Buscar

Tributos em espécie

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 39 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 39 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 39 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

MÓDULO 01 – TRIBUTOS FEDERAIS
TEMAS DO MÓDULO: 
1 - Tributos Federais.
 
INTRODUÇÃO
É a constituição federal que determina a repartição da competência tributária, nos artigos 145 ao 156; e trata especificamente da  matéria de impostos nos artigos 153 a 156.
A Constituição atribui competência expressa e enumeradas a cada um dos entes políticos, descrevendo as materialidades das situações fáticas correspondentes, vale dizer, as regras-matrizes de incidência.
Os impostos têm previsão constitucional no artigo 145, I da CF. 
Segundo o Código Tributário Nacional, artigo 16:
 
“Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.”
 
 Portanto, imposto é a modalidade de tributo que tem como fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal.
 
Revisando: 
Segundo o artigo 3 ° do Código Tributário Nacional:
 “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.”
 
Competência tributária é a aptidão para criar tributos, mediante a edição do necessário veículo legislativo (artigo 150,I), indicador de todos os aspectos de sua hipótese de incidência.
A competência tributária é uma matéria de trato exclusivo constitucional. A aptidão de legislar, de criar tributos, é dada, apenas e somente, pela Constituição Federal, aos entes tributantes (União, Estados, DF e Municípios).
O conceito de competência tributária não se confunde com o conceito de capacidade tributária ativa. Capacidade tributária ativa é aptidão para cobrar, arrecadar e fiscalizar o tributo.
Assim, competência significa instituir e capacidade significa cobrar o tributo.
Desse modo, nos termos do artigo 153, compete instituir impostos sobre: importação de produtos estrangeiros; exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; renda e proventos de qualquer natureza; produtos industrializados; operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; propriedade territorial rural; e grandes fortunas, nos termos de lei complementar.
            Em seguida, o artigo 154 acrescenta à União duas outras competências em matéria de impostos:
1)      A competência residual (154, I da C.F.), a ser exercida mediante lei complementar, para a instituição de impostos não previstos no artigo 153, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos já discriminados;
2)      A competência extraordinária (154, II da C.F.), a ser exercida na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas, as causas de sua criação.
 
 
01.1  – IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO
Artigo 153 da C.F. – Compete à União instituir impostos sobre:
I – Importação de produtos estrangeiros;
 
O imposto de importação está previsto no artigo 153, I, da CF, sendo regulamentado pelos artigos 19 a 22 do CTN. 
O imposto de importação tem função Extrafiscal. Isso significa dizer que sua função não exclusivamente arrecadatória; visa também, de alguma forma, implementar outros objetivos do ente tributante. Podemos afirmar que é um instrumento de proteção da indústria nacional.
Esse imposto, exatamente por significar formas de influenciar o mercado, deve ser de fácil e rápido manejo. Assim, o artigo 150, parágrafo primeiro, excepciona o Imposto de Importação da observância da anterioridade da lei tributária, tanto em relação à anterioridade genérica ( artigo 150, III, b) quanto em relação à anterioridade especial ( artigo 150, III, c). Isso significa que o aumento do imposto pode ser exigido no mesmo exercício financeiro em que publica a lei que o estabeleceu, e independentemente do aguardo do lapso temporal de noventa dias, o que o torna um instrumento ágil de regulação do comércio exterior.
Em consonância com esse dispositivo, o artigo 153, parágrafo primeiro, por sua vez, autoriza o Poder Executivo a alterar-lhe as alíquotas atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei. O princípio da legalidade tributária, em relação aos impostos mencionados nesse dispositivo, experimenta atenuação em seu rigor, ensejando que ato do Poder Executivo integre a vontade da lei, complementado-a nesse quesito.
Assim é que, mediante decreto, o Poder Executivo, dentro dos parâmetros legalmente fixados, pode proceder às alterações que, à vista do interesse público, se fizerem necessárias.
 
 
  Fato Gerador
O fato gerador do tributo é definido pelo artigo 19 do Código Tributário Nacional nos seguintes termos:
 
“Artigo 19. O imposto, de competência da União, sobre a importação de produtos estrangeiros tem como fato gerador a entrada destes no território nacional.”
 
 Aspecto material do imposto: importar produtos estrangeiros.
 
Importar, portanto, não é comprar mercadoria estrangeira. È fazê-la entrar no território nacional.
 
Aspecto espacial, verifica-se, nesse imposto, a indicação de duas coordenadas para a sua aferição. A coordenada genérica de espaço, por primeiