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Processo Civil Ordinário e Sumário

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DAS PROVAS
 INTRODUÇÃO:
 Toda pretensão, ou direito subjetivo alegado pelas partes que figuram no litígio a ser solucionado, originam de fatos.
Para solução do conflito de interesses que lhe é apresentado no processo, o juiz deve considerar os fatos alegados pelas partes e verificar o direito aplicável.
É do exame dos fatos e de sua adequação ao direito objetivo é que o juiz extrairá a solução do litígio.
O processo de conhecimento tem como objeto a prova dos fatos alegados pelos litigantes, pois não basta simplesmente alegar os fatos; para que o juiz declare o direito, é necessário convencê-lo da verdade dos mesmos. Isso se dá através das provas.
 CONCEITO:
 Prova é todo e qualquer meio destinado a convencer o juiz, que é o seu destinatário, a respeito da verdade de um fato.
Dessa definição, podemos destacar dois aspectos em sua conceituação:
 - no aspecto objetivo: prova é um instrumento ou meio hábil para demonstrar a existência de um fato: (documento; testemunha; perícia)
- no aspecto subjetivo: é a certeza da veracidade de um fato, pelos meios ou métodos próprios, formando a convicção do espírito do julgador. 
 CARACTERÍSTICAS:
 a) OBJETO: são os fatos da causa, ou seja, os fatos deduzidos pelas partes como fundamento da ação ou da defesa. (art. 332 - “...a verdade dos fatos...”)
 Regra geral: provam-se os fatos, não o direito, pois o nosso direito é objetivo, escrito, posto. Mas, por exceção, pode-se exigir prova do direito
art. 337 do CPC - prova do direito. (LICC - art. 14 - não conhecendo lei estrangeira, poderá o juiz exigir prova do texto e da vigência.)
 Mas não são todos os fatos que dependem de prova, somento os 
Fatos - CONTROVERTIDOS ou CONTROVERSO; RELEVANTES ou PERTINENTES; DETERMINADOS
 1) Fato incontroverso - é aquele que, por não ter sido impugnado, posto em dúvida, ou discutido, deverá admitir-se como verdadeiro - art. 302 do CPC; ART. 334, II e III.
Fato controverso - a contrario sensu.
 2) Fato relevante ou pertinente - é aquele que tenha relação ou conexão com a causa ajuízada, em condições de poder influenciar na decisão da causa.
Ex: são irrelevantes os fatos cuja prova é impossível. Art. 401 - prova exclusivamente testemunhal de contratos civis em valor superior ao décuplo do maior salário mínimo vigente.
 3) Fato determinado - é aquele que possui um conjunto de características suficientes que o distingua de outo fato; é o fato individualizado, específico.
 4) E ainda diz o art. 334, I - fatos notórios: são constituídos por verdades geralmente reconhecidas, por se referir a uma situação territorial ou geográfica, ou a acontecimento histórico, e ainda, por se tratarem de fatos axiomatícos, evidentes e indiscutíveis, em geral datas históricas, fatos heróicos, situações geográficas, atos de gestão política, etc...
 OBS: o conceito de generaliadde pode não se referir a um povo, mas a um círculo social ou profissional. ( 25/12 - conhecimento de todo o mundo cristão; época da colheita do café é conhecida nos Estados brasileiros que o produzem); Não é necessário que ele seja conhecido, bastando que o possa ser por meio da ciência pública ou comum. (época da colheita do café em S.P); Não é necessário ter presenciado ou ter relação direta com o próprio fato (mesmo ser ter ido à Santos, sabemos que existe um porto).
 
5) art. 334, IV - presunção: é o resultado de uma operação lógica relaizada a partir de indícios, sendo que este é um fato conhecido, devidamente provado, suscatível de conduzir, por inferência, ao conhecimento de um fato desconhecido.
Ex: arrombamento cofre - botão caído - provavelmente do ladrão.
Presunção legal: decorre da lei. Podem ser absoluta, relativa ou mista. art. 495 do CC - devedor que possui título de crédito não precisa provar pagamento; art. 337 do CC - filhos havidos na constância do casamento são tidos como filhos do casal.
 b) FINALIDADE: formar a convicção de algúem quanto à inexistência dos fatos da causa, ou seja, a certeza da existência dos mesmos para aa formação da convicção.
 c) DESTINATÁRIO: o juiz; é ele quem deve ser convencido da veracidade das alegações das partes para dar a respectiva solução jurídica.
 e) MEIO e MÉTODO: meios de prova é a forma pela qual irá se transportar os fatos da vida real para o processo; os meios necessitam ser juridicamente idôneos - art. 332 do CPC - regra geral - princípio da liberadde dos meios de prova (desde que moralmente legítimos).
- O que não está nos autos, não está no mundo para o juiz.
: método é o procedimento probatório, é um conjunto de princípios e normas que regula a produção da prova no processo. Existe um momento certo para que a prova seja produzida, por. exemplo. 
 - Discriminação dos meios legais de prova - art. 332 - as provas são produzidas por todos os meios idôneos (moralmente legítimos).
 - Enumeração não taxativa no CPC:
I - Depoimento Pessoal - arts. 342/347
II - Confissão - arts. 348/354
III - Exibição de Documento ou coisa - arts. 355/363
IV - Prova Documental - arts. 364/391
V - Prova testemunhal - arts. 400/419
VI - Prova pericial - arts. 420/439
VII - Inspeção Judicial - arts. 440/443
 - outros meios - CC art. 136 - nos atos jurídicos que não se impõe forma especial, provar-se-á mediante:
- confissão
- atos processados em juízo
- docs. públicos e particulares
- testemunhas
presunção
- exames/vistorias
- arbitramento 
- C. Comercial - art. 122 - prova dos contratos comerciais: docs. públicos e particulares, etc...
 - indícios - previsto no CPC de 1939.
 PROVAS ILÍCITAS: Art. 5, LVI da CF/88 - inadmissibilidade de utilização de provas obtidas por meio ilícito.
 Para Ada Pelegrini, prova ilícita é aquela obtida através de infringência a normas constitucionais e normas de direito material, atingindo os direitos à personalidade, individualidade, à intimidade, vida privada , etc...; Prova ilegítima é aquela obtida em infringência à normas processuais.
A dieferença se caracteriza que a ilicitude material se dá no momento da formação da prva, enquanto a formal(processual) na sua introdução no processo.
 Princípio da proporcionaliadde: vem mitigar a aplicação da inadmissibilidade de provas obtidas por meio ilícito, nos casos de extrema gravidade, ou especialísssimos.
 - Classificação das Provas:
 a) Quanto ao objeto: 1) Prova direta é aquela que se refere ao próprio fato probando, consiste no próprio fato. Ex: testemunha que viu o acidente de trânsito; documento de confissão de uma dívida
2) Indireta é aquela que não se refere ao próprio fato probando, mas sim à outro, através do qual, por raciocínio, se chega ao fato a ser provado. São os indícios e presunções.
Ex: posição dos veículos no acidente; sinal de cerca antiga na divisão dos imóveis.
 b) Quanto aos sujeitos (Sujeito é a pessoa ou coisa de quem ou de onde dimana a prova)
1) Pessoal: é toda a afirmação pessoal, consciente, destinada a fazer fé dos fatos afirmados.
Ex: testemunha que narra o fato; documento de confissão de dívida; escritura de testamento, etc...
2) Real consiste na atestação inconsciente decorrente do exame de uma coisa. Ex: trinca na parede; ferimento, etc...
 c) Quanto à forma:(Forma é a maneira ou modalidade pela qual se apresenta em juízo)
1) Testemunhal: é a afirmação pessoal oral
2) Documental: é a afirmação escrita ou gravada
3) Material: é a atestação emanada da coisa
 d) Quanto à preparação: 1) Causais são as provas preparadas no curso da demanda
2) Précosntituidas são as provas perparadas preventivamente em vista de possível utilização em futura demanda.
 INSTRUÇÃO DA CAUSA
ou instrução probatória consiste na comprovação dos fatos deduzidos pelas partes, sendo fase do processo de conhecimento em que se colhe e se produz a prova dos fatos deduzidos pelas partes como fundamentos do pedido ou da defesa.
 Num sentido mais amplo, temos que a instrução figura desde a fase postulatória, passando pela fase de ordenamento, fase probatória, até os debates orais.
 
	fase postulatória			fase probatória			fase decisória
	........................................./................................................./...................................Procedimento Probatório:
-é o procedimento a ser observado, destinado a transplantar para o processo a prova dos fatos, consistindo em certos requisitos (gerais e particulares) relativos à forma e oportunidade de produção de provas, para que se observe o princípio do contraditório.
 -conjunto de atos que são praticados no processo para a produção de determinada prova.
 Compreende 3 (três) estágios:
1) Proposição da prova - cosnsite no oferecimento, formulado pela parte, de demonstrar um fato, já determinado, por certo meio de prova.
 - é ato da parte
- No CPC, é feito na inicial ou na contestação - art. 282,VI e art. 300.
 2) Admissão da prova - após a apresentação das provas pelas partes, cumpre ao juiz examinar a sua admissibilidade e relevância, para deferir ou não, ao pedido do ato probatório.
 - ato exclusivo do juiz - art. 130
- no proc. ordinário - saneador - art. 331,#2
- no proc. sumário - art. 276 e 278,#2 - admissão em audiência.
- após o saneamento, o juiz pode indeferir a produção de provas - não depósito do rol de testemunhas; testemunhas impedidas ou suspeitas.
- o juiz pode admitir produção de provas aapós o saneamento - arts. 397 e 398; art. 130 do CPC.
 3) Produção da prova - consiste no conjunto de atos com que são levados ao processo, os elementos de convicção que o meio de prova deverá conter, ou na reprodução, no processo, de fatos afirmados pelas partes, ou ainda, de diligências do juiz e de seus auxiliares e das próprias partes, realizada para que a prova se incorpore materialmente nos autos.
