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Anotações de Aula Oficina Literária

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AULA 001 – OFINCINA LITERÁRIA
História, Crítica e Teoria Literária
História 
Se preocupa em estudar o texto e encontrar relações com sua época de produção, como o momento histórico influenciou a obra literária. Costuma classificar as obras e autores por estilo de época. Para cada época se atribui características próprias períodos ou movimentos literários. É o método de ensino de literatura mais praticado nas escolas porque fazem e trazem elementos de ligação da literatura com outras artes e ciências. 
Crítica
Analisa os textos mas com intenção de julgá-los, manifestar julgamento de valor quanto ao texto literários. Classifica as obras entre boas ou ruins dentro de um certo tema ou forma literária, atribui valor e valoriza e desvaloriza a obra quanto a sua contribuição para a sociedade. Conta com professores e jornalistas especializados em literatura. 
Teoria
Avalia a prática da história e crítica literária. É a crítica da crítica. Aponta o que é certo e errado. 
O que é Literatura?
Sentido Geral – tudo que é impresso, tudo que a biblioteca contem, a ficção, historia, ciência, etc. Se for equivalente a cultura, perde especificidade, que é o uso poético e estético da linguagem. Todas as obras de linguagem verbal que se destinam ao entretenimento, a diversão e prazer dos leitores. 
Sentido específico – fronteira entre literário ou não varia consideravelmente conforme as épocas. Existe algo específico que defina o que é Literatura? Cânone (maneira de agir; modelo, padrão.): as obras mais valorizadas, consideradas geniais, importantes, grandiosas. Permite várias interpretações, não é preciso ficar fechado num significado. Dialoga-se com o texto. 
Na sala de aula, a prática da leitura auxilia em diversas áreas, principalmente no que diz ao conhecimento do mundo e entendimento da pluralidade nele existente. A literatura em sala de aula não deve ser limitada, usada apenas como meio de reprodução. Deve-se ser utilizada para estimular a compreensão e imaginação. 
No sentido mais geral se tem literatura como cultura e no núcleo que está o Cânone Literário. Entre a cultura e a literatura está a literatura de massa, como Harry Potter, por exemplo. Isso não quer dizer que essas obras não venham um dia a fazer parte do núcleo, do cânone literário.
Definições da literatura
Arte de compor ou escrever trabalhos artísticos, em verso ou prosa;
Também o conjunto de trabalhos literários de um país ou uma época (movimentos).
Usos estéticos da linguagem – se expande para música ou propaganda, por exemplo.
As definições de literatura não é algo pacífico entre os estudiosos. 
Toda definição de literatura compromete-se com uma preferência extraliteraria. Quando se faz um julgamento de valor se leva em conta fatores de fora do texto. O conceito de literatura sempre considera uma preferência. A sociedade pode vir a concordar com esse julgamento e ela passa a ser uma regra universal. 
EXERCÍCIO 001
Leia as definições de literatura a seguir e destaque os pontos principais de cada definição.
Literatura é realidade recriada através do olhar do artista através da língua. Artista cria mundo de verdades não mensuráveis pelos padrões das verdades factuais. 
Meio de comunicação especial com uso trabalhado da linguagem.
Literatura é transfiguração do real, verdades humanas gerais comuns a todos os homens e lugares. É uma linguagem especial. 
AULA 002 – OFICINA LITERÁRIA
O que torna um livro obra literária ou não?
Referencia é sempre um livro escrito em papel, material, como por um exemplo um Best-seller. Um Best-seller é um livro porém nem sempre é uma obra literária. 
Literatura é a arte de escrever trabalhos em prosa ou verso. É um conjunto de trabalhos literários de um país ou época ou conjunto de conhecimentos sobre os assuntos. Uso estético da linguagem. 
De acordo com Compagnon em o Demônio da teoria, no sentido amplo, literatura é tudo expresso de modo escrito, mas numa concepção mais fechada entendemos que Literatura é tudo que é trabalhado de forma retórica ou poética (poesias ou narrativas de forma estética). A retórica é a formação do discurso com objetivo de convencer alguém e pode ser considerada Literatura. Pode aparecer de forma conservadora ou como forma de ruptura com tradicional para que haja mudanças – é a arte engajada. Fazem uma denuncia da sociedade visando transformação. Há convencimento embutido. 
Para o autor, nem só o criativo é considerado Literatura, mas também os textos discursivos. Porém não podemos fazer equivalência de literatura e cultura como um todo, pois assim se nega o que a literatura tem de mais valioso que é o uso da língua de forma estética. 
Literatura além de trabalhar com o que é literário no sentido de uso especifico da linguagem, varia de acordo com as épocas e culturas. A literatura ocidental é separada das belas-letras a partir do século XIX, com declínio do tradicional sistema de gêneros poéticos perpetuados desde Aristóteles. 
Música “Livros” de Caetano Veloso Livro traz algo que vai alem da sua materialidade. Corporifica a atividade de leitura e traz para o individuo mais conhecimento e consequentemente modificação e desenvolvimento – somos mudados pela obra literária e assim transformamos a sociedade. Agrega-se valor com a leitura e também se repassa o que está dentro de si. Além disso, a obra literária reproduz a sociedade da época, mas também serve para ir contra a cultura, não porque ela é ruim, mas porque muitas vezes é estereotipada. Por meio da leitura é possível também ter experiência transcendental – estamos num tempo, mas lendo é possível viajar para outros tempos, culturas e arte. Livro – obra literária - traz iluminação da nossa mente, preserva o que foi feito na humanidade e proporciona mudança.
