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3 Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR Escola de Ciências Agrárias e Medicina Veterinária – ECAMV Curso de Medicina Veterinária Disciplina de Farmacologia Terapêutica e Toxicologia Veterinária Professora Carolina Zaghi Cavalcante Hendges Louise Helene Bacher FARMACOLOGIA VETERINÁRIA Curitiba 2015 AULA 1 – CONCEITOS FARMACOLÓGICOS Farmacologia = substâncias obtidas da natureza com finalidade medicinal/ciência que estuda a ação de substâncias químicas em um organismo vivo Drogas = qualquer substância química que em quantidades suficientes possa agir sob um organismo vivo, produzindo alterações maléficas ou benéficas Medicamento = substância química empregada em um organismo vivo visando se obter efeitos benéficos Fármaco = substância química conhecida e de estrutura química definida dotada de propriedade farmacológica Remédio = tudo que cura, alivia ou evita uma enfermidade Nutracêutico = produto nutricional com valor terapêutico Genéricos = medicamentos que passaram por testes de bioequivalência e biodisponibilidade, mostrando que são idênticos ao original Similares = medicamentos sem teste de bioequivalência e biodisponibilidade Princípio Ativo = substância principal da fórmula Adjuvante = substância que reforça a ação do princípio ativo Edulcorante ou Corretivo = substância para corrigir sabor ou odor Veículo ou Excipiente = meio no qual se dissolve o princípio ativo Farmacodinâmica = estuda o mecanismo de ação dos medicamentos Farmacocinética = caminho percorrido pelo medicamento no organismo do animal Farmacotécnica = estuda o preparo, a purificação, e conservação dos medicamentos Farmacognosia = obtenção, identificação e isolamento de princípios ativos naturais Farmacologia Clínica = animal saudável X animal doente Farmacoterapêutica = uso de medicamentos para o tratamento das doenças Posologia = estudo das dosagens Dose = quantidade do medicamento necessária para obter resposta terapêutica Dosagem = inclui dose, frequência e duração S.i.d = uma vez ao dia B.i.d = duas vezes ao dia T.i.d = três vezes ao dia Q.i.d = quatro vezes ao dia AULA 2 – VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Fatores considerados na escolha da via: Tipo qualitativo da resposta desejada Tipo de ação desejada: Ação local ou tópica – ação exercida no ponto de aplicação. Ação sistêmica ou generalizada – após administração o fármaco tem que ser absorvido, distribuído na corrente sanguínea, metabolizado e excretado Rapidez de ação desejada: Depende da vascularização/local de administração Obs: quanto maior a vascularização – maior absorção e concentração plasmática – mais rápida será a ação Natureza do medicamento: Voláteis – via pulmonar Sólidos – via oral Suspenções – menos IV Obs: medicamentos que não resistem ao suco gástricos devem ter revestimento entérido ou devem ser usados via parenteral Finalidade terapêutica: Dificuldade de cooperação do paciente Estado patológico do paciente Classificação das vias de administração: Via enteral Via parenteral Via parenteral transmucosa Via transcutânea (pele) Vias excepcionais Via enteral: Via oral Via retal Via sublingual Via ruminal ** Dissolução do medicamento ** Atravessar barreiras celulares ** Intestino delgado – absorção (bases fortes e ácidos fortes são mal absorvidos por via oral) Via Oral: Vantagens: Conveniente para animais fáceis de manipular Não precisam ser estéreis Incidência de reações é baixa Maior segurança Indolor Boa ação Não necessita aparelhagem Desvantagens: Efeito de primeira passagem Destruição gástrica Incerteza na qualidade absorvida Ação irritante Efeito de Primeira Passagem (pré-sistêmico): Via Oral -> Absorção no TGI -> Sistema Porta Hepático -> Fígado Metabolismo do fármaco no qual sua concentração é significativamente reduzida pelo fígado antes de atingir a circulação sistêmica, diminuindo a biodisponibilidade do fármaco. Vias de administração alternativas: intravenosa, intramuscular, sublingual e intradérmica Sistemas que afetam o sistema de primeira passagem: enzimas do lúmen do TGI, enzimas das paredes intestinais, enzimas bacterianas e enzimas hepáticas Sistema Porta Hepático: Nutrientes são absorvidos pelos intestinos Sangue rico em nutrientes absorvidos é drenado em direção à veia porta Sangue é metabolizado pelo fígado Substâncias metabolizadas retornam para o resto da circulação sanguínea Via Retal: Clísteres ou enema = forma líquida Supositórios = forma sólida Vantagens: Não possui efeito de primeira passagem Podem ser administrados sem cooperação do paciente Desvantagens: Absorção irregular Irritação da mucosa retal Via Sublingual: Vantagens: Absorção rápida Alto nível dentro do compartimento intravascular Ação quase que imediata no coração Desvantagens: Pouco utilizada em animais Via Parenteral: Via intravenosa Via intramuscular Via subcutânea Via intradermal Via intraperitoneal Via intra-articular Via intracardíaca Via intratecal Via Intravenosa Vantagens: Rápido efeito Grandes volumes Substâncias irritantes Melhor controle da dose administrada Desvantagens: Risco de embolia Contaminação (flebite) Imprópria para administração de substâncias oleosas e insolúveis Via Intramuscular: Vantagens: Absorção rápida Volumes moderados de veículos aquosos, oleosos em suspensão Utilizada em animais de difícil contenção Desvantagens: Dor Lesões musculares - substâncias irritantes - pH distante da neutralidade Local no cão: semimembranoso/semitendinoso, quadríceps, epaxial, tríceps Via subcutânea: Vantagens: Absorção lenta pH osmolaridade não devem ser diferentes da pele Absorção ocorre por difusão atravessando os grandes poros Desvantagens: Produz sensibilização Dor Necrose Via Intradermal: Utilizadas com menor frequência Tuberculina Teste de alérgenos Via Intraperitoneal: Cavidade peritoneal é ricamente vascularizada Rápida absorção Via Intracardíaca: Animais de laboratório Emergência Eutanásia Via epidural/intratecal: Espaço epidural -> espaço dentre duramater e a coluna vertebral Subaracnoide ou intratecal -> Liquor Via Parenteral Transmucosa: Via oftálmica Via rinofaríngea Via pulmonar Via geniturinária Via Oftálmica: Absorção pelo epitélio do saco conjuntival Lipossolúveis Absorção rápida Atuam no globo ocular Colírios - líquidos - pomadas - cremes Via Rinofaríngea: Soluções para obtenção do efeito local Antissépticos Vasoconstritores Anestésicos Locais Via Pulmonar: Comumente utilizada para inalação de substâncias voláteis como gases e anestésicos gerais e aerossóis para tratamento de alergias Via Geniturinária: Administração vaginal -> efeitos locais – revestimento mucoso – fácil absorção Formas comuns -> cremes, óvulos vaginais, velas uterinas, líquidos para infusão vaginal Via Transcutânea: Ação Local Absorção aumentada - Emulsões consistentes, gel, óleos, cremes e pastas Absorção reduzida - Solução aquosa, emulsões finas e suspensões Vias Excepcionais: Membranas Timpânicas Umbilical Intra-mamária AULA 3 – ABSORÇÃO DE MEDICAMENTOS – FARMACOCINÉTICA/FARMACODINÂMICA Resposta Terapêutica: Efeito ou resposta terapêutica dependem: Características dos fármacos Características dos indivíduos Interação entre os dois fatores Farmacodinâmica: estuda o mecanismo de ação dos medicamentos Farmacocinética: caminho percorrido pelo medicamento no organismo do animal Farmacocinética: Absorção : - Para um fármaco produzir seus efeitos sistêmicos característicos, deve primeiro ser absorvido e então atingir a concentração eficiente em seu local de ação - Para que isso ocorra, o fármaco precisa atravessar as membranas biológicas - ABSORÇÃO -> passagem do fármaco do seu local