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MANUAL DO ADVOGADO TRABALHISTA

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MANUAL DO ADVOGADO TRABALHISTA - ADVOCACIA TRABALHISTA 
ADVOCACIA TRABALHISTA PASSO A PASSO - MANUAL DO ADVOGADO TRABALHISTA
Autor: Prof. Wadih Habib, Mestre em Ambiental, especialista em Direito e Processo do  Trabalho e em Direito Processual Civil,  Advogado, sócio da HABIB ADVOCACIA, Diretor Executivo da Faculdade Dom Pedro II, Coordenador e Professor da Pós Graduação em Direito e Processo do Trabalho do Juspetrum e da Faculdade Dom Pedro II.
                                
                        
Passo 1
 O PRIMEIRO CONTATO ADVOGADO X CLIENTE
Este momento é de suma importância para o advogado e cliente, pois, geralmente é o primeiro contato entre ambos, assim, há uma avaliação recíproca, o cliente procura descobrir se o advogado possui conhecimentos jurídicos, se é confiável, se tem uma boa postura, boa linguagem, se se veste adequadamente, isto é, de acordo com o padrão exigido pela profissão, enfim, busca averiguar se o profissional escolhido tem condições legítimas de representar bem a causa que pensa em lhe confiar.
Evidentemente, neste primeiro momento há uma certa reserva do cliente em relação ao advogado, assim, ele busca elementos que o ajudem a formar um juízo de valor acerca do profissionalismo e competência daquele  que pretende contratar, portanto, a postura ética e zelo com a imagem são requisitos fundamentais para a conquista da confiança do futuro cliente, fazendo um paralelo entre o advogado e o médico, imagine se você buscasse um profissional da medicina para cuidar da sua saúde e, ao se dirigir ao consultório médico, ali encontrasse um profissional mal vestido, com as roupas respingadas de sangue, o consultório sujo e desarrumado, que confiança você depositaria nesse profissional,  creio que nenhuma, o mais provável é que você saísse correndo do consultório, o mesmo ocorre com o cliente que busca um profissional da advocacia, se ele não confiar, com certeza não contratará.
Por sua vez, o advogado, avalia o potencial cliente da seguinte forma: a) pela narrativa da causa para verificar as chances de êxito; b) pelos valores envolvidos na lide; c) pelo grau de relacionamento do cliente na sociedade em que vive e, se ele poderá lhe indicar outros clientes. Portanto, são vários fatores envolvidos, que se somam para definir se haverá contratação, ou não.
Nesta ocasião, o advogado deverá ser imparcial e sincero, avaliando as reais condições da causa, se entender que o cliente não tem chances de êxito, deverá avisá-lo, inclusive informando do risco de condenação em honorários de sucumbência, quando se tratar de causa de natureza civil, recusando, consequentemente o patrocínio da causa. Se, entretanto, entender que a causa é viável, deverá celebrar a contratação de modo escrito, nos termos como descrito no tópico abaixo.
         
Passo 2
O CONTRATO DE HONORÁRIOS
O contrato escrito serve para dar segurança a ambas as partes, tornando as regras claras, assim, o cliente sabe o quanto vai pagar, de que forma e a contraprestação que receberá em troca. Por sua vez, o advogado sabe o quanto irá receber, de que forma e a quantidade de serviços que deverá prestar.
A contratação de forma escrita torna-se imperiosa, ainda mais, porque as causas tendem a demorar e, com o passar do tempo, o natural é que as pessoas esqueçam o que foi combinado verbalmente, surgindo aí as dúvidas e impasses que podem prejudicar a relação entre cliente e advogado, portanto, a formalização do ato é benéfica para ambos, não devendo nunca ser negligenciado.
O contrato de prestação de serviços advocatícios é regido pela Lei 8.906/94, sendo que o   § 4º do art. 22, assim se pronuncia: “Se o advogado fizer juntar aos autos o seu contrato de honorários antes de expedir-se o mandado de levantamento ou precatório, o juiz deve determinar que lhe sejam pagos diretamente, por dedução da quantia a ser recebida pelo constituinte, salvo se este provar que já os pagou”. Para celebração do contato também devem ser observadas as disposições do código civil, notadamente, no que diz respeito aos negócios jurídicos, artigos 104 e seguintes.
Importante ressaltar que o art. 24 da Lei 8.906/94 (Estatuto da Advocacia), prevê que o contrato escrito de honorários de advogado é título executivo extrajudicial, não exigindo, para esse mister a assinatura de duas testemunhas, nesse sentido já decidiu o STJ, cuja transcrição parcial do acórdão se faz abaixo:
"(...)A Lei 8.906/94 estabelece no art. 24 que o contrato escrito de honorários é título executivo. Não menciona a necessidade de assinatura de duas testemunhas. Certamente, não é possível considerar este contrato regulado na lei especial enquadrado na regra do art. 585, II, do Código de Processo Civil. Se o legislador desejasse impor a exigência teria incluído o comando no art. 24. Como não incluiu, não é necessário, nos casos de contratos de honorários, afastar a validade do contrato como título executivo porque ausente a assinatura de duas testemunhas. Entende não existir  violação ao art. 585, II, do CPC." (STJ, Resp n. 226.998/DF, Terceira Turma, Min. Carlos Alberto Menezes Direito, j.03.12.1999).
Entretanto, percebe-se que a ausência da assinatura de duas testemunhas no contrato tem  gerado discussão judicial, tendo havido alguns casos em que o juiz de primeiro grau extinguiu a execução, por entender que o contrato não preencheu o requisito previsto no art. 585, II, do CPC, a exemplo do processo de nº 70067744111, da Comarca de Porto Alegre, sendo certo, que o TJ do Rio Grande do Sul, reformou a decisão, com base no acórdão do STJ citado acima. Para evitar qualquer tipo de discussão judicial a nossa recomendação é que se colha, no contrato, a assinatura de duas testemunhas.
  
Dispõe o Estatuto da Advocacia que no processo judicial, o advogado contribui, na postulação de decisão favorável ao seu constituinte, ao convencimento do julgador, e seus atos constituem múnus público. Portanto, o contrato de honorários advocatícios constitui-se em uma obrigação de meio, vez que o contratado somente se compromete a empregar seus conhecimentos técnicos para a obtenção de determinado resultado, sem, no entanto, responsabilizar-se pelo sucesso da causa, pois, o advogado apenas possui o poder postulatório, ficando o poder decisório a encargo do Estado-Juiz.
Desta forma, o papel do advogado se limita a apresentar teses jurídicas, fundamentadas dentro da boa técnica processual, com a finalidade de formar o convencimento do juízo.
É O CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ADVOCATÍCIOS UMA RELAÇÃO DE CONSUMO, REGIDA PELO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR?
Em resposta a essa indagação transcreve-se importante decisão do STJ, onde analisando um caso concreto assim se pronunciou:
 RECURSO ESPECIAL Nº 532.377 - RJ (2003/0083527-1)
EMENTA
PROCESSO CIVIL. AÇÃO DE CONHECIMENTO PROPOSTA POR DETENTOR DE TÍTULO EXECUTIVO. ADMISSIBILIDADE. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ADVOCATÍCIOS. INAPLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
O detentor de título executivo extrajudicial tem interesse para cobrá-lo pela via ordinária, o que enseja até situação menos gravosa para o devedor, pois dispensada a penhora, além de sua defesa poder ser exercida com maior amplitude. Não há relação de consumo nos serviços prestados por advogados, seja por incidência de norma específica, no caso a Lei n° 8.906/94, seja por não ser atividade fornecida no mercado de consumo. As prerrogativas e obrigações impostas aos advogados - como, v. g., a necessidade de manter sua independência em qualquer circunstância e a vedação à captação de causas ou à utilização de agenciador (arts. 31/ § 1° e 34/III e IV, da Lei n° 8.906/94) - evidenciam natureza incompatível com a atividade de consumo. Recurso não conhecido.
Relator:  MINISTRO CESAR ASFOR ROCHA.
Portanto, da decisão citada percebe-se que a relação entre advogado e cliente não é relação de consumo, ainda que o exercício da advocacia possa importar, eventualmente e em certo aspecto, espécie do gênero prestação deserviço, é ela regida por norma especial, que regula a relação entre cliente e advogado, além de dispor sobre os respectivos honorários, afastando a incidência de norma geral. De outra modo, conforme explicitado pelo v. acórdão citado, os  serviços advocatícios não estão abrangidos pelo disposto no art. 3°, § 2°, do Código de Defesa  do Consumidor, mesmo porque não se trata de atividade fornecida no mercado de consumo.
Tratadas as questões pertinentes e relevantes quanto ao tema contrato de honorários advocatícios, apresenta-se a seguir um roteiro de elaboração, apenas a título de ilustração, uma vez que as cláusulas devem ser livremente pactuadas entre as partes, desde que observem os princípios morais, éticos e as prescrições legais aplicáveis.
MODELO DE CONTRATO DE HONORÁRIOS
CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ADVOCATÍCIOS
              CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ADVOCATÍCIOS, que entre si, fazem, de um lado ANTÔNIO SANTOS, brasileiro, solteiro, comerciário, inscrito no CPF/MF sob nº 00000000000-00, portador do RG nº   00000, SSP/BA., residente e domiciliado na Rua Amazonas, 20, Centro, Simões Filho, Bahia, doravante denominado CONTRATANTE e, do outro lado, AGNALDO SILVA, brasileiro, casado, Advogado inscrito na OAB/BA., sob nº 00000, CPF/MF sob nº 000000000, com escritório profissional localizado na Rua Augusta, 10, Salvador/Bahia, doravante denominado CONTRATADO, sob as seguintes cláusulas contratuais:
              01- O objeto do presente contrato constitui-se em o CONTRATADO ajuizar e acompanhar reclamação trabalhista em face de XXXXXXXX  Ltda., até o trânsito em julgado da decisão, bem assim, na fase de execução nos moldes como previsto na cláusula 05, do presente instrumento.
              02- - Em contraprestação o CONTRATANTE se compromete a remunerar os serviços do CONTRATADO com o percentual de 20% (vinte por cento), sobre a vantagem econômica auferida no referido processo.
              03 - O CONTRATANTE declara aceitar a condição de caracterizar a presente prestação de serviços, uma obrigação de meio, não obstante responda o CONTRATADO pelos danos e perdas, oriundos da falta de diligência na execução do objeto do presente contrato.
              04 - As custas e despesas processuais decorrentes do processo em acompanhamento correm por conta do CONTRATANTE, bem como, os honorários do contador para elaboração da conta de liquidação. De logo fixados em 1% (um por cento), sobre o valor dos cálculos.
              05. Em caso de Embargos à execução os honorários serão acrescidos de mais 7% sobre o valor da execução nos termos do item 49 da tabela de honorários da OAB.
                  06- Se não houver concordância expressa e por escrito do CONTRATADO, o acordo ou a transação, feitos pelo contratante e a parte contrária não prejudicarão o direito aos honorários na forma como pactuado no presente instrumento, bem assim, aqueles advindos da sucumbência.
                  07- Se a causa exigir serviços fora da Comarca-Sede do CONTRATADO, implicando em deslocamentos, fica ressalvado ao CONTRATADO o direito de executá-lo pessoalmente, ou por Advogado substabelecido, correndo por conta do contratante, na primeira hipótese as despesas de viagem, estadia e transporte. Na segunda hipótese arcará com os honrorários do substabelecido.
                  08- Fica assegurado ao CONTRATADO o direito de cobrar na íntegra os honorários ajustados no presente contrato e os decorrentes da sucumbência se, sem culpa sua, teve revogado o mandato;
              09- Em Caso de rescisão do presente contrato por parte do CONTRATANTE, deverá este notificar o CONTRATADO com antecedência de 30 (trinta) dias, quitando os honorários pactuados.
              10- Em Caso de rescisão do presente contrato por parte do CONTRATADO, deverá este, notificar o CONTRATANTE com antecedência de 30 (trinta) dias, e acompanhar os processos até o final deste prazo.
              11- O prazo de duração do presente contrato é o mesmo da duração do processo.
         12– O presente contrato abrange somente a prestação contida na cláusula primeira deste instrumento. Qualquer ação subseqüente, embora correlata, fica sujeita à celebração de um novo contrato.
              13- Fica eleito o foro da comarca de Salvador-Ba., para dirimir qualquer dúvida oriunda do presente instrumento, não obstante a idoneidade e sinceridade do propósito de ambas as partes.
              E por se acharem de comum acordo, assinam o presente contrato em duas vias, sem rasuras nem espaços, na presença das testemunhas abaixo:
                                      Salvador-Ba., 20 de março de 2012.
CONTRATANTE: ________________________________________
                          CPF:
CONTRATADO:  _______________________________________
                            OAB:
TESTEMUNHAS:
_________________________________________
Nome
RG.
CPF.
_____________________________________________
Nome
RG.
CPF.
PASSO 3
                        
  A ENTREVISTA COM O CLIENTE
Aceita a causa e celebrado o contrato de honorários, deverá o Advogado, investigar junto ao cliente, todos os fatos da causa, começando por identificar a categoria econômica à qual pertence o reclamante e o respectivo sindicato, tal verificação é de extrema importância para que o Advogado cheque se existem acordo, convenção ou dissídio coletivo, estabelecendo outros direitos além daqueles previstos na legislação, é muito comum a existência de condições especiais e vantagens oriundas da negociação coletiva, a exemplo de estabilidades especiais, como a do aposentável no sindicato dos metalúrgicos, percentuais de horas extras maiores que o previsto na Constituição, adicional noturno diferenciado, jornada de trabalho menor que a prevista na legislação etc., portanto, se não houver a investigação da existência de condições especiais, corre-se o risco de causar prejuízo ao constituinte, uma vez que a reclamação trabalhista será proposta apenas com a observância dos direitos assegurados na Constituição da Republica e na CLT.
Deverá, ainda, ser verificado se existe lei especial que regule a profissão exercida pelo reclamante, a exemplo da lei que regula a profissão dos músicos, dos médicos, advogados, dentre outras profissões.
