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Estaca Tipo Strauss Instrumentada em Solo Arenoso 
 
Carvalho, D.1; Albuquerque, P.J.R.2 
 
RESUMO 
 
As estacas tipo Strauss ainda são bastante utilizadas em obras de pequeno e médio porte no interior do Estado de 
São Paulo. Objetiva-se neste trabalho dirimir dúvidas quanto à carga de ruptura e mecanismo de transferência de carga, 
em termos de mobilização de atrito lateral e resistência de ponta, para este tipo de estaca, implantada em solo arenoso, 
não saturado e de alta porosidade, comum ao interior do Estado. Realizaram-se provas de carga (compressão e tração) 
em estacas do tipo Strauss, com diâmetro de 0,38m e 9,0m de profundidade, instrumentadas com extensômetros 
elétricos de resistência (strain-gages), instalados aos pares, em quatro níveis (secção de referência, 3,5m, 6,3m e 8,7m). 
As provas de carga foram levadas a deslocamentos da ordem de 10% do diâmetro, obtendo-se os valores de mobilização 
do atrito lateral e carga de ponta, para cada carregamento efetuado. A estaca foi executada no Campo Experimental de 
Fundações do Departamento de Geotecnia da USP - São Carlos, onde o subsolo é constituído por uma camada 
superficial arenosa de Sedimento Cenozóico (solo colapsível), sobreposto ao solo residual do grupo Bauru. Através dos 
resultados das provas de carga foi possível comparar os valores de cargas de ruptura obtidas com aqueles previstos 
através da aplicação de métodos teóricos, empíricos e semi-empíricos. Com os valores fornecidos pela instrumentação 
ao longo da profundidade, foi possível analisar detalhadamente a mobilização de atrito lateral ao longo do fuste da 
estaca para os carregamentos à compressão e tração, bem como o desenvolvimento da reação de ponta. 
 
ABSTRACT 
 
The Strauss piles are still highly utilized in small and medium size construction projects in the inner regions of 
the State of São Paulo, Brazil. This paper aims to clear any doubts regarding the ultimate load and transfer mechanism, 
in terms of skin friction mobilization and tip resistance for this type of pile, installed in a unsaturated sandy soil of high 
porosity, commonly found inland of the state. Load tests were carried out (compression and uplift), with piles of Strauss 
type piles, with 0,38m in diameter and 9,0m in depth, instrumented with strain-gages, installed in couples and in four 
levels (reference seccion, 3,5m, 6,3m and 8,7m). The load tests were taken to displacements of 10% in diameter. From 
that, values of skin friction mobilization and tip, were obtained for each processed load. The piles were tested in the city 
of São Carlos at Experimental Site of Foundations of Geotechnical Departament of University of São Paulo-USP, where 
the underground is made up of a superficial sandy layer of Cenozoic sediments (collapsible soil), overlapped on top of 
the residual soil of Bauru’s group. Through load tests, it was possible to compare the obtained values of ultimate load 
with those predicted through theoretical, empirical or semi-empirical methods. With the numbers obtained by the 
instrumentation in the extent of the depth, it was possible to analyze in detail the skin friction mobilization in the extent 
of the piles’ shaft for compression and uplift loads, as well as the development of the tip reaction. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Estaca Strauss, Tração, Compressão, Prova de Carga Instrumentada 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
As estacas do tipo moldadas “in loco” são muito utilizadas no interior do Estado de São Paulo, devido às 
características das edificações que não impõem cargas elevadas às fundações e às características geotécnicas pertinentes 
a região, tornando o emprego dessas estacas, principalmente as do tipo Strauss, como uma boa opção de fundação 
profunda. 
Para a execução de um bom projeto de fundações é de suma importância que se tenha o conhecimento do 
comportamento das fundações, isto é, sua curva carga x recalque e a mobilização de resistências ao longo da 
profundidade. Para isso os engenheiros geotécnicos utilizam como ferramenta de cálculo, fórmulas previsão de 
capacidade de carga, sendo elas empíricas e teóricas. Muitas fórmulas surgiram, mas o tempo encarregou-se de expor 
suas deficiências, indicando a necessidade de se realizar de provas de carga para a obtenção de pelo menos a curva 
carga x recalque para determinado tipo de estaca, a ser utilizada em determinada obra. 
Para a engenharia de fundações, além do estudo de parâmetros como a curva carga-recalque, transferência de 
carga ao longo da profundidade e carga de ruptura, importa também conhecer a relação entre os resultados de carga de 
ruptura obtidos através de fórmulas de previsão e os resultados de provas de carga. 
Com o intuito de analisar os métodos de previsão de capacidade de carga, tanto à compressão, quanto à tração, 
foi idealizado este trabalho, que aborda o comportamento de duas estacas tipo Strauss, uma submetida a carregamento à 
compressão e outra à tração. Estas estacas foram executadas no Campo Experimental de Fundações do Departamento de 
Geotecnia da USP - São Carlos, possuíam diâmetro de 0,38m e comprimento de 10m, tendo sido instrumentadas em 
quatro níveis, sendo dois instrumentos por nível (diametralmente opostos) com extensômetros elétricos de resistência 
 
