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DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA DIABETES GESTACIONAL DIABETES GESTACIONAL Diabetes, indiferente da forma, que se apresenta é maléfica em todos os momentos da vida. Durante a gestação, um momento ímpar, o seu aparecimento pode levar a conseqüências desastrosas. Perdas incalculáveis que poderão se perpetuar pelo resto da vida da mulher. O cuidado e acompanhamento são fatores indispensáveis em todo momento dessa doença, em particular, nesse período de formação de um novo ser! Chirlei Chirlei A Ferreira DIABETES GESTACIONAL CONCEITO A OMS em 1999 e ADA em 2000 conceituaram diabetes gestacional como a intolerância a carboidratos, em qualquer grau, identificado durante o período gestacional, podendo ou não persistir depois do parto. Diabetes “gestacional” implica em uma doença induzida pela gestação, provavelmente, devido as grandes mudanças fisiológicas ocorridas nesse período . Chirlei A Ferreira DIABETES GESTACIONAL DEFINIÇÃO Diabetes gestacional é formalmente definido como “qualquer grau de intolerância a carboidratos, de grau variados de intensidade, com início ou reconhecimento durante a gestação, podendo ou não persistir após o parto.” Essa definição permite afirmar que pacientes poderiam ter diabetes mellitus não diagnosticada prévia a gestação, ou que desenvolveu durante esse período. Mas isso é irrelevante para o diagnóstico. Chirlei A Ferreira DIABETES GESTACIONAL DIABETES GESTACIONAL Diabetes diagnosticada durante a gestação, podendo se dividir em: Diabetes Mellitus Precoce: identificado na primeira metade da gestação Diabetes Mellitus Gestacional: identificado durante a fase tardia da gestação. DIABETES CLÍNICO Pacientes que tinham conhecimento da doença antes da gravidez. Chirlei A Ferreira DIABETES GETACIONAL PERSPECTIVA HISTÓRICA Antes do século vinte era raro o diabetes gestacional, 40% das diabetes que engravidavam morriam durante o período gestacional ou dentre os dois próximos anos, A morbidade fetal excedia a 50%, 1921 Descoberta da INSULINA Mudança radical do cenário Retorno a fertilidade Redução dramática da mortalidade materna em 2.3% Diminuição da mortalidade perinatal. 1930 Parto eletivo diminuindo a mortalidade perinatal 1949 Individualização da gestação determinando o controle materno e determinando o momento do parto, diminuindo a mortalidade perinatal. 1950 & 1960 Redução de até 20% da mortalidade perinatal APÓS 1960 Melhorias no acompanhamento e tratamento das diabéticas, permitindo a evolução da gestação dentro da normalidade em 2-4%. Chirlei A Ferreira EPIDEMIOLOGIA Ocorre em todas as raças, mas comum em negros, hispânicos e asiáticos, O Diabetes Gestacional apresenta complicações em aproximadamente 0.75 a 5% das gestações, Estudos brasileiros, realizado em Pernambuco repetiu essa prevalência de aproximadamente 4%. Chirlei A Ferreira CLASSIFICAÇÃO Chirlei A Ferreira CLASSIFICAÇÃODE PRISCILA WHITE MODIFICADA Chirlei A Ferreira CLASSIFICAÇÃO CARACTERÍSTICAS Classe A Diabetes Gestacional (DMG) Classe B Surgido após os 20 anos de idade com menos de 20 anos de duração Classe C1 Surgido entre 10 e 19 anos de idade Classe C2 Com 10 a 19 anos de duração Classe D1 Surgido antes do dos 10 anos de idade Classe D2 Com mais de 20 anos de duração Classe D3 Com retinopatia benigna Classe D4 Com calcificação dos vasos dos membros inferiores Classe D5 Com hipertensão Classe E Com calcificação dos vasos pélvicos (artérias ilíacas ou uterinas) Classe F Com nefropatia Classe G Com comprometimento de vários órgãos Classe H Com cardiopatia Classe T Com retinopatia maligna Classe R Com transplante renal CLASSIFICAÇÃO DE PETERSEN DOENÇA CARACTERÍSTICA Pielonefrite Clínica Infecção urinária com temperatura superior a 39°C, confirmada com urocultura Pré- coma Cetoacidose diabética com bicarbonato < 10 mEq/l Acidose grave Bicarbonato