                      PERGUNTAS INVESTIGATIVAS DOS FATOS DA CAUSA
Para efeitos didáticos, como em tópico posterior será elaborada a petição inicial, imaginemos que estamos entrevistando o Cliente de nome Antônio Santos, assim, as seguintes perguntas deverão ser formuladas:
1) Em qual empresa trabalhou, endereço e CNPJ? R: empresa Tintas & Tintas Ltda., inscrita no CNPJ/MF sob nº 0000000000-00, com sede localizada na Rua Castro Silva, 10, Salvador/BA., (normalmente estas informações se obtém checando documentos, assim como boa parte das perguntas abaixo formuladas); 2) quando foi admitido? R: 05/01/2011; 3) em qual função? R: Auxiliar Administrativo I, 4) O que fazia nesta função; R: fazia lançamentos de contas a pagar e receber? 5) quando saiu? R: 06/05/2011; 6) houve algum motivo para a sua dispensa? A iniciativa de sair do emprego foi sua? R: foi o patrão que resolveu me mandar embora sem que eu desse qualquer motivo; 7) recebeu aviso-prévio? R: Não; 8) recebeu o pagamento das verbas rescisórias e em caso positivo quando? R: Até a presente data não recebi nada do que tinha direito; 9) qual sua última remuneração? R: R$ 600,00; 10) sua carteira de trabalho foi assinada? R: Não (evidentemente se a carteira não foi anotada não houve o recolhimento do FGTS; 11) qual o horário de trabalho? R: de segunda à sexta-feira das 8h00min às 18h00min, 12) Tinha intervalo para almoço e em caso positivo de quanto tempo? R: tinha intervalo de duas horas: 13) trabalhava de que dia a que dia; R: segunda a sábado; 14) sábado trabalhava no mesmo horário; R: não, nos sábados trabalhava das 08h às 13h00;15) Trabalhava em dias de feriados ou em domingos? R: não; 16)  recebeu o pagamento dashoras extras;R: não; 17) havia algum tipo de controle de ponto? R: sim, havia uma folha de ponto manual? 18) nesta folha anotava corretamente o horário de entrada e saída do trabalho? R: Não, somente constava o horário que o patrão determinava, não podia constar hora extra? 19) havia alguém que desempenhasse a mesma função que você e ganhasse mais? R: sim havia, desde o meu primeiro dia de trabalho que passei a desenvolver as mesmas atribuições exercidas por Mário Peixoto, que percebia o salário mensal de R$ 800,00 (oitocentos reais) e era enquadrado na função de auxiliar administrativo II; 20) quais eram as atividades que ele desempenhava e quais as suas? R: ele era responsável pelo fechamento das faturas mensais, contas a pagar e a receber, eu desempenhava essas mesmas funções; 21) ele tinha uma produtividade maior que a sua ou uma maior perfeição técnica no desempenho da atividade? R: Não; 22) sabe dizer há quanto tempo ele desempenhava essa função? R: há mais ou menos um ano ( o objetivo das perguntas de nºs 18 e 19, é verificar o preenchimento dos requisitos previstos no art. 461 da CLT, pois para que seja devida a equiparação salarial é necessário que haja identidade de funções, mesma localidade de prestação de serviços, igual produtividade e perfeição técnica, bem assim, tempo de serviço na função inferior a dois anos); 23) sabe dizer se existe acordo coletivo entre sua empresa e o sindicato da categoria? Convenção ou dissídio coletivo? (evidentemente, essas informações se busca junto ao sindicato da categoria, pois nem sempre o reclamante tem conhecimento desses fatos). R: o sindicato é novo e tenho certeza que não conseguiu nenhum benefício para nós; algum tipo de perseguição por parte de superior hierárquico, ou algum tipo de assédio? R: não; 25) sofreu constrangimentos ou humilhações? R: não; 26) durante a relação empregatícia desenvolveu alguma doença profissional ou sofreu acidente do trabalho e em caso positivo ficou afastado por quanto tempo do emprego? R: negativo. 27) Tem mais algum fato que o Senhor se lembre e que possa ser relevante para a nossa ação? R: não. Finalizada a entrevista, é sempre bom que se colha a assinatura do reclamante, para evitar que depois ele diga que não narrou os fatos daquela forma, como colocado na petição inicial.
           
                            
PASSO 4
DA ELABORAÇÃO DA PETIÇÃO INICIAL
Na elaboração da inicial deve-se atentar para os requisitos objetivos previstos no artigo 840 da CLT e 282 do CPC, conforme será detalhado adiante, porém, tão importante quantos estes requisitos objetivos, temos os requisitos subjetivos que são: CLAREZA, PRECISÃO E CONCISÃO, que consistem em:
a) Clareza: a petição deverá expor os fatos de uma forma simples, objetiva, sem rodeios, obedecendo a uma cronologia lógica que torne os fatos compreensíveis para o Juiz, na primeira leitura;
b) Precisão: Além de claros os fatos devem ser precisos, isto é, dotados de uma precisão de detalhes que não deixe nenhuma informação relevante escapar da petição inicial, exemplificando, se há pleito de horas extras, não basta apenas mencionar a jornada de trabalho, é preciso que constem as seguintes informações: 1) se havia pagamento de horas extras, ainda que de forma parcial; 2) se havia, ou não, controle de jornada e de que modo; 3) se os horários consignados nos mesmos correspondiam à realidade, ou o empregador ditava os horários que deveriam ser apostos nos referidos controles;
c) Concisão: de muita importância é que a petição inicial seja breve, ou seja, que transmita a mensagem de forma clara e precisa, porém, com o menor número de laudas possível. Evidentemente, que em alguns casos será necessário se estender sobre determinado ponto para que fique claro, entretanto, mesmo assim, a concisão deverá ser perseguida.
                               REQUISITOS OBJETIVOS
A CLT, no artigo 840, traz os requisitos da petição inicial trabalhista, assim preceituando:
 “ Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.
§ 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante.
       
§ 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que couber, o disposto no parágrafo anterior.”
Por sua vez o artigo 282 do CPC estabelece:
Art. 282. A petição inicial indicará:
I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida;
II - os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu;
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
IV - o pedido, com as suas especificações;
V - o valor da causa;
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;
VII - o requerimento para a citação do réu.
Da análise dos dois dispositivos percebe-se que a CLT é bem mais sucinta que o CPC, analisemos os pontos comuns dos dois artigos citados:
a) Necessidade da indicação da autoridade judiciária a quem a petição é endereçada;
b) Qualificação das partes,
c) Os fatos e os fundamentos jurídicos do pedido, também deverão ser aplicados ao processo trabalhista, estando compreendido na breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio prevista na CLT, assim, entende-se que a causa de pedir deve se fazer presente na reclamação trabalhista, por se tratar do fato constitutivo da relação jurídica de direito material na qual o autor apóia a sua pretensão. Desta forma, a causa de pedir deve conter a afirmação da existência de uma relação jurídica (fundamento jurídico) e a afirmação da existência de um fato particular, calcado nesta  relação jurídica, que dá origem ao direito invocado (fato constitutivo do direito)[1];
d) O pedido com suas especificações;
e) Data e assinatura;
Estes são os pontos comuns entre os dois dispositivos, restando então a seguinte indagação: são desnecessárias no processo trabalhista: 1)  a indicação do valor da causa? 2) o requerimento de produção de prova e a indicação dos meios? E 3) o requerimento para citação (notificação) do réu?  Analisemos cada uma delas.
                
INDICAÇÃO DE VALOR DA CAUSA
                  
Com o advento do rito sumaríssimo na justiça do trabalho a atribuição de valor à causa se tornou imprescindível para definição do rito, assim, a toda causa deverá ser atribuído um valor. Ademais, o artigo 789 da CLT ao estabelecer o percentual de custas a ser cobrado na justiça do trabalho dispõe que este incidirá: a) quando houver acordo ou condenação sobre o respectivo valor; b) quando houver extinção do processo sem julgamento do mérito, ou julgado totalmente improcedente o pedido, sobre o valor da causa; c) no caso de procedência do pedido formulado em ação declaratória e em ação constitutiva sobre o valor da causa; d) quando o valor for indeterminado sobre o que o juiz fixar.
Portanto, vê-se que é de extrema importância a atribuição de valor à causa, não somente para definição do rito (sumário, sumaríssimo ou ordinário), bem assim, para efeito do cálculo das custas processuais, pois, havendo fixação pela parte, o juiz deverá se ater a este valor para efeito do cálculo das custas.
 REQUERIMENTO DE PRODUÇÃO DE PROVA
A teor do que dispõe o art. 845 da CLT, o reclamante e o reclamado comparecerão à audiência acompanhado de suas testemunhas, apresentando, nessa ocasião, as demais provas. Por sua vez o artigo 765, diz que “os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção do processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas”. O art. 852-D, quando trata do procedimento sumaríssimo, diz que o Juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a serem produzidas.