 - provas orais - audiência de instrução e julgamento - art. 336 do CPC
- documental - art. 396 do CPC 
 ÔNUS DA PROVA
 Ônus quer dizer carga, fardo, peso - é a necessidade de provar para vencer a causa.
 O autor, na inicial, alega os fatos em que fundamenta o seu pedido; eo réu, por sua vez, os fatos que fundamentam a sua defesa.
São estes os fatos que são levados em conta pelo juiz ao proferir uma sentença, uma vez convencido quanto à verdade dos mesmos.
Mas não basta somente alegar, pois é necessária a formação da convicção do juiz quanto à veracidade dos mesmos, e daí, cada parte assume o “dever”(necessidade - ônus) de provas os fatos. (allegatio et non probatio quasi non allegatio).
 Princípio do dispositivo: cabem às partes a movimentação do processo, sendo que à elas está entregue a sorte da causa.
 No direito Romano e no direito medieval, o ônus da prova cabia aquele que primeiro vinha a juízo deduzir a suaa pretensão, ou seja, ao autor.
 Atualmente, é possível configurar as seguintes regras:
 1) Compete, em regra, a cada uma das partes fornecer os elmentos de prova das alegações que fizer. Ao autor cabe a prova dos fatos dos quais deduz o seu direito; ao réu, a prova dos fatos que, de modo direto ou indireto atestam a inexistência daqueles (prova contrária ou contra-prova). Se o réu nega pura e simplesmente os fatos alegados pelo autor, trata-se de negativa absoluta ou indeterminada, cabendo ao autor a prova do seu fato constitutivo. Se o réu alegar fatos que importem na negação dos fatos afirmados pelo autor, caberá ao auotr a prova do fato constitutivo e ao réu, a contra prova. O ônus da prova incumbe à parte que afirma.
Ex: autor afirma que é brasileiro; réu afirma que é italiano; o ônus pertence ao autor.
 2) Compete em regra, ao autor, a prova do fato constitutivo e ao réu a prova do fato extintivo, impeditivo ou modificativo. Essa regra reafirma a anterior quanto ao autor e atribui ao réu que se defende por meio de exceção, no sentido amplo. (art. 333 do CPC)
 Ex: réu nega a existência de rel.locatícia em ação de despejo por falta de pagamento. Onus da prova do autor.
Réu afirma que já pagou os aluguéis - onus da prova do réu.
 3) Deve ser diferencaido a negação do fato e fato negativo. A simples negação do fato constitutivo não reclama prova de quem o faz. O fato negativo funciona como fato constitutivo de um direito e muitas vezes, a sua prova é exigida pela própria lei.
Ex: art. 159 CC - omissão culposa; art. 694 CC prova da inexistência da dívida para repetição de pagamento; art. 710,II CC prova do não uso por 10 anos para se considerar extinta a servidão; art. 1063 CC na petição de herança, o autor há de provar que na escala das pessoas enumeradas neste artigo, ninguém há que sobre ele tenha prevalência.
 CONVENÇÃO SOBRE ÔNUS DA PROVA
 O CPC permite que as partes distribuam de modo diverso o ônus da prova, mediante convenção formada antes ou no curso do processo, em caso de direitos disponíveis.
 art. 333, parágrafo único do CPC.
 Ex: cláusula contratual para resolver futuros litígios em decorrência do contrato.
 PODER DE INSTRUÇÃO DO JUIZ - (princípio da iniciativa oficial)
 Princípio da demanda ou da iniciativa das partes - art. 2 do CPC e 262, primeira parte, do CPC.
Princípio do dispositivo: o juiz depende, na instrução da causa, da inciativa das partes quanto à afirmação e e prova dos fatos que fundamentam os pedidos. (art. 131 do CPC, segunda parte)
 Princípio do impulso oficial ou da iniciativa oficial: art. 262, segunda parte do CPC; no campo das provas art. 130 do CPC. (atenua a aplicação do princípio do dispositivo, que não é absoluto - busca da verdade real)
OBS: esse poder é supletivo, e não pode substituir a atividade probante das partes. Aplica-se para complementar, sair do estado de dúvida, pois trata-se de atividade excepcional.
Ex: art. 437 - nova vistoria
	aart. 440 - inspeção judicial.
 Não pode o juiz, p.e, querer a produção de prova se o réu é revel e confesso e não se trata de direito indisponível
 FALTA OU INSUFICIÊNCIA DE PROVA
 Art, 126 - o juiz não pode se eximir de prestar a tutela jurisdicional. Como se fazer se as partes não provas as suas afirmações?
 Aplicação do princípio do ônus da prova: se o autor nada provar, certamente o réu será absolvido, exceto no caso de revelia; se o réu não provar a exceção (defesa indireta de mérito), fatalmente o autor sairá vitorioso.
 Aqui poderá aplicar-se o princípio da iniciativa oficial, para que o juiz deixe o estado de dúvida e possa solucionar a lide em busca da verdade real - art. 130 do CPC.
 APRECIAÇÃO E VALORAÇÃO DA PROVA
 Processo intelectual destinado a estabelecer a verdade produzida pelas provas.
 Três são os sistemas conhecidos na história do direito processual
 1) Do critério Positivo ou legal: remonta tal sistema às ordálias ou juízos de Deus, onde a pessoa era submetida a uma prova e caso estivesse falando a verdade, Deus o deixaria sair com vida. Generalizou-se o cambate ou duelo entre as partes a até entre as testemunhas. Com o direito canônico, foi abolido o sistema das ordálias, restaurando-se a prova documental e oral, mas cada uma já tinha um valor préfixado na lei (sistema de tarifamento das provas).
 2) Da livre convicção: esse sistema é totalmente oposto ao sistema anterior. Também chamado de íntima convicção, o juiz é soberanamente livre quanto à indagação da verdade e apreciação da prova. A verdade judiciária é a formada na consciência do juiz, que não é para isso, vincluado a qualquer regra legal, quer no tocante à prova, quer no tocante à sua avaliação. Vai ao extremo de permitir o convencimento extra-autos e contrariar a prova das partes,podendo embasar-se em seu conhecimento pessoal dos fatos e de suas impressões, não estando obrigado a dar os motivosem que funda a sua convicção, nem os que levaram a condenar ou absolver.
 3) da Persuação racional: o juiz, não obstante poder apreciar a prova livremente, não pode seguir as suas impressões pessoais, mas deverá tirar a sua convicção das provas produzidas, convicção esta formada pelas provas condicionadas às regras jurídicas, até porque a decisão deverá sempre ser motivada. Assim, temos que a convicção do juiz ficaa condicionada:
a) aos fatos nos quais funda a relação jurídica controvertida;
b) às provas desses fatos colhidas no processo;
c) às regras legais;
d) sentença deverá sempre ser motivada.
 No CPC - princípio da persuação racional - art. 131 do CPC
 a)embora de livre convencimento, o juiz não pode ser arbitrário, pois fica condicionado às alegações das partes e das provas dos autos (art. 131, primeira parte);
b) a observância dos critérios legais sobre provas e sua validade não pode ser desprezada pelo juiz(art. 366 do CPC - exigência de determinado meio de prova)
c) as sentenças devem ser sempre fundamentadas, o que impede julgamentos arbitrários ou divorciados dos autos (art. 131, segunda parte).
 MOMENTO DA PROVA:
 O procedimento probatório passa por três momentos ou estágios: Proposição, Admissão e Produção.
 Assim, encontram-se presentes no procedimento probatório a aplicação dos princípios da Oralidade (art. 336) e identidade física do juiz (art. 132) e da concentração dos atos (art. 336).
 Existem, porém, circunstâncias que autorizam a produção de prova fora da audiência, sendo exceção à aplicação desses princípios: São elas:
a) Prova fora de terra ou instrução por carta;
b) Produção antecipada de provas ou prova “ad parpetum rei memoriam”.
 PROVA FORA DE TERRA OU INSTRUÇÃO POR CARTA
 Conceito: é a prova uqe deve ser produzida em território sob jurisdição diversa à do juiz da causa, ou seja, a prova deve ser colhida fora da comarca onde corre o feito.
 Pode ocorrer que o sujeito da prova, a pessoa ou coisa não se ache no lugar do processo e necessita ser ouvida ou examinada. Torna-se muitas vezes difícil e até impossível trazer as pessoas ou coisas ao juízo do feito, com dispendio de tempo e dinheiro. Daí determina-se a realização da prova no lugar em que elas se encontrem. Ex: bens imóveis.
 
Far-se-á por meio de carta: Precatória, Rogatória ou Carta de Ordem
 Condições para a admissibilidade da prova por carta: a) que o sujeito da prova se encontre fora da jurisdição do juiz da causa. Não é necessário que o sujeito se encontre permanentemente fora do território do juiz da causa; basta a ausência no momento da produção da prova.
b) que a prova seja admissível, não sendo inútil ou com propósito manifestamente protelatório.
 Proposição: a) na petição inicial ou contestação; b) antes do despacho saneador; c) após o despacho saneador.
 Efeitos: art. 338 do CPC - se requerida antes do saneador, o juiz suspende o processo até o cumprimento da carta, não podendo marcar audiência de instrução e julgamento, v.g.
Procedimento: arts. 202/212 do CPC.
 DA PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVA:
 Definição: São diligências tendentes à fixar por meio de exames periciais ou inquirições, situações transeuntes que convém deixar fixadas, para servirem de prova em ação futura.
 O procedimento probatório é realizado durante a fase de instrução. Pode ocorrer entretanto, quando há conveniência e necessidade de se colher a prova para invocá-la em processo futuro ou em processo pendente, antes que chegue o momento próprio da sua produção.
 Ex: testemunha enferma; fatos passageiros (acidente trânsito; ruínas de uma construção, causas de incêndio, etc...)