entre 10 e 17 mEq/l Pré-eclampsia Grave Dois dos três sinais presentes: PA > 150/110 mmHg pelo menos cinco dias antes do parto; Albuminúria superior a 2g pelo menos 24 horas antes do parto Edema grave ou ganho de mais de 15 Kg Pré-eclâmpsia Leve Dois dos três sinais presentes: PA > 140/90 mmHg pelo menos três dias antes do parto; Albuminúria superior a 300 mg pelo menos 24 horas antes do parto Edema grave ou ganho de mais de 10 Kg Negligência Falha em seguir as orientações dadas, independentes da causa Chirlei A Ferreira FISIOPATOLOGIA Chirlei A Ferreira FISIOPATOLOGIA Chirlei A Ferreira Quase todas as mulheres têm um certo grau de intolerância a glicose durante o período gestacional resultado das intensas trocas hormonais. A média dos níveis glicêmicos podem estar além do normal, mas não o suficiente para ser considerado diabetes. Durante o terceiro trimestre, as trocas hormonais na gestante favorecem o aparecimento do diabetes gestacional FISIOPATOLOGIA A elevação da glicose durante o período gestacional faz com que o pâncreas tente diminuí-la aumentando seus níveis de insulina. Geralmente o pâncreas materno é capaz de produzir três vezes mais que uma mulher não grávida. No entanto, se esse aumento não for o suficiente para controlar as trocas hormonais, os níveis glicêmicos aumentam resultando no diabetes gestacional. Chirlei A Ferreira DIAGNÓSTICO Chirlei A Ferreira FATORES DE RISCO Diagnóstico prévio de diabetes gestacional, intolerância a glicose, História familiar de diabetes – parente de primeiro grau com diabetes tipo II, Idade materna acima de 35 anos, Sobrepeso, obesidade ou obesidade grave (aumenta o risco em 2.1, 3.6 e 8.6 respectivamente), Gestação anterior com feto com peso superior a 4.000 gramas, História obstétrica pobre. Chirlei A Ferreira DIAGNÓSTICO Glicemia de jejum superior a 126 mg/dl em duas ocasiões, Glicemia acima de 200 mg/dl, Curva de tolerância com 75 gramas de glicose com valor da segunda hora acima de 200 mg/dl. Chirlei A Ferreira ESQUEMA RECOMENDADO PARA A DETECÇÃO DE DIABETES MELLITUS GESTACIONAL PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE Chirlei A Ferreira GLICEMIA EM JEJUM (mg/dl) PRIMEIRA CONSULTA (TODAS) <90 GLICEMIA JEJUM A PARTIR DA 20ª.SEMANA NÃO RASTREAMENTO POSITIVO ≥90 DOIS OU MAIS FATORES DE RISCO SIM RASTREAMENTO NEGATIVO ≥ 110 90 - 109 <90 ≥90 TTG- 75g 2 horas A PARTIR DA 20ª.SEMANA TTG – 75g 2 horas DMG ENCERRA <140 ≥140 <140 ≥140 DMG ENCAMINHAR PARA PRÉ-NATAL ALTO RISCO DIAGNÓSTICO RASTREAMENTO Teste para rastreamento (24 a 28 semanas ou um pouco mais precoce) Ingestão de 50 gramas de Glicose Oral Resposta com valores acima de 140 CURVA TOLERÂNCIA ORAL TEMPO NDDG (1979) CARPENTER & COUNSTER (1982) Jejum 105 95 1 hora 190 180 2 horas 165 155 3 horas 145 140 Chirlei A Ferreira O diagnóstico de Diabetes Gestacional = dois valores acima alterados. COMPLICAÇÕES Chirlei A Ferreira COMPLICAÇÕES FETAIS Macrossomia Tocotraumatismo Distocia Neonatos: maior risco de hipoglicemia, icterícia, policitemia, hipocalcemia e hipomagnesemia MATERNAS Aumento da prevalência de cesariana, Maior risco de pré-eclampsia, Cetoacidose diabética, Doença coronariana, Nefropatia, Retinopatia. Chirlei A Ferreira COMPLICAÇÕES Diabetes Gestacional também interfere com a maturação pulmonar, podendo ocasionar a síndrome da angústia respiratória. Chirlei A Ferreira TRATAMENTO Chirlei A Ferreira UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO TRATAMENTO A paciente com Diabetes Gestacional possui mais risco para o desenvolvimento da intolerância a glicose em sua vida tardia. 