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i Universidade Federal de São Paulo Campus - Diadema Alumina e Alumínio Bruno Luis Costalonga - RA: 61201 Daniela Maciel Colsta – RA:______ Felipe Ferraz Bressan – RA:______ Rodrigo Berti Bezana – RA:______ William Henrique Sambuich – RA:61530 Processos Químicos Industriais Professora: Patricia Fregolente Engenharia Química 04 ii Sumário 1-Introdução Histórica. ........................................................................................................................... 1 1.1 – Cronologia. ........................................................................................................................... 1 2-Mineração. ........................................................................................................................................... 2 2.1 – Lavra. .......................................................................................................................................... 2 2.2 – Beneficiamento. ......................................................................................................................... 3 2.2.1 – Resíduos. ............................................................................................................................. 3 2.3 – Homogeneização e transporte. .................................................................................................. 3 3-Produção de alumínio. ......................................................................................................................... 4 3.1 – Produção de alumina.................................................................................................................. 4 3.1.1 – Digestão. .............................................................................................................................. 5 3.1.2 – Clarificação. ......................................................................................................................... 5 3.1.3 – Lama vermelha. ................................................................................................................... 6 3.1.4 – Precipitação. ........................................................................................................................ 7 3.1.5 – Calcinação. ........................................................................................................................... 7 4-Produção do alumínio primário. .......................................................................................................... 8 4.1 – Reações dos eletrodos. .............................................................................................................. 8 5-Processamento do alumínio. ............................................................................................................... 9 5.1 – Fundição. .................................................................................................................................... 9 5.1.1 – Chapas. .............................................................................................................................. 10 5.1.2 – Tarugos. ............................................................................................................................. 10 5.1.3 – Lingotes. ............................................................................................................................ 11 6-Extrusão. ............................................................................................................................................ 11 7-Reciclagem. ........................................................................................................................................ 12 7.1 – Processamento. ........................................................................................................................ 13 7.1.1 – Etapa 1: Trituração da lata. ............................................................................................... 13 iii 7.1.2 – Etapa 2: Remoção da pintura. ........................................................................................... 14 7.1.3 – Etapa 3: Derretimento. ...................................................................................................... 14 7.1.4 – Etapa 4: Fundição do alumínio. ......................................................................................... 14 8-Conclusão. .......................................................................................................................................... 15 9-Referências Bibliográficas .................................................................................................................. 