Da análise dos artigos citados no parágrafo anterior,percebe-se que a CLT não exige que o autor ou réu indiquem as provas com que pretendem demonstrar a verdade dos fatos alegados, entretanto, é de bom tom, que na inicial ou contestação se especifique os meios de prova que serão utilizados, devendo ainda conter o requerimento de depoimento pessoal da parte contrária.
REQUERIMENTO DE CITAÇÃO
Pelo que se depreende da redação do art. 841 da CLT, notificar a parte contrária para comparecer à audiência designada, remetendo cópia da petição inicial é uma atribuição da secretaria da vara do trabalho, portanto, nos termos da lei, se o reclamante em sua inicial, não formular o pedido de notificação da parte contrária não haverá nenhuma nulidade a ser declarada. Entretanto, como não há prejuízo em se formular o pedido de notificação o nosso conselho é que assim se proceda.
[1] GONÇALVES, Emílio. Manual de Prática Procesual Trabalhista, 5ª Ed. São Paulo: LTr, 1995. P.67.
ELABORAÇÃO DA INICIAL TRABALHISTA COM BASE NA ENTREVISTA  FEITA JUNTO AO CLIENTE ANTÔNIO SILVA, EM TÓPICO ANTERIOR
Excelentíssimo Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) do Trabalho da         Vara de Salvador-Bahia.
Antônio Silva, brasileiro, solteiro, comerciário, nascido em 20/05/1988, filho de Maria Santos, portador da CTPS nº 0000, série 0000, inscrito no CPF/MF sob nº 000000000, portador do PIS nº 00000000, residente e domiciliado na Rua das Flores, 20, Centro, Simões Filho/BA., por seus Advogados que esta subscrevem, mediante instrumento de mandato em anexo, com escritório profissional localizado na Rua das Nações, nº 13,  Salvador-BA, onde recebem as comunicações processuais, vem, perante Vossa Excelência, propor a presente  RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, pelo rito sumaríssimo,   em face de Tintas & Tintas Comércio Ltda., sociedade empresária inscrita no CNPJ/MF sob nº 000000, com sede localizada na Rua Castro Silva, 10, Salvador/BA., aduzindo os fundamentos fático-jurídicos a seguir expostos:
1- REQUERIMENTOS PRELIMINARES
Inicialmente requer os benefícios da gratuidade de justiça, consoante dispõe o § 3º do art. 790 da CLT, haja vista não poder demandar contra sua ex-empregadora sem prejuízo do sustento próprio e da sua família. Salientando que se encontra desempregado, até o presente momento. Fazendo tal declaração ciente dos termos da lei.
É legitima a interposição da presente demanda, por força do parágrafo 3º do art. 625 da lei 9958/00, em virtude do fato de até a presente data não ter sido instituída Comissão de Conciliação Prévia, seja no âmbito da Reclamada ou do Sindicato da Categoria Profissional do Reclamante, motivo pelo qual deixou-se de observar o comando insculpido no artigo 625 – D da CLT, Lei 9958/00. Por outro lado o STF já pacificou o entendimento de ser inconstitucional a exigência de submissão da demanda à comissão de conciliação prévia, como pré-requisito da propositura da ação trabalhista.
2- DOS FATOS - ADMISSÃO, FUNÇÃO, REMUNERAÇÃO E DISPENSA
O Reclamante foi admitido pela reclamada em 05/01/2011, para laborar na função de auxiliar administrativo I, mediante a remuneração mensal de R$ 600,00 (seiscentos reais), tendo sido dispensado imotivadamente e sem pré-aviso em 06/05/2011, sendo que até o presente momento não recebeu o pagamento das verbas rescisórias a que faz jus, inobservando-se o prazo estabelecido no § 6º do Art. 477 da CLT, pelo que, torna-se devida a multa prevista no § 8º do mesmo artigo consolidado.
Não teve a CTPS anotada, bem assim, não houve recolhimento do fundo de garantia por tempo de serviço.
Recebeu o pagamento salarial alusivo ao mês de abril, restando pendente de pagamento os seis dias do mês de maio.
3- DO HORÁRIO DE TRABALHO
Durante o vínculo empregatício o reclamante laborava de segunda à sexta-feira das 8h00min às 20h00min, com duas horas de intervalo para almoço e aos sábado das 8h00 às 13h00, sem que lhe fossem pagas as horas extraordinárias laboradas.
Anotava sua jornada de trabalho em folha de ponto manual, porém, ali somente constava o horário determinado pelo empregador, sendo impedido de registrar seu real horário de labor.
4- DA EQUIPARAÇÃO SALARIAL
O reclamante foi admitido na função de auxiliar administrativo I, porém, desde o seu primeiro dia de trabalho passou a desenvolver as mesmas atribuições exercidas por Mário Peixoto, que percebia o salário mensal de R$ 800,00 (oitocentos reais) e era enquadrado na função de auxiliar administrativo II.
O paradigma apontado era responsável pelo fechamento das faturas mensais, contas a pagar e a receber. O reclamante desempenhava estas mesmas atribuições com igual produtividade e perfeição técnica, recebendo remuneração inferior.
3. DOS REQUERIMENTOS
Ante o exposto, protestando provar o alegado pela produção de todos os meios em direito admitidos, notadamente o depoimento pessoal de representante legal da reclamada, sob pena de confissão, prova testemunhal, pericial, documental, requer seja expedida a notificação da reclamada para o endereço citado anteriormente, para comparecer a audiência designada, sob pena de aplicação dos efeitos da revelia, respondendo, querendo, aos termos da presente sob pena de confissão ficta quanto a matéria fática, requerendo, ainda, o deferimento da gratuidade de justiça, nos termos da fundamentação expendida e, ao final, seja a presente julgada totalmente procedente nos termos dos pedidos abaixo:
4. DOS PEDIDOS:
a) Aviso prévio com integração ao tempo de serviço: R$ 1.235,71;
b) 13º salário proporcional: R$ 514,87
c) Férias proporcionais, acrescidas de 1/3: R$ 686,49;
d) Horas extras, com o adicional de 50%, sua integração ao salário e reflexo nas parcelas de: aviso-prévio, férias com 1/3, 13º salário, repouso semanal remunerado e FGTS com 40%: R$ 1.452,36;
e) Diferença de Repouso Semanal Remunerado em face da integração das horas extras: R$ 290,48;
f) Equiparação salarial, ao paradigma apontado, com a condenação ao pagamento das diferenças salariais apuradas, bem assim,  em face da integração e repercussão nas parcelas de: aviso-prévio, férias com 1/3, 13º salário e FGTS com 40%: R$ 800,00;
g) Depósito e liberação do FGTS pelo código 01, ou pagamento de indenização substitutiva: R$   555,46;
h) Multa de 40% sobre o FGTS: R$ 222,10;
i) Multa prevista no § 8º do art. 477 da CLT, em face da inobservância do prazo previsto no § 6º do mesmo artigo consolidado: R$ 800,00;
j) Pagamento das verbas rescisórias incontroversas, na primeira audiência, sob pena de pagá-las acrescidas de 50%, conforme determina o artigo 467 da CLT;
l) Anotação e baixa na CTPS do autor.
Dá-se à causa o valor R$ R$ 6.004,61 (seis mil e quatro reais e sessenta e um centavos).
                                        Termos em que,
                                         Pede Deferimento.
                                         Salvador, 22 de outubro de 2011.
                                           ________________________
                                           Advogado  OAB/BA .