 As provas antecipadas se incluem nas chamadas medidas cautelares - arts. 846/851
Classificação:
a) Propriamente preventivas ou preventivas: quando visam, pela prova dos fatos, assegurar a eficácia de um direito futuro, que pode vir ou não a ser objeto de uma lide. Ex: inquilino faz vistoria em apartamento locado, para previnir-se contra possivel ação do locador.
 b) Preparatórias: são as que se destinam a preparar elementos de prova com que fundamentam uma ação determinada e já em vista. Ex: perícia em acidente ocorrido para pedir indenização
 c) Cautelares incidentes: são as que se produzem na pendência de uma lide, mas antes do momento próprio para sua produção. Ex: testemunha enferma.
  -Meios de prova: art. 846 do CPC - interrogatório da parte, inquirição de testemunha ou prova pericial.
- Momento da prova testemunhal ou do interrogatório : art. 847 do CPC.
obs: art. 336, p. único e 410,II do CPC - impossibilidade de comparecimento, mas não de prestar depoimento. Aqui não existe risco de perder a prova, mas simples impossibilidade física de comparecer em juízo.
- Prova pericial - art. 849/850.
 Ação cautelar de exibição de doc. ou coisa - também é modalidade de prova antecipada - art. 844 do CPC.
 PROVA EMPRESTADA:
 Definição: Consiste na transferência de um processo para o outro, da prova de um fato, seja por documentos, testemunhas, confissão, depoimento pessoal ou exame pericial, mediante a extração de uma certdão.
Estão fora do conceito de prova emprestada as provas préconstituídas; somente as causais.
Eficácia - deve ser ou não admitida?
a) Para alguns, a prova oral (nem tanto a documental, pois o valor é igual para qualquer juízo) deve ser feita necessariamente em audiência - art. 336 do CPC ( princípio da oralidade) e ainda perante o juiz que irá julgar a lide - art. 132 ( princípio da identidade física do juiz). Assim, a mesma é ineficaz
b) Para outros, como o cógido prevê exceções, como a prova fora de terra e a instrução por carta, adimitr-se-á a prova emprestada. Assim, seria de admitir a eficácia da prova emprestada.
 Ao admitrimos a prova emprestada, devemos ligar a sua eficácia em relação à pessoa dos litigantes, podendo estabelecer as seguintes regras:
a) entre as mesmas partes: guarda em princípio, a sua eficácia inicial, desde que: 1) tenha sido colhida em processo entre as mesmas partes; 2) que tenha sido observada, no processo anterior, as formalidades estabelecidas em lei; 3) que o fato probando seja idêntico.
 b) entre uma das partes e terceiros: podemos, nesta hipótese, considera duas situações:
1) a prova é trasladada por quem participou de sua produção no processo anterior: aqui, a prova não terá a eficácia em relação à parte contrária que não participou de sua produção, podendo o juiz levá-la em conta para formar sua convicção, com restrições.
2) a prova é trasladada por quem não foi parte no processo anterior: deve ser considerada a eficácia inicial, principalmente se a sentença do processo anterior a reconhecer.
 c) entre terceiros: seu valor é reduzido, podendo até não ter qualquer eficácia. 
Aula 2
 DA PROVA DOCUMENTAL
 Conceito de documento:
 Oriundo do Latim documentum, do verdo docere, que significa ensinar, instruir, mostrar.
 “É toda a representação material destinada a reproduzir determinada manifestação do pensamento” (Chiovenda);
“É uma coisa capaz de representar um fato” (Carnelutti);
“É todo objeto suscetível de servir de prova a alguma proposição” (Pontes de Miranda);
“É todo objeto físico capaz de ser levado à presença do juiz” (Jaime Guasp);
“É tudo aquilo destinado a fixar duradouramente um fato” (Arruda Alvim);
“É a coisa representativa de um fato, destinada a fixá-lo de modo de pemanente e idôneo, reproduzindo-o em Juízo.” (Moacyr Amaral);
“É todo meio material idôneo e moralmente legítimo, destinado a comprovar a existência de um fato.” (Manoel Antônio Teixeira Filho);
a) todo meio: porque documento não é prova, mas meio de prova;
b) material: porque o documento deve ter existência palpável, duradoura e permanete. ( a escrita, como os monumentos, permanece; as palavras, como o vento, voam”)
c) idôneo: capaz de demonstrar o fato, não sendo apenas os escritos, fotografias, as gravações, etc... (rabiscos no papel)
d) moralmente legítimo: exigência da lei - art. 332 do CPC e art. 5,LVI CF.
e) destinado a comprovar a existência de um fato: pois o objeto da prova são os fatos.
 Classificação: 
a) Quanto ao autor, origem ou procedência: 
 Autor: pessoa a quem se atribui a sua formação.
art. 371 do CPC
I - redigir e datilografar uma carta
II - mandei minha secretária redigir e datilografar e assinei
III - mandei elaborar um documento, mas não assinei - um comunicado, livro de receita, etc...
 OBS: o autor do documento será sempre a pessoa que o assinou, não importando quem o elaborou.
 1)Públicos: formado por quem esteja no exercício de uma função pública que o autorize a formá-lo (tabelião); Privados: formado por um particular ou por meio de um oficial público que não esteja agindo nessa qualidade;
 2) Autógrafos:coincidência entre o autor do documento e o autor do fato documentado (escritos particulares); Heterógrafos autor do documento é um terceiro em relação aos fatos documentados (docs. públicos);
 3) Assinados e não-assinados ou anônimos (sem subscrição ou que não se costuma assinar. Ex: assentos domésticos, bloco de anotações, etc...);
 Subscrição: ligado à autoria do documento, pois a prova da autoria é a assinatura do autor do documento (subscrição).
- prova a autoria do documento;
- presunção de que a declaração nele constante foi querida pelo autor do fato documentado.
 4) autênticos, autenticados ou sem autenticidade (art. 369 do CPC)
 Autenticidade: problema também ligado à autoria, no sentido de confirmar que o documento realmente provém do autor nele indicado.
 - autêntico: quando a autoria já é certa, presumida, não exigindo prova da autenticidade. Ex: documento público; procuração (art. 38 do CPC);
- autenticado: se dá com o reconhecimento de firma do autor do documento, provando a autenticidade.
- sem autenticidade: quando a prova não é feita.
 b) Quanto ao meio, maneira ou material usado na sua formação:
 1) indiretos: o fato representado se transmite através do sujeito do fato representado (docs. escritos); diretos: quando o fato representado se transmite diretamente para a coisa representativa. (fotografia)
 2) escritos (representação de um fato de forma literal (escrita); gráficos: fato é representado por sinais diversos da escrita (desenhos, plantas, pinturas) , plásticos: fato é representado por meio plástico (modelos de gesso, de madeira, miniaturas); estampados: são os documentos diretos (fotografia, fonografia, cinematografia)
 c) Quanto ao conteúdo: 
1) Narrativos: quando encerram declarações de conhecimento ou de verdade, podendo ser testemunhais ou confessórias (atestado médico);
2) Constitutivos: quando contêm declarações de vontade ou de relação jurídica (contrato).
 d) Quanto à finalidade:
1) preconstituídos
2) causais
 e) Quanto à forma (no tocante à prova que produzem):
 1) formais ou solenes: são aqueles segundo os quais a lei reclamada ou determina forma para a prova de certo ato ou fato. (escritura, etc..) 
2) não-formais: quando a lei não exige forma para a prova do ato ou fato.
 f) Quanto à forma em si:
 1) originais: próprio documento que representa o ato ou fato
2) cópias: reproduções dos documentos originais.
 Documento e Instrumento:
 - Documento: é toda a coisa representativa de um ato ou fato, sendo gênero da espécie instrumento. É prova casual.Ex: carta que um contratante manda ao outro.
Podem ser públicos ou particulares.
 - Instrumento: é o documento feito com o propósito de servir, no futuro, de prova do ato nele representado, constituindo-se em documento no qual a lei reclamada forma essencial (préconstituído) arts. 221, 217 e 218 do CC. Ex: escritura pública de compra e venda.
Podem ser públicos ou particulares.
art. 366 do CPC - nenhum outro meio de prova pode ser aceito quando a lei considera o instrumento público como substância do ato. Ex: escritura pública para provar a propriedade; pacto antenupcial, adoção por sentença judicial, etc...
 art. 221 do CC/02 : O instrumento particular, feito e assinado, ou somente assinado por quem esteja na disposição e administração livre de seus bens, sendo subscrito por duas testemunhas, prova as obrigações convencionais de qualquer valor. Mas os seus efeitos, bem como as da cessão, não se operam, a respeito de terceiros antes de registrado no Registro Público.
 Eficácia dos Documentos (e Instrumentos) Públicos:
 - art. 364 do CPC - faz prova da sua formação (ou seja, das declarações ali apresentadas diante do oficial público - certifica apenas que ouviu e não que viu), mas não que elas sejam verdadeiras, pois na maioria das vezes não as presenciou (exceto as que tenha presenciado - pagamento de uma quantia em sua presença), pois tais declarações podem ser objeto de erro, dolo, coação fraude ou simulação, admitindo prova em contrário.
 Documento feito por oficial público incompetente:
 - art. 367 - tem força probante de um documento particular, desde que obedeça a forma mínima exigida por estes, ou seja, esteja assinado pelas partes (art. 221 do CC). Ex: doação de um imóvel por instrumento particular.
 Certidões, Traslados e Reproduções:
 Nem sempre é possível a exibição dos documentos públicos em original, presos que se acham aos livros, registros ou arquivos das repartições onde se praticou o ato. Daí a necessidade de usar cópias ou reproduções para a juntada aos autos.
 - art. 365 certidões: é a atestação autêntica feita pelo oficial público de documentos constantes de sua notas; Traslado: verdadeiras cópia do documento público, constituindo-se em uma nova via.
 - art. 365, IV – introdução lei 11.382/2006.
 Força probante dos documentos (instrumentos) particulares:
 Ligada à autenticidade do documento: convém distinguir se o documento é assinado ou anônimo (não-assinado)
 1) Documentos Assinados:
art. 368 do CPC - presunção de veracidade somente em relação ao signatário.