de administração para a corrente sanguínea/ uma série de processos, pelos quais, uma substância externa penetra no ser vivo, penetra sem lesão traumática chegando até o sangue . Fatoresimportantes na absorção de medicamentos: - pH do meio - pK (constante de dissociação/ionização) do medicamento - constituição das membranas celulares - transporte transmembrana Influência do pH na polaridade de medicamentos: Medicamentos: - Propriedades: ácidos fortes/bases fracas - Em solução aquosa apresentam-se parcialmente ionizados - Proporção entre partes ionizadas e não ionizadas de um medicamento será determinado pelo: pH do meio no qual se encontra dissolvido/pK do medicamento. Substâncias químicas (cargas elétricas) - Apolar - Aminas orgânicas - Ácidos orgânicos APOLAR = sem carga -> ultrapassa qualquer barreira (pele, estômago, intestino)/não sofrem influência do pH do meio em que estão dissolvidos ÁCIDOS ORGÂNICOS FRACOS = em monogástricos -> ácidos fracos são melhor absorvidos no estômago (pH ácido = 1,2-3,0) que no intestino. BASES FRACAS= em monogástricos -> bases fracas são bem mais absorvidas no intestino (pH alcalino 7,5-8,0) que no estômago/grupamento AMINA na estrutura molecular ABSORÇÃO: MEDICAMENTO ÁCIDO + MEIO ÁCIDO -> ABSORÇÃO ALTA MEDICAMENTO BÁSICO + MEIO BÁSICO -> ABSORÇÃO ALTA MEDICAMENTO ÁCIDO + MEIO BÁSICO -> BAIXA ABSORÇÃO Membranas Celulares: Tem aproximadamente 7,5mm de espessura Dupla camada lipídica impermeável a maioria das moléculas polares e permeável às apolares Substâncias hidrossolúveis precisam de processos especiais para passar as membranas Passagem de medicamentos pela membrana: Processos passivos: Difusão simples: - membrana porosa - gradiente de [ ] - substâncias apolares - peso molecular compatível com a camada lipídica da membrana Filtração: - baixo peso molecular - hidrossolúveis, polares e apolares - medicação ultrapassa pelos canais da membrana biológica - difusão pelo canal aquoso Transporte mediado por carreador: Difusão facilitada: - a favor do gradiente de concentração - sem gasto de energia - velocidade de difusão maior em relação à difusão simples - proteína carreadora Transporte ativo: - contra o gradiente de concentração - com gasto de energia Processo de absorção pelo qual a membrana celular se invagina em torno de várias pequenas moléculas e engloba junto partículas do meio extracelular -> FAGOCITOSE/PINOCITOSE Barreiras Celulares: Mucosa gastrointestinal - células muito unidas - bloqueio completo dos espaços intracelulares - lipossolúveis e apolares Barreiras epiteliais da pele, córnea e bexiga - células muito unidas - bloqueio completo dos espaços intracelulares - difusão simples, apolares Barreira hematoencefálica - paredes contínuas de capilares - células endoteliais - células da glia - impedem a entrada de substâncias polares ou de peso molecular elevado no SNC Barreira placentária - substâncias de baixo peso molecular e lipossolúveis -difusão simples/facilitada - transporte passivo - pinocitose Barreiras capilares - com máculas (células frouxas) - fenestrados (janelas) - com bloqueio completo (espaço intracelular ocluído) - passagem pelas células epiteliais Fatores que interferem na absorção: Solubilidade Peso molecular pH carga elétrica ou grau de ionização pKa forma farmacêutica e via de administração velocidade de dissolução concentração do fármaco no local da absorção vascularização do local de absorção AULA 4 – DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS NO ORGANISMO Distribuição: Passagem de um fármaco da corrente circulatória para os tecidos: - Após absorção (o fármaco ter chegado ao sangue), sai deste compartimento e vai para seu local de ação O padrão de distribuição descreve a concentração relativa do fármaco que entra em cada órgão ou tecido A cinética da distribuição do fármaco em cada órgão, sangue e tecido dependem: DOSE: quanto maior a dose, maior a concentração plasmática Via de administração Lipossolubilidade do fármaco Duração da ligação às proteínas plasmáticas Velocidade do fluxo sanguíneo pelos órgãos e tecidos Após absorção, um medicamento pode ficar sob a forma livre no sangue, ligar-se a proteínas plasmáticas ou então, ser sequestrado para depósito no organismo. Medicação na forma livre: farmacologicamente ativa/distribuída aos tecidos Medicação ligada às proteínas plasmáticas: reservatório do medicamento Ligação dos medicamentos à proteínas plasmáticas: ALBUMINA: - mais importante proteína envolvida em ligações com medicamentos - preferência por medicamentos ácidos BETAGLOBULINA E GLICOPROTEÍNA ÁCIDA: - preferência por medicamentos básicos Fatores a considerar: Hipoproteínemia Enfermidades Aumento da fração do fármaco livre Aumento do efeito farmacológico e da toxidade Administração concomitante de dois medicamentos com maior afinidade à proteínas plasmáticas Deslocamento de um deles para forma livre e aumento do efeito farmacológico e de toxidade Exemplo: AINEs + ANTICOAGULANTE AUMENTO DO TEMPO DE COAGULAÇÃO Os medicamentos abandonam a via circulatória para o espaço intercelular por processo de DIFUSÃO pelas membranas capilares A velocidade com que a concentração de um medicamento livre demora para se equilibrar entre o plasma e o líquido dos demais compartimentos depende do grau de VASCULARIZAÇÃO de um determinado tecido COMPARTIMENTO CENTRAL coração, fígado, rins e cérebro equilíbrio rápido COMPARTIMENTO PERIFÉRICO pele, ossos e tecido adiposo equilíbrio lento MODELO MONOCOMPARTIMENTAL distribuição uniforme: organismo se comporta com um único compartimento central Na distribuição é importante considerar a ÁGUA CORPORAL, que representa cerca de 50-70% do peso do organismo, distribuída em 4 compartimentos: Líquido extracelular: plasma sanguíneo 4,5% Líquido intersticial: 16% linfa 1-2% Líquido intracelular: 30-40% Líquido transcelular: cefalorraquidiano, sinovial, intraocular, peritoneal, pleural, secreções digestivas 4,5% No interior de cada um desses compartimentos aquosos, as moléculas dos medicamentos existem: Forma livre ou ligada/forma molecular ou iônica = depende do pH O equilíbrio das distribuições entre os compartimentos depende: Capacidade do medicamento de atravessar as barreiras teciduais de cada compartimento Grau de ionização e solubilidade das moléculas dos medicamentos Ligação do medicamento no interior dos compartimentos Acúmulo e estoque dos medicamentos nos diversos compartimentos do organismo: Características intrínsecas dos medicamentos tem afinidade por determinadas estruturas orgânicas: Anestésicos inalatórios tecido adiposo Fins terapêuticos iodo radioativo em tumores tireoidianos Forma inadequada tetraciclina depositada nos dentes e ossos OBS: importante quando serão dadas doses repetidas saturabilidade dos depósitos aumento de medicamento livre no plasma aumento da toxicidade Meia vida de eliminação: Tempo necessário para que a concentração plasmática de um determinado agente terapêutico se reduza à metade Importante para estimar: A duração de ação após dose única: quanto maior a meia vida, maior tempo durante a concentração plasmática do medicamento permanecerá no intervalo da efetividade farmacológica Tempo necessário para alcançar o equilíbrio: quando um medicamento é administrado por período prolongado, pode acumular no organismo até que a quantidade administrada em um determinado período de tempo, seja igual à quantidade eliminada no mesmo período – concentração plasmática atinge um estado de equilíbrio (3-5 meia vidas) O tempo necessário para eliminação: leva-se uma meia vida da eliminar 50% da concentração total do medicamento/ eliminação total 4-5 meia-vidas A frequência da