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APRENDA COMO FAZER CÁLCULO TRABALHISTA PARA EFEITO DE PETIÇÃO INICIAL LÍQUIDA, TOMANDO COMO EXEMPLO O CASO PRÁTICO DA PETIÇÃO INICIAL ACIMA.
DA METODOLOGIA PARA ELABORAÇÃO DOS CÁLCULOS DA PETIÇÃO INICIAL
Como a petição inicial do nosso exemplo é pelo rito sumaríssimo, assim, deverá ser líquida, ou seja, deverá apresentar pedido certo e determinar os respectivos valores, passemos então à metodologia de elaboração de cálculos trabalhistas, primeiro vamos elaborar os cálculos sem horas extras, depois, os reformularemos para  incluir as horas extraordinárias, vejamos:
CÁLCULO TRABALHISTA
PRÁTICA
 RESUMO
Antônio Silva, brasileiro, solteiro, comerciário, nascido em 20/05/1988, filho de Maria Santos, portador da CTPS nº 0000, série 0000, inscrito no CPF/MF sob nº 000000000, portador do PISnº 00000000, residente e domiciliado na Rua das Flores, 20, Centro, Simões Filho/BA., foi contratado pela empresa  Tintas & Tintas Comércio Ltda., inscrita no CNPJ/MF sob nº 000000, com sede localizada na Rua Castro Silva, Salvador/BA., em 05/01/2011, para laborar na função de auxiliar administrativo, tendo sido dispensado imotivadamente em 06/05/2011, sem pré-aviso e sem pagamento das verbas rescisórias a que fazia jus, bem assim, não teve a sua CTPS anotada, portanto, não houve recolhimento do fundo de garantia por tempo de serviço.
Recebeu o pagamento salarial alusivo ao mês de abril, restando pendente de pagamento os seis dias do mês de maio. Tinha uma remuneração mensal de R$ 600,00.
Laborava de segunda à sexta-feira das 8h00min às 18h00min, com duas horas de intervalo para almoço e aos sábado das 8h00 às 12h00.
DIREITOS RESCISÓRIOS
Saldo de salários;
Aviso prévio indenizado;
Férias proporcionais + 1/3, conforme previsão na CRFB;
13º salário proporcional;
Liberação do FGTS pelo código 01 (no presente caso, como não houve o regular depósito fundiário durante o vínculo empregatício, deverá ser postulado o pagamento de indenização substitutiva);
FGTS SOBRE O 13º SALÁRIO
Multa de 40% sobre o montante do FGTS  (lembrando que sobre o montante do FGTS o Empregador também recolhe + 10 % de contribuição social, que vai para os cofres do fundo amparo ao trabalhador e tem a finalidade de custear o pagamento das perdas do fundo, decorrentes dos planos econômicos, entretanto, não se faz necessário formular este pedido na inicial).
Multa do art. 477 da CLT.
Obs. Não incide FGTS sobre férias indenizadas. De relação ao aviso prévio indenizado o TST editou a súmula 305 que diz:
SÚMULA 305  FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO. INCIDÊNCIA SOBRE O AVISO PRÉVIO (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003.
O pagamento relativo ao período de aviso prévio, trabalhado ou não, está sujeito a contribuição para o FGTS.
OJ 195 DA SDI-1 – FÉRIAS INDENIZADAS. FGST. NÃO INCIDÊNCIA
Não incide a contribuição para o FGTS sobre férias indenizadas.
(inserida em 08.11.00. Inserido dispositivo, DJ de 20.04.2005.)
Ementa
FGTS SOBRE O 13º SALÁRIO - JULGAMENTO "EXTRA PETITA".
Verifica-se que a condenação regional, no particular, foi além do pedido formulado pelo reclamante, incorrendo em afronta literal do art. 460 do Código de Processo Civil. INCIDÊNCIA DO FGTS SOBRE AS FÉRIAS PROPORCIONAIS INDENIZADAS. O PAGAMENTO DE FÉRIAS PROPORCIONAIS NÃO GOZADAS E, PORTANTO, "INDENIZADAS", NÃO GERA CONTRIBUIÇÃO PARA O FGTS. O FUNDO EM TELA, COMO O PRÓPRIO NOME INDICA, É DE "GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO", PELO QUE SÓ ATRAI CONTRIBUIÇÃO EM RAZÃO DE FÉRIAS GOZADAS, QUE SE INSEREM NO TEMPO DE SERVIÇO.
Processo: RR 3422872319975035555 342287-23.1997.5.03.5555
Relator(a): Antônio José de Barros Levenhagen. Julgamento: 15/03/2000. Órgão Julgador: 4ª Turma, Publicação: DJ 28/04/2000.
CÁLCULO
SALDO DE SALÁRIO: para se definir o valor alusivo ao saldo de salário é preciso que se divida o valor do salário por 30 (quantidade de dias no mês), assim, R$ 600,00/30 é igual a R$ 20,00, ou seja, o empregado ganha vinte reais por dia. Definido o valor diário, multiplica-se este valor pelo número de dias trabalhados no mês, que, de acordo com o caso em comento, foram seis dias no mês de maio, assim 20,00 x 6 é igual a R$120,00,
Então o saldo de salário é igual a R$ 120,00.
AVISO PRÉVIO - Sabe-se que nos contratos por prazo indeterminado, para que haja a ruptura contratual, faz-se necessário que a parte que deseje promover a ruptura do vínculo, comunique à outra, com antecedência de 30 a 90 dias (Lei 12.506/2011), sob pena de indenizar este período (art. 487 a 491 da CLT, adaptados ao que prescreve o art. 7º, XXI da Constituição da República.
A Lei 12.506, de 11 de outubro de 2011, modificou o prazo do aviso prévio para empregados que contam com mais de um ano de emprego, acrescendo 3 (três) dias para cada ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias.
O instituto do aviso prévio serve para que a parte inocente, no atinente à ruptura contratual, tenha o tempo necessário para tomar as providências cabíveis; sendo que o empregado terá o prazo de 30 dias, se contar com até um ano de emprego para o mesmo empregador, acrescendo mais 03 (três) dias para cada ano de trabalho, até o teto de 90 (noventa) dias, para buscar nova colocação no mercado de trabalho, enquanto que o empregador disporá de igual prazo para conseguir um substituto para a vaga do empregado demissionário.
Caso a iniciativa de ruptura do contrato seja do empregador, este concederá o aviso prévio, com prazo de até noventa dias de antecedência, tendo o empregado o direito de ter sua jornada, durante este prazo, reduzida em duas horas diárias, ou então o direito a folgar por sete dias consecutivos, ficando a seu critério a escolha, caso o empregador não conceda o pré-aviso, indenizará este período como se trabalhado fosse, integrando tal período ao contrato de trabalho para efeitos econômicos.
 Caso a iniciativa de ruptura do vínculo contratual seja do empregado, também, este deverá pré-avisar o empregador, sob pena de pagar a indenização correspondente ao período.
O valor do aviso prévio indenizado será igual a uma remuneração mensal do empregado.
 Assim, no caso em tela o valor do Aviso prévio é de R$ 600,00
FÉRIAS PROPORCIONAIS – Todo empregado que complete um ano no emprego, adquire o direito ao gozo de 30 dias de férias (caso não tenha, neste período, faltado injustificadamente ao serviço, pois, se houver faltado sem justificativa o tempo de férias diminuirá proporcionalmente, conforme se verá adiante). Após a aquisição do direito às férias, por parte do empregado, o empregador, tem o prazo de um ano para concedê-las.