Será que todo livro é uma obra literária? O que faz com que o livro se torne literatura arte? Se a literatura é ficção, as biografias não são literatura? 
Biografia – depende de como é trabalhada. Se for para fins editoriais e venda rápida, provavelmente é de massa. Só se tiver uma linguagem trabalhada e puder viver ao longo dos anos é que talvez se torne uma obra literária ou até um cânone. 
Poemas sem rimas não são literatura? Como equacionar características aparentemente contraditórias como “copia da realidade” e “ficção, mentira”?
Literatura representa a realidade na verdade não, pois sempre estão presentes as ideias do autor. 
É só ficção não, pois tem um pouco de verdade, uma verdade interna a obra. 
A Literatura é uma transfiguração do real, assim como td arte. É recriada e retransmitida. A literatura toma corpo e nova realidade a partir de um livro. É algo que vai alem da realidade. Coutinho busca articular forma (arte literária = poesia/prosa) e conteúdo (realidade recriada) na sua definição de Literatura. 
Ex. fábula do leão e do rato utiliza os animais para representar as ações e sentimentos de seres humanos. Leão é sinônimo de coragem e garra e por isso é orgulhoso. O rato é humilde e pede socorro para sobreviver. Como retribuição ao leão, solta as cordas que o prendiam – mostra a força interior do rato. Mostra que cada um tem um papel na sociedade. É a nossa realidade transfigurada através dos animais, de forma criativa e poética. 
Qual a importância da Literatura?
Katharsis (Aristóteles) purificação das emoções – sente-se a emoção apaziguada, feliz por não estarmos numa determinada situação, mas também triste ou aflito pelo personagem.
Prodesse aut delectare (Aristóteles) instruir pelo divertimento – fábulas servem para isso, para ensinar através do prazer
Dulce et utile (Horácio) o prazer de aprender
Uma definição mais humanista da Literatura diz que há um conhecimento maior dos mundos e dos homens que só a experiência literária proporciona.
EXERCÍCIO 02
Primeiro texto é Literatura pois apresente um texto canônico. 
Já o segundo é uma obra de Filosofia.
AULA 03 – OFICINA LITERÁRIA
Texto e Discurso
Domínio da Leitura – toda leitura é construída no viés do sentido, traz sempre uma conclusão seguindoum raciocínio lógico, porem domínio da leitura causa diferença na interpretação daquilo que se lê. Precisamos dominar a leitura para entender o sentido do texto. Quando se consegue perceber o que o texto realmente quer dizer, temos condições também de produzir textos melhores. Além de ler muito se deve ler bem, dialogar e refletir o texto.
1 nível de leitura – superficial, passada de olho
2 nível de leitura – mais detalhada e se procura trechos onde não se entende de imediato
3 nível – leitura analítica e ativa, extração de infos necessárias para conhecimento e se coloca no texto dados da sua bagagem cultural. Consegue-se colocar a si mesmo no texto.
Texto escrito – condições básicas para enfrentar desafios do mundo e ao mesmo tempo construí-lo. A leitura permite extrair do mundo tudo o que é necessário para transformá-lo. Lemos – nos informamos – nos formamos como pessoa – aplica-se a mudança (elementos internos levados para o externo). Para transformar o mundo é preciso se apropriar de conhecimento.
Texto – é uma ação do sujeito que tem significação e leva consideração mudanças do nosso conhecimento. Uma leitura não deve ser passiva, é preciso agir sobre o texto. Vamos dialogando com o texto buscando uma significação e mudança de conhecimento (crenças, atitudes, valores, etc.) Qd nos modificamos, automaticamente, modificamos quem está ao nosso redor. Quando queremos transformar o mundo devemos nos transformar. Texto é sempre unidade básica que reflete a organização do texto (forma e conteúdo), transmissão de ideias, conceitos e informações. Ideias não são transmitidas – são passadas para que você reflita e possa se modificar. O texto é único e a alteração está no que o receptor vai perceber do texto e fazer com as informações transmitidas. Aqui entra questão de leitura ativa e interpretativa. 
Um texto – escultura, quadro, símbolo, foto, sinal, placa de transito, filme, novela – qualquer objeto de analise que possa ter produção de sentido. Não interessa se é verbal ou não. 
Texto, em principio, é um signo – possui significado, conteúdo veiculado por meio de uma expressão que pode ser verbal, visual, entre outros tipos. Signo possui Significante e Significado – o primeiro é a representação arbitrária, inventada que damos a um símbolo (Ex. coração – amor). O significado é produzido a partir do significante. Estamos no plano da expressão (como vai se mostrar uma ideia) e do conteúdo (no que se está pensando, qual é a ideia, o que se expressa). Assim, o conteúdo pode ser mostrado de diversas formas. 
Texto verbal escrito – ideias expressas em frases, seguindo a norma padrão, encadeadas em parágrafos. Há sequencia lógica – começo, meio e fim. A partir do todo se extrai um significado. 
Texto visual – expressão de ideias pela combinação de cores, formas, jogos de linhas, volume, perspectiva, sombra, tipo de papel, etc. Há espaço limitado da tela. 
Texto sincrético - Texto pode apresentar vários tipos de expressão – oral, visual, verbal. Se juntar vários tipos de expressão é sincrético, híbrido. 