dose: o intervalo de administração deve ser igual ou menor ao tempo de meia vida AULA 5 – BIODISPONIBILIDADE E BIOEQUIVALÊNCIA Biodisponibilidade: mede a quantidade de um medicamento contido em determinada forma farmacêutica, que, ao ser administrada à um organismo vivo, atinge a circulação de forma inalterada Mede a quantidade de um medicamento que atinge a circulação e também o local de ação (BIOFASE)Os dados de biodisponibilidade são utilizados para determinar: A quantidade de medicamento absorvido a partir de uma determinada forma farmacêutica A velocidade de absorção de um medicamento A permanência do medicamento nos líquidos do organismo e sua correlação com as respostas farmacológicas/tóxicas Adequação da dose em pacientes com insuficiência hepática/renal OBS: existem diferenças nas biodisponibilidades entre as espécies de animais (monogástricos/poligástricos) Bioequivalência: compara as biodisponibilidades de 2 medicamentos considerados EQUIVALENTES FARMACÊUTICOS e que tenham sido administrados no MESMO ESQUEMA POSOLÓGICO: MESMO PRINCÍPIO ATIVO MESMA DOSE MESMA VIA MESMA ESPÉCIE Utilizados na avaliação entre especialidades farmacêuticas com o mesmo princípio ativo, porém de fabricantes diferentes, ou para mudanças em procedimentos farmacotécnicos distintos Biotransformação dos medicamentos Participa de importante mecanismo regulador níveis plasmáticos dos fármacos Alteração química que o fármaco sofre no organismo, geralmente por ação de enzimas inespecíficas FÁRMACO + ENZIMAS = METABÓLITO (PRODUTO DA REAÇÃO) Transformação química de substancias dentro do organismo vivo, visando favorecer sua eliminação permite a formação de metabólitos MAIS POLARES e MENOS LIPOSSOLÚVEIS que a molécula original favorece a eliminação ou inativação farmacológica A biotransformação poderá gerar: Inativação farmacológica Metabolitos com atividade farmacológica similar ou diferente das moléculas originais METABÓLITOS ATIVOS PRÓFARMACOS/PRÓMEDICAMENTOS Mecanismos enzimáticos localizados no fígado: - enzimas localizadas no REL - biotransformação de compostos lipossolúveis OBS: Outros órgãos e tecidos possuem enzimas capazes de biotransformar substratos endógenos e exógenos Nos processos de biotransformção acontecem 2 etapas: Reações fase 1 citrocomo P450 Reações fase 2 ácido glicurônico, radicais sulfatos, acetatos e aminoácidos MEDICAMENTO FASE 1 OXIDAÇÃO/REDUÇÃO/HIDRÓLISE FASE 2 PRODUTOS CONJUGADOS Reações fase 1: - Citrocomo P450 Pigmento associado a enzimas ligadas no metabolismo dos medicamentos e esteroides Convertem o medicamento original em metabólitos mais polares por oxidação, redução e hidrólise Os metabólitos resultantes podem ser mais ativos do que a molécula original (profarmacos), menos ativos e inativos Reações fase 2: - Reações de conjugação ou sintéticas Acoplamento do metabólito a um substrato endógeno Metabolitos originados na Fase 1 sofrem reações mais profundas na fase 2 inativam o medicamento/ maior hidrossolubilidade facilitam a eliminação Alguns produtos conjugados são eliminados pela bile, reativados no intestino e depois reabsorvidos Fatores que interferem na biotransformação: Espécie: - GATOS: deficiência em conjugar glicuronídeos - SUÍNOS: deficiência em conjugar sulfatos - CÃES: deficiência em conjugar acetato Idade: - Atividade enzimática está quase ausente em recém nascidos Sexo Doença Mutações genéticas - COELHOS com atropinase: hidrolisam atropina Indutores enzimáticos: - aumenta a atividade do sistema microssômico de oxidação e redução quando administrados repetidamente (tolerância) - fenobarbital, inseticidas clorados não seletivos, fármacos cancerígenos, etanol - PARACETAMOL: metabolitos na fase 1 são altamente tóxicos e pode aumentar com o uso de um indutor enzimático EXCREÇÃO DE MEDICAMENTOS Os fármacos inalterados ou seus metabolitos são excretados por vias diferentes: Excreção renal: hidrossolúveis ou polares Excreção biliar: lipossolúveis ou apolares Excreção pulmonar: gasosas ou voláteis Outras excreções: saliva, lágrima, leite, suor, secreção nasal Excreção renal: A excreção renal de fármacos pela urina é resultante de 3 processos renais: Filtração glomerular -permite a passagem de fármacos com PM abaixo de 20 000 PROTEÍNAS PLASMÁTICAS (ALBUMINA) + FÁRMACOS = NÃO PASSAM (PM 68000) Secreção tubular - potencialmente o melhor mecanismo mais eficaz de eliminação renal - penicilinas, ácidos salicínicos Difusão através do túbulo renal - as substancias mais lipossolúveis, após sofrerem filtração glomerular são reabsorvidas por difusão passiva nos túbulos renais - tratando-se de soluções de caráter ácido ou básico, o pH do meio intratubular passa a exercer influência no grau de ionização dos eletrólitos determinando maior ou menor absorção MAIOR PH INTRATUBULAR MENOR ABSORÇÃO DE ÁCIDOS MAIOR ABSORÇÃO DE BASES MENOR PH INTRATUBULAR MENOR ABSORÇÃO DE BASES MAIOR ABSORÇÃO DE ÁCIDOS Depuração renal: volume de plasma que contém a quantidade de substâncias removida pelo rim por unidade de tempo - varia de acordo com medicamento - determinação da dosagem OBS: Fármacos ligados a proteínas plasmáticas ou peso molecular elevado não passam no filtrado glomerular; Fármacos lipossolúveis são reabsorvidos passivamente no túbulo, não sendo eficientemente eliminados na urina; hidrossolúveis ou polares são excretados; Ácidos fracos são eliminados mais rapidamente em urina alcalina e vice-versa; Diversos fármacos importantes são eliminados via renal, podendo causar toxidade em idosos ou pacientes com doença renal Excreção biliar Algumas substâncias passam diretamente do fígado para o duodeno juntamente com a bile: São eliminados com as fezes São reabsorvidos no intestino fármaco na forma livre Circulação êntero-hepatica: FÍGADO METABÓLITO BILE TGI FEZES/REABSORÇÃO MUCOSA INTESTINAL CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA FÍGADO (...) Excreção hepática seguida de reabsorção intestinal AULA 6 – INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA DROGA AGONISTA: tem afinidade pelo receptor e capacidade de ativá-lo DROGA ANTAGONISTA: tem afinidade pelo receptor mas não tem capacidade de ativá-lo As interações levam a diminuição ou a um reforço de ação Droga + organismo vivo/receptor: - efeito desejável cura - efeito indesejável tóxico Dois tipos de ação: - Sinergismo aumento da resposta - Antagonismo diminuição da resposta Relação entre 2 drogas Indiferença = cada droga com sua ação independente. Interferência = competição na ação, ou aumenta a ação dela (sinergismo), ou diminui (antagonismo parcial) ou cessa (antagonismo total). Sinergismo Fala-se em sinergismo quando a ação das duas drogas processam-se no mesmo sentido. As drogas tem efeito similar, podendo: Aumentar a resposta Diminuir o efeito colateral Aumentar o tempo de ação Sinergismo de Ação: - o efeito combinado de 2 drogas é igual à soma dos efeitos isolados de cada uma - evita efeitos colaterais Sinergismo de Adição: - AAs + Aminopirina AAs alivia a cefaleia mas a dose pode irritar a mucosa gástrica, evita-se associando com outro analgésico, aminopirina, que não tem esse efeito, se administra meia dose de ambas e com isso reduz o efeito colateral Sinergismo de Potenciação -sinergismo propriamente dito; o efeito combinado das drogas é maior do que a soma dos efeitos isolados - 2 drogas não agem pelo mecanismo; uma droga aumenta o efeito da outra droga, por alterar sua biotransformação, distribuição ou excreção. Sinergismo de Preservação - uma droga preserva a ação da outra Vantagens do sinergismo: Administração de drogas em doses baixas, evitando ou diminuindo os efeitos colaterais Aumentar a duração dos efeitos