1 Professor Associado, Feagri, Unicamp, Campinas/SP. e-mail: david@agr.unicamp.br 
2 Professor Doutor, FEC, Unicamp, Campinas/SP: e-mail: pjra@fec.unicamp.br 
(strain-gages). O subsolo do local é constituído por camada superficial arenosa de Sedimento Cenozóico (solo 
colapsível), sobreposto ao solo residual do grupo Bauru. O nível d`água foi encontrado a 10,3m de profundidade. 
Neste trabalho determinam-se os valores de carga de ruptura, através de provas de carga estática (compressão e 
tração), recalques da estaca ao longo do carregamento, valores de carga de ruptura obtidos através da aplicação de 
fórmulas teóricas e empíricas e a transferência de carga ao longo da profundidade, obtida através dos resultados 
fornecidos por extensômetros elétricos, situados em quatros níveis. 
 
SUBSOLO LOCAL 
 
Na região de São Carlos ocorrem rochas do Grupo São Bento, constituídas pelos arenitos das Formações 
Botucatu e Pirambóia, e pelos derrames de rochas basálticas da Formação Serra Geral. O subsolo do local dos ensaios é 
composto de duas camadas de areia fina e média, argilosa, pouco siltosa, separadas por uma linha-de-seixos (6,50m). A 
primeira camada é caracterizada como colapsível. Na Tabela 1, apresentam-se os valores médios dos índices físicos. 
 
Tabela 1. Valores médios dos índices físicos. 
Profundidade γs (kN/m3) w (%) e n (%) Sr (%) 
0 → 5,3m 27,2 15,5 0,94 48 45 
5,3 → 10,3m 27,6 16,3 0,75 43 60 
 
ESTACAS TESTE 
 
Para a realização das provas de carga à tração e à compressão executaram-se duas estacas Strauss, com diâmetro 
de 0,38m e comprimento de 10m. Armaram-se as estacas com da seguinte forma: 
• Estaca submetida à compressão → quatro barras com diâmetro de 10mm e estribo de 5mm a cada 20cm. Nesta 
estaca foi executado um bloco de coroamento para apoiar o êmbolo do macaco hidráulico e os relógios 
comparadores. 
• Estaca submetida à tração → quatro barras com diâmetro de 20mm e estribos de 5cm a cada 20cm; a armadura foi 
dimensionada em função da carga máxima prevista para a prova de carga; junto à armadura foram colocadas duas 
barras de 32mm de diâmetro de aço ST85/105 (Protendidos Dywidag) com comprimento de 3,0m, instaladas 
diametralmente opostas, constituindo-se nos tirantes da estaca. 
• Junto às armaduras das estacas, foram colocados 2 tubos de 25mm de diâmetro e 10m de comprimento (aço 
galvanizado), fixados diametralmente opostos para futura instalação das barras instrumentadas. 
 
SISTEMA DE REAÇÃO 
 
Um dos aspectos que limita a realização das provas de carga é a necessidade de se ter reação compatível com a 
carga aplicadana fundação a ser ensaiada. Esta limitação é importante pelo alto custo para instalação de estacas de 
reação e pela viga de reação. Apresentam-se a seguir os elementos utilizados para constituição da viga de reação e das 
estacas de reação. 
 
Viga de Reação 
 
A estrutura foi projetada em perfis metálicos para suportar carga de 2MN aplicada em seu centro. Esta estrutura 
foi constituída de quatro perfis “I” com capacidade de carga de 1 MN cada. 
 
Estacas de Reação 
 
Constituíram-se de seis estacas tipo Strauss, com diâmetros de 0,32m e comprimentos de 10,0m. As estacas 
foram projetadas para suportar a carga de trabalho necessária à realização dos ensaios. 
 
Sistema de Transferência de Carga 
 
 Constituiu-se de cilindro hidráulico fixado na viga de reação, rótula e célula de carga com capacidade de 
1200kN. Para a estaca tracionada, utilizou-se também de tirante (φ=32mm – Dywidag), passando pelo furo central do 
macaco, preso na parte inferior à estaca e na parte superior a um prendedor rotulado. 
 