Art. 373 do CPC – prova da declaração feita pelo autor
art. 221 do CC/02: O instrumento particular, feito e assinado, ou somente assinado por quem esteja na disposição e administração livre de seus bens, sendo subscrito por duas testemunhas, prova as obrigações convencionais de qualquer valor. Mas os seus efeitos, bem como as da cessão, não se operam, a respeito de terceiros antes de registrado no Registro Público.
Parágrafo único: A prova do instrumento particular poderá ser suprida por outra legalmente admitida.
 Daí podemos tirar a seguinte conclusão: as declarações são verdadeiras em relação ao signatário, seja ele a pessoa que elaborou ou não o documento, não atingindo a terceiros.
 art. 368, parágrafo único: quando o documento contiver declaração de ciência, prova-se a declaração, mas não o fato declarado. Ex: 1)declaração de que tomou conhecimento de que houve um roubo no estabelecimento que trabalha, não prova que o roubo efetivamente existiu, mas tão-só que a declaração é verdadeira. 2) vendedor declara no contrato que o prédio transmitido foi construído ha mais de dez anos; Há presunção de veracidade da declaração, mas não de que o prédio foi construído nessa época. 3) Rescisão contratual por justa causa, prova a declaração de ciência, mas não o fato do empregado ter cometido a falta grave; 4)Aplicação de advertência, prova a declaração, mas não a falta que o empregado cometeu.
 Indivisibilidade do Documento:
- art. 373 do CPC 
- da autenticidade - indivisível
- da veracidade do contexto: segunda parte - exige prova em contrário.
 Prova da data do documento:
 art. 370 do CPC - prova-se através de todos os meios de prova, especialmente o testemunhal e pericial, entre os litigantes. Ex: recibo de salário; instrumento de rescisão, etc...
 - em relação à terceiros: incisos I à V. (ou seja, a parte pode ter colocado uma data anterior ou posterior à ocorrência do fato, sendo que o terceiro não tem condições de saber, pois não participou da elaboração do documento).
 Radiograma, Telegrama, e outros meios de transmissão:
 - art. 374 - desde que assinados, tem a mesma força probatória do documento particular, isto é, as declarações são verdadeiras em relação ao remetente.
 parágrafo único - permite-se o reconhecimento de firma do remetente.
 - art. 375 - prova da data e do recebimento - via AR.
- Lei 9.800/99 - prática de atos processuais via fax. (vide texto Manuel Antônio Teixeira Filho)
 2) Documentos não assinados - força probante:
 Cartas e Registros Domésticos
art. 376 do CPC - 
 Registros Domésticos são livros convenientemente encadernados, com certo carater de fixidez, nos quais uma pessoa escritura sucessivamente, ou faz escriturar, em forma contábil ou não, os atos de sua administração doméstica, suas receitas e despesas, suas compras e vendas.
Papéis ou cartas domésticas: são os escritos ou notas, reunidos em cadernos, de modo permanente ou mesmo em folhas soltas,assinados ou não, que a pessoa, sem estar a isso obrigada, redige com a intenção de os conservar, para fixar a lembrança de fatos ou quaisquer acontecimentos. Ex: diário.
 art. 376,I - em minha agenda, declarei o recebimento de um crédito; II - declarei em minha agenda, ser devedor de outrem; III - utilizado em questões de família - declarei em meu diário ter cometido adultério.
 Nota assinada pelo Credor:
 - art. 377 e parágrafo único - não interessa se assinada; não interessa se está em poder do credor ou devedor;
 Ex: nota do credor em contrato prorrogando o prazo para pagamento; nota declarando o recebimento do crédito.
 Livros Comerciais:
 art. 378, primeiro parte: provam contra o seu autor, ou seja, o comerciante.
art. 378, segunda parte - admite prova em contrário (erro, dolo ou coação)
art. 379 - litígio entre comerciantes: faz prova a favor do autor
art. 380 - indivisibilidade
 Exibição dos Livros Comerciais:
 
- pode ser: total, integral ou plena; parcial
 - Exibição total: somente a requerimento da parte; nas hipóteses previstas no art. 381 do CPC, taxativamente
- Exibição parcial: pode ser ex officio, em qualquer hipótese necessária.
ex: fixar alimentos provisórios.
 Reproduções Mecânicas:
 - art. 383 - força probante: faz prova somente se a parte contrária admitir (art. 372 do CPC)
Ex: Reprodução de sons, imagens - gravação; fotografia. OBS: está fora a reprodução por xerox, ou outro meio de repetição que possui disciplina própria (art. 384,385).
parágrafo único: perícia.
Admissibilidade da prova - art. 5,LVI da CF/88
 Reproduções dos Docs. Particulares:
 - art. 384 – Reprodução de documentos (xerox)- reconhecimento pelo escrivão - portar por fé a conformidade com o original. O escrivão a que o artigo se refere é qualquer oficial público.
Valor Probante das Reproduções Mecânicas e por Repetição
 - art. 385, caput – procedimento em caso de impugnação.
 Prova Fotográfica
Art. 385, #1º e 2º - regra que deverá ser interpretada conjuntamente com o art. 383 do CPC; não havendo impugnação, admite-se a cópia mesmo sem a presença do negativo (art. 372 CPC).
 Vícios do Documento:
 Documento é composto: contexto - enuncia a declaração de vontade ou reconhecimento do fato; assinatura - lhe dá autenticidade.
 
Bilateralidade: - art. 398 do CPC - exigência de vistas de documento produzido à parte contrária. Este prazo é somente para manifestação, sem alegação de falsidade documental.
 - art. 372 do CPC – Incidente de verificação : ( ...veracidade do contexto): a presunção de veracidade do documento particular é restrito ao signatário e também é juris tantum, ou relativa, sempre admitindo prova em contrário. Mas, uma vez produzido em juízo e a parte contrária nada afirmar, (expressa ou tacitamente), as declarações ali constantes serão tidas como verdadeiras em relação à parte contrária também.
 - autenticidade: os documentos particulares, de regra, não possuem autenticidade, a menos que seja a firma reconhecida pelo oficial público (art. 369). Quando produzido em juízo o documento, e não impugnado, temos que o documento particular se torna autenticado em juízo. (É chamado ato de reconhecimento)
Parágrafo único: cessação da eficácia se provado que houve erro, dolo ou coação, em qualquer tempo. (Impugnação ao documento posteriormente ao reconhecimento)
 Vícios: 
a)externos - em relação à forma, muitas vezes visíveis à simples inspeção ocular. Art. 386 do CPC - emendas, entrelinhas, rasuras, borrões, cancelamentos, dilacerações, etc.. O juiz apreciará o valor da prova, salvo de houver ressalva e provar que a ressalva é anterior ao momento da assinatura. Neste caso, não se afeta a eficácia do documento.
 b) internos - em relação ao seu conteúdo (vício oculto), exigindo comprovação.
 Falsidade: é a alteração da verdade, consciente ou inconscientemente praticada, em detrimento de direito alheio, ou seja, quando existe alteração em sua forma ou seu conteúdo, contendo vícios extrínsecos ou intrínsecos.
 a) Material: vício na forma ou nos aspectos externos do documento, ou seja, quando a formação é viciada, caracterizando-se pela confecção de doc. falso (utilizar papel em branco assinado e lançar uma declaração jamais formulada) ou adulteração de documento já existente.
 b) Ideológica intelectual ou moral: diz respeito à substância do ato ou fato representado no documento, traduzindo-se em idéias, declarações ou notícias falsas, sendo que materialmente o documento é perfeito. (vícios do ato: erro; dolo ou coação)
 art. 387 e parágrafo único do CPC - cessação de fé do documento público ou particular.
 - Reconhecimento judicial de falsidade: instaura-se o incidente de falsidade (art. 390) ou ação declaratória incidental autônoma (preventiva) - art.4,II do CPC.
 - Segundo a maioria dos doutrinadores, somente a falsidade material (art. 387) é que será objeto de incidente de falsidade, pois a falsidade ideológica provoca a anulação do ato jurídico e como tal só poderá se dar via sentença constitutiva, ou seja por ação autônoma, enquanto o incidente produz sentença declaratória.
Obs: Moacyr Amaral entende que o incidente abrange tanto a falsidade material, quanto a ideológica (erro, dolo ou coação). Nada impede de se alegar a falsidade ideológica em defesa, ou no curso do processo, admitindo a fé que merecer, segundo o art. 372 do CPC.
  - Art. 388 - complementa a idéia de falsidade documental material.
- A arguição de falsidade de assinatura não contempla ou provoca o incidente, pois contestada a assinatura pela outra parte, cabe a quem produziu o documento provar a autenticidade. (art. 398,II)
 - Abuso no preenchimento: violar o pacto feito com o signatário. (art. 388, parágrafo único).
 - Ônus da prova: art. 389
I - falsidade do documento - refere-se ao art. 387 - incumbe a parte que suscitou a falsidade;
II – assinatura – refere-se ao art. 388 - incumbe a quem fez a argüição.
 Incidente de Falsidade:
 - Preventivo: ação declaratória autônoma - art. 4,II do CPC.
- Incidente: no curso do processo existente, através de nova ação.
 1)prazo: art. 390 do CPC - qualquer tempo e grau de jurisdição.
termo inicial: juntada de documento
documento juntado na incial: réu em contestação poderá arguir o incidente. (ou através de reconvenção).
preclusão (art. 372), exceto na hipótese do parágrafo único.
 2) Procedimento:
art. 391 - nos próprios autos, antes do encerramento da instrução.
art. 393 - autos em apenso, após a instrução.
 art. 394 - suspensão do processo - somente quanto à decisão.
art. 392 - resposta no prazo de 10 dias a respeito do incidente e realização de exame pericial.
paragrafo único - desentranhamento do documento - encerramento do incidente.
 art. 395 - sentença. Agravo ou Apelação?
 OBS: arts. 394 e 395: suspende-se somente o processo principal quanto à decisão, pois ambos (o incidente e o processo principal) devem ser julgados conjuntamente e não em sentença separada; isso se dá mesmo se o incidente for suscitado após a instrução, pois trata-se de questão prejudicial.