40% delas desenvolvem Diabetes Mellitus tipo II em 15 anos, Diabetes gestacional pode ser uma forma “mascarada” do Diabetes Tipo Ii que se torna evidente com as trocas hormonais durante o período gestacional. Chirlei A Ferreira TRATAMENTO Pacientes com DG são tratadas como portadoras de DM de base, A primeira interferência no tratamento dessa paciente é através da dieta, com monitoramento adequado dos valores da glicemia,nesse caso, a DG se divide em duas categorias: A1 : Glicose controlada somente com dieta A2: Glicose controlada com dieta e insulina, embora o início do tratamento foi feito com dieta sem resposta satisfatória. Chirlei A Ferreira DIETA E GANHO DE PESO PARA PACIENTE COM DIABETES GESTACIONAL PESO CORPORAL ATUAL EM RELAÇÃO AO PESO IDEAL INGESTÃO CALÓRICA DIÁRIA (Kcal/Kg) GANHO DE PESO RECOMENDADO PARA A GESTANTE <80-90% 36-40 28-40 80-120% (ideal) 30 25-35 120-150% 24 15-25 >150% 12-18 15-25 Chirlei A Ferreira TRATAMENTO DIETA SIMPLES DE 1800-2400 CAL/DIA 60% de Carboidratos: TOTAL = cal/dia x 0.60 = 1.200 cal/4 = 300 gramas/carboidratos 20% de Proteinas: TOTAL = cal/dia x 0.20 = 400 cal/4 = 100 gramas proteínas 20% de Gorduras TOTAL = cal/dia x 0.20 = 400 cal/9 = 45 gramas de gordura GANHO DE PESO Ganho de peso ideal = [(altura x 2.45) – 100 – 10%] Em calorias: Ganho de peso ideal x 35 cal/Kg = TOTAL DE CALORIAS/DIA Chirlei A Ferreira TRATAMENTO MONITORAMENTO FETAL PRIMEIRO TRIMESTRE É a monitorização mínima requerida: avaliação do tônus cardíaco pelo Doppler ultrassonográfica durante cada visita. SEGUNDO TRIMESTRE Medida dos níveis de alfa-feto proteínas, associado ao estriol não conjugado e a gonadotrofina coriônica humana, representando a tríade de rastreamento para as más-formações típicas visibilizadas entre 16-18 semanas de gestação,. Anomalias cardíacas podem sem mais comum em pacientes com diabetes pré-gestacional e é recomendado entre 19-22 semanas de gestação. Chirlei A Ferreira TRATAMENTO MONITORAMENTO FETAL TERCEIRO SEMESTRE A avaliação deve ser iniciada nas gestantes que iniciam o uso de insulina, O feto tem risco constante devido a presença da doença vascular, hipertensão, cetoacidose, pielonefrite e pré-eclâmpsia. A DM bem controlada sem complicações por doenças vasculares ou hipertensão pode levar a um término de gestação sem anormalidades. Chirlei A Ferreira TRATAMENTO INSULINOTERAPIA O uso de Hipoglicemiantes Orais é contra-indicado na gestação devido ao seu fator teratogênico. Regime de Insulina: Insulina Humana (Intermediária) ou Ultra lenta) Combinação de Insulina Humana Intermediária com regular (ação rápida) Forma de administração comum: 2/3 da dosagem pela manhã e 1/3 a tarde ( em caso da glicose pós-prandial abaixo de 140 mg/dl) Aumento da Insulina durante a Gestação 0.7 U/Kg (quilo peso/dia durante 6-18 semanas) 0.8 U/Kg/dia durante 18-26 semanas 0.9 U/Kg/dia durante 26-36 semanas 1.0 U/Kg/dia durante 36-40 semanas. Chirlei A Ferreira TRATAMENTO METAS PARA O CONTROLE Glicemia de jejum: 60-90 mg/dl 1 hora pós-prandial; <140 mg/dl 2 horas pós-prandial: <120 mg/dl Glicemia noturna: <120 mg/dl Chirlei A Ferreira PROGNÓSTICO Chirlei A Ferreira PROGNÓSTICO Pacientes com DG com mau controle a incidência de morbi mortalidade fetal é maior que quando adequadamente controlado, Exames ultrassonográficos repetidos para avaliação do crescimento fetal deve ser considerado entre 28-30 semanas e 36-38 semanas, Se a paciente apresenta evidência de alterações microvasculares a avaliação ultrassonografica para avaliação de CIUR deverá iniciar entre 24-28 semanas, O teste mais comum para avaliação do comprometimento fetal é o Perfil Biofísico Fetal. Chirlei A Ferreira Controle pós-parto Chirlei A Ferreira CONTROLE PÓS-PARTO No pós-parto a paciente com DG(A1 ou A2) deverá realizar curva de tolerância entre 6-12 semanas após o parto para avaliar a possível permanência do Diabetes Mellitus. A recomendação para as outras avaliações são; Glicemia de jejum, CTOG com 75 gramas e avaliação da glicose, com a avaliação de dois valores alterados será tratado como Diabetes Mellitus. Chirlei A Ferreira Chirlei A Ferreira Muito obrigada! Chirlei/2009
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