 Apresentam-se na Figura 1, a locação das estacas e das sondagens no Campo Experimental. 
 
Figura 1. Localização das estacas e sondagens no Campo Experimental [1]. 
 
INSTRUMENTAÇÃO 
 
 As estacas foram instrumentadas com extensômetros elétricos de resistência (strain-gages), os quais foram 
colados a barras de aço do tipo CA-50 com 6,4mm de diâmetro e 0,60m de comprimento, ligados em ponte completa. 
Anteriormente à instalação na estaca, essas barras foram submetidas a uma série de carregamento e descarregamento à 
tração, com a finalidade de se verificar possíveis anomalias na instrumentação instalada. 
 
Instalação da Instrumentação 
 
 A instrumentação foi instalada em 4 níveis ao longo dos fustes das estacas, em pontos distribuídos de maneira a 
fornecer informações das diferentes camadas do subsolo. 
 Antes de se iniciar todo o processo de instalação da instrumentação, foram checadas todas as barras 
instrumentadas com auxílio de um multímetro, para se ter a certeza de que a instrumentação não teria sofrido nenhum 
dano no transporte e condicionamento. Tendo sido confirmado o funcionamento de todas as barras, foi iniciado o 
processo de instalação dos instrumentos, conforme abaixo: 
- Ligação das barras instrumentadas a outras através de luvas adequadas. O conjunto foi formado, unindo-se as 
barras instrumentadas a outras barras com comprimentos de 1,80m, 2,20m e 2,60m. Na Figura 2 é mostrada a 
forma final das barras ligadas dentro das estacas. À medida que se descia a barra dentro do tubo galvanizado, 
foi fixada junto a estas barras uma mangueira plástica transparente, de diâmetro externo aproximado de 
6,0mm, com a finalidade de injetar calda de cimento; tomou-se cuidado para que o tubo plástico somado aos 
fios da instrumentação e à barra de aço não estrangulasse a secção do tubo galvanizado, para não haver o 
perigo desta secção ficar sem a calda entre o tubo e o conjunto formado pela instrumentação. Foi adicionada à 
nata com A/C=0,50 aditivo “Expansor” (Otto Baungartt) que teve a função de expandir e plastificar a nata; este 
aditivo foi adicionado na proporção recomendada pelo fabricante, para se ter boa fluidez na injeção e para que, 
após terminado o processo de cura, houvesse a garantia de aderência entre o tubo de aço galvanizado e a barra 
com os instrumentos. Executado todo o processo nas duas estacas, isto é, em dois pares de tubo galvanizados, 
foi dado por encerrado a etapa de instalação da instrumentação, esperando-se a cura da calda para se dar o 
início de montagem e execução das provas de carga. 
 
0,6
2,9
2,8
2,4
0,3
3,5
6,3
8,7
0,3
Areia argilosa, marrom 
(Sedimento Cenozóico)
Areia argilosa, vermelha 
(Residual - Grupo Bauru)
Linha de Seixos
S=6,1+σtg30º (kPa) 
Triaxial Drenado
N =3,6 fc=45,3kPa
qc=1070kPa γ=16,3kN/m
SPT
3
SPT
3
S=20+σtg23,2º (kPa) 
Triaxial Drenado
qc=2360kPa γ=17,6kN/m
N =7,2 fc=149,8kPa
* 
M
ed
id
as
 e
m
 m
et
ro
s
T =3,69kgf.m Τ =2,45kgf.mmáx min
T =3,69kgf.m Τ =2,45kgf.mminmáx
 
Figura 2. Características geotécnicas médias do Campo Experimental. 
 
PROVAS DE CARGA 
 
Na estaca submetida ao esforço de compressão, os carregamentos foram executados em estágios sucessivos, com 
incrementos de 25kN. Na estaca submetida ao esforço de tração, os carregamentos foram executados em estágios 
sucessivos, com incrementos de 20kN. Seguiram-se as prescrições estabelecidas pela NBR12.131/91 [2], adotando-se o 
carregamento rápido. A operação de descarregamento foi feita com redução de 50% da carga total atingida no ensaio. 
Na estaca à compressão, após o descarregamento, foi feito um outro ciclo de carga e descarga. 
Antes de se iniciar à execução de cada prova de carga, eram verificados os seguintes aspectos do conjunto: o 
nivelamento da viga de reação, os relógios comparadores, a ligação dos fios nas barras instrumentadas e da célula de 
carga ao quadro de conexão dos cabos para o micro. 
Na estaca à compressão, após o descarregamento iniciou-se ciclo de carregamento e descarregamento, com 
incremento de 50% da carga de ruptura obtida no primeiro carregamento. Na estaca à tração só houve uma etapa de 
carregamento e descarregamento. 
 