 Momento da prova Documental:
 Desdobar-se em 02 estágios:
- Proposição
- Admissão (confundindo-se com a produção).
 Proposição:
 art. 283 - Documentos indispensáveis : são aqueles que sem os quais o pedido não poderá ser apreciado, diante da não formação válida da relação jurídica processual.
 	Podem ser: a) Substanciais ou legais (ex lege); Ex: título executivo para a ação de execução; Procuração (art. 37 do CPC); b) Fundamentais: constituem fundamento da causa de pedir; Ex: memória dos cálculos para execução quantia certa (art. 614,I); Prova escrita para a ação monitória.
 CONSEQUÊNCIA : Indeferimento da Inicial e Extinção da Ação (art. 267,I c/c art. 295)
 	 Documentos não fundamentais: são todos aqueles que não são indispensáveis à propositura da ação, o que não se confunde com a imprescindibilidade da juntada, pois servirão de prova do direito alegado. (art. 282,VI c/c art. 283 c/c art. 396).
 
CONSEQUÊNCIA: PRECLUSÃO (Prejuízo Processual)
 -documentos existentes nas repartições públicas - art. 390 do CPC.
 Admissão: cabe ao juiz indagar:
 1)Momento da proposição
2) quem propõe o documento - regra geral são as partes; pode ordenar a exibição de docs. em relação à terceiros ou de outras pessoas envolvidas (perito)
3) Natureza e finalidade: prova
4)Condições em que se apresenta o doc. art. 157 do CPC (lingua nacional)
5) ouvir a parte contrária- arts. 372 e 398
 Desentranhamento dos Documentos
a) quando a parte contrária entende intempestiva a juntada ou impertinente a prova produzida - depende de determinação do juiz
b) quando o processo já se encerrou e a parte que produziu o documento necessita tê-lo de volta. Nesta hipótese deverá ficar uma cópia nos autos. 
 DA EXIBIÇÃO DE DOCUMENTO OU COISA 
Conceito:
Art. 355 - Definição: exibição de documento (contrato, recibo) ou coisa (carro a ser vistoriado).
Oportunidade:
Pode ser medida preparatória, ou seja, antes da existência da lide (ação cautelar - arts. 844e 845), ou como incidente de fase probatória (arts. 355/363);
Legitimação:
a) ativa: juiz “ex officio”; as partes eos terceiros interessados - demonstrar o nexo entre o documento e o objeto da lide;
b) passiva: parte ou terceiro detentor do documento.
Procedimento da exibição contra a parte: 
1) Pedido: formulado na incial, contestação ou em petição avulsa em momento posterior, correndo nos próprios autor, não havendo autuação em apenso.
- requisitos do pedido: art. 356 do CPC;
 2) Deferido o pedido, a parte terá cinco dias para responder, através da intimação de seu advogado - art. 357 do CPC;
3) Exibição feita, encerra-se o incidente;
4) A exibição pode deixar de ser feita por três motivos:
a) Inércia da parte, em não impugnar o pedido: juiz admitirá os fatos como verdadeiros, fatos estes que se pretendia demonstrar através dos documentos ou coisa - art. 359,I do CPC (decisão de natureza interlocutória);
 b) Contestação do pedido de exibição: que não possui o documento ou coisa - juiz deverá permitir que o promovente prove a falsidade das alegações, ficando o incidente na pendência dessa prova - art. 357 do CPC 
c) Contestação alegando que não existe a obrigatoriedade da exibição: Juiz decidirá com base no art. 359,II do CPC - admissão dos fatos como verdadeiros, se a recusa não é legítima.
- Art. 358 do CPC: hipóteses de não admissão de recusa:
I - detentor do testamento cerrado; Código Comercial em hipóteses de exibição dos livros
II - se o requerido aludiu ao documento ou coisa com a finaliadde de constituir prova;
III - contrato com uma única via, recibo, etc...
- Art. 363 do CPC - motivo legítimo para recusa da exibição:
I - carta, diário, etc...
II - presente de uma amante;
Julgamento: decisão interlocutória
Procedimento de exibição contra terceiro:
Terceiro: dever de colaboração - art. 341 I e II
1) Pedido: requisitos do art. 356: autuação em apenso, pois deverá ser julgado por sentença (art. 361);
 2) Deferimento - resposta em 10 dias - art. 360 CPC
3) Poderá o terceiro assumir três atitudes diferentes:
a) exibir o documento: encerra-se o incidente
 b) ausência de resposta: revelia, confissão e julgamento, condenando o terceiro ao depósito da coisa em cinco dias (parte final art. 362);
 c)contestação em que negue a obrigatoriedade de exibir ou posse do documento ou coisa, o juiz designará audiência de instrução e julgamento - art. 361 do CPC.
- defesas: art. 363 do CPC
 4) Sentença: art. 362 do CPC - “crime de desobediência” art. 330 CP.
Aula 3
			DA PROVA TESTEMUNHAL
 Conceito:
É aquela que se obtem através do relato prestado, em juízo, por pessoas que conhecem o fato litigioso.
Testemunha é uma pessoa física distinta dos sujeitos processuais que, convidada na forma da lei, por ter conhecimento do fato ou do ato controvertido entre as partes, depõe sobre este em juízo, para atestar a sua existência;
É a pessoa física, distinta das partes do processo, admitidas como tal pela lei, a ser inquirida pelo magistrado, por inicitiva deste ou a requerimento da parte, a respeito de fatos daa causa, dos quais tem conhecimento próprio.
 Daí temos os elementos da testemunha:
a) pessoa física: Não existe pessoa jurídica como testemunha, pois exige-se a presença em relação aos fatos a serem narrados
b) distintas das partes: e dos demais sujeitos do processo; não é pessoa estranha ao processo,mas estranha a relação jurídica processual;
c) admitidas como tal pela lei: testemunhas impedidas, incapazes e suspeitas. De regra, todas as pessoas podem ser testemunhas;
d) inquiridas pelo magistrado: não se admite a inquirição direta pelas partes, mas sempre através do juiz, que funciona como um “filtro” em relação às perguntas formuladas;
e) por iniciativa deste ou a requerimento da parte: de regra cabem as partes, mas pode o juiz, de ofício determinar a oitiva;
f)respeito de fatos da causa: pertinentes, relevantes e controversos
g)conhecimento próprio:Viu e não ouviu, sendo uma exceção.
 - Espécies de Testemunhas:
 a) Presenciais: são aquelas que, pessoalmente, assistiram ao fato litigioso
b) Referenciais: são aquelas que souberam do fato através de terceiros (ouvir dizer)
c) Referidas: aquela cuja existência foi apurada por meio do depoimento de outra testemunha.
 - Obrigação de testemunhar em juízo:
art. 339 (geral) e 341,I (específica)do CPC;
 - Quem pode testemunhar em juízo:
art. 405 caput: todas as pessoas, desde que capazes e estranhas à relação jurídica.
exceção: não podem depor os incapazes, os suspeitos (falta credibilidade) e impedidos (incompatibiliadde)
#1 - incapazes
#2 - impedidas - interesse na causa ou viciado; surdo ou cego podem depor sobre fatos que tenham possibilidade de captação;
#3 - suspeitas - vício na credibilidade; digno de fé (prostitutas, estelionatários, etc...)IV - deveria ser causa de impedimento, como faz o CC, art. 142,IV.
#4 - permite ao juiz ouvir as testemunhas suspeitas ou impedidas como informantes;
 art. 409 - juiz arrolado como testemunha
I - declarar-se-á impedido de atuar e remeterá os autos ao substituto legal (art. 134,II)
Ii - nada souber
 - Direitos e Deveres da testemunha:
a) Deveres: 1) Comparecer em juízo: art. 412 do CPC;
- intimação; modo de intimação - #3;
- arroladas, comparecimento espontâneo - #1;
- condução coercitiva ou debaixo de vara - art. 412, caput, última partes;
- comparecimento em juízo - art. 176 - lugar da prática dos atos processuais;
- motivo de deferência - art. 411 - inquirição na residência ou local que exercem a função;
- funcionário público ou militar - art. 412,#2;
- testemunha enferma ou impossibilitada de locomoção - art. 336 do CPC e parágrafo único.
 2) Dever de depor - exceção: arts. 414,#2 e art. 406 do CPC
3) Dizer a verdade: art. 415 e parágrafo único - crime de falso tesetemunho - art. 342 do CP;
 b) Direitos:
- recusa a depor - art. 406 do CPC
- tratamento com urbanidade - art. 416,#1
- despesas - art. 419
- proibição do desconto no salário - art. 419 e parágrafo único do CPC
 - Admissibilidade e Inadmissibilidade da prova testemunhal:
 art. 400 do CPC: regra geral - admissibilidade; exceção: inadmissibilidade (I e II)
 art. 401 - contratos que não execdam 10X o SM - exclusivamente testemunhal
art. 402 - qualquer que seja valor do contrato
I - começo de prova escrita;
II - contrato entre pai e filho;
 art. 404 - Não visa a prova do contrato, mas prova tem a finalidade de declarar a inverdade do contexto ou vício do conteúdo.
 - Número de testemunhas:
art. 407 - apresentação do rol - independente de vai ser intimada ou não; (contagem é regressiva, excluindo-se o dia do começo, que é o da audiência).
parágrafo único - dez
 Momento da Prova testemunhal:
a) Proposição:
 1) proc. ordinário: incial e contestação; art. 407 - rol em 05 dias
2) proc. sumário: rol na inicial e contestação
 art. 408 - substituição de testemunhas: hipóteses taxativas; admite-se também a substituição antes de expirado o prazo do art. 407 do CPC;
 art. 418,I - oitiva de testemunhareferida (de regra, quebra o princípio da incomunicabiliadde das testemunhas - art. 413);
 b) Admissão:
 1) rito ordinário: saneamento - art. 331,#2
2) rito sumário: audiência de conciliação - art. 278,#2
 c) Produção:
 - art. 410 e 452,III do CPC - depoimento na audiência de instrução, depois do perito e das partes; exceção - incisos I à IV.