16 1 1-Introdução Histórica. O alumínio, apesar de ser o terceiro elemento mais abundante na crosta terrestre( 8,13% ), é o metal mais jovem usado em escala industrial e não é de costume encontra-lo como substância elementar, mas sim, em formas combinadas, tais como óxidos ou silicatos. Mesmo utilizado milênios antes de Cristo, o alumínio começou a ser produzido comercialmente há cerca de 150 anos. Sua produção atual supera a soma de todos os outros metais não ferrosos. Esses dados já mostram a importância do alumínio para a nossa sociedade. Antes de ser descoberto como metal isolado, o alumínio acompanhou a evolução das civilizações. Sua cronologia mostra que, mesmo nas civilizações mais antigas, o metal dava um tom de modernidade e sofisticação aos mais diferentes artefatos. Hoje, os Estados Unidos e o Canadá são os maiores produtores mundiais de alumínio. Entretanto, nenhum deles possui jazidas de bauxita (matéria-prima utilizada na produção de alumínio) em seu território, dependendo exclusivamente da importação. O Brasil tem a terceira maior reserva do minério no mundo, localizada na região amazônica, perdendo apenas para Austrália e Guiné. Além da Amazônia, o alumínio pode ser encontrado no sudeste do Brasil, na região de Poços de Caldas (MG) e Cataguases (MG). A bauxita é o minério mais importante para a produção de alumínio, contendo de 35% a 55% de óxido de alumínio. As características do alumínio permitem que ele tenha uma diversa gama de aplicações. Por isso, o metal é um dos mais utilizados no mundo todo. Material leve, durável e bonito, o alumínio mostra uma excelente performance e propriedades superiores na maioria das aplicações. 1.1 – Cronologia. 6000a.C.: Os Persas fabricaram potes e recipientes de argila que continham óxido de alumínio (Al2O3). 3000 a.C.: Argilas com alumina eram utilizadas por povos antigos do Egito e Babilônia para a fabricação de cosméticos, medicamentos e corantes de tecidos. 1809: 2 Primeira obtenção do que até então mais se aproximava do alumínio. Humphrey Davy foi o mentor da descoberta, fundindo ferro na presença de alumina. 1821: O francês P. Berthier descobre um minério avermelhado, que contém 52% de óxido de alumínio, perto da aldeia de Lês Baux, no sul da França. É a descoberta da bauxita, o minério mais comum de alumínio. 1825: O físico dinamarquês Hans Christian Oersted consegue isolar o alumínio de outra maneira, a partir do cloreto de alumínio na forma como é conhecido hoje. 1854: Primeira obtenção do alumínio por via química, realizada por Henry Saint–Claire Deville. 1855: Deville mostra, na exposição de Paris, o primeiro lingote de um metal muito mais leve que o ferro. 1886: Torna-se público o processo de obtenção de alumínio por meio da redução eletrolítica da alumina dissolvida em banho fundido de criolita. Esse procedimento foidesenvolvido separadamente pelo norte-americano Charles Martin Hall e pelo francês Paul Louis Toussaint Héroult, que o descobriram e o patentearam quase simultaneamente. Esse processo ficou conhecido como Hall-Heróult e foi o que permitiu o estabelecimento da indústria global do alumínio. 2-Mineração. Inicialmente amostras são coletadas perfurando-se diversos buracos no solo a aproximadamente 3,5m de profundidade. Os engenheiros determinam o melhor local de mineração baseados na análise de composição de alumina, sílica e ferro nas amostras de bauxita (Alcoa). 2.1 – Lavra. A primeira etapa da mineração e consiste na extração do minério. Antes da extração, é necessário que se faça a remoção da camada superior do solo, de aproximadamente de 10 a 50 3 cm de espessura. Essa fração de solo é armazenada e utilizada como reposição após a extração, pois ela possui organismos que auxiliam no crescimento da nova vegetação. O minério bruto encontra-se depositada de 2 a 10m de profundidade no solo. Sua extração pode ser realizada por meio de escavadeiras hidráulicas, permitindo uma seletividade no terreno em diferentes profundidades, melhorando o aproveitamento. A bauxita extraída é então carregada para a planta de beneficiamento em carretas. 2.2 – Beneficiamento. O beneficiamento depende das características da bauxita, como os teores de concentração do minério. Nesse processo encontram-se a britagem, a lavagem e o peneiramento. Essas atividades permitem separar boa parte das impurezas, tais como a argila, areia e outros resíduos. 2.2.1 – Resíduos. A lama resultante das atividades de mineração é constituída, basicamente, por argila, areia e partículas ferruginosas. Essa lama é levada para um dique próxima a planta de beneficiamento para que as partículas sólidas possam decantar, separando-se da água. Parte dessa água obtida pode ser retornada para o beneficiamento da bauxita, diminuindo a quantidade de água necessária provinda da rede fluvial. As partículas sólidas são depositadas nas áreas já mineiradas que serão reflorestadas. 