Aumentar a potência dos efeitos Antagonismo Interações entre drogas que levam a uma diminuição dos seus efeitos. Antagonista = droga que diminui ou anula a ação da outra. Antagonismo Farmacológico - antagonista compete com a droga agonista pelos mesmos sítios do receptor complexo inativo - antagonismo entre atropina e acetilcolina nos músculos lisos, se ligando no mesmo receptor Antagonismo Fisiológico ou Funcional - duas drogas agonistas interagem com sistemas de receptores independentes produzindo efeitos opostos que se contrabalançam - são agonistas para cada um dos seus próprios receptores, mas são antagonistas entre si (efeitos opostos) Antagonismo Químico - antagonistanão reage com moléculas do organismo; reage quimicamente com moléculas do próprio agonista quelante - quelante complexo coordenado formado por um metal mais um composto que contém um ou mais ligantes e é de fácil excreção Antagonista Físico - são baseados na interferência do antagonista com a absorção da droga agonista AULA 7 – SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO (SNA) Sistema nervoso: Sistema nervoso central Sistema nervoso periférico - sistema nervoso somático - sistema nervoso autônomo Sistema nervoso autônomo: Visceral ou vegetativo Atividade involuntária Fibras aferentes Fibras eferentes Simpático (colinérgico) Parassimpático (adrenérgico) Atividades: - diferentes ou independentes - interdependentes ou integradoras Composição: - centros de controle no SNC - rede periférica: Exemplos: - músculo liso visceral (intestino, bexiga e coração) – efeitos opostos - glândulas salivares – efeitos complementares - músculo ciliar – apenas parassimpático - glândulas sudoríparas – apenas simpático Fibras Eferentes: Pré ganglionar origem no SN e fazem sinapse com gânglio autônomo – mielinizadas Pós ganglionar origem no gânglio autônomo – não mielinizados – inervação da estrutura efetora SNA Parassimpático Fibras pré e pós ganglionares Neurotransmissor: acetilcolina (ACh) Fibras colinérgicas Receptores: nicotínicos e muscarínicos Nicotínicos: Placa motora (N1), medula da adrenal e gânglios (N2) – resposta excitatória Muscarínicos: Neurônios SNC, células parietais do estômago (M1 – resposta excitatória) Miocárdio (M2 – resposta inibitória) Glândulas secretoras, musculatura lisa e SNC (M3 – resposta excitatória) SNA Simpático Neurotransmissor: Pré-ganglionar – Acetilcolina (ACh) Pós-ganglionar – Noradrenalina (NA) Fibras pré (colinérgicas) e pós (adrenérgicas) ganglionares Receptores: alfa (alfa 1 e 2) e beta (beta 1 e 2) Agonistas Colinérgicos Drogas parassimpatomiméticas Drogas ativadoras de receptores colinérgicos DROGAS DE AÇÃO DIRETA/INDIRETA Ligação direta nos receptores muscarínicos e nicotínicos Nicotínicos: Nicotina Muscarínicos: Pilocarpina Muscarina Metacolina Betanecol Carbacol Drogas de ação indireta: - Inibição da Acetilcolinesterase (protegem a acetilcolina) Derivados do ácido carbâmico (organocarbamatos) Neostigmina Piridostigmina Fisiostigmina Carbaril Propoxur Metomil Derivados orgânicos do ácido fosfórico (organofosforados) Malation Diclorvós Coumafós-paration Triclorfon Álcoois simples Edrofônio Efeitos sistêmicos: Junção neuromuscular- aumento da contração Sistema respiratório – aumento de secreções brônquicas Sistema urinário – aumento da contração da bexiga (micção) SNC – estimulação – convulsões Globo ocular – contração do mm liso do esfíncter da íris e mm ciliar – miose e redução da pressão intra-ocular Sistema gastro-intestinal - aumento das secreções e motilidade GI (vômitos, defecação e cólicas) Indicações Clínicas: Glaucoma – pilocarpina Aumento da motilidade gastro intestinal e urinária – neostigmina Aumento da atividade da placa motora – reversão bloqueadores neuromusculares – neostigmina Inseticidas e pesticidas – (MA) Direto Endo e ectoparasitas – (MA) indireto – triclorfon Antagonistas Colinérgicos Drogas parassimpaticolíticas Drogas bloqueadoras de colinoreceptores Drogas antimuscarínicas Drogas antinicotínicas Classificação das drogas: Drogas Antimuscarínicas: Atropina Escopolamina (buscopan) Homatotropina (análogo sintético) Efeitos sistêmicos: SNC – excitação e efeitos sedativos (leves) Globo Ocular – midríase Cardiovascular – taquicardia relativa e bloqueio av Sistema respiratório – diminuição das secreções e broncodilatação Sistema GI – diminuição das secreções e motilidade Glândulas sudoríparas – inibida Trato urinário – retenção Drogas Antinicotínicas ou Bloqueadoras Neuromusculares: Drogas não despolarizantes ou competitivas Ex: Galamina, Pancurônio, Vencurônio Drogas despolarizantes: SUCCINILCOLINA Despolarização da placa terminal motora pela ACH Caracteriza-se pelo aumento da permeabilidade da membrana sináptica ao sódio e ao potássio, bloqueio dos canais de sódio. AULA 8 – EUTANÁSIA Questão de bem-estar Questão polêmica - abate - extermínio - sacrifício – uso coloquial - misericórdia: doença incurável/tratamento impossível Indicações: Doenças incuráveis Muita dor e sofrimento Alterações comportamentais Problemas econômicos Pesquisas científicas Critérios que justificam o ato: Animais gravemente feridos Animais agressivos Perda da qualidade de vida Animais recolhidos das ruas Controle populacional Saúde publica Animais de experimentação Autorização: Autorização do proprietário (escrita) Profissional habilitado O que é o ideal: Imobilização com um mínimo de estresse Esteticamente aceitável para o operador e para o cliente Execução com eficiência pela equipe Baixo risco para o operador Critérios do agente ideal: Não deve causar ansiedade/medo Deve ser indolor Deve ter ação rápida Deve ser confiável Deve ser seguro para o manipulador Deve ser de uso pratico e fácil Não deve ser uma droga causadora de vícios Deve ser econômica Não deve causar problemas de contaminação ambiental Não deve causar alterações teciduais Agentes: Barbitúricos: Dose excessiva – IV, IC, intratorácica Vantagens: depressão do centro cardíaco e respiratório, leva à morte por anóxia Desvantagem: imobilização T-61: Mistura de anestésico geral + anestésico local + neurobloqueador muscular Métodos: Insensibilização elétrica Armas de ar comprimido (pistola etc) Percussão/concussão Armas de fogo OBS: a escolha do método varia conforme a espécie animal AULA 9 – ADRENÉRGICO E ANTIADRENÉRGICO Agonistas Adrenérgicos (simpatomiméticos): Mecanismo de ação Ação direta – atuam diretamente nos receptores adrenérgicos Ação indireta – atuam na liberação de NA nos receptores adrenérgicos; sucundariamente atuam nos receptores adrenérgicos ou inibem a receptação de NA Catecolaminas de Ação Direta: Substâncias que tem capacidade para ligarem-se à alfa e beta receptores: Noradrenalina (NA) Adrenalina (AD) Dopamina (DA) Isoproterenol Dobutamina Efeitos da ativação dos receptores: ALFA 1 – vasoconstrição, relaxamento da mm lisa, inibição das glândulas salivares, glicogenólise hepática ALFA 2 – inibição da liberação de NA, agregação plaquetária BETA 1 – aumento da frequência e força cardíaca, relaxamento da mm lisa e lipólise BETA 2 – broncodilatação, relaxamento da mm visceral, glicogenólise hepática e tremor muscular Noradrenalina ou Norepinefrina: Altamente potente para BETA 1 receptores Altamente potente para ALFA receptores Pequena ação para BETA 2 receptores Adrenalina ou Epinefrina: Altamente potente tanto para ALFA quanto para BETA receptores Dopamina: Neurotransmissor do SNC e do SNA Precursor da síntese de NA e de AD Afinidade para ALFA e BETA receptores Doses baixas ativam receptores dopaminérgicos, e altas doses ativam receptores BETA 1 e doses mais maiores ativam ALFA 1 Outras substâncias – ação direta AGONISTAS