 - art. 413 - incomunicabilidade das testemunhas; primeiro as do autor e depois as do réu (causa de nulidade do processo).
 - art. 414 - qualificação; individuar a pessoa e verificar se esta no rol e não é impedida ou suspeita;
 - art. 414,#1 - contradita: depois de qualificada e antes de prestar compromisso; a)se admitida, poderá, ouvir o juiz, como informante(art. 405,#4); 
b) não admitida pela testemunha: poderá provar por outros meios de prova, no ato - #1
 - art. 415 - compromisso e advertência;
 - art. 416 - ordem na inquirição: testemunhas do autor; testemunhas do réu; perguntas do juiz; perguntas de quem arrolou a testemunha; perguntas da parte contrária.
 - art. 416,#2 - indeferimento de perguntas - transcrição - alegação de cerceamento de defesa.
 - art. 346 - testemunha não pode trazer depoimento escrito;
 - art. 417 - depoimento é reduzido a termo e assinado; outros meios (gravação em vídeo, fita magnética, computador, etc...)
 Incidentes que podem ocorrer: art. 418
I - testemunha referida
II - acareação
Aula 4
CONFISSÃO
 - Conceito: art. 348 do CPC:
“É a declaração, judicial ou extrajudicial, provocada ou espontânea, em que um dos litigantes, capaz e com ânimo de se obrigar, faz da verdade, integral ou parcial, dos fatos alegados pela parte contrária, como fundamento da ação ou da defesa.”
 - Características:
a) ato da parte, em benefício da outra;
b) exonera a parte contrária do “onus probandi”;
c) pressupõe capacidade, pois é negócio jurídico.
 - Diferença do reconhecimento da procedência do pedido pelo réu - art. 269,II - julgamento de mérito.
 - Requisitos ou elementos da confissão:
 Elementos Objetivos:
1) objeto da confissão são fatos desfavoráveis ao confitente e favoráveis ao adversário;
- art. 350 do CPC - litisconsórcio
- parágrafo único - litisconsórcio necessário - bens imóveis - a confissão de um cônjuge não vale sem a do outro.
 2) que o fato seja próprio e pessoal do confitente: se for em relação à terceiro, o valor é de testemunho;
 3) que o fato seja suscetível de renúncia: direitos dieponíveis, pois leva à renúncia ao próprio direito. - art. 351;
 4) que o fato não reclame forma especial para sua validade: art. 366 do CPC
  Elementos Subjetivos:
1) Capacidade plena do confitente: art. 349, paragrafo único - confissão por mandatário (advogado art. 38 do CPC);
 2) Animus confitendi ou voluntariedade do ato de confesar: se viciada, pode ser revogada - art. 352. Essa regra vale somente para a confissão espontânea.
 - Espécies de confissão: art. 348: Judicial ou extrajudicial 
  Confissão Judicial (feita em juízo - art. 349): pode ser provocada ou espontânea (expressa - art. 349); pode ainda ser ficta (art. 343,#2 e 345). Quando o réu deixa de comparecer em juízo, não existe confissão ficta, pois a parte não manifestou a intenção de confessar; o que existe é presunção de veracidade dos fatos.
a) espontânea: resulta da iniciativa do próprio confitente, geralmente feita por petição (pedido da parte), na forma escrita ou oral, dirigida ao juiz, manifestando seu propósito de confessar. Também chamada de confissão por petição.
b) provocada: que resulta do depoimento pessoal da parte.
  Efeitos da confissão judicial (art. 350) - faz prova contra o confitente (rainha das provas)
OBS: limitação ao juiz: o CPC não admite a chamada prova plena, podendo a confissão ser descaracterizada, pro exemplo:
a) simulação ou fraude pó ambas as partes;
b) confissão feita em contrariedade à prova pericial: autor confessa que o documento é antedatado e a perícia comprova que é pósdatado.
  Revogação da Confissão (Judicial): art. 352 do CPC - é irretratável
I - ação anulatória
Ii - ação rescisória - coisa julgada.
  Confissão extrajudicial (fora de juízo – art. 353): Sua reprodução se dá por meio de documentos ou pelo depoimento, como testemunha, da pessoa que a presenciou;
  Tratamento diferenciado pelo Código quanto ao valor ou eficácia da confissão extrajudicial e confissão judicial, até porque a primeira tem a força absoluta, quase indiscutível de quanto ao fato declarado. A confissão judicial tem o efeito probatório claramente maior, pois é lançada nos próprios autos, diretamente pela parte ou por seu procurador
 
 A confissão extrajudicial, uma vez apresentada nos autos, pode ser impugnada por todos os meios de prova em direito admitidos; o art. 334, II faz referência somente à confissão judicial; Assim, confissão extrajudicial não sendo reconhecida pela parte não é fato desde logo provado ou confessado.
 a) feita por escrito à parte (contrária) ou a quem a represente: tem a mesma força de confissão judicial; entretanto, poderá o confitente tentar demonstrar, por quaisquer meios, a inidoneidade da confissão. (1º parte do art. 353 do CPC)
 b) feita à terceiro ou contida em testamento: caberá ao juiz apreciar livremente o valor da provam, desde que não se exija forma (pacto antinupcial; propriedade); (2º parte do art. 353 e parágrafo único).
  Em testamento, a finalidade é de evitar que o testador, favorecendo determinadas pessoas em detrimento a herdeiros necessários, possa aludir a certos fatos passíveis de utilização pelo beneficiário em futuro litígio acerca dos bens da herança.
  Confissão feita em outro processo: tratada como confissão extrajudicial
OBS: Se a confissão foi feita em processo anterior envolvendo as mesmas partes, poderá o juiz aplicar o valor de confissão judicial (art. 353, primeira parte). 
 - Indivisibilidade da Confissão: art. 354:
primeira parte - indivisibilidade
segunda parte - ônus da prova: quando o réu alega fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, a confissão pode ser dividida, pois confessa os fatos arrolados pelo autor, e assume o ônus da prova dos novos fatos alegados.
Aula 5
DO DEPOIMENTO PESSOAL
 - Conceito: Depoimento Pessoal: meio de prova destinado a realizar o interrogatório da parte.
 - Sujeitos: autor e réu - art. 340,I do CPC - ônus processual;
 - Iniciativa: da parte contrária (art. 343)ou do próprio juiz(art. 342);
 
- Finalidade: 1) provocar a confissão (de fatos); 2)esclarecer fatos discutidos na causa;
 - Momento: 1) quando requerido pela parte contrária - audiência de instrução e julgamento (art. 343); 2) quando determinado pelo juiz, em qualquer momento (art. 342);
 - Sanção decorrente do ônus de prestar depoimento pessoal:
  art. 342,#2 - não comparecimento ou recusa de depor – confissão (desde que a intimação tenha sido pessoal e constou do mandado a advertência pelo não comparecimento);
 art. 345 do CPC: respostas evasivas (não saber; não se recordar) - poderá aplicar a pena de confissão considerando como recusa em depor, salvo de houver motivo justificado:
  Menor incapaz: 
1) Absoluta – não existe confissão (art. 351 – direitos indisponíveis);
2) Relativa – desde que devidamente assistido.
  Litisconsórcio: a confissão de um não prejudica os demais.
  art. 347 - motivo justificado de recusa; (sigilo bancário; sigilo advogado; padre)
OBS: o parágrafo único faz menção somente ao segredo por estado (direitos da personalidade, em razão do grau de dificuldade de obter a prova dos fatos por outros meios);
 - Legitimação:
  art. 343 do CPC - comparecimento pessoal - arts. 342 e 343 - não se admite procurador com poderes expressos;
 - Procedimento: 
 1) art. 344 do CPC - mesma forma de inquirição de testemunhas.
- interessado deverá requerer o depoimento da parte contrária até 05 dias antes da audiência - art. 407 do CPC;
 - intimação: pessoal - art. 343,#1
 
2) Na audiência: art. 452,II - ordem na audiência. Perguntas do juiz, e depois do advogado da parte contrária, não sendo permitido perguntasdo próprio advogado da parte.
 - art. 344, parágrafo único: aquele que não depôs não pode assistir o depoimento da parte contrária. (preocupação maior era rebater os fatos já narrados pela parte contrária, fora a vantagem de quem iria depor por último; pessoa que postula em causa própria? constituir um advogado para o ato)
 - respostas orais, não se permitindo trazer apontamentos - art. 346 do CPC; poderá o juiz permitir consultas a breves notas, com o objetivo de complementar. Ex: quando envolve números elevados, quando diz respeito a fatos ocorridos ha muitos anos, ...
 - depoimentos reduzidos a termo e assinados pelas testemunhas, advogados e juiz. art. 417 do CPC
 - poders do juiz na audiência de instrução - art. 446 do CPC
 OBS: Diferença entre Depoimento pessoal e Interrogatório
 	DP	/ 	interrogatório simples (muito pouco utilizado na prática)
 Finalidade: provocar a confissão / aclarar fatos
 Iniciativa: requerido pelo juiz ou partes / 	ex officio pelo juiz
 momento: único (audiência instrução) / em qualquer fase do processo
 recusa injustificada: confissão / violação dever processual(arts. 14,I eII)
									arts. 17,II e III e art. 18
Aula 6
DA PROVA PERICIAL
 Conceito:
É o meio pelo qual, no processo, pessoas entendidas, verificam fatos inerentes à causa, transmitindo ao juiz o respectivo parecer.c 
 - O juiz não tem condições para proceder direta e pessoalmente à verificação e mesmo a apreciação de certos fatos, causas e consequências, sendo que tal atividade se fará por pessoas especializadas na matéria (contador, médico, engenheiro, etc...); Muitas vezes esses fatos não podem ser revelados pelos meios comuns de prova. 
 - Difere da prova testemunhal, pois esta visa a reconstituição dos fatos através do relato; a perícia visa a descrição dos fatos no estado atual, tomando impressões técnicas do perito, emitindo juízos especializados sobre os fatos da causa. 