Composição do discurso – para aprender um texto temos que analisar a condição de produção e mecanismos que estruturam o texto internamente: parágrafos, uso de figuras de linguagem. Não é só o que está escrito que da o sentido, mas também o que podemos retirar do texto para produzir o sentido. Temos a definição de que uma obra é elemento intermediário entre autor que expressa uma ideia e o receptor que faz a interpretação.
Discurso leva em cosideração também o público. Adapta-se o discurso de acordo com o contexto. 
Sempre que se for interpretar um texto, devemos seguir alguns passos, segundo Platao e Fiorin.
Nenhum texto é evento isolado – texto n veio do nada. Sempre dialogo com outros textos, elementos passados, acontecimentos, etc.
Há sempre mecanismos de produção de sentido – tudo depende do tipo de texto sendo analisado, se é filme, quadro, livro, etc.
Cada texto é uma realidade única – cada autor trabalha com um texto diferente, mesmo que dentro do mesmo tema. Cada texto tem um resultado diferente e perspectiva diferente, mesmo que o tema seja o mesmo. 
Quem analisa o texto tbm é importante pq traz junto sua bagagem – formação cultura, social, etc. Quem analisa um texto deve apreender seus mecanismos estruturadores e ir organizando o sentido que dele vai emergindo. Leitor precisa ter sensibilidade para encontrar o ponto principal do texto - a ideia, o termo que facilita a compreensão e interiorização do conhecimento. 
Discurso Literário e Histórico – leitura e conhecimento do mundo são essenciais para uma boa compreensão da composição do discurso. Um texto e seu discurso geralmente trazem consigo fatores históricos. É preciso levar em consideração como o texto é feito, no porque é dito, na aparência, na imanência, como signo e como história. É preciso analisar tudo com foco histórico.
Texto é sempre produzido por um representante de um grupo social e assim expõe ideias, medos e expectativas daquele grupo, tornando-se assim um texto com caráter histórico e com características de certas épocas. 
Discurso histórico não tem foco literário, apesar de tbm ser passível de criatividade e certa subjetividade. Foco não é a literatura, não é a criatividade.
Literatura possui uma linguagem diferenciada, criativa. É específico e diferente do texto histórico. 
EXERCÍCIO 003
Reflexao a respeito do texto.
Texto é um signo e como signo possui significado que depende do conteúdo por meio de uma expressão verbal, visual ou sincrética. 
Quadro de Picasso – representa uma figura feminina, com elementos de composição: a claridade, o foco, a textura, o plano da imagem. É um texto visual. 
Charge – é um texto sincrético, porque traz elementos visuais e verbais.
Poema de F. Pessoa
AULA 004 – OFINCINA LITERÁRIA
Qual é a característica que torna um texto uma obra de arte?
Textos não literários - trazem referencias a fatos concretos. E um texto objetivo e visa mostrar a realidade do mundo, a fins de informação. Utiliza língua padrão e objetividade no tratamento do tema. Precisa de coesão para que todos que leiam possam compreender. Possui estrutura padrão linear, parágrafos em prosa, que pegam toda a extensão do texto. A abordagem da realidade é muito importante, uma realidade concreta e existencial. Aqui temos a apresentação de fatos e podem ser visto tbm comentários a respeito dos fatos. Texto é formado com argumentos para defesa de pontos de vista, de um grupo social do qual o autor pertence – para espalhar ponto de vista ou para mudar o que está vigente.
Textos literários - muitos estudiosos argumentam que o texto literário é formado por linguagem diferenciada, incomum, especial, se comparada a linguagem padronizada. Essa linguagem é característica da literatura, porém não é ele q confere a um texto o status de literário porque a criatividade ao escrever é usada também para outros ambitos, como Poe exemplo o de propagandas. 
Subjetividade x Objetividade – o texto histórico tende a objetividade. Amora traz as seguintes definições:
	Texto literário – transmite ao leitor concepções de realidade, subjetiva ou física, a partir da visão particular do autor, sobre algo vivenciado ou intuído por ele. 
	Texto não literário - transmite ao leitor concepções de realidade, subjetiva ou física, a partir da visão geral, racional ou universal, do autor, resultante de pesquisas com base científica. 
Porém, não é tão simples assim. Quando se fala em subjetividade ou objetividade é preciso pensar na questão do que predomina. Ex. o texto histórico é objetivo, se refere a dados e PROVAVELMENTE é imparcial. Isso acontece porque quando relatamos um fato, relatamos da maneira da qual achamos ser a melhor. Ex. numa batida de carro num cruzamento, com uns passageiros e pedestres presentes, haverá várias versões do acidente, porque cada um vai destacar aquilo que acredita ser mais conveniente. São elementos da realidade contados por um elemento subjetivo. Falamos então de um texto que é predominantementeobjetivo ou subjetivo. Podemos afirmar que subjetividade ou objetividade se misturam o tempo todo, em graus e proporções variadas, dependendo do texto. Por isso deve-se falar em predominância de uma ou de outra. 
 Quem escreve um texto deseja recriar um mundo nas palavras de forma de que importa não pelo que se diz, mas o modo como se vai dizer. A mensagem literária é sempre autocentrada porque o autor recria o mundo a partir da organização da expressão. É preciso tomar cuidado com o que e como se vai dizer. 
Múltiplos recursos são usados para informação literária, como por exemplo , sonoridade, repetições, simetrias, rimas. É possível explorar a criatividade em toda forma literária, tanto na poesia ou prosa, de várias maneiras. 