RESULTADOS 
 
 Com a realização da provas de carga objetivou-se obter informações sobre o comportamento carga x 
deslocamento das estacas e sobre o mecanismo de transferência de carga. Apresentam-se na Tabela 2 os valores das 
cargas máximas obtidas nas provas de carga e nas Figuras 3 e 4, as curvas carga-recalque. 
 
Tabela 2. Valores de carga de ruptura à compressão e tração. 
Carregamento Qt-pc (kN) 
Compressão 1 629 2 675 
Tração 390 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
0 100 200 300 400 500 600 700
 Carga (kN)
D
es
lo
ca
m
en
to
 (m
m
)
 
Figura 3. Curva carga vs deslocamento – compressão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
55
5050
45
4040
35
3030
25
2020
15
1010
5
00
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450
 Carga (kN)
D
es
lo
ca
m
en
to
 (m
m
)
 
Figura 4. Curva carga vs deslocamento – tração. 
 
 Através da instrumentação foi possível obter os valores de carga lateral e ponta na ruptura obtidas nos ensaios 
(Tabela 3). Na Figura 5, apresentam-se os gráficos de distribuição do atrito lateral para os carregamentos à compressão 
e tração. 
Tabela 3. Valores de carga de lateral e ponta. 
Carregamento Ql-pc (kN) Qp-pc (kN) 
Compressão 1 458 172 2 461 214 
Tração 390 - 
Pr
of
un
di
da
de
 (m
)
37,0kPa
45,2kPa
64,1kPa
29,5kPa
69,8kPa
19,1kPa
Compressão 2 Tração
53,0kPa
Compressão 1
46,4kPa
43,6kPa
 
Figura 5. Distribuição do atrito lateral ao longo do fuste. 
 
 Apresentam-se nas Tabelas 4 e 5, os valores de carga de ruptura obtidos através da aplicação de fórmulas 
teóricas, empíricas e semi-empíricas, para as estacas em questão. 
 
Tabela 4. Cargas de ruptura obtidas através de métodos teóricos. 
Carregamento Método Qt-calc (kN) Qt-calc/Qt-pc 
Compressão Estado Limite Último [3] 
kstanφ=0,4 – 1a camada 
kstanφ=0,3 – 2a camada 
238 0,35 
Tração 141 0,36 
Compressão Estado Limite Último [3] 
kstanφ=0,29–único 
203 0,30 
Tração 107 0,27 
Tração Meyerhof & Adams [4] 654 1,68 
Tração Meyerhof [5] 514 1,32 
Tração Das [6] 267 0,68 
Tração Grenoble [7] 458 1,17 
 
Tabela 5. Cargas de ruptura obtidas através de métodos empíricos e semi-empíricos. 
Carregamento Método Qt-calc (kN) Qt-calc/Qt-pcCompressão Aoki &Velloso [8] - SPT 386 0,57 Tração 223 0,57 
Compressão Aoki &Velloso [8] - CPT 438 0,65 Tração 349 0,89 
Compressão Décourt & Quaresma [9] 446 0,66 Tração 176 0,45 
Compressão P.P. Velloso [10] 647 0,96 Tração 384 0,98 
Compressão Meyerhof [11] - Franki 593 0,88 Tração 174 0,45 
Compressão Meyerhof [11] - Escavada 192 0,28 Tração 87 0,22 
Compressão Philipponat [12] 430 0,64 Tração 309 0,79 
 