 - Não pode o magistrado valer-se de conhecimentos pessoais, de natureza técnica, para dispensar a prova pericial (até porque, no sistema brasileiro, toda situação controvertida pode ser levada, em tese, a dois órgãos jurisdicionais).
 Espécies de perícia:
 art. 420 do CPC:
a) exame (ou exame pericial) - consiste na inspeção sobre coisas, pessoas ou documentos para verificação de qualquer fato ou circunstância que tenha interesse para a solução do litígio (bens móveis);
b) vistoria: é a inspeção realizada em bens imóveis;
c) avaliação: (ou arbitramento) é a apuração de valor, em dinheiro, de coisas, direitos e obrigações em litígio;
 Do Perito:
1) Conceito: “peritus” - experimentar, saber por experiência; é pessoa que possui conhecimento técnico e que visa suprimir as insuficiências do juiz para apuração e verificação de determinados fatos.
 - art. 421 - escolhido pelo juiz, exerce função pública (art. 139) e encarregado de assistir o juiz (art. 145)
- estão sujeitos aos motivos de impedimento e suspeição - art. 138,III do CPC;
- #1 do art. 421 - às partes cabem a indicação de assistente técnico - são técnicos que auxiliam a parte a melhor solucionar e interpretar os fatos.
- art. 421, #1,II - apresentação de quesitos: perguntas, questionamentos que direcionam a perícia.
2) Direitos e Deveres:
- Deveres:
 a)art. 146 - aceitar o encargo salvo motivo legítimo;
b)art. 146 - cumprir o serviço no prazo assinalado, sob pena de substituição (art. 424,II), e ainda de comunicação ao órgão de classe (parágrafo único do art. 424); 
c) comparecer à audiência quando intimado - art. 435 e parágrafo único, sob pena de responder pelas despesas do adiamento (art. 453,#3)
d) art. 147 - dever de lealdade.
 - Direitos:
a) art. 146 - escusar-se alegando motivo legítimo - art. 424,I e art. 423;
b) art. 432 - prorrogação de prazo;
c) art. 429 - receber e solicitar informações;
d) art. 33 e parágrafo único - honorários.
 ADMISSIBILIDADE:
- art. 145: quando o fato depender de conhecimento técnico ou científico, que não pode ser apurado através de documentos ou testemunhas;
 - art. 420 - indeferimento de prova pericial.
  Recusa em submissão ao exame pericial: jurisprudência entende que tal conduta de frustrar a prova deve ser entendida como indício no sentido de influir em desfavor da parte renitente, na apreciação dos fatos da causa (entendimento endossado pelo novo CC arts. 231 e 232);
 PROCEDIMENTO:
 - Proposição: procedimento ordinário: inicial e contestação; procedimento sumário - quesitos e assistente técnico na própria inicial e defesas - arts. 276 e 278 do CPC;
 - Admissão - art. 331, #2 - fase ordinátória; saneamento do processo; já faz a nomeação do perito e abre a oportunidade para as partes apresentarem assistentes e quesitos, dentro de 05 dias do despacho de nomeação - art. 421, #1 do CPC;
 - Produção - art. 422 - dispensa de compromisso, mas deverá agir com escrúpulo.
 art. 423 - após a nomeação, pode ocorrer a impugnação das partes, recusando o perito, por impedido ou suspeito; o juiz decidirá.
  art. 433 - prazo para apresentação do laudo do perito; parágrafo único - prazo para apresentação dos pareceres dos assistentes técnico; (lei 10.358/01).
  art. 426 - juiz pode apresentar quesitos; indeferir os impertinentes;
  art. 425 - as partes podem apresentar quesitos suplementares (mesmo que não apresentados antes, caso venha a surgir algum ponto que mereça esclarecimentos). 
  se houver necessidade, o juiz convocará o perito e assistente técnico para prestrar esclarecimentos em audiência - art. 435 do CPC;
 Inovações: art. 421,#2 do CPC - perícia oral - questões de menor complexidade;
art. 427 - dispensa da perícia (03 orçamentos para fins de verificação do dano);
  art. 436 - valor probante do laudo
  Nova perícia: art. 437 - de ofício ou a requerimento da parte;art. 438 - finalidade e objeto da nova perícia; art. 439 - procedimento: peritos e assistentes diferentes da primeira; parágrafo único: não substituição, mas complementação. 
 TÉRMINO DA FASE DE INSTRUÇÃO: AUDIÊNCIA
 - art. 454 - debates orais
#3 - substituição por memoriais
- art. 456 - sentença.
Aula 7
DA INSPEÇÃO JUDICIAL
 Conceito:
É o meio de prova que consiste na percepção sensorial direta do juiz sobre qualidades ou circunstâncias corpóreas de pessoas ou coisas relacionadas com o litígio. (art. 440 do CPC)
 Utilidade: situações em que seja possível, por meio de exame pessoal, a extração de informações desejadas, envolvendo aspectos simples e que não demandem manifestação verbal da parte ou de terceiro ou exame mais aprofundado de cunho técnico (perícia).
 é prova complementar, pois tem função de esclarecer fatos que, por outros meios probatórios, não ficaram suficientemente esclarecidos;
 meio de prova introduzido no CPC de 1973;
 Objeto da inspeção:
  pessoas: partes ou terceiros, verificar o estado de saúde, suas condições de vida, etc... (art. 340,II do CPC)
 coisas: móveis, imóveis ou documentos que não podem ser trazidos à juízo;
 lugares: ex via pública onde se deu o acidente.
 Diferença com a prova pericial:
  art. 441 - o juiz pode ser assistido (pedido de explicações em razão de algum conhecimento técnico) por perito, quando julgar conveniente, envolvendo matéria técnica que escapa ao seu conhecimento; Não há apresentação de laudo, nem parecer técnico, não há oportunidade das partes serem assistidas por assistentes técnicos, pois se assim ocorrer, está desnaturada a inspeção (sendo verdadeira perícia);
  Na inspeção judicial, o juiz é o sujeito principal da prova, importando acima de tudo as impressões pessoais por ele retiradas do exame feito, e não havendo lugar para o pronunciamento de técnicos, nem para qualquer análise crítica desses (peritos) como fonte específica de prova.
 Ex: Para a prova da incapacidade labora, necessária a prova técnica; verificação da extensão dos danos ou existência de marcas ou cicatrizes comprometedoras através de inspeção judicial.
 Procedimento:
  de ofício ou a requerimento das partes - art. 440 CPC; embora a lei ressalte a iniciativa das partes, ficaa critério do juiz avaliar os benefícios da inspeção, podendo determinar outros meios de prova;
  A inspeção de regra se dá na sede do juízo, com a prévia ciência das partes (dia, hora e local), com exceção do art. 442 do CPC, I, II e III (a coisa ou pessoa é vistoriada no local em quês e encontra);
  art. 442, parágrafo único: partes têm o direito de participarem da inspeção.
  art. 443 - lavratura de auto, certificando o ocorrido: finalidade de permitir as partes tomar conhecimento das impressões pessoais do juiz em razão da prova realizada.
Aula 8
						SENTENÇA
Classificação das decisões: arts. 162 e 163 do CPC
 Definição: Sentença Definitiva
É aquela em que o juiz resolve a contenda, cumprindo a obrigação jurisdicional, resolvendo a lide e satisfazendo a obrigação jurisdicional que lhe foi imposta pelo pedido do autor; (art. 468 do CPC)
 Formação: Na sua formação, a sentença é um silogismo:
a) Premissa maior – lei; b) Premissa menor – fatos; c) Conclusão - aplicação da lei ao caso concreto.
 Função:
A Função da sentença é de declarar o direito aplicável ao caso concreto.
 A sentença não cria norma jurídica, até porque não é função do juiz criar, mas sim aplicar a norma ao caso concreto; mesmo quando se utilizar da analogia, costumes, etc..o juiz não cria, mas declara o direito, pois ele interpreta conforme os princípios de hermeneutica, não havendo criação que conflite com o sistema (que não é norma jurídica, mas é inorgânica) para aplicá-la num caso concreto.
 Função da sentença terminativa: declarar a imprestabilidade do processo.
 Requisitos da sentença: art. 458 do CPC: requisitos de validade (ausência gera nulidade)
 I - Relatório: é a exposição que o juiz faz, de todos os fatos e razões de direito que as partes alegaram, e da história relevante do processo. Conterá:
a) nome das partes, suma do pedido, resposta do réu; b) principais ocorrências no processo (provas, incidentes, etc...)
 delimitação do objeto da lide: sentença extra, citra e ultra petita;
 II - Motivação ou Fundamentação: é a análise dos fatos e seleção das normas aplicáveis
 art. 131 - princípio da persuasão racional - causa de nulidade (indicação dos motivos que formaram o convencimento do juiz); art. 93,IX da CF.
 possibilita verificação de erro ou de acerto pelo juiz;
 possibilita impugnar a sentença - recurso;
 art. 459 - sentença terminativa: forma concisa;
 
III - Dispositivo ou conclusão: é a solução da questão colocada pelas partes; afirmação do juiz se acolhe ou não o pedido do autor.
 solução do pedido, honorários, custas e todas as despesas processuais.
 Requisitos quanto à inteligência do ato:
Por ser a sentença um ato de inteligência, pois sua formação decorre da formação de um silogismo, o CPC de 1939 exigia ainda que a sentença fosse clara e precisa, requisitos ainda mantidos pela doutrina moderna.
 I - Clareza - diz respeito à sentença ser inteligível e insuscetível de interpretação ambígua ou equivocada. Sentença obscura ou contraditória pode ser objeto de Embargos declaratórios;
II - Precisão - sentença precisa é aquela certa, limitada (quanto ao pedido)
  art. 128: princípio da adstrição (ou da congruência) do juiz ao pedido da parte.
 art. 460 do CPC: restrição do limite da sentença ao pedido do autor - limite objetivo.
 a) sentença extra petita: altera-se o pedido ou a causa de pedir, utilizando fundamento jurídico não invocado pela parte, ou utilizando defesas não suscitadas, salvo aquelas que podem ser arguídas de ofício ou ainda, condenando o réu em objeto diverso daquele que foi pedido;
 recurso: nulidade de toda a sentença.
 b) ultra petita: sua nulidade é parcial, pois basta ao tribunal anular o excesso.
 c) citra petita: deixar de decidir questões prejudiciais, fundamentos da defesa ou pedidos.
 pode ser objeto de embargos declaratórios;
 o Tribunal, em grau de recurso, pode anular a sentença ou completar o julgamento - art. 515,#1.