2.3 – Homogeneização e transporte. Após o beneficiamento, a bauxita passa através de correias transportadoras e de empilhadeiras automáticas, responsáveis pela formação das pilhas de homogeneização; permitindo a equalização das propriedades entre os lotes oriundos de diferentes locais de mineração. O minério beneficiado e homogeneizado é então transportado para a fábrica, onde haverá a produção de alumínio, ou para portos onde será exportado (Figura 1). 4 Figura 1: Mineração da bauxita. 3-Produção de alumínio. 3.1 – Produção de alumina. O minério oriundo das áreas de mineração constitui-se de uma bauxita com teores médias de aproximadamente 3,5% de sílica reativa, 43% de alumina aproveitável e granulometria menor que 5cm; características adequadas para a fase de processamento. A extração da alumina da bauxita é feita por um processo de refinamento denominado Processo de Bayer. O Processo Bayer foi desenvolvido e patenteado por Karl Josef Bayer, em 1888, na Áustria. Antes de seu desenvolvimento, a Alumina era obtida pelo Processo de Le Chatelier, que consistia no aquecimento de bauxita com Na₂CO₃ a 1200°C, eliminação de aluminatos formados, lavando-os com água, precipitação através da ação de CO₂ e posterior filtragem, obtendo-se o Al(OH)₃. Tal processo tinha um custo muito elevado, e, por este motivo, não apresentou resistência ao ser substituído pelo Bayer, que foi considerado o marco do nascimento da hidrometalurgia moderna, junto com o processo de cianetação para tratamento de ouro e prata. A princípio, o processo Bayer era utilizado apenas na indústria têxtil, e só passou a ganhar importância na metalurgia a partir da sua união com o processo Hall-Heroult, onde ocorre a eletrólise da Alumina e formação do alumínio metálico. 5 O Processo baseia-se na separação no minério Gibbsita (Al(OH)₃) da lama contida na bauxita e posterior obtenção de Alumina (Al₂O₃) através de métodos físicos e químicos, popularmente chamados de “parte vermelha”e “parte branca”. A parte vermelha tem por objetivo separar a alumina (Al₂O₃) dos outros óxidos encontrados na bauxita, como óxidos de Vanádio, Titânio, Ferro e Silício (BAUXITA - BANCO DE DADOS UNESP) e ela está presente nas fases de Digestão e Clarificação do Processo Bayer. O composto de interesse na bauxita é a Gibbsita que é uma base fraca, praticamente insolúvel (Al(OH)₃). Essa mistura então é filtrada e separada em fase líquida e sólida. O líquido é, então, resfriado para 100°C para que se precipitem óxidos não relacionados ao alumínio, isso ocorre devido à curva de solubilidade desses compostos ser bem diferentes entre si. O líquido resultante passa por um filtro de segurança para garantir que não há partículas sólidas poluindo o licor. (Alcoa, Alumina e produtos químicos - Processo de produção.) 3.1.1 – Digestão. Processo de extração da alumina contida na bauxita. O minério é moído e levado para o digestor, onde se acrescenta a soda cáustica, a cal, que auxilia no controle de impurezas, e água, em temperaturas entre 150 a 250°C e altas pressões (30 atm), obtendo-se uma mistura pastosa. Faz-se isto no intuito de se solubilizar a Gibbsita, deslocando o equilíbrio da reação no sentido direto por meio do acréscimo de soda cáustica (NaOH). Porém, antes desse processo, é adicionado Ca(OH) na bauxita triturada a fim de se neutralizar a sílica (SiO2), óxido ácido que consumiria a soda em vão e contaminaria o licor. A mistura de aspecto barrento (água, aluminato, óxidos, soda e cal) segue para uma unidade de clarificação de areia, onde recebe mais água a fim de se solubilizar todo o aluminato. A reação da soda com a alumina forma o aluminato de sódio, um composto instável. Este composto é altamente solúvel em água e esta solubilidade é a responsável por separar a alumina de impurezas insolúveis, como a sílica e componentes de ferro e titânio (Alcoa, Alumina e produtos químicos - Processo de produção.). [ ] 3.1.2 – Clarificação. A pasta segue para os espessadores, onde as impurezas sólidas precipitam formando a lama vermelha. Essas impurezas são lavadas diversas vezes com água, filtradas e descartadas em barragens de resíduos, lava-se várias vezes para que se recupere a maior parte da soda usada no processo, tentando assim diminuir o risco desse resíduo estar presente em alto teor 6 na lama vermelha que será devolvida ao meio ambiente; a filtração permite separar os rejeitos da soda cáustica, que pode ser reutilizada na parte de Digestão da bauxita. A solução remanescente, também denominada de licor, ainda passa por uma filtração para maior clareamento. A solução concentrada de aluminato é denominada licor PGL e segue para parte branca do processo. 