O que distingue um texto literário do não literário é que, quando se resume este, apanha-se o literal, já com aquele se perde o essencial. Texto literário perde a grandeza ao ser resumido. Quando se resume uma obra, se perde o ideal, a beleza. 
Em resumo – texto literário – finalidade estética, elaboração especial da linguagem, da forma, da expressão. 
Texto não literário – finalidade utilitária, elaboração convencional da linguagem e da forma. 
AULA 005 – OFINCINA LITERÁRIA
Gêneros Literários Clássicos – Sec. V a IV antes de Cristo
Aristóteles – foi um dos principais estudiosos da linguagem. Filosofo que abordava varias áreas do conhecimento, entre elas a linguística e literatura, e também filosofia, direito, sociedade. Tratava do relacionamento entre cidadãos da polis. Ele escreveu a arte retórica e a arte poética. Para ele a retórica era uma arte da formação do ser humano e dentro dessa arte ele estudava elementos para persuasão e linguagem diferenciada usada na poética (q era o uso especial da linguagem nas suas várias formações). 
Retórica é considerada disciplina relacionada a linguagem e diz respeito a eloquência (arte de convencer e falar bem). Foi usada em Atenas como meio de persuasão e domínio do povo. A Retórica estabelece a essência do discurso e processos da oratória.
	Retórica – arte do convencimento
	Oratória – arte de falar bem
	Dialética – arte do diálogo que pode ter função de convencimento ou não – capacidade de estabelecer diálogo e interação 
Embora o estudo seja muito antigo, ainda temos muito dificuldade nas práticas discursivas. O dialogo deve ser efetivado por meio de raciocínio lógico – começo, meio e fim. Quando não acontece, há problemas de comunicação, muito comuns até os dias de hoje. 
A Retórica trabalha os meios de racionalidade, de argumentação, que pode ser fundamentada em provas, em verdades, e analisa as diversas partes do discurso.
Aristóteles é tão importante que até hoje é estudado. A Arte Retórica é dividida em 3 livros:
	Livro I – 15 capítulos e estabelece relação entre retorica e dialética – Não quer exatamente dizer que diálogo deva ser baseado no convencimento. Na segunda parte dedica-se as provas técnicas presentes no interior do discurso e na terceira parte estuda as provas extratécnicas, ou seja, fatores exteriores que podem interferir no discurso, como por exemplo leis, depoimentos, tortura, etc. 
	Livro II – 26 capítulos – outros tipos de provas do discurso – moral, subjetivas e as lógicas, que são as mais importantes para Aristóteles. O Discurso pode mudar de acordo com a visão do autor e também de acordo com seus valores e cultura, porem Aristóteles busca fazer um estudo baseado em leis globais de moral. Ex. depoimentos são subjetivos a partir do momento que inclui sua opinião sobre o assunto
	Livro III – 19 capítulos – dedica-se ao estudo da forma e do vocabulário oratório, analise de frases em diferentes formas. Estudo do vocabulário que é próprio da oralidade para perceber o que faz de um discurso persuasivo ou não. Essa é a arte da argumentação que possui recursos variados, como provas, depoimentos, subjetividade, moral, etc.
Como podemos observar, a literatura clássica faz parte da nossa vida e construção do conhecimento, o que faz de nós seres diferenciados.
Aristóteles também escrever a Arte Poética, que trata da construção da literatura e discurso por meio da arte da palavra. Embora filosofo, Ari se dedicou muito ao estudo da palavra. A Poética chegou até nós nos dias de hoje de forma ‘mutilada’, o que chegou foram excertos que foram recuperados. As partes recuperadas, a parte I, falam sobre a tragédia e a epopeia. A parte II, que foi perdida, trata da comédia. Tragédia e Comédia fazem parte da arte dramática. 
Acredita-se que a poética tenha sido escrita anteriormente a retórica, já que há possíveis referencias a ela. 
Ari se dedicou ao estudo da tragédia e epopeia e entende a arte por seu ritmo e sua linguagem. Por isso sua obra é de extrema importância para a crítica literária. Ari faz analise de dois tipos de obra e chama atenção a tragédia, q pensa ser superior. 
A poética deve-se entender por tudo aquilo que é de capacidade de criação. Segundo o pensamento grego, tudo aquilo que é criação humana em sua capacidade de imitar pela voz, dança, elegia, música, canto. Arte poética é arte da criação humana em todas as suas manifestações. Ari inicia seu pensamento dizendo que a arte não está subordinada a moral, porem que não devemos desassociar uma coisa da outra. De forma direta ou não, a moral acaba influenciando na obra, de acordo com a época em que foi concebida. Ari analisa a arte como forma de imitação do que acontece do que acontece no mundo, por narrativa (ação do personagem não é tao importante quando o contar da historia) ou arte dramática (artes para serem encenadas em palco por meio de personagem). Considera a tragédia superior. Diferencia a tragédia da epopeia por meio da unidade de tempo. Geralmente o evento trágico não ultrapassa um dia, enquanto a epopeia pode ser extremamente extensa. 
Quando analisa a estrutura da tragédia, condensa em tempo, espaço e ação. Unidades são delimitadas no drama, mas a ação dramática é sempre completa. A imitação tem sempre começo meio e fim. Acredita que tragédia é superior por causa da função que consegue exercer no homem – função catártica – liberação das emoções, tragédia apresenta prazer maior concentrado. Por ser menor em duração, tem intensidade grande que causa muito impacto emocional em quem está experimentando aquela vivencia. Esse prazer não é o sentido com o qual estamos acostumados – é a libertação do espírito por meio do discurso artístico. Ex. quando assistimos um drama e sentimos uma emoção, choramos, mas depois se volta a realidade.