Caso a ruptura do contrato de trabalho ocorra, sem justo motivo, em prazo inferior a um ano, seja por iniciativa do empregado ou do empregador, fará jus o empregado ao pagamento das férias proporcionais, equivalente ao período trabalhado, com a integração ao aviso prévio indenizado, se for o caso.
Assim, no caso em discussão temos que o empregado trabalhou durante 04 (quatro) meses e 01 (um) dia, com a integração do aviso prévio ao tempo de serviço, conta-se 05 (cinco) meses e um dia. Sendo que para este efeito, o número de dias trabalhados, quando igual ou superior a 15, conta-se como um mês, desprezando-se o que for inferior a 15 dias, então, para efeito de férias proporcionais conta-se cinco meses de trabalho.
Vamos ao cálculo: 5/12 avos de férias proporcionais, como se acha o valor? È simples, divide-se o valor do salário por 12 (referente aos meses do ano) e, multiplica-se por 05 referente aos 4 meses trabalhados mais 1 mês de incorporação do aviso prévio indenizado, portanto:
R$ 600,00/12 = R$ 50,00 x 5 = R$ 250,00.
1/3 DE FÉRIAS – A Constituição da Republica brasileira, assegura o pagamento das férias acrescidas de 1/3, assim, para obter este valor deve-se dividir o quantitativo das férias por 3, então:
R$ 250,00/3 = R$ 83,33.
  
13º SALÁRIO PROPORCIONAL - A fórmula de cálculo é parecida com a utilizada para achar o valor das férias proporcionais, assim: R$ 600,00/12 = R$ 50,00 x 5 = R$ 250,00.
FGTS – Far-se-á o calculo da indenização substitutiva uma vez que os depósitos não foram efetuados. Como sabemos, o empregador deve recolher mensalmente na conta vinculada do empregado o montante equivalente a 8% sobre sua remuneração, assim, a fórmula é a seguinte: salário mensal R$ 600,00 x 8% = R$ 48,00 x 4 meses trabalhados   = R$ 192,00.
FGTS SOBRE O SALDO DE SALÁRIO: vimos que o empregado trabalhou 6 dias no mês de abril/2009, tendo direito ao saldo de salário no importe de R$ 120,00, sobre este valor incide o FGTS, assim: R$ 120,000 x 8% = R$ 9,60.
FGTS SOBRE O 13º SALÁRIO PROPORCIONAL: vimos que o empregado tem direito a 5/15 avos de 13º salário proporcional, cujo cálculo importou em R$250,00, assim: R$ 250,00 x 8% = R$ 20,00.
FGTS SOBRE AVISO PRÉVIO INDENIZADO:  Em que pese trate-se de verba de natureza indenizatória, por integrar o tempo de serviço para efeitos econômicos, o TST por intermédio da súmula 305, pacificou o entendimento que incide FGTS sobre o aviso prévio indenizado, assim: valor do Aviso R$ 600,00 x 8% de FGTS =  R$ 48,00 
TOTAL FGTS: R$ 269,60
MULTA DE 40% SOBRE O MONTANTE DO FGTS
Este cálculo é simples: R$ 269,60 x 40% = R$ 107,84
MULTA DO ART. 477 DA CLT
Lembrando que segundo o disposto no art. 477 § 6º da CLT, o empregador, em caso de dispensa imotivada com aviso prévio indenizado, tem até o décimo dia, contado da data da notificação da demissão, para efetuar o pagamento, não efetuando o pagamento neste prazo incide na multa equivalente ao seu salário.
MULTA DOA RT. 467 DA CLT
Por sua vez o artigo 467 da CLT, diz que: “Em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo controvérsia sobre o montante das verbas rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, sob pena de pagá-las acrescidas de cinqüenta por cento”.
Desta forma a liquidação da rescisão em discussão ficaria da seguinte forma:  
Saldo de salários:                                               R$   120,00
Aviso prévio indenizado:                                    R$   600,00
Férias proporcionais:                                         R$   250,00
1/3 de férias:                                                        R$    83,33
13º salário proporcional:                                    R$   250,00
Indenização substitutiva ao FGTS:                  R$   269,60
Multa de 40% sobre o montante do FGTS:    R$   107,84
Multa do art. 477 da CLT                                  R$   600,00
TOTAL                                                                 R$ 2.280,77
CALCULO DAS MESMAS VERBAS TRABALHISTAS COM O CÔMPUTO DE HORAS EXTRAS  E REFLEXOS NAS VERBAS DE RSR, FÉRIAS COM 1/3, 13º SALÁRIO, FGTS COM 40%
Para tanto, vamos alterar a jornada declinada inicialmente como de 44 horas semanais para: De segunda à sexta-feira das 8h00min às 20h00min, com 1 hora de intervalo para almoço e aos sábados das 8h00 às 13h00, sem intervalo.
Passo 1: Primeiro devemos achar o valor das horas extras e do Repouso Semanal Remunerado alusivo às horas extras.
Cálculo das horas extras:
A Jornada normal de trabalho será de 44 horas semanais ou 220 horas mensais, ou 36 horas semanais e 180 mensais para os bancários ou assemelhados, bem assim, para quem labora em turno ininterrupto de revezamento.
Fórmula: Primeiro achamos o valor da hora normal - Remuneração dividida pelo número de horas: R$ 600,00/220 = R$ 2,72, a este valor acrescentamos o adicional de horas extras que a CRFB/88 estabelece em no mínimo 50%, podendo ser maior, por liberalidade do empregador ou negociação coletiva, no exemplo acrescentaremos o percentual Constitucional de 50%. Assim, valor da hora normal R$ 2,72 x 50% = R$ 1,36.
VALOR DA HORA EXTRA = valor da hora normal mais valor do adicional, assim: 2,72 + 1,36 =  4,08
Desta forma, cada hora extraordinária será remunerada com R$ 4,08.
Achamos o valor da hora extra agora vamos achar o número de horas extras laboradas por mês e o fazemos da seguinte forma:
A jornada normal de trabalho assegurada constitucionalmente é de no máximo 8 horas diárias e 44 horas semanais.
A carga mensal normal é de 220 horas.
O empregado no caso em tela laborava de segunda à sexta das 8 às 20, com 1 hora de intervalo o que dá um total de: 8 às 20h = 12 horas, menos uma hora do intervalo = 11 horas trabalhadas, menos a jornada normal que é de 8 horas diárias, temos então 3 horas extras laboradas de segunda a sexta.
No sábado ele laborava das 08 às 13h, sem intervalo, como a jornada deveria ser de 4 horas temos que nestes dias ele laborava 1 hora extra.
Desta forma, o empregado laborava 15 horas extras de segunda a sexta (3 horas x 5 dias = 15 horas), mais uma hora no sábado, totalizando 16  horas semanais.
Este mesmo cálculo pode ser feito de uma maneira mais simples, da seguinte forma:
Trabalhava o empregado: 11 horas diárias, de segunda a sexta e 5 horas no sábado, totalizando: 11 x 5 = 55 + 5 horas do sábado = 60, menos a jornada semanal normal de 44 horas, restam 16 hora extras semanais, os caminhos são diferentes os resultados são iguais.
Então, já vimos que o empregado laborava 16 horas extras semanais, agora a pergunta é: como fazemos para achar a média diária de horas extras e, consequentemente,  a média de horas extras laboradas no mês?
A média mensal de dias se estabelece da seguinte forma:
Dias da semana laborados                       média de dias
2ª a 6ª                                                             21
2ª a sáb.                                                         25
2ª a Dom                                                        30
FÓRMULA 1 - basta que se pegue o número de horas extras realizadas na semana, que como vimos são 16 e se divida pelo número de dias trabalhados 6 (segunda à sábado = 6 dias).