3.1.3 – Lama vermelha. Esta lama é considerada agressiva ao meio ambiente por conter alguns metais e possuir alta alcalinidade devido à grande quantidade de soda cáustica remanescente do processo Bayer. Seu pH está em torno de 13 a 14 e em sua composição encontramos, majoritariamente, óxidos insolúveis de ferro, quartzo, aluminossilicatos de sódio, carbonatos e aluminatos de cálcio, dióxido de titânio e, minoritariamente, alguns elementos traço, como óxidos de alguns metais, dentre os principais: Vanádio (V), Gálio (Ga), Fósforo (P), Manganês (Mn), Magnésio (Mg), Zinco (Zn), Thório (Th), Cromo (Cr) e Nióbio (Nb). A presença destes óxidos de metais depende da origem da bauxita que está sendo beneficiada (Bauxite Residue (Red Mur)) (Silva Filho, Alves,& Da Motta, 2007). Os custos com a disposição e o gerenciamento representam grande parte do custo da produção da alumina. Seu descarte não adequado pode causar diversos problemas ambientais, como: contaminação da água e do solo, contato direto com seres vivos ou a formação de uma nuvem de poeira alcalina. A lama vermelha não apresenta valor econômico. Os principais objetivos em seu manuseio são o cuidado em não afetar o meio-ambiente e o máximo reaproveitamento da soda cáustica contida na lama para o Processo Bayer. Este reaproveitamento é feito através de um processo de lavagem, que consiste em sedimentação com fluxo de água em contracorrente e posterior deságue, onde estará concentrada grande quantidade de soda. A disposição da lama pode ser feita por dois métodos: úmido ou seco. Existem métodos para a extração dos metais pesados da lama, porém são economicamente pouco viáveis para a escala industrial. Algumas aplicações alternativas para a lama ao invés do descarte: produção de cimentos, confecção de cerâmicas, corretor de pH para solos ácidos ou catalisadores em alguns processos químicos. Após a remoção da lama vermelha, dá-se o início da chamada “Parte Branca” do processo Bayer, já que a coloração predominante da parte final do processo é dada pela maior concentração de alumina, um produto branco. O produto da parte vermelha do processo é um 7 licor rico em Gibbsita dissolvida (Al(OH)4⁻) e a parte branca tem como objetivo precipitar o hidrato de alumínio (Al(OH)3) e calciná-lo, removendo a água, a Al₂O₃, ou alumina (Silva, Alves, & Da Motta, 2006). 3.1.4 – Precipitação. O licor então sofre resfriamento e passa para os precipitadores. Quando resfriado, o aluminato da solução precipita e forma o hidróxido de alumínio, um sólido branco. No entanto, o processo de precipitação pode demorar diversos dias para ocorrer, e por esse motivo, pode-se adicionar alumina pura na mistura para auxiliar a sua cristalização. Esse método é denominado de cristalização por semente. Assim como no processo anterior, a soda cáustica pode ser reutilizada na parte de Digestão (Alcoa, Alumina e produtos químicos - Processo de produção.). [ ] 3.1.5 – Calcinação. O sólido resultante é lavado com água e passa por uma filtração, para retirada de qualquer resíduo do licor. Por fim, o hidróxido de alumínio é levado para os fornos de calcinação para ser aquecido a altas temperaturas, de aproximadamente 1100°C. A essa temperatura, o composto (hidróxido de alumínio) se decompõe e leva a formação da alumina e água, que é evaporada. O produto final é a alumina: um pó fino, seco e branco com aspecto similar ao açúcar (Figura 2). Figura 2: Fluxograma simplificado do Processo Bayer. 8 4-Produção do alumínio primário. A alumina é levada para cubas eletrolíticas, de onde se obtém o alumínio, por meio de um processo de redução, extraindo o componente metálico de seu óxido. Originalmente, esse processo era feito a partir da alumina fundida a 2000°C. No entanto, a redução foi aperfeiçoada por Charles Martin Hall e Paul L. T. Héroult, em 1886, ao dissolver a alumina em Criolita fundida (Na3AlF6); ficando conhecido como Processo de Hall-Héroult. O uso desse composto melhora a condutividade elétrica, uma vez que a alumina possui baixa condução. Além disso, essa mudança também permitiu a diminuição da temperatura do processo de 2000°C para 1000°C. A cuba eletrolítica consiste um tanque de aço, na qual pode ser revestido internamente com carvão, que atua como o cátodo. Nele é introduzido o eletrólito (ou banho) de Criolita fundida, onde a alumina é dissolvida, e os eletrodos de carbono, que atuam como o ânodo da reação. A passagem de uma corrente elétrica contínua, cujo valor pode variar entre 200 000A a 350 000A, permite a reação da alumina na mistura com o carbono do revestimento; precipitando o alumínio metálico. No eletrodo, há a reação do oxigênio da mistura com o carbono do ânodo, formando o dióxido