ANÁLISE DOS RESULTADOS 
 
 Através dos valores obtidos nas provas de carga à compressão, pode-se observar que a segunda prova de carga 
forneceu valor superior ao primeiro ensaio, da ordem de 7%. Quando se compara o valor de carga lateral obtido nos 
ensaios à compressão e tração, pode-se verificar que o segundo forneceu um valor 85% do ensaio à compressão, 
demonstrando um comportamento diferenciado de atrito lateral do sistema estaca-solo quando submetido aos sentidos 
diferentes de carregamento axial. Isto demonstra que ao utilizar os métodos de previsão de capacidade de carga deve-se 
tomar cuidado na determinação desse parâmetro. 
 Pode-se observar que a instrumentação funcionou perfeitamente no carregamento à compressão, não podendo–se 
fazer a mesma afirmação com relação ao carregamento à tração, isto provavelmente devido ao frágil comportamento da 
nata de cimento utilizada nos tubos de instrumentação, quando submetida a esse tipo de carregamento. 
 Para o primeiro ensaio à compressão, verificou-se através da instrumentação que a porcentagem de carga da 
ponta foi 27% e para o segundo ensaio 32%, indicando assim alteração nas condições do solo na ponta da estaca, 
acarretando um aumento da capacidade de carga da ponta. 
 Observando-se o gráfico de distribuição de atrito lateral, verifica-se que houve uma perda de atrito do primeiro 
para o segundo ensaio à compressão nas duas primeiras camadas; para a terceira camada houve um aumento de 
aproximadamente de 21%. No carregamento à tração verificou-se que o segundo nível absorveu um valor 2,4 vezes 
superior ao primeiro nível e 3,7 vezes que o terceiro. 
 Dos métodos teóricos utilizados para a previsão da carga de ruptura à compressão verifica-se que forneceram 
valores muito conservadores, com relação ao carregamento à tração, observa-se que os métodos de Grenoble [7], Das 
[6] e Meyerhof [5], forneceram valores próximo aqueles fornecidos pela prova de carga. 
 Com relação aos Métodos Empíricos e Semi-Empíricos utilizados para o cálculo de carga à tração, pode-se 
verificar que o de P.P.Velloso [10] , Philipponat [12] e Aoki & Velloso [8] - CPT, forneceram resultados mais próximos 
aquele fornecido pela prova de carga. Para o carregamento à compressão os métodos que apresentaram melhores 
resultados foram os de P.P.Velloso [10], Meyerhof [11] - Franki, Philipponat [12]. 
 
CONCLUSÕES 
 
 A execução de um segundo carregamento (compressão) e, conseqüentemente um aumento do deslocamento da 
estaca, acarretou um acréscimo da capacidade de carga, isto devido a uma maior mobilização de resistência de ponta, 
conforme apresentado na Tabela 3, o que demonstra a necessidade de grandes deslocamentos para a mobilização desta 
resistência. 
 O valor do atrito lateral na tração foi inferior ao obtido no carregamento à compressão, o que pode ter ocorrido 
devido ao diferenciado mecanismo de formação de ruptura na tração, conforme salientado por Orlando [13]. 
 Os métodos teóricos de previsão de capacidade de carga não apresentaram resultados satisfatórios, exceto o 
método de Grenoble. Com relação à previsão da capacidade de carga através dos métodos empíricos e semi-empíricos 
estes não apresentaram bons resultados, e foram em geral conservadores, tanto para compressão quanto para tração. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
[1] PEIXOTO, A.S.P. Estudo do Ensaio SPT-T e sua aplicação na prática de engenharia de fundações. Tese de 
Doutorado – FEAGRI, Unicamp, 2001. 468f. 
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Janeiro: 1991. 
[3] CARVALHO, D. Análise de cargas últimas à tração de estacas escavadas, instrumentadas, em campo 
experimental de São Carlos-SP. Tese de Doutorado. EESC, USP, São Carlos, 1991, 204f. 
 
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Journal, 5 (4), p.225-244, nov., 1968. 
 
[5] MEYERHOF, G.G. Uplift resistance of inclined anchors and piles. In: International Conference on Soils 
Mechanics and Foundations Engineering, 8th, 1973, Moscow, 1973. Proceedings… Moscow, v.2, p.167-172. 
 
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126, sept, 1983 
 
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Travaux Publies, (307-308) :p.105-130, juillet-aount. 
 
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Panamerican Conference on Soils Mechanics and Foundation Engineering, 5o, Buenos Aires, 1975. 
Proceedings… Buenos Aires, v.1, p.367-376. 
 
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v.1, p.45-53. 
[10] VELLOSO, P.P.C. Considerações sobre a estimativa da capacidade de suporte e dos deslocamentos 
vertical e horizontal de estacas em solo. Publicações – Departamento de Engenharia Civil, Universidade de 
Brasília. 1981. 
 
[11] MEYERHOF, G.G. Bearing capacity and settlement of pile foundation. Journal of the Soils Mechanics and 
Foundation Division, ASCE. 1976. 
 
[12] PHILIPPONAT, G. Méthode pratique de calcul des pieux à l'aide du pénétrométre statique. Informations 
Techniques Bulletin, Paris, Soletanche Enterprise, 21p. 1978. 
 
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comparativa da resistência lateral na tração e compressão. ABMS-IE, São Paulo, 2000. 30p.

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