Ari coloca que criação poética é uma manifestação natural do homem para o belo. O belo é relativo. Ari não examina as condições individuais da produção do poeta – quem era o poeta, de onde veio e tal, não importa. A obra era exterior ao artista e isso é o que lhe interessa – verificar como o belo foi produzido, sua grandeza e precisão. 
EXERCÍCIO 005
Que recursos o autor usa para convencer o leitor? – Fábula da cigarra e formiga de Monteiro Lobato. Mostra versão diferente da fábula, onde formiga é boa e achava a cantoria da cigarra boa, que dava inspiração para o trabalho durante o verão. História traz versão otimista da fábula. Utiliza da paródia de uma estória já antes conhecida. 
AULA 006 – OFINCINA LITERÁRIA
Introdução ao Drama
Desde a antiguidade esse gênero mereceu destaque. É considerado em relação ao Deus Dionísio (Baco). A origem do Drama tem origem nos rituais em culto ao Deus Dionísio, deus do vinho, da mascara e da metamorfose. Era também relacionado as orgias. Os rituais também com a primavera, que torna a terra fértil.
Dentro dos cultos a Baco haviam peças. Peças são importantes para o teatro, mas não são indispensáveis. O fenômeno fundamental do tetro é a transformação. Não precisa haver uma peça para que haja uma imitação, uma transformação. Podemos perceber a transformação por meio da constituição do texto. 
No texto teatral a palavra é expressiva e está apoiada nos atores e inserida no espaço cênico. Por isso Ari considerava superior a outras formas de arte –pq esta num tempo delimitado. A palavra contribui para definir e ampliar o mundo imaginário pq liberta o homem por meio da estória e do que esta sendo representado. É uma arte adiovisual pq tem contribuição da musica, da canção, cenário, etc. É valido usar da dramatização em aula pra q aluno compreenda peças literárias. 
Há objetividade excessiva pq não há tempo e espaço suficiente para intervenções. A realidade deve ser o mais imediata possível, sem muito intermédio de intermediários. Podemos perceber por meio de gestos, ações, modos quem é um personagem, mesmo q não haja descrição previa dele. A peça é produzida pela linguagem e se constitui por meio da personagem q dialogam. 
Peça rigorosa – construída por dialogo q n é comunicação. Dialogo é ação pq projeta a ação para o futuro, requer interpretação. Diálogo dá movimento a ação dramática e a cena para. Há sempre um conflito que gera tensão e a partir daí vai-se em busca do equilíbrio. Personagens funcionam de forma autônoma mundo faz parte somente da sua consciência, e se reduz ao dialogo. Tudo depende do dialogo para ser conhecido no drama.
Mundo atual impossibilita visão fechada do drama rigoroso, obrigando a uma abertura e assim dialogo precisa de recursos cênicos para se manter com o dev da ação dramática e mimesis do ator. Dialogo, cena, cenário e atuação é q faz com q peça se desenrole. Teatro retrata o que é imperceptível ao dialogo. Há loucura, representação do coletivo, tudo que vai alem do pessoal.
Mimesis – para Platão é imitação pela arte da natureza humana, de forma imperfeita e deturpada. A arte para ele deveria ser desconsiderada. 
Para Ari, a arte era a criação do que faltava no mundo. Ia alem da copia, era criação e poderia ir além. Era possível criar através de vários meios, como arquitetura, musica, etc. 
Teatro Moderno – sec XX, XXI. – não tem intenção de ser copia da realidade. É necessário estabelecer relação com plateia e isso quebra ilusão, ao confundir tempo e espaço da ação dramática com realidade e presente da plateia. Mts vezes o final da peça pode ser diferenciado de acordo com a plateia de acordo com a sessão. 
Nova orietação do teatro tem a ver com nova concepção de homem. No séc XX e XXI não podemos mais ter a capacidade de nos deixar governar por nos mesmos, e isso faz com que se atue de forma diferentes. Uma mesma pessoa pode atuar de maneiras diferentes na sociedade – muda-se o papel em casa lugar da sociedade. O herói de uma peca incorpora exatamente a complexidade do novo tempo – a irracionalidade, o conflito da existência na sociedade capitalista. Herois é mts vezes uma pessoa comum, de carne e osso e sem qualidades superiores. Se aproxima a nós.
O palco funciona como espaço interno de uma consciência. Tudo que acontece naquele espaço é a representação da consciência. O tempo pode ate deixar de ser sucessivo e ser um ir e vir – presente e passado, que se faz lembrar por um cheiro, som, etc. Esse é um elemento que faz parte da constituição da peça. Hoje é possível de extrapolar espaço físico. O palco passa a representar, pois delimita tempo e espaço. 
No drama, personagens têm características marcantes. Mostra o ser humano no que ele tem de mais concreto, mas acontece de forma indireta na peça. Personalidade é vista com a representação, de acordo com o andamento da peça, com ações, gestos e modos do personagem. 
Texto exige seleção. Cada um dos fatos deve, pela concisão e síntese, ser capaz de despertar emoção. Obra dramática não apresenta descrições, mas foca na ação, acentua os acontecimentos. 