de carbono. O alumínio extraído sai da cuba no estado líquido pelo fato de que a temperatura do processo é superior ao seu ponto de fusão (660°C). Ele é então transportado para fundição, onde são ajustadas sua composição química e forma física (Associação Brasileira do Alumínio.). O processo requer um alto consumo de energia, em média 15,7 kWh/kg Al. Assim, é economicamente viável apenas para as regiões com abundantes recursos de energia, como hidrelétricas. A qualidade do produto, para a maioria dos fabricantes, é por volta de 99,7% a 99,8% de pureza, grau aceitável para quase todas as aplicações do metal. A exceção são as aplicações em que se faz necessário o uso da condutividade e ductibilidade do alumínio; nesses casos, o grau de pureza do alumínio deve ser de 99,99%. 4.1 – Reações dos eletrodos. 9 Devido a essa reação, o ânodo se desgasta facilmente, tornando-se necessário que se faça a sua substituição periodicamente (Figura 3). A taxa de desgaste dos ânodos é de aproximadamente 420 kg C/ton Al, fazendo com que a troca periódica seja feita a uma frequência de 25 dias. Figura 3: Esquema simplificado do Processo de Hall-Héroult. 5-Processamento do alumínio. 5.1 – Fundição. É o ponto de partida para a fabricação dos produtos. Nessa parte, o alumínio primário a altas temperaturas, superiores ao ponto de fusão, pode receber a adição de diferentes elementos para a formação de ligas metálicas. Podem ser usados o magnésio, o silício, o manganês ou outro tipo de metal cuja finalidade seja de aumentar a resistência mecânica ou a resistência à corrosão. Os produtos da fundição podem ser, por exemplo: Lingotes, tarugos, placas, vergalhões e bobinas (Figura 4). Estes produtos, por sua vez, podem ser usados para fabricação de lâminas, cabos e extrudados. 10 Figura 4: Produtos de fundição do alumínio. 5.1.1 – Chapas. Baseia-se no processo de vazamento contínuo entre cilindros. O metal líquido sai do forno e escoa por uma calha, passando por um filtro de bolas e um filtro cerâmico até chegar ao injetor. Nesse ponto, o alumínio é distribuído entre os cilindros; no contato do metal com os cilindros, o alumínio líquido perde calor e se solidifica, formando as chapas (Figura 5). A capacidade média do processo é de 200 ton/dia. Figura 5 Formação das chapas. 5.1.2 – Tarugos. Processo similar ao de fabricação de chapas. O metal líquido sai do forno e escoa por uma calha, passando por um sistema de desgaseificação e filtragem, até a mesa de vazamento, na qual o alumínio é distribuído por diversas cavidades onde se localizam os moldes. Um pistão abaixo da mesa inicia o movimento de descida à medida que o metal escoa pela cavidade, formando o tarugo (Figura 6). 11 Figura 6: Formação dos tarugos. 5.1.3 – Lingotes. São produzidos por um processo contínuo. O metal líquido é adicionado à uma esteira de vazamento com diversos moldes. O alumínio em contato com o molde se solidifica, formando os lingotes. Conforme a esteira de vazamento se movimenta, os lingotes se desprendem dos moldes e passam para a esteira de saída (Figura 7). Cada lingote tem uma massa média de 22,5 kg e a máquina possui uma capacidade média de 20 ton/h. Figura 7: Formação dos lingotes. 6-Extrusão. Consiste na passagem forçada do metal pela abertura de um molde cuja geometria é pré-estabelecida, denominadade matriz, para obtenção de longas barras, chamadas de perfis, de secção transversal constante e igual à matriz (Figura 8). Nesse processo usam-se os tarugos 12 de alumínio, longas barras de secção transversal circular, cuja liga metálica pode variar dependendo da sua finalidade. Figura 8: Matriz de extrusão e perfil extrusado. Para a extrusão, utilizam-se apenas um determinado comprimento do tarugo, denominada de billets. Prensas hidráulicas de diferentes capacidades, dependendo do processo, forçam o billet, a temperatura média de 500°C, a fluir através da abertura da matriz, formando o perfil desejado (Figura 9). Figura 9: Processo de extrusão. 7-Reciclagem. Devido a reciclagem de alumínio economizar muita energia, esta é uma grande oportunidade para os consumidores de reduzirem suas emissões de carbono. De fato, se pudéssemos recuperar e reciclar 75% de latas de alumínio produzidas nos Estados Unidos (600.000 toneladas métricas de alumínio) poderíamos economizar 1286 megawatts de eletricidade gerada. Essa é a quantidade produzida por duas usinas elétricas a carvão. Substituir esta produção com a reciclagem reduziria 11,8 milhões de toneladas métricas de dióxido de carbono que está sendo gerado e lançado na atmosfera. [3] 13 Este é um dos fatores que vem impulsionando o desenvolvimento de tecnologias de reaproveitamento do alumínio. Aonde obteríamos um rendimento de 50% a 60% com fornos antigos para a fundição