 
 
1.3. O Recurso que cabível na sentença declaratória é o “Agravo de Instrumento”. 
 
 
2. Efeitos da declaração da falência: 
 
2.1. É constituído o Juízo Universal: 
 
 O Juízo Universal agrega para si todos os pedidos de falência em um só juiz; 
 
2.2. Administrador judicial: 
 
 O administrador judicial pode ser tanto uma Pessoa Física como uma Pessoa Jurídica 
(escritório de advocacia, contabilidade, etc.); 
 
 O administrador judicial exercer a função de auxiliar do Juiz no processo falimentar; 
 
 Com a presença do administrador judicial no processo falimentar, o empresário ou sócio 
ficam inaptos em suas funções (saem da empresa); 
 
 O administrador judicial é o responsável por arrecadar o patrimônio da sociedade 
empresária devedora (massa falida), assim como convocar os credores e efetuar os 
pagamentos aos mesmos; 
 
2.3. Encerramento das atividades da empresa: 
 
 Nem todo processo falimentar o juiz de pronto encerra as atividades da empresa, em 
algumas situações o juiz pode entender que não se deve encerra a atividade da empresa; 
 
 Exemplo: uma empresa de atividade comercial e em época de natal, onde entende que 
deve funcionar até vender todo o estoque para arrecadar para a massa falida. 
 
 
3. Termo legal da falência: 
 
 O “termo legal da falência” é o expediente que permite o juiz retroceder e ir atrás do 
momento real da falência (não tem mais como base a data da sentença); 
Apostila de Direito Empresarial III 
Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
 
 
 O prazo de retroceder a momento real da falência vai depender o tipo de pedido de 
falência, podendo chegar a 90 dias; 
 
 
4. Para Professora Luciana Madruga12: 
 
 Embora indicada como “declaratória” a decisão que decreta a falência tem efeito muito 
mais do que meramente uma declaração. Mas sim constitutivo de uma nova realidade 
para o empresário falido e seus credores, por exemplo; 
 
 A sentença declaratória de falência, além dos requisitos de qualquer sentença judicial, 
também deve conter uma série de disposições previstas na Lei Falimentar; 
 
 Termo legal da falência: 
 
o Deve ser fixado na sentença. Na impossibilidade, deve pelo menos ser fixado de 
forma provisória. 
 
o A decretação da falência normalmente não se dá no mesmo momento da 
ocorrência desta. Com a possibilidade de retroagir no tempo, o juiz consegue 
alcançar fatos e atos que podem ter prejudicado o interesse de credores e 
restabelecer o status quo. 
 
 Prazos: 
 
o Impontualidade injustificada ou execução frustrada – 90 dias do primeiro 
protesto por falta de pagamento; 
 
o Ato falimentar ou autofalência – 90 dias contados da petição inicial. 
 
 
 Publicidade da sentença declaratória de falência: 
 
o Publicação em edital: Publica-se o inteiro teor da sentença no Diário Oficial; 
 
o Havendo disponibilidade financeira e sendo empresa de relevância, deverá ser 
feita a veiculação em Jornal de grande circulação; 
 
o Deverá ser intimado: O Ministério Público, a Fazenda Federal, Estadual e 
Municipal; 
 
o Haverá comunicação à Junta Comercial. 
 
 
 Recurso em face da sentença declaratória: agravo de instrumento. 
 
12 - Luciana Melo Madruga Fernandes, Advogada e Professora de Direito Empresarial da faculdade Farias Brito. Notas de 
Aula. 
Apostila de Direito Empresarial III 
Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
 
 
 Observações: 
 
o Se não for concedido efeito suspensivo pelo Tribunal de Justiça ao Agravo de 
Instrumento, o concurso de credores será instalado e o processo falimentar 
continuará com seu tramite normal. 
 
o Além do próprio empresário, têm legitimidade para recorrer o Ministério Público 
ou o credor. 
 
o Admitem-se também embargos de declaração, quando for o caso. 
 
 
 
 
 
 
Apostila de Direito Empresarial III 
Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
 
 
 Sentença Denegatória da Falência. 
 
 
1. Aspectos Gerais: 
 
1.1. A base da sentença denegatória é a insolvência. Ou seja, o juiz irá analisar se existe ou a 
insolvência; 
 
1.2. No caso de pedido de falência dolosamente, o juiz declarará a indenização ao devedor, na 
sentença denegatória de falência, conforme o art. 101 da lei 11.101: 
 
Art. 101 - Quem por dolo requerer a falência de outrem será condenado, na sentença que 
julgar improcedente o pedido, a indenizar o devedor, apurando-se as perdas e danos em 
liquidação de sentença. 
 
§ 1º - Havendo mais de 1 (um) autor do pedido de falência, serão solidariamente responsáveis 
aqueles que se conduziram na forma prevista no caput deste artigo. 
 
§ 2º - Por ação própria, o terceiro prejudicado também pode reclamar indenização dos 
responsáveis. 
 
 
2. Para o Prof. Fábio Ulhôa13: 
 
2.1. O Juiz, ao julgar improcedente o pedido de falência e deve examinar o comportamento do 
requerente; 
 
 
3. Para Professora Luciana Madruga14: 
 
3.1. Duas razões para a sentença denegatória: 
 
 “Elisão” da falência ou “provimento” das razões da defesa; 
 
 Elisão: Sucumbência do réu, além de correção monetária; 
 
 Improcedência de mérito – sucumbência do autor. Com a possibilidade de haver 
condenação à reparação de danos por dolo manifesto. 
 
3.2. Observações: 
 
 Caso o dolo não seja reconhecido de pronto, o empresário pode, em ação própria, 
requerer a reparação de danos devida. 
 
 
13
 - COELHO, Fábio Ulhôa. Manual do Direito Comercial. São Paulo: Editora Saraiva. 
14
 - Luciana Melo Madruga Fernandes, Advogada e Professora de Direito Empresarial da faculdade Farias Brito. Notas de 
Aula. 
Apostila de Direito Empresarial III 
Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
 
 
 Não há possibilidade de acolhimento parcial no caso de um pedido de falência. Ou se 
decreta ou não a mesma. 
 
 
 Recurso em face da sentença denegatória: Cabe apelação (agravo de instrumento); 
 
 
 
 
 
 
 
 
Efeitos da Falência 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conceituação Doutrinária, Esquema dos efeitos a falência, Efeitos da falência quanto a pessoa 
do devedor, 
Apostila de Direito Empresarial III 
Francisco Humberto Alencar Bezerra 
 
 
 
 
 Efeitos da falência: 
 
 
1. Por André Santa Cruz Ramos15: 
 
Já se destacou que a sentença que decreta a falência do devedor tem natureza constitutiva, 
uma vez que constitui o devedor em estado falimentar e inicia o processo de execução 
concursal dos seus bens. 
 
Assim, decretada a falência se instaura um novo regime jurídico aplicável ao devedor, que 
repercutira em toda a sua esfera jurídica e patrimonial. 
 
A falência produz efeitos, pois, quanto à pessoa do falido, quanto aos seus bens, quanto aos 
seus contratos, quanto aos seus credores, etc. 
 
Mais uma vez e preciso destacar que na imensa maioria dos casos os processos falimentares 
dizem respeito a sociedades empresarias, e não a empresários individuais. 
 
Todavia, o texto legal da LRE, seguindo defeito da legislação falimentar anterior, continua 
utilizando o empresário pessoa física como referencia para a redação de suas normas, o que 
gera confusão na interpretação de diversos dispositivos. Refazemos essa observação neste 
tópico porque

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