A peça não deixa de ser um texto, mas representativo, em q dialogo toma posição de destaque. Por meio dele se percebe o desenrolar da ação dramática e os personagens. 
Espécies de gêneros dramáticos
Tragédia – trata de ações e problemas humanos de natureza grave. Trata da moralidade, existência humana, relações. Geralmente no final da tragédia há uma morte, do personagem principal ou de um ente querido.
Comédia – assuntos mais comuns, fatos jocosos da realidade. Riso também é visto como forma de ensinamento – se vê no outro um ato risível e vergonhoso e então se modifica atitudes. 
Tragicomédia – fusão dos dois tipos. Ameniza final da tragédia com final feliz. Há mistura do sério com o cômico. 
Farsa – peça teatral de opucos atores, com um dialogo simples, ações triviais, burlescas, gracejos, situações cômicas ou ridículas. Traz algo de fingimento. Ex. farsa de Inês pereira. 
Auto – tema religioso e profano e tem origem popular, com linguagem voltado ao povo. 
AULA 007 – OFINCINA LITERÁRIA
A Teoria Dramática
Baseada no texto Introdução a dramaturgia de Renata Pallotini, que faz revisão da teoria aristotélica em relação a tempo, lugar e ação (não podem faltar no drama). Renata cita Aristóteles quando diz que ação deve ser completa, com começo, meio e fim e certa grandeza ideal. Renata destaca a ação dramática como vontade humana intencionada. A ação não é algo passivo, mas na teoria dramática deve refletir pensamentos e sentimentos que compõe a personagem e ganha mais peso com a atuação do ator. A peça é um discurso para ser encenado e a dramaturgia trata dessa ação do texto. 
A ação, para Hegel, está representada e condicionada pelo conflito que há na história. Conflito está na teoria de antítese e síntese e tem como base uma pessoa moral. Ação é vivida por um ator que representa por meio da personagem uma pessoa moral e isso dá estatuto de verdade a estória. Por isso os acontecimentos parecem nascer da vontade interior das personagens e tendemos a acreditar na atuação como algo verossímil. Isso é o que faz com que nos envolvemos com a estória. A pessoa moral tem vontade consciente, diferente, por exemplo, da epopeia que trata da vida das personagens como condicionada a sorte. Pessoa moral tem vontade porque representa a ação humana. Isso é a ação e conflito. Na concepção de Hegel a personagem tem responsabilidade pelo que pratica e possui três características gerais: a liberdade, consciência e responsabilidade, como acontecem com qq ser humano. 
Na ação dramática, os sentimentos devem ser objetivados por meio de ações, e as ações que são elementos externos, devem ser interiorizadas. O sentimento deve ser refletido no comportamento e o comportamento deve ser interiorizado pra construir o caráter do personagem. Isso deve ocorrer para que haja conflito, pois “a finalidade de uma ação só é dramática se produzir outros interesses e paixões opostas” (PALLOTINI, 1998). Temos que estimular o interesse, despertar as paixões, o que nos move para a vida e ação. A ação só é completa como realiza totalidade dos movimentos, porque quando se totaliza movimentos se compõe a personagem promovendo síntese dos elementos quantitativos e qualitativos e progressão dos acontecimentos acontece de forma natural, seguindo dinâmico do conflito que tende a ficar cada vez mais tenso conforme vai chegando a uma conclusão - a catarse. 
Para Hegel é o conflito que gera a ação dramática. Tanto o interesse dramático está na ação quanto o conflito é necessário para gerar a ação. É um tipo de engrenagem que leva a um fim especifico que precisa de resolução, passageira ou definitiva. A ação dramática é o elemento fundamental do gênero dramático, o que também é privilegiado por Aristóteles. No interior dessa ação está a personagem, que retém a liberdade de ação, buscando a resolução de um conflito. As personagens possuem conflitos internos que são responsáveis pela ação dramática, o desenrolar da peça no palco. 
De acordo com Hegel, são livres e tem vontade e podem dispor dela quando quiserem. Tem objetivos e os perseguem através de um todo que inclui vontade de outros com objetivos colidentes, o que gera conflitos entre os opostos. A ação dramática surge da comunicação entre esses opostos até que se encontre uma solução. 
Brunetiére enxerga o drama como exercício da vontade especifica que visa objetivo, e para ele objetivo não é um simples desejo, mas o que conduz a ação. A ação é um movimento consciente, e porisso não é um simples desejo. 
A tragédia é justamente resultado de obstáculos como destino, providência, paixões violentas, leis da natureza, ou seja, obstáculos instransponíveis. Ex. Édipo tenta fugir do seu destino, porem esse é um obstáculo instransponível e assim se torna impossível fugir dele. 
A comédia é o oposto. Gera vontade de superação do obstáculo, e também é de vontades oposta. Mas ai há equilíbrio conquistado para que a vontade transponha o obstáculo.
A farsa é dada por uma ironia da sorte, por um preconceito ridículo ou por uma desproporção entre os meios e os fins.
Pallotini define que os elementos mais importantes são o conflito e a ação dramática. Henry Jones define drama como uma sucessão de conflitos, para o qual se busca uma solução. Para alguns estudiosos, o conflito social é o mais significativo para um texto dramático. Lawson diz que conflito social acontece porque há envolvimento humano e sua vontade consciente. 
Conflito também envolve preparação, isso é, gera um suspense no publico, conclusões precipitadas que no final são outras, ou seja, indicações para o publico de como será o desfecho do conflito. Nesse quadro há uma crise, um descompasso entre o objetivo final e o destino - o ápice do conflito. 