ALFA 1 – fenilefrina, metoxamina (não estimulam o coração por não agirem em beta 1) AGONISTAS ALFA 2 – xilazina, clolidina, dexmedetomidina AGONISTA BETA 1 - dobutamina AGONISTA BETA 2 – salbutamol, terbutalina, clembuterol Ação indireta: Atuam na liberação de NA nos receptores adrenérgicos, secundariamente inibem a receptação de NA Agonistas ALFA e BETA: Anfetaminas Efedrina Cocaína Efeitos sistêmicos: Sistema respiratório – broncodilatação Globo ocular – contração da mm radial da íris – midríase Sistema GI – diminuição das secreções e motilidade Sistema urinário – relaxamento da bexiga Sistema cardiovascular – vasoconstrição e taquicardia, aumento da pressão arterial Efeitos hormonais – adrenalina inibe liberação da insulina – hiperglicemia Uso Clínico: Vasoconstrição local – anestesia local Arritmia – parada cardíaca Hipotensão e choque HipertensãoExame oftalmológico Asma Hipersensibilidade (edema glote/ choque) Descongestionante nasal + contenção animal Antagonistas Adrenérgicos Fármacos antiadrenérgicos Fármacos simpaticolíticos/simpatolíticos Fármacos bloqueadores de adrenoreceptores É seletivo pros adrenoreceptores ALFA e BETA ANTAGONIZAM AS AÇÕES DO SNA SIMPÁTICO Baixa atividade simpática Inibição da interação de NA, AD e fármacos simpatomiméticos com receptores adrenérgicos Classificação: Fármacos que bloqueiam receptores ALFA não seletivos Fármacos que bloqueiam receptores ALFA 1 Fármacos que bloqueiam receptores ALFA 2 Fármacos que bloqueiam receptores BETA não seletivos Fármacos que bloqueiam receptores BETA 1 Fármacos que bloqueiam receptores ALFA e BETA Antagonistas ALFA-Adrenérgicos: São todos os medicamentos que possuem afinidade por esses receptores, mas que não tem capacidade de ativá-los. Fármacos que bloqueiam receptores ALFA não seletivos: Princípio ativo = Fenoxibenzamina Mecanismo de ação = bloqueio irreversível dos ALFA receptores Utilização clínica = diminui a contração do mm liso vascular, vosodilatação (feocromocitoma), VO, IV Efeitos adversos = náuseas, vômitos, sedação e fraqueza, aumento da motilidade do TGI (dor + diarreia) Fármacos que bloqueiam receptores ALFA 1: Princípio ativo = prazosina Mecanismo de ação = antagonista seletivo ALFA 1 (arteríolas e veias) Utilização clínica = hipertensão (vasodilatação), ICC**, VO Efeitos adversos = Síncope (hipotensão), duração de 4 a 6h, biotransformado no fígado, excretado na urina ** Pós carga – pressão que os ventrículos precisam exercer para ejetar o sangue, Pré carga – quantidade de sangue no ventrículo no final da diástole. Reduz a pré carga e aumenta o DC, diminui a congestão pulmonar Fármacos que bloqueiam receptores ALFA 2: Princípio ativo = Iombina Mecanismo de ação = antagonista competitivo seletivo ALFA-2 Utilização clínica = reversão de sedações com agonistas ALFA-2, não é muito utilizado devido aos fatores adversos (taquicardia, remoção da analgesia, morte em ovinos e bovinos) Fármacos que bloqueiam receptores BETA não seletivos: Princípio ativo = propranolol, timolol Mecanismo de ação = antagonista não seletivo dos receptores beta Utilização clínica = Hipertensão primária, arritmias, efeitos da ansiedade (sudorese, tremor e taquicardia), glaucoma, VO, IV, transmucosa Efeitos adversos = extremidades frias, insônia, depressão Riscos = bradicardia (efeito inotrópico e cronotrópico), broncoconstrição (bloqueio da mm bronquiolar lisa), insuficiência cardíaca OBS: não interromper o tratamento abruptamente Fármacos que bloqueiam receptores BETA 1: Princípio ativo = atenolol e esmolol Mecanismo de ação = antagonista seletivo dos receptores BETA 1 Indicação clínica = arritmias ventriculares, cardiomiopatia hipertrófica, VO, IV Efeitos adversos = extremidades frias, insônia, depressão Fármacos que bloqueiam receptores ALFA e BETA: Princípio ativo = labetalol Mecanismo de ação = antagonista não seletivo dos receptores BETA 1, BETA 2 E ALFA 1 Uso clínico = hipertensão AULA 10 – SISTEMA NERVO CENTRAL (SNC) – OPIÓIDES Drogas que atuam no sistema nervoso central: Opióides Tranquilizantes Neuroleptoanalgésicos ou relaxantes musculares Anestésicos locais Anestésicos gerais OPIÓIDES Opiáceos Hipnoanalgésicos Analgésicos Narcóticos (estado de sonolência ou torpor) Qualquer substância natural ou sintética que produz efeitos de analgesia pelo SNC. Classificação: Alcalóides do ópio = MORFINA, CODEÍNA Compostos sintéticos = MEPERIDINA, FENTANIL, TRAMADOL, METADONA Antagonistas narcóticos = NALOXONA Compostos de ação mista = BUTORFENOL Mecanismo de ação: Atuam nos receptores: Mi - μ Kappa - κ Delta - δ Sigma - σ Épsilon – ε Peptídeos endógenos Receptores opióides: Mi – μ: Efeitos: Analgesia supra-espinhal, depressão respiratória, euforia, dependência Agonistas: Morfina, Fentanil, Metadona Kappa – κ: Efeitos: Analgesia, sedação, miose Agonistas: Morfina, Fentanil, Butorfanol, Codeína Delta – δ: Efeitos: Alterações de comportamento Agonistas: Pentazocina, Nalorfina Sigma – σ: Efeitos: Alucinações, estimulação Agonistas: Morfina (++), Codeína (+) Épsilon – ε: Efeitos: Analgesia Agonistas: Endorfinas Farmacocinética: Via de administração: Subcutânea efeito analgésico rápido e período de ação prolongado Intramuscular Intravenosa necessidade de efeito rápido Oral metabolização (1 passagem) Epidural, intratecal, intra-articular Distribuição: SNC Fígado Rins Pulmão Músculos Metabolização: Sistema microssomal hepático Eliminação: Urina – 90% Fezes – 7-10% Farmacodinâmica: Efeitos Terapêuticos: Analgesia Antitussígeno (centro da tosse) Analgesia: Analgesia sem perda da consciência Diminui o limiar à dor Indiferença à dor medo, ansiedade, apreensão Efeito analgésico mais evidente dor crônica Efeito específico sobre a dor não altera tato, audição e visão Sistema Nervoso Central: DEPRESSÃO do snc (sedação) homens, primatas, cão EXCITAÇÃO do snc (medo, hiperatividade, febre) felinos, equinos, bovinos, suínos, caprinos e ovinos OBS: convulsões = doses elevadas Centro Emético: Estimulação da zona deflageladora dos quimiorreceptores Suínos, aves, equinos, coelhos e ruminantes não ocorre Cão potente efeito emético Gatos doses elevadas Sistema respiratório: Depressão dose-dependente da ventilação (receptores mi) Agonistas dos receptores mi depressão respiratória Agonistas dos receptores sigma estimulação respiratória Diâmetro pupilar: Contração humanos, primatas, cães Dilatação gatos, equinos, suínos, bovinos, caprinos e ovinos Centro termorregulador: Frio humanos, primatas, cães Calor gatos, equinos, suínos, bovinos, caprinos e ovinos Efeitos endócrinos: Aumenta a secreção do HAD (retenção de urina pelos rins) Diminui secreções biliares, gástricas e pancreáticas (constipação intestinal) Liberação da Histamina: Urticária e prurido no local da injeção Broncoconstrição Hipotensão Efeitos adversos: Quando o paciente não estiver sentindo dor, ou seja, quando as vias aferentes da dor não estiverem ativadas, os efeitos adversos dos fármacos opioides serão mais intensos. Principais medicamentos opióides usados na medicina veterinária: MORFINA CODEÍNA FENTANIL METADONA BUTORFANOL TRAMADOL NALOXONA MEPERIDINA MORFINA: Vias de administração = SC, IM, IT Efeitos terapêuticos = analgesia Efeitos colaterais = sedação, excitação, vômitos, náuseas, antitussígeno, depressor respiratório, miose, midríase, termorregulação, efeitos endócrinos, constipação, bradicardia, liberação de histamina Cães = 0,5 a 1 mg/kg, equinos = 0,05 a 1mg/kg, felinos = 0,05 a 1 mg/kg SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA = inicia em 2 e acaba em até 8 dias CODEÍNA: Derivado da morfina Efeito terapêutico = antitussígeno Efeito colateral = constipação BUTORFANOL: Derivado da morfina Agonista (kappa) e antagonista (mi) Efeito terapêutico = analgesia (4 a 7x > morfina, duração de 4 a 6 horas), antitussígeno (20x > codeína), não promove liberação de histamina e não deprime o centro respiratório METADONA: Derivado da morfina – composto sintético Efeito terapêutico = analgesia (meia vida plasmática de 15 a 20 horas), antitussígeno Menor efeito sedativo (morfina) Menor dependência (morfina) FENTANIL: Derivado da morfina – composto sintético Duração ultra curta de 2h Efeito terapêutico =analgesia (80 a 100x > morfina) Transdérmico = 72h MEPERIDINA: Composto sintético Efeito terapêutico = analgesia (10x > morfina), felinos, equinos e ruminantes Efeito colateral = excitação (<morfina), liberação de histamina (> morfina) TRAMADOL: Composto sintético Agonista dos receptores (mi) Captação de noradrenalina Liberação de serotonina Sinergismo analgésico AULA 11 – TRANQUILIZANTES E SEDATIVOS Tranquilizantes: Medicamentos que acalmam a agitação e hiperatividade do animal Doses pequenasprovocam depressão central discreta sem efeito narcótico Facilitam manobras semiológicas MPA = reduzem doses de anestésicos Intervenções cirúrgicas Terminologia: Tranquilização: estado de tranquilidade e calma. Paciente calmo, relaxado, consciente, alerta ao meio e com analgesia a estímulos leves Sedação: depressão dose-dependente do snc, paciente sonolento, não está alerta Traquilizante: medicamento capaz de diminuir a ansiedade sem provocar estado de sedação (perda ou redução da consciência) mas, obtendo um estado de traquilização Tranquilizantes: Contenção química e medicação pré-anestésica Classificação: FENOTIAZÍNICOS = clorpromazina, levomepromazina e acepromazina BUTIROFENONAS = azaperone e droperidol BENZODIAZEPÍNICOS = diazepan e midazolam Farmacocinética de fenotiazínicos e butirofenonas Absorção: TGI e via parenteral Distribuição: tecidos (fígado, pulmão, encéfalo) Biotransformação: oxidação, hidroxilação e conjugação Eliminação: fezes e urina Farmacodinâmica de fenotiazínicos e butirofenonas Mecanismo de ação: Bloqueio dos receptores dopaminérgicos (antagonista da dopamina) efeito tranquilizante ( dopamina regula comportamento, controle motor fino) Depressão do sistema ativador reticular (controla grau de atividade do SNS – estado vigília-sono) Bloqueio ALFA adrenérgico (simpatolíticos) Efeito anti-emético (agem no sentro do vômito) Estado de indiferença aos estímulos externos sem efeito hipnótico e sem perda da consciência Diminuição da agressividade dos animais Potencialização dos efeitos dos hipnóticos, dos anestésicos gerais, dos opióides e dos anti-inlamatórios Diminuição do limiar convulsivo Efeitos Tóxicos: SNC sonolência, apatia, excitação paradoxal em animais predispostos, diminuição do limiar convulsivo e hipotermia SNA hipotensão com taquicardia reflexa (bloqueio dos receptores alfa-1 adrenérgicos) – vasodilatação periférica Equinos priapismo (acepromazina) – duração e extensão dose-dependentes, bloqueio das fibras nervosas adrenérgicas relaxamento dos músculos retratores do pênis Contra Indicações: Uso da adrenalina receptores alfa-adrnérgicos bloqueados Anestésicos epidurais potencializam o efeito hipotensor dos anestésicos locais Animais epilépticos diminui o limiar convulsivo Indicações: Medicação pré-anestésica Potencializadores da analgesia (neuroleptoanalgesia) Antieméticos Benzodiazepínicos: Diazepam Midazolam Zolazepam Farmacocinética: Absorção: TGI IM – absorção irregular, formação de precipitados IV – medicação pré-anestésica, controle de convulsões Distribuição: Todo organismo Atravessa barreira hematoencefálica e placentária (lipossolubilidade) Alta ligação às proteínas plasmáticas (97-98%) Biotransformação: Microssomos hepáticos Eliminação: Renal Farmacodinâmica: Mecanismo de ação: Moduladores de efeitos induzidos pelo ácido gama-aminobutírico (GABA) no cérebro GABA principal neurotransmissor inibitório do SNC GABA RECEPTOR PÓS SINÁPTICO ABERTURA CANAIS DE CLORO HIPERPOLARIZAÇÃO PREVINE DESPOLARIZAÇÃO IMPEDE PASSAGEM DO ESTÍMULO NERVOSO Efeito Miorrelaxante: Musculatura esquelética Deprime reflexos supra-espinhais (tônus muscular) Efeito Ansiolítico: Sistema reticular ativador (alerta) Sistema límbico (ansiedade) Redução do comportamento agressivo Efeito sedativo/hipnótico: Formação reticular e sistema límbico (ciclo sono-vigília) Efeito anticonvulsivante: Aumento do limiar para convulsão Efeitos Tóxicos/antagonista Escassa incidência de efeitos adversos : Ataxia, excitação paradoxal 1981 FLUMAZENIL – antagonista dos receptores dos benzodiazepínicos Uso clínico: Reduzir a agressividade Promover miorrelaxamento de ação central Exercer efeto anticonvulsivante Usados na medicação pré-anestesica Sedativos Agonistas dos receptores ALFA-2 adrenérgicos (derivados das tiazinas) XILAZINA Romifidina DETOMIDINA Medetomidina Clonidina DEXMEDETOMIDINA Agentes sedativos clássicos sedação dose-dependente Farmacocinética: Absorção: via parenteral Distribuição: tecidos (particularmente SNC) Biotranformação: hepática Eliminação: renal Ruminantes: metabólitos ativos Farmacodinâmica: Mecanismo de ação: Ação agonista sobre receptores ALFA-2 adrenérgicos no SNC e periférico Diminui a liberação de noradrenalina central e perifericamente Diminuição de catecolaminas e substancias relacionadas ao estresse Aumento do tônus vagal Efeitos no SNC: Sedação Hipnose Relaxamento muscular Ataxia Analgesia Efeitos no sistema cardiovascular: Diminui o tônus simpático e aumenta a atividade parassimpática Bradicardia e arritmias bloqueios atrioventriculares de 1,2,3 graus Vasoconstrição e hipertensão transitória seguida da diminuição da resistência vascular sistêmica e hipotensão Vsodilatação esplência e diminuição do hematócrito Diminuição do débito cardíaco (30-50%) Outros efeitos: Diminuição da secreção de hormônio antidiurético Hiperglicemia (inibe secreção de insulina) Efeito ocitócico em bovinos Salivação Abaixamento da cabeça (equinos) Efeito analgésico visceral Antagonistas: Iombina Tolazolina Atipamezole Indicações: Contenção de animais Promoção de analgesia e miorrelaxamento de ação central Agente pré-anestesico Potencializam os efeitos dos anestésicos Neuroleptoanalgesia AULA 12 – ANESTÉSICOS LOCAIS Os anestésicos locais são agentes que bloqueiam reversivelmente a condução nervosa quando aplicados localmente no tecido nervoso sem causar dano ao tecido causando a perda da sensibilidade dolorosa. Características ideais de um anestésico local: Resistir a esterilizações Ter ação reversível e sem sequela Período hábil conhecido Não ser irritante ou tóxico Preço acessível + ser estável Estrutura química: Porção hidrofílica Cadeia intermediária Porção lipofólica Ligação: éster e amida Classificação: Éster: Procaína Cloroprocaína Tetracaína AÇÃO RÁPIDA Amida: Lidocaína Bupivacaína Ropivacaína AÇÃO LENTA Farmacocinética: Absorção (difusão): pH do meio, concentração do medicamento, lipossolubilidade Biotransformação e distribuição: hidrólise enzimática (enzimas hepáticas) Excreção: AMIDA – biliar ÉSTER – renal Farmacodinâmica: Toxicidade dos AL do tipo amida tem > probabilidade de ocorrer nos pacientes com doença hepática; Mecanismo de ação: Bloqueio dos canais de sódio Na superfície da membrana Na matriz da membrana Receptores proteicos Associação com outras substâncias: ADRENALINA BICARBONATO Uso dos anestésicos locais: Anestesia tópica Anestesia por infiltração Anestesia perineural Anestesia espinhal Anestesia intravenosa Anestesia intra-articular Métodos alternativos Anestesia tópica ou superficial: Drogas mais usadas são: BENZOCAÍNA, LIDOCAÍNA e TETRACAÍNA Pomadas, colírios ou spray Anestesia infiltrativa: Método mais comum e consiste em aplicar numerosas injeções SC, ID ou IM profunda de pequenos volumes da solução anestésica local nos tecidos Anestesia perineural: Ocorre injetando-se uma solução de AL na adjacência imediata de um nervo Ex: enucleação Bloqueio do plexo braquial Anestesia espinhal: Epidural o fármaco é injetado ao redor da membrana dura-máter – injeta-se a solução AL no espaço epidural (duramater), qualquer região (cervical, torácica, lombar e sacral) Raquianestesia anestésico depositado em contato direto com o líquor – raras vezes emprega-se em animais. Realizada entre a 2 e 3 lombar Anestesia intravenosa Injeção IV de AL em um membro com circulação ocluída por breve período por um torniquete Anestesia intra-articular Mais utilizada para fins diagnósticos (equinos) Efeitos colaterais: Apreensão comportamento irracional calafrios, vômitos, náuseas, olhar fixo perda da consciência tremores, opistótono, contrações morte AULA 13 – ANESTÉSICOS BARBITÚRICOS E NÃO BARBITÚRICOS (batbitúricos, propofol e etomidato) Mecanismos de ação: Potencializa os efeitos depressores do SNC pela ação do GABA Aumentaa afinidade do receptor GABA RECEPTOR PÓS SINÁPTICO ABERTURA CANAIS DE CLORO HIPERPOLARIZAÇÃO PREVINE DESPOLARIZAÇÃO DIMINUI ATIVIDADE NEURONAL Farmacocinética barbitúricos: Via de administração: exclusiva IV Injeção perivascular: dor, inflamação e necrose tecidual // Ph = 10-11 Cruzam rapidamente as barreiras orgânicas: Hematoencefálica Hematoplacentária (alta mortalidade em fetos em cesariana) Aumento da lipossolubilidade OBS: cuidado ao anestesiar pacientes obesos ou caquéticos Ligam-se à albumina plasmática Hipoalbuminemia Aumenta a fração de fármacos livres aumenta a potência do fármaco e seus efeitos adversos Efeito cumulativo doses complementares Retarda a recuperação anestésica Hipotermia, movimentos de pedalagem, excitação e ganidos Biotranformação e excreção Dificuldade na biotransformação hepática Deficiência em gordura corporal redistribuição Recuperação agitada Uso terapêutico e efeitos adversos: TIOPENTAL Indução da anestesia Procedimentos de curta duração – 10,15 min PENTOBARBITAL Agente anestésico único 60-120 min Não é usado em grandes animais > risco de depressão respiratória Retorno da anestesia tempestuoso Procedimentos experimentais em animais de laboratório (ratos) Sistema Cardiovascular: Bloqueio vagal inicial taquicardia transitória Diminuição da força de contração (inotropismo negativo) Diminuição do retorno venoso Diminuição da pressão arterial Diminuição do débito cardíaco Tiopental sensibiliza o miocárdio à ação das catecolaminas Sistema respiratório: Depressão respiratória diminuição da frequência e VM Deprimem a resposta do centro respiratório ao aumento do PaCo2 SNC: Desde sedação até coma Diminuição da pressão intracraniana traumatismo craniano Efeito anticonvulsivante Vantagens: Obtenção de bons planos anestésicos Ação anticonvulsivante (fenobarbital) Agente de eleição para eutanásia em várias espécies (pentobarbital sódico) Desvantagens: Inviabilidade me pacientes cardiopatas, hapatopatas, nefropatas, chocados idosos e cesarianas Biotransformação e recuperação tardias – efeito cumulativo Risco de delírio ou excitação durante a indução Via de administração somente IV – lesões extravasculares Não proporcionam bom relaxamento muscular Depressão cardiorrespiratória dose-dependente Composto Imidazólico – etomidato Potente agente hipnótico Útil na indução da anestesia Não possui efeito analgésico Curta duração de efeito – 10/15 min Relaxamento muscular razoável Farmacocinética: 65-75% ligação às proteínas plasmáticas Rápida distribuição para o cérebro, baço, pulmão, fígado e intestino (rápida indução) Biotransformação (Rápida recuperação) Capacidade de hidrolisar ésteres no fígado e no plasma Excreção 87% urina e 13% bile Não possui efeito cumulativo Uso terapêutico: Sistema cardiovascular: Ideal para cardiopatas Alterações discretas Aumento discreto da FC, VS, e DC Não sensibiliza o miocárdio às catecolaminas Sistema respiratório: Pode ocorrer apneia respiratória Não há depressão respiratória SNC: Diminuição da pressão intracraniana Diminuição do metabolismo do tecido nervoso Efeitos adversos: Dor à injeção, mioclonias, excitação e vômitos Suprime a secreção de cortisol por inibição enzimática (6h) Hemólise (propilenoglicol) Indicações: Indução em pacientes traumatizados Distúrbios severos do miocárdio Instabilidade cardiovascular Lesão intracraniana Afecções hepáticas Cesarianas Alquifenol – Propofol Coloração branca característica (aspecto leitoso) Contém óleo de soja, fosfolipídios purificados, glicerol e lecitina de ovo Não contém conservantes Crescimento bacteriano Não usar depois de aberto por mais de 6h Ph = 7,0-8,5 Empregado com segurança em animais idosos e debilitados É o único agente intravenoso que pode ser utilizado tanto na indução quanto na manutenção anestésica Anestesia total intravenosa Farmacocinética: 97-98% ligação às proteínas plasmáticas Hipoalbuminemia baixa dose Biotransformação hepática e extra-hepática (plasmática e pulmonar) Excreção renal Recuperação mais prolongada em gatos deficiência em conjugar fenóis Não possui efeito cumulativo Uso terapêutico: Anestésico de curta duração Aplicação única, injeção contínua ou doses repetidas sem despertar tardio Indução e recuperação satisfatória (sem excitação com MPA) Dor à injeção Ausência de analgesia Relaxamento muscular moderado Sistema respiratório: Pode ocorrer apneia transitória Baixa VM e F Alta PaCO2 Sistema Cardiovascular: Baixa PA, DC e FC Inotropismo negativo Não é arritmogênico Outros efeitos: Atravessa barreira placentária Depressão fetal (dose-dependente) Efeitos adversos mínimos na função hepática e renal Indicação: Empregado com segurança em pacientes de alto risco com ampla margem de segurança Cesariana Reações adversas: Mioclonias e excitação transitória (menor incidência com administração prévia de benzodiazepínicos) AULA 14 – ANTICONVULSIVANTES E ANTIDEPRESSIVOS Convulsões: - INIBITÓRIO X EXCITATÓRIO Foco de neurônios excitável recruta outros neurônio propaga a convulsão Anticonvulsivantes: agem bloqueando o início e previne a difusão da descarga para neurônios vizinhos. Barbitúricos Benzodiazepínicos Brometo de potássio Imepitoina Barbitúricos – Fenobarbital: Mecanismo de ação: Aumento do GABA Redução da despolarização Bloqueio da entrada de Ca2+ Farmacocinética: Ácido fraco, lipofílico VO, parenteral Meia vida de 2 dias Nível sérico: 2 semanas (vo) Metabolização hepática Excreção urinária Indicações clínicas: Epilepsia Efeitos colaterais: Sedação Hepatotoxicidade Benzodiazepínicos – Diazepam Mecanismo de ação: Potencializa a ação do GABA Farmacocinética: Lipossolúvel IV, IR, IM Tolerância 1 a 2 semanas Indicações Clínicas Efeitos Colaterais Brometo de Potássio Mecanismo de ação: Decréscimo da excitabilidade neuronal Farmacocinética: VO Meia vida de 25 dias Nível sérico: 2 a 3 meses (vo) Indicações Clínicas Efeitos Colaterais Antidepressivos: problemas com: Agressão Medo Ansiedade Compulsão e disfunção comportamental Fármacos: Deprenil Fluoxetina Amitriptilina DEPRENIL: Mecanismo de ação: Inibidores da MAO Farmacocinética: Vo Metabolização hepática Excreção Urinária Indicações Clínicas Efeitos Colaterais: Vocalização Inquietação Apatia FLUOXETINA: (inibidores da captação de serotonina) Mecanismo de ação: Aumentam o nível de serotonina Farmacocinética: Vo Resposta terapêutica em 4 a 5 semanas Indicações Clínicas Efeitos Colaterais: Sedação Sinais de TGI AMITRIPTILINA: (inibidores da captação de serotonina) Mecanismo de ação: Potencializam a ação da serotonina