 Classificação da sentença:
a) condenatórias - formação de título executivo, visando cumprir obrigação dar ou fazer, impondo uma sanção (viabiliza a ação de execução);
b) constitutivas - cria, modifica ou extingue relação jurídica;
c) declaratórias – declara a existência ou inexistência de uma relação jurídica (art. 4 do CPC);
d) sentença executiva – Execução é o conjunto de atos pelos quais o juiz entrega ao credor a prestação devida pelo devedor. Não há que se confundir execução com efeito executivo. A sentença condenatória produz efeito executivo, isto é, cria título executivo. 
Pode também definir-se como sentença executiva aquela que contém, imanente em si mesma, como eficácia interna que lhe é própria, a entrega ao credor da prestação devida pelo devedor. Executiva será, então, a sentença que importa, ela própria, em entrega ao credor da prestação devida pelo devedor. É o caso do art. 461-A do Código de Processo Civil. Por exclusão, somente cabe falar-se em efeito executivo da sentença em face de sentença que admita execução no próprio processo em que foi proferida. Teremos, então, como condenatória a sentença que se completa por ação de execução e por executiva a que se completa por atos executivos praticados na mesma relação processual em que foi prolatada a sentença.
 e) sentença mandamental – sentença que, ao invés de condenar, emite uma ordem para que se faça ou se deixe de fazer alguma coisa, ordem essa que se origina da própria estatalidade da função jurisdicional e nada tem a ver com a atividade privada do demandado. 
Tal o resultado, por exemplo, de uma ação de mandado de segurança, ou de uma ação de despejo. Nestes casos, diversamente do que ocorreria nas hipóteses em que o demandado, condenado a fazer ou não fazer alguma coisa, não o fizesse e como conseqüência de sua omissão ficasse sujeito a indenizar perdas e danos o resultado da insubmissão ao comando jurisdicional, o não-cumprimento da ordem contida na sentença jamais conduzirá ao sucedâneo do ressarcimento por perdas e danos. Aqui a conseqüência será a responsabilidade criminal por desobediência, ou outra sanção de natureza publicística, tal como ocorrerá nos casos de não-cumprimento da ordem judicial contida na sentença de mandado de segurança que pode determinar a responsabilidade penal da autoridade desobediente, ou a própria intervenção federal, como prevê a Constituição. As conseqüências fundamentalmente diversas previstas para os casos em que o condenado a fazer alguma coisa, como seria o caso de condenar-se o pintor a executar a pintura a que se obrigara, e as hipóteses em que o juiz determine que uma outra autoridade ou mesmo um particular faça ou deixe de fazer alguma coisa, em razão do império contido na jurisdição, tal como ocorre no exemplo da ordem contida na sentença de acolhimento do mandado de segurança, definem a diferença entre sentença condenatória e sentença mandamental e entre execução forçada e mandamento, como resultado da atividade jurisdicional
Sentença que tenha por objeto obrigação de fazer ou não fazer: art. 461 do CPC
 COISA JULGADA
DA COISA JULGADA - CONSIDERAÇÕES
 - Após a publicação da sentença - irretratabilidade do ato pelo mesmo juiz salvo art. art 463,I e II.
- Regra Geral - publicada sentença - término do ofício jurisdicional - art. 463 caput.
- Sentença é passível de impugnação - duplo grau de jurisdição - recursos - prazo preclusivo
- Vencido prazo para recurso ou não mais havendo recurso - sentença se torna imutável e definitiva.
- Antes de vencer prazo do recurso - sentença é ato do magistrado, mas cinge-se a uma POSSIBILIDADE DE SENTENÇA - ATO SUJEITO A CONDIÇÃO RESOLUTIVA - mas não deixa de produzir alguns efeitos.
- Trânsito em julgado da sentença - não interposição de recurso ou não havendo mais recurso.
- DEFINIÇÃO
- Coisa Julgada - é o fenômeno da imutabilidade da sentença. Não é efeito, mas qualidade. 
-Coisa julgada material é a eficácia, que torna imutável e indiscutível a sentença (E SEUS EFEITOS), não mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário. - art. 467 do CPC É A LEIFEITA PARA AS PARTES. Seu efeito reflete fora do processo (extraprocessual).
- Coisa julgada formal é o fenômeno da imutabilidade da sentença pela preclusão dos prazos para recurso, ou porque não existe mais recurso interponível. Seu efeito é restrito ao processo (endoprocessual).
OBS: Autores defendem que a coisa julgada formal nada mais é do que uma espécie de preclusão, pois a sentença não impugnada por recurso sofre os efeitos da preclusão em relação às questões nela decididas.
- SÃO DEGRAUS DO MESMO FENÔMENO - para ocorrer a coisa julgada material, necessariamente passa-se pela coisa julgada formal, mas o inverso não é verdadeiro.
Coisa julgada formal - (imutabilidade do ato) - sentenças terminativas - não soluciona a lideCoisa julgada material (imutabilidade dos efeitos) - sentença definitiva - soluciona a lide - art. 468 do CPC Coisa soberanamente julgada - após o prazo de 02 anos para ação rescisória.
- DECISÕES QUE NÃO PRODUZEM COISA JULGADA (MATERIAL)
SENTENÇAS TERMINATIVAS - EXCETO PEREMPÇÃO, COISA JULGADA E LITISPENDÊNCIA;
SENTENÇAS PROFERIDAS EM JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA
SENTENÇAS PROFERIDAS EM PROCESSO CAUTELAR
DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS - PRECLUSÃO
DESPACHOS DE MERO EXPEDIENTE
SENTENÇAS REFERENTES À RELAÇÃO JURÍDICA CONTINUATIVA - art. 471, I do CPC - ação de revisão - Ex. Alimentos; acidente de trabalho.
 ARGUIÇÃO DA COISA JULGADA
Instituto Processual de Ordem Pública - não decorre preclusão - art. 301,VI c/c art. 267, p. 3o.
PRECLUSÃO E COISA JULGADA
sentença definitiva - coisa julgada 
sentença terminativa e decisões interlocutórias - preclusão
 A PRECLUSÃO É INSTITUTO ESPECIFICAMENTE PROCESSUAL; ELA INCIDSE APENAS SOBRE A VIA PROCESSUAL, GARANTINDO-LHE O CURSO E O RESULTADO. TEM EFICÁCIA SOMENTE NO PROCESSO EM QUE ADVÉM, SÓ ALCANÇANDO AS PARTES E O JUIZ QUE NELE FIGURAM
A COISA JULGADA (MATERIAL) IMPEDE QUE HAJA NOVO PRONUNCIAMENTO DO PODER COMPETENTE SOBRE UMA RELAÇÃO JURÍDICA JÁ DECIDIDA, VINCULANDO NÃO SOMENTE O JUIZ PROLATOR, MAS TODOS OS DEMAIS ÓRGÃOS JUDICANTES DO ESTADO.
ART. 473 - PRECLUSÃO
ART. 474 - A COISA JULGADA (MATERIAL) GERA O EFEITO DA PRECLUSÃO DAS QUESTÕES DECIDIDAS.
 LIMITE OBJETIVO DA COISA JULGADA
 art. 468 do CPC - limite da lide - conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida.
-Sentença: Relatório; Fundamentação ou Motivação; Dispositiva ou Conclusão.
- Parte da sentença que faz coisa julgada: parte dispositiva - solução da lide - relação de direito material controvertida.
- art. 128 CPC - o juiz decidirá a lide nos limites em que foi proposta...
- art. 460 CPC - é defeso ao juiz proferir sentença diversa da pedida...
- A sentença se prende ao pedido do autor e à ele se liga a coisa julgada.
 Daí art. 469 CPC - Não faz coisa julgada:
Motivos: servem somente para prestar esclarecimentos a respeito da parte dispositiva.
Verdade dos fatos - um fato tido como verdadeiro num processo pode ter a sua veracidade contestada em outro, desde que o pedido seja diferente. Ex: Prova Emprestada possui valoração diferente no processo em que está sendo utilizada.
questão prejudicial - é aquela questão relativa à outra relação ou estado que se apresenta como mero antecedente lógico da relação controvertida, mas que poderia, por sis só, ser objeto de um processo separado. Ex. relação de paternidade numa ação de alimentos.
Exceção - art. 470 - ação declaratória incidental - faz coisa julgada material.
 - art. 474 do CPC: (efeito preclusivo da coisa julgada – princípio do deduzido e do dedutível) - atinge todas as questões que poderiam ser levantadas para o acolhimento ou rejeição.
 LIMITES SUBJETIVOS DA COISA JULGADA
  - art. 472 - coisa julgada (imutabilidade) - só atinge às partes e não aos terceiros.
- mas os efeitos da sentença podem atingir os terceiros - daí é permitido a este terceiro, desde que demonstre um interesse jurídico, discutir a decisão dada num processo em que não foi parte.
seg. parte art. 472 - ações de estado (anulação de casamento, paternidade, emancipação, separação judicial) coisa julgada atinge terceiros, pois “estado” diz respeito à própria personalidade do homem, de maneira que, havendo alteração, vale para toda a sociedade indistintamente. 
Interessados no art. 472 nada tem a ver com terceiros, mas somente terceiros não interessados – efeito natural da sentença.
RELAÇÃO JURÍDICA CONTINUATIVA
   Art. 471 do CPC 
Os efeitos da sentença perduram enquanto não sobrevierem modificações no estado de fato ou de direito (sentenças determinativas); 
Exemplos: guarda de filhos; alimentos (ação revisional ou de exoneração).

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