As leis do drama
Segundo Boal:
a lei do conflito – estrutura da peça, parte central e mais importante
a lei da variação quantitativa – se relaciona aos conflitos gerados pelo conflito central
a lei da variação qualitativa – nova posição em relação ao conflito, novidade ao conflito central, novos pontos de vista
a lei da interdependência – unidade onde todas as partes devem estar inter-relacionadas para darem sentido a peça. 
Resumindo: todo esse movimento das leis tem como fio condutor a ação dramática.
Conclusão
Gênero poético se desenrolou e deixou frutos que colhemos ainda hoje, pois tratou com propriedade os dramas sociais e humanos, glorificando ou zombando deles. Refletir sobre o gênero dramático é interiorizar nossas origens é manter contato com personagens que trazem à tona nossas angústias, nossos sofrimentos, nossas dúvidas e aflições.
EXERCÍCIO 07
Composição do drama
Tempo – momento em que se desenrola a ação. Na tragédia geralmente não leva mais do que “uma unidade solar”, ou seja, 24 hrs porque tem objetivo de causar impacto.
Espaço – é o cenário, o elemento que delimita a ação. Não se tem muito espaço no teatro e espaço faz com que se foque na ação.
Personagens – 
Conflito – objetivos diferentes entre personagens
Ação – leva a solução do conflito. 
AULA 008 – OFINCINA LITERÁRIA
Tragédia
Aristóteles afirma que a tragédia tem origem relacionada ao Deus Dionísio, a mascara a metamorfose. Está relacionada ao culto, ao ritual a Dionísio. Dionísio é o Deus da fertilidade, do vinho, das orgias, da abundancia. 
A tragédia clássica homenageia Dionísio com coro sendo o ponto central do culto, com diálogos interindividuais enfocando o destino dos heróis gregos. O herói grego geralmente tem um fim trágico, porque prefere morrer a viver desconhecidamente, como covarde que não assume suas responsabilidades. Os heróis gregos são focados nos cultos como idealização máxima da antiguidade clássica. 
A tragédia grega definiu-se pela situação trágica. Nem sempre tem fim concluso. Pode ter um conflito como forma de saída. Um conflito com a própria questão interior pode ser uma fuga. Há uma personagem que sucumbe pelos próprios atos – é uma forma de manifestação de desequilíbrio interior, isso é, por exemplo, o excesso de coragem. No caso da tragédia, algum sentimento em excesso desequilibram a ‘medida’, isso á, a lei ou harmonia da polis (centro grego) e do universo: a lei natural e moral. O herói se assemelha muito a representação humana – é pessoa como nos que age em busca de um objetivo maior. 
O teatro latino não escapa a influência grega. Sêneca é o seu maior representante. Há influencias das tragédias até os dias de hoje – muitos autores fazem uso do modelo de tragédia grega.
Concepção do gênero trágico – há influencia da tragédia clássica, definida por Ari. Ele afirma que o principal objetivo da tragédia é causar “terror e piedade” e tem por efeito a purificação das emoções, ou seja, a catarse. “Terror e piedade” – situação trágica tem que causar terror no espectador e piedade em relação a personagem. Isso coloca o espectador dentro da peça e há envolvimento – coloca-se no lugar do personagem mas sente-se alivio por não estar naquela situação. Para atingir a catarse, é necessária uma fábula conclusa, ordenação e economia – toda obra deve ser coerente e coesa, ter ordenação lógica e com cenas selecionadas para causar impacto. Para Ari, ficção é mais que filosofia e historia, porque transfigura a realidade para convencer o outro – é uma criação verossímil que busca tocar o espectador.
O herói não é o que temos hoje. Tem qualidades e características humanas e durante a peça cai no infortúnio, sem saber. Se isso não ocorre, não é compaixão. 
A catarse, para Ari, tem a ver com emoção, aquela q fica presa em nós e tem q sair de nos em forma de choro, pânico, piedade, etc. para dar a liberação do sentimento com significado medicinal e limpeza de tudo que é nocivo a alma. Fazendo isso se alcança o equilíbrio. 
A tragédia é imitação do comportamento humano. O homem quando assiste a tragédia, adquire sabedoria pertinente aos heróis que ele assiste. Aprende-se pela experiência do outro, do erro do herói. O fato trágico se caracteriza pela desproporção entre o que é castigo e a culpa do herói. 
Ari divide a tragédia em seis partes:
Fábula – estória sendo contada propriamente dita
Caracteres – características dos personagens, que são ligadas as ações e as determinam, 
Elocução – escolha dos termos e palavras e organização para dar força e poder
Pensamento – pronúncia, ênfase e entonação das palavras – conteúdo como se deseja expressar sentimentos
Espetáculo – ação encenada
Canto – um objeto da imitação que compõe a encenação – musica tem papel importante na criação do clima
As partes e elementos unidos são capazes de produzir o efeito esperado, ou até mesmo o inesperado. A tragédia sempre tem uma reviravolta da sorte ou descoberta de algo. 
Comédia
A comédia envolve o espectador, mas com outra finalidade. Aqui temos a questão da homenagem a Dionísio, só que voltada para o irônico, cômico. Chega a trazer elementos de política as vezes. Há a questão de usar o riso como punição. Mostra um personagem de nível inferior, com defeitos, para despertar algo cômico. 
É muito similar a tragédia, porém cria outro efeito no espectador, porque não é nada sério. 