do metal já é possível obter um rendimento de 85% nos fornos mais sofisticados encontrados atualmente devido à tecnologia mais moderna [2] . Mas essa vantagem econômica não se apresenta apenas aos produtores do alumínio, uns dos grandes beneficiados são também aos consumidores. Além de a reciclagem gerar uma diminuição no preço do produto final por conta do menor custo de produção, é também responsável pela geração de empregos, beneficiando os catadores e as cooperativas de reciclagem, pois o alumínio é disparado o material mais vantajoso de se vender chegando a valer 10 vezes mais que a garrafa pet e até 30 vezes mais que o papel. Devido a essa grande versatilidade e a vantagem econômica o índice de reciclagem de alumínio vem crescendo mundialmente, principalmente a reciclagem das latas de alumínio, na qual o Brasil cresceu cerca de 20% em 10 anos (Figura 10). Atualmente a porcentagem de reciclagem de latas de alumínio do mundo chega a 69%. Figura 10: Evolução da reciclagem de latas de alumínio. 7.1 – Processamento. O processo de reciclagem do alumínio consiste em um ciclo fechado, ou seja, é produzido, consumido, reciclado, consumido e reciclado novamente e isto pode ocorrer inúmeras vezes tendo que o alumínio não perde nenhuma de suas características no decorrer do processo. 7.1.1 – Etapa 1: Trituração da lata. 14 Inicialmente um triturador de 1000CV processa fardos de latas de alumínio, estes contendo impurezas passam posteriormente por um tambor magnético, onde tais impurezas são removidas (Novelis). 7.1.2 – Etapa 2: Remoção da pintura. Toda pintura contida nos fragmentos resultantes da etapa anterior é retirada através de um jato de ar com temperatura de aproximadamente 550°C, isso ocorre em uma esteira de movimentos lentos. A energia gasta no processo é minimizada, pois os gases resultantes desta etapa são utilizados para aquecer o ar após serem incinerados (Novelis). 7.1.3 – Etapa 3: Derretimento. Não havendo mais impurezas e qualquer tintura nos fragmentos, estes são levados aos fornos de derretimento, que cria um vértice na piscina de alumínio líquido através de misturadores submersos, isto faz com que os pedaços sejam arrastados para o derretimento rapidamente (Novelis). 7.1.4 – Etapa 4: Fundição do alumínio. Após o derretimento, o material é tradado nos fornos de espera, após este tratamento o mesmo é encaminhado para a fundição. A fundição ocorre com a inclinação dos fornos de espera, com isso o metal fundido escorre para uma unidade de fundição. Durante a transferência para os moldes, o mesmo é resfriado por jatos de água fria. Os lingotes de alumínio se solidificam em torno de três horas (Novelis). O fluxograma do processo como um todo é apresentado na Figura 11. 15 Figura 11: Fluxograma do processo. 8-Conclusão. Elemento químico de símbolo "Al", número atômico 13 e massa atômica 27. A temperatura ambiente se apresenta na forma sólida e é o elemento metálico mais abundante na crosta terrestre. Este é o alumínio, que confere uma multiplicidade de aplicações, devido, principalmente, a sua leveza, condutividade elétrica, resistência à corrosão e baixo ponto de fusão. Pode-se ainda observar sobre o mesmo, que o seu processo de obtenção requer certo grau de sofisticação e muitos cuidados com os produtos obtidos nas reações, uma vez que parte dos mesmos é tóxico ao meio ambiente. Como é o caso da lama vermelha, por exemplo. Não se pode deixar de falar sobre a reciclagem do alumínio, já que a questão ambiental está em evidência no mundo há um bom tempo. Além de ser ambientalmente correto, a reciclagem deste material é capaz de gerar energia para que o homem possa utilizar, acarretando em uma economia significativa. Outro ponto bastante importante, é que pode-se reciclar a quantidade integral do material. 16 9-Referências Bibliográficas Alcoa. (s.d.). Alumina e produtos químicos - Processo de produção. Acesso em 07 de Janeiro de 2013, disponível em http://www.alcoa.com/brazil/pt/custom_page/mercados_alumina_processo.asp Alcoa. (s.d.). Mineração. Acesso em 7 de Janeiro de 2013, disponível em http://www.alunorte.net/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?UserActiveTemplate=alunorte&sid=1 7 Associação Brasileira do Alumínio. (s.d.). o alumínio: Alumínio Primário. Acesso em 7 de Janeiro de 2013, disponível em http://www.abal.org.br/aluminio/producao_alupri.asp Novelis. (s.d.). Acesso em 05 de Novembro de 2011, disponível em http://www.novelis.com/pt- br/Paginas/The-Aluminum-Recycling-Process.aspx Silva, F., Alves, E., & Da Motta, M. (2006). Lama vermelha da indústria de beneficiamente de alumina: produção, características, disposição e aplicações alternativas. Revista Matéria, 322-338.
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