Então: 16/6 = 2,66 (média de horas extras diárias de segunda a sábado), agora pegamos este resultado e multiplicamos pela média de 25 dias trabalhados no mês, assim:
2,66 x 25 = 66,5 horas extras mensais.
FÓRMULA 2 - Para efeito de liquidação de sentença, quando esta determina que se apure os dias efetivamente laborados:
1 – Conta-se os dias úteis efetivamente trabalhados, exemplificando: digamos que em um determinado mês o empregado tenha trabalhado em 22 dias, porque neste mês ocorreram  4 domingos e dois feriados, como ficaria o cálculo:
Número de horas extras diárias: vimos que, no nosso exemplo, o empregado trabalhava 3 horas extras diárias de segunda a sexta e 1 hora extra no sábado, totalizando 16 horas extras semanais, assim, como o empregado trabalhava em seis dias na semana, dividiremos 16 por 6, encontrando a média diária de 2,66 horas extras, então multiplicaremos este resultado por 22 dias úteis laborados, encontrado o resultado de 58,58 horas extras efetivamente laboradas.
Assim, por este método apuraremos o número de horas efetivamente laboradas, sendo que se a apuração fosse por intermédio de cartões de ponto se contaria as horas dia a dia, utilizando-se a mesma fórmula, porém, de acordo ao comando sentencial.
Horas extras efetivamente laboradas no mês tal: 58,58
Lembrando que, neste caso, quando da apuração dos reflexos das horas extras nos RSRs, serão computados 6 dias de repouso, conforme trataremos mais adiante no tópico alusivo aos reflexos das horas extras nos repousos semanais remunerados.
FÓRMULA 3 - Outra fórmula de cálculo utilizada pelos calculistas das varas do trabalho é a seguinte:
Número de horas semanais multiplicado pela média de 4,28 semanas no mês, assim:
16 x 4,28 = 68,48
Para efeito do nosso cálculo, utilizaremos esta última fórmula:
VALOR DAS HORAS EXTRAS MENSAIS
Inicialmente, vale ressaltar que a hora é dividida em 60 frações (minutos), enquanto que a calculadora trabalha com unidades divididas em 100 partes, assim, quando a hora for incompleta, os minutos devem ser transformados em centésimos de horas, vejam o exemplo:
1h45min (uma hora e quarenta e cinco minutos), como fazemos para transformar 45 minutos em centésimos de hora? É fácil, divide-se 45 por 60, assim: 45 / 60 = 0,75, desta forma, 1:45h, corresponde a 1,75 horas centesimais, ficando, apta ao cálculo matemático.
Já sabemos que o empregado laborava 68,48 horas extras mensais, agora vamos transformar este número em pecúnia:
Vimos lá atrás que o valor da hora extra é igual a R$ 4,08, então multiplicamos este número pelo quantitativo de horas extras laboradas no mês, ou seja:
68,48 x R$ 4,08 = R$ 279,39
REFLEXO DAS HORAS EXTRAS SOBRE O REPOUSO SEMANAL REMUNERADO
O artigo 7º da Lei 605/49 determina que seja realizado o cômputodas horas extras habitualmente prestadas na remuneração dos repousos semanais, desta forma passemos ao cálculo:
Existem diversos métodos de cálculo do reflexo das horas extras sobre o RSR, vejamos cada uma delas:
FÓRMULA 1 – (média ponderada) Pega-se o valor das horas extras no mês e divide-se por 5 (1/5), ou multiplica-se por 20%, esta é a fórmula que considera a média de 5 repousos semanais por mês
Assim, como adotamos para efeito do presente cálculo a apuração do valor das horas extras mensais, tomando como base a média de 4,28 semanas por mês, utilizaremos o valor encontrado de  R$ 279,39, então pegamos este valor e dividimos por 5:
R$ 279,39 /5 = R$ 55,87 (valor alusivo ao reflexo das horas extras no rsr).
FÓRMULA 2 - Para efeito de liquidação de sentença, quando esta manda que se apure os dias efetivamente laborados:
1 – Conta-se os dias úteis efetivamente trabalhados, conta-se também os dias destinados ao repouso remunerado no mês (domingos e feriados), exemplificando: digamos que em um determinado mês o empregado tenha trabalhado em 22 dias, e tenha tido, neste mês, 4 domingos e dois feriados, assim, seriam seis dias de repouso, como ficaria o cálculo:
Número de horas extras diárias: vimos que, no nosso exemplo, o empregado trabalhava 3 horas extras diárias de segunda a sexta e 1 hora extra no sábado, totalizando 16 horas extras semanais, assim, como o empregado trabalhava em seis dias na semana, dividiremos 16 por 6, encontrando a média diária de 2,66 horas extras, então multiplicaremos este resultado por 22 dias úteis laborados, encontrando o resultado de 58,58 horas extras efetivamente laboradas, agora, apuraremos o reflexo destas horas nos RSRs, e isto é fácil, basta que peguemos a média de horas diárias 2,66 e multipliquemos por 6 dias de repouso no mês, encontrando o resultado de 15,96 horas, correspondente aos repousos semanais remunerados, ficando assim o cálculo:
Reflexo das horas extras no RSR deste mês: pegamos o número de horas 15,96 horas correspondentes aos dias de RSRs e multiplicamos pelo valor da hora extra:
15,96 x R$ 4,08 =  R$ 65,11 valor correspondente a diferença de repouso semanal remunerado em virtude do reflexo das horas extras.
FÓRMULA 3 – (média ponderada) considerando como quantia de RSR 1/6 (um sexto), quando a jornada laborada for de segunda a sábado, também se emprega a média de 1/6, o que para o empregado é mais desvantajoso, entretanto, é preciso que se saiba como fazer este cálculo:
Pega-se o valor das horas extras R$ R$ 279,39 e divide-se por 6:
R$ 279,39 /6 = R$ 46,56 (alusivo ao reflexo das horas extras no rsr).
Para efeito do nosso cálculo, utilizaremos a fórmula 01 (média ponderada de 1/5 ou 20%):
Então vamos refazer os cálculos:
SALÁRIO BASE                                                         R$ 600,00
VALOR DAS  HORAS EXTRAS                              R$ 279,39
REFLEXO DAS HORAS EXTRAS NO RSR          R$  55,87
SALÁRIO REPERCUTIDO                                        R$ 935,26
Com a incorporação das horas extras e do repouso semanal remunerado o valor da remuneração passa a ser R$ 935,26
Portanto:
Horas extras não pagas ao longo do vínculo empregatício 
Considerando que o valor do aviso prévio já está devidamente repercutido nas horas extras, serão quantificados 04 meses laborados, segue cálculo abaixo:
R$ 279,39 (valor da hora extra  mensal) x  4 (número meses laborados) = R$ 1.117,56  
RSR  não pagos ao longo do vínculo empregatício
Considerando que o valor do aviso prévio já está devidamente repercutido nas horas extras, serão quantificados 04 meses laborados, segue cálculo abaixo:
R$ 55,87 (valor do RSR mensal) x  4 (número meses laborados) = R$ 223,48  
Saldo de salários
Divide-se o valor de R$ 935,26, por 30 dias, o resultado encontrado é multiplicado pelos dias trabalhados que não foram pagos:
R$ 935,26 / 30 =  R$ 31,17 x 6 = R$ 187,05
Saldo de salário:  R$ 187,05
Aviso prévio
Com a integração das horas extras e RSR o valor do Aviso prévio indenizado passa a ser de:  R$ 935,26
Férias proporcionais
Divide-se o valor mensal acrescido da incorporação das horas extras  e do RSR por doze (meses do ano), o resultado encontrado é multiplicado pelo número de meses trabalhados com a integração do aviso prévio, assim:
R$ 935,26 /12 = 77,93 x 5 = R$ 389,69
1/3 DE FÉRIAS – Como vimos no exemplo citado quando da elaboração dos cálculos sem horas extras e repercussão no RSR, a Constituição da Republica brasileira assegura o gozo de férias anuais remuneradas, com pelo menos, um terço a mais que o salário normal, por sua vez o § 5º do art.142 da CLT dispõe que serão computados no salário que servirá de base à efetivação do cálculo da remuneração das férias os adicionais: por trabalho extraordinário, noturno, insalubre ou perigoso, sendo que o artigo 457 do mesmo diploma consolidado, conceitua como salário a importância paga diretamente pelo empregador, asseverando, ainda, que integram o salário, além da importância fixa ajustada: as comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagens (desde que não excedam a 50% do salário percebido pelo empregado), abonos pagos pelo empregador e as utilidades fornecidas tais como: alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações in natura, que a empresa, por força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado.