Tipos de comédia: antiga, mediana, nova. 
	Antiga - estruturada em quatro partes (prólogo, párodo – interrupção festiva do coro – episódios e êxodo),tratava de assuntos políticos ou sociais, seu maior representante é Aristófanes
	Mediana - assunto mitológico ou literário em seu início passando, no decorrer da ação, para assuntos de caráter social, não possui o coro, seus representantes são Antífanes e Alexis
	Nova - gira em torno das paixões e do amor, possui simplicidade na construção das cenas e emprega principalmente o diálogo, seu maior representante foi Menandro, que influenciou, posteriormente, a comédia em Roma, após o declínio do gênero na Grécia
EXERCÍCIO 09
• Drama: literatura e teatro
• É forma de representação transfigurada da realidade.
• O herói dramático deve ser próximo ao humano, para causar empatia.
• Tragédia causa catarse.
• Comédia leva ao riso.
AULA 009 – OFINCINA LITERÁRIA
Romance
Quando se fala em romance, é preciso salientar que o termo romance na literatura é um gênero em prosa, assim como é a novela, contos e crônicas. Eles se davam pela extensão da narrativa. Hoje se sabe que cada um tem uma característica especifica. Romance tem unidade maior que a novela. 
O romance traz a visão do mundo do próprio autor que se manifesta através da personagem. A ascensão do romance se deu com a ascensão da burguesia, porque a burguesia não era uma classe formadano molde das belas letras e não se contentava com a poesia mais. As obras dos burgueses eram feitas em narrativas que contava seu ponto de vista, sua vida, etc. Hoje há várias categorias dentro do romance, mas na origem foi assim.
Os temas abordados no romance seguem ordens diferentes – histórico, psicológico, experimentais, científicos, policiais. O romance é herdado da epopeia clássica, que era a poesia épica, uma narrativa de fatos e feitos históricos escrita em versos. É um gênero épico na essência porque rompe com a visão de herói como algo sublime – herói é degradado e se assemelha a nós e por esse motivo é falível. A personagem muitas vezes aparece como elemento revelador da sociedade, promovendo pensamento e transformações. 
Pelo herói estar inserido no novo imaginário, temos uma sociedade individualista sendo mostrada. O foco não é mais voltado para a nação como era na epopeia, mas para os dramas pessoais da personagem. O gênero ganhou muitos adeptos na época do romantismo porque além de ser artístico, é um gênero de transformação que acontecia muito na época em que foi criado. A burguesia traz essa ideologia individualista e transformadora.
Exemplos de romance:
O Guarani – José de Alencar - romance indianista, índio é herói.
Memórias Póstumas de Brás Cubas – Machado – defunto autor
O Quinze – Rachel de Queirós. 
Narrativa – história sendo contada. 
Narração – ato de contar. 
Novela
Outro gênero em prosa. A novela é uma forma literária pela configuração diferente do romance. No romance há somente um núcleo. Já há novela possui um núcleo central e dentro dele há pequenos núcleos que se relacionam. 
O critério original para classificação era o numero de paginas, mas há outros tipos de narrativas do mesmo tamanho da novela que são diferentes. Não se considera mais a extensão para classificação da obra. 
Novela existe desde a Idade Média, mas o Romantismo ajudou na sua popularização. A novela era popular principalmente entre as donas de casas ociosas e, portanto surgiu como forma de entretenimento. 
Características:
	Estrutura: sua ação é plural – vários pequenos núcleos entrelaçados. Unidade e tema maiores e variados. Há vários tipos de conflitos entre as personagens. 
	Sucessividade: se desenvolve de forma linear – começo, meio e fim. Para construir episódios subsequentes, o capítulo anterior sempre deixa uma “semente”. As quebras se dão para estimular a curiosidade do leitor. 
	Tempo da narrativa: acompanha a estrutura linear. Porém, é possível que a narrativa tenha que voltar ao passado para explicar algum momento. 
	Tempo histórico: é sempre o tempo presente, contado de forma convencional (ano, dias, etc.). Tempo também pode permitir elementos de surpresa – revelação no passado ou acontecimento inesperado. 
	Espaço: vinculado ao tempo. Pluralidade espacial acontece assim como a pluralidade dramática. Novela tem tendência a deslocamento continuo das personagens. 
	Linguagem: metáforas diretas, linguagem é despojada, insinuação ao mistério aparece de forma clara pra despertar curiosidade. Aproxima mais o leitor. 
	Personagens: tem grande numero de personagens em consequência dos muitos núcleos. Não é uma personagem central da história, mas uma central em cada núcleo. São personagens estereotipados e não há muita evolução psicológica. 
Conto
Termo de origem latina “comentum”, que significa invenção, ficção. Traz um olhar diferente para a verdade. Também se refere a nossa sociedade e características, mas traz nova verdade, um novo olhar. O conto é primordial do ser humano – homens o contavam, de maneira real ou ficcional, oralmente, há muito tempo. Desde a aquisição vocal o homem tem necessidade de contar seus desejos ou histórias. Para literatura é de caráter ficcional. 
Conto é um dos gêneros literários mais antigos porque é ligado a nossa vida intrinsecamente. 
EXERCÍCIO 09
Crônica – novo gênero que assume temas diferenciados. É semelhante ao conto porque tem unidade dramática menor e sua extensão também é pequena. Conto traz algo psicológico a respeito da realidade. A crônica traz reflexão sobre os fatos cotidianos.

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