Farmacocinética: Vo Resposta terapêutica em 5 a 6 semanas Indicações Clínicas Efeitos Colaterais: Constipação Ansiolíticos – Benzodiazepínicos Diazepam Alprazolam Clorazepato Indicações: Distúrbios da ansiedade Síndrome da ansiedade da separação Marcação excessiva urinária pelos gatos OBS: narcolepsia – amitriptilina, imipramina AULA 15 – ANESTESIA INALATÓRIA Características da anestesia inalatória: Via aérea Manutenção das vias aéreas associada à administração de O2 Propiciam rápida indução e recuperação Maior dificuldade na manutenção dos planos anestésicos Taxa de biotransformação menor que os agentes intravenosos (maioria) Excreção basicamente pulmonar Utilização de aparelhos específicos para o procedimento Anestésico Inalatório: Gás ou líquido (com grande pressão de vapor) capaz de produzir anestesia geral quando respirado: Éter Clorofórmio Halotano Isoflurano Metoxiflurano Enflurano Sevoflurano Desflurano Óxido nitroso Concentração Alveolar Mínima (CAM) – Concentração alveolar de um anestésico necessária para abolir movimentos em resposta a um estímulo doloroso em metade dos pacientes testados. Pressão Parcial: é a pressão individual de cada gás na mistura gasosa PaT somatória daspressões parciais dos gases constituintes – cada gás exerce sua própria pressão parcial Solubilidade: Expressa em termos de coeficiente de partição Capacidade de 2 solventes (gás alveolar, sangue) para alojar um determinado anestésico Relação entre a concentração do anestésico nos 2 lados após alcançado o equilíbrio das pressões Coeficiente de solubilidade sangue/gás (Cs/g) Indica a solubilidade do agente anestésico no sangue Relacionado à velocidade de indução e recuperação anestésicas, bem como de mudanças de plano anestésico Baixo Cs/g rápida indução e recuperação Alto Cs/g lenta indução e recuperação Obs: no final da anestesia: diferença entre as pressões parciais eliminação e recuperação da anestesia. Objetivo: pressão parcial cerebral Pp Cerebral Pp sg arterial Pp alveolar Distribuição dos anestésicos depende do fluxo sanguíneo tecidual Fatores que alteram a absorção, distribuição e eliminação: Concentração inspirada Circuito anestésico Ventilação alveolar Débito cardíaco Tempo de anestesia Anestésicos Inalatórios: Mecanismo de ação: Impedem a transmissão neuronal em várias áreas do SNC Agem nas proteínas e nos lipídeos da membrana Intensificam os inibidores ou deprimem os excitatórios Alteram a produção, liberação e captação de vários neurotransmissores Acetilcolina, noradrenalina, dopamina, serotonina, adrenosina, GABA, glutamato, asparato, Ca+, opióides endógenos, óxido nítrico. Anestésico geral inalatório ideal: Estável (sem conservantes) Não inflamável Facilmente vaporizado sob condições ambientais Baixa solubilidade Potência anestésica Não ser irritante Ausência de depressão cardiovascular e respiratória Não ser biotransformado Compatível com catecolaminas e outros fármacos vasoativos Fornecer relaxamento muscular Baixo custo ÓXIDO NITROSO: Características gerais: Gás inorgânico não explosivo Pode provocar hipoxemia [ ] de 50 a 60% Baixíssima potencia não produz anestesia geral Analgésico Se difunde facilmente para as cavidades Não interromper abruptamente hipóxia Eliminado via respiratória e cutânea Estimulação da atividade simpática e liberação de catecolaminas Estimulação cardiovascular arritimias Pouca alteração respiratória Diminui o fluxo sanguíneo renal HALOTANO: Características gerais: Primeiro halogenado Liquido incolor, não inflamável, instável (se decompõe ao efeito da luz) Solúvel na borracha Odor agradável Indução e recuperação tranquilas Efeitos cardiovasculares: Efeitos dependentes da dose Depressão cardiovascular Aumento da automaticidade arritmias Sensibilidade a catecolaminas Efeitos respiratórios: Depressão dose-dependente Outros Efeitos: Hipertermia maligna humanos, suínos, equinos e caninos Miopatia farmacogenética Biotransformação hepática Hepatite e necrose hepática Não é analgésico dor na recuperação Não é irritante ISOFLUORANO Efeitos cardiovasculares: Efeitos similares ao Halotano Maior margem de segurança Potência relativamente alta CAM não altera de forma acentuada a função cardiovascular Não induz arritmias Outros efeitos: Depressão respiratória levemente acima do halotano Broncodilatação Não produz lesão hepática Baixo fluxo sanguíneo e urina Recuperação rápida Irritação das mucosas SEVOFLUORANO Características gerais: Similar ao isofluorano Potência média Indução e recuperação muito rápidas Odor inexistente Efeitos no organismo: Mantem o fluxo sanguíneo hepático mas reduz o renal Não induz nefrotoxicidade Hipertermia maligna DESFLUORANO Características Gerais: Altíssima pressão de vapor Inflamável Irritante para as vias respiratórias A mais rápida indução e recuperação anestésica Baixíssima potência Efeitos no organismo: Promove aumento da FC, Hipotensão Deprime a contratilidade do Miocárdio Não sensibiliza o miocárdio a catecolaminas Depressão respiratória Mínimos efeitos renais e hepáticos Recuperação rapidez e excitação AULA 16 – ANESTESIA DISSOCIATIVA Anestésicos Dissociativos Conceito: Dissociação seletiva entre o córtex cerebral e o sistema límbico, causando analgesia e “desligamento” do meio ambiente, sem perda dos reflexos protetores Cetamina Tiletamina Características: Estado cataleptoide Olhos abertos Nistagmo lento Reflexos presentes Midríase Aumento do tônus muscular Movimentos musculares dissociados do ato cirúrgico Salivação Analgesia intensa Mecanismo de Ação – Derivados da Fenciclidina - Inibição dos receptores NMDA CETAMINA Ph baixo (3,5) irritante para os tecidos (dor à injeção IM) Rápido início de ação (IV/IM) alta lipossolubilidade Redistribuição para os tecidos magros (não para gordura) Metabolismo hepático depuração Excreção Renal menos de 5% inalterado Gato 87% inalterado na urina Isômeros: Isômero R (-) Isômero S (+) Alta analgesia, baixos efeitos indesejáveis Anestesia de curta duração Recuperação rápida Mais potente que mistura racêmica (S(+)R(-)) Convulsões: Não determina convulsões no homem Subdoses podem ter efeito anticonvulsivante Em animais pode determinar convulsões (pacientes com histórico prévio) Em geral deve evitar-se nesse tipo de paciente Pressão intracraniana: Alto fluxo sanguíneo cerebral aumento PIC Evitar uso em casos de traumatismo craniano Pressão intraocular: Aumento da PIO (independente da PA) Aumento do tônus muscular extra-ocular Lesão corneal grave risco de expulsão do conteúdo intra-ocular Efeitos no tônus muscular: Aumento do tônus muscular Tremores e rigidez do pescoço Episódios catalépticos Movimentos involuntários Efeitos cardiovasculares: Aumento da FC, DC, PAP, e PVC (aumento do tônus simpático) Efeito inotrópico positivo (aumento de consumo de o2) Efeito arritmogênico X anti-arritmogênico Efeitos respiratórios Diminuição da F e VC (volta em 15 min) Apneia transitória Doses altas padrão apnêustico Sobredose apneia persistente Aumenta secreções do TR TILETAMINA – ZOLAZEPAM Latência = 7-8 min (IM) 30-60 seg (IV) Período hábil anestésico = 15 a 30 minutos Recuperação completa após 4 horas (IM) Usos terapêuticos e efeitos adversos e/ou tóxicos: Ampla margem de segurança Administração por outras vias (além de IV) Domésticos e selvagens Indução anestésica Realização de pequenos procedimentos cirúrgicos ou diagnósticos Limitações = período hábil e manutenção do plano anestésico (repetição da dose) Tipo de anestesia diferente dos demais: - não há perda dos reflexos protetores - olhos abertos - midríase - não há relaxamento muscular - sialorreia (felinos e ruminantes)
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