Vamos ao cálculo:
Valor das férias proporcionais = R$ 389,69 divido por 3 =  R$ 129,89
Valor total das férias acrescidas de 1/3 = R$ 519,58
13º salário proporcional
Divide-se o valor mensal acrescido da incorporação das horas extras e  RSR por doze (meses do ano), o resultado encontrado é multiplicado pelo número de meses trabalhados com a integração do aviso prévio, assim:
R$ 935,26 /12 = 77,93 x 5 = R$ 389,69
Reflexo das horas extras e  RSR no FGTS
Como vimos no exemplo anteriormente citado, no atinente ao valor dos cálculos sem horas extras e  RSR, o valor do FGTS sobre o valor do salário normal é de R$  240,00 (considerando-se os 4 meses trabalhados e mais o FGTS sobre o aviso prévio), como existe uma média de R$ 279,39, referente ao valor mensal das horas extras que não foram pagas, bem como a diferença do RSR no importe de R$ 55,87, que somados totalizam R$  335,26, calcularemos sobre este valor a incidência de 8% alusivo aos depósitos fundiários:
R$ 335,26 x 8% = 26,82, valor mensal do FGTS sobre as horas extras e RSR, como foram 5 meses laborados (por conta da integração do aviso prévio), então, multiplicamos este valor por 5:
R$ 26,82 x 5 = R$ 134,10
Para acharmos a diferença de horas extras sobre os 40% da multa do FGTS, multiplicamos R$ 134,10 por 40%:
R$ 134,10 x 40% = R$ 53,64
Assim:
FGTS normal:                                                                                 R$   240,00
Multa de 40% sobre o montante do FGTS normal:                    R$    96,00
Diferença de FGTS em função das horas extras e RSR           R$   134,10
Diferença da multa de 40% sobre o FGTS                                  R$    53,64
Total                                                                                                   R$   523,74
FGTS SOBRE O SALDO DE SALÁRIO: vimos que o empregado trabalhou 6 dias no mês de abril/2009, tendo direito ao saldo de salário devidamente repercutidos das horas extras e RSR, no importe de R$ 187,05 sobre este valor incide o FGTS, assim: R$ 187,05 x 8% = R$ 14,96.
FGTS SOBRE O 13º SALÁRIO PROPORCIONAL: vimos que o empregado tem direito a 5/15 avos de 13º salário proporcional, cujo cálculo importou em R$ 389,69, assim: R$ 389,69 x 8% = R$ 31,17.
RESUMO DOS CÁLCULOS
Horas extras                                                                          R$ 1.117,56
RSR                                                                                        R$   223,48  
Saldo de salários:                                                                 R$187,05
Aviso prévio indenizado:                                                      R$   935,26
Férias proporcionais:                                                            R$   389,69
1/3 de férias:                                                                           R$   129,89
13º salário proporcional:                                                        R$   389,69
FGTS sobre o salário base                                                   R$   240,00
Diferença de FGTS, em face da repercussão:                   R$   134,10
FGTS sobre saldo de salário, 13º e férias com 1/3           R$    46,13
Multa de 40% sobre o montante do FGTS:                         R$   168,09
Multa do art. 477 da CLT                                                       R$   600,00
TOTAL                                                                                      R$ 4.560,94
   
Lembrando que sobre o montante do FGTS o Empregador também recolhe + 10 % de contribuição social, que vai para os cofres do FGTS e tem a finalidade de custear o pagamento das perdas do fundo, decorrentes dos planos econômicos, entretanto, não se faz necessário formular este pedido na inicial).
JURISPRUDÊNCIA SOBRE CÁLCULO TRABALHISTA
Autorização do cômputo do reflexo do RSR sobre as demais verbas
 “(….)Recurso de revista interposto pelo reclamante. Horas extras. Diferenças. Não se viabiliza o conhecimento de recurso despido do pressuposto subjetivo relativo ao interesse, caracterizado pela ausência de sucumbência. Recurso de revista não conhecido. Reflexos do adicional noturno pago sobre RSR e feriados. Incontroversa a entrega da prestação jurisdicional nos exatos termos do pedido, resta flagrante a ausência de interesse do reclamante em promover a reforma do acórdão prolatado em sede de recurso ordinário. Recurso de revista não conhecido. Reflexos das horas extras pagas sobre RSR e feriados. Esta Corte uniformizadora já firmou entendimento pacífico no sentido de que as horas extras habitualmente prestadas devem ser computadas no cálculo do repouso semanal remunerado, consoante se extrai da Súmula 172 do Tribunal Superior do Trabalho. O valor do repouso semanal remunerado daí resultante deverá ser considerado no cômputo das demais verbas salariais, pois integra o salário para todos os efeitos legais, nos termos do artigo 10 do Decreto 27.048/49. Recurso conhecido e provido. (TST; RR 722.303/2001.5; 1ª Turma; relator ministro Lelio Bentes Corrêa; DJU 28-03-2008; pág. 131)
EM SENTIDO CONTRÁRIO
“Recurso de embargos. Recurso de revista conhecido e provido. Reflexos dos repousos semanais enriquecidos com a integração das horas extraordinárias sobre o 13º, férias, aviso prévio e FGTS de 40%. Impossibilidade. Bis in idem. A pretensão do empregado mensalista de ver a reclamada condenada ao pagamento de reflexos das horas extraordinárias no repouso semanal e a integração destes na remuneração para cálculo dos reflexos no 13º, férias, aviso prévio e FGTS traduziria a intenção de propiciar o duplo pagamento pela mesma parcela. Embargos conhecidos e desprovidos.
(E-RR-2.575/2003-006-02-00.5, DJ 13-06-2008, relator ministro Aloysio Corrêa da Veiga)
Embargos sujeitos à sistemática da Lei 11.496/07 – Reflexos dos repousos semanais remunerados majorados com a integração das horas com a integração das horas extras em outras verbas bis in idem. 1) Inexiste razão para que o repouso semanal remunerado integre outras verbas, em decorrência de as horas extras habitualmente prestadas serem computadas no seu cálculo, conforme estabelecido pelas Súmulas 347 e 376, II do TST. 2) A repercussão dos descansos semanais majorados com a integração das horas extras em outras verbas, mormente no caso do mensalista, implicaria bis in idem, uma vez que já incluídos no salário os valores pertinentes aos RSR’s, conforme estabelece o artigo 7º, § 2º, da Lei 605, de 5 de janeiro de 1949. Embargos conhecidos, mas desprovidos.
(E-RR-2.514/2002-058-02-00.6, DJ 30-0502008, relatora ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi)
Fonte: http://advocaciatrabalhistapassoapasso.blogspot.com.br/2012/02/advocacia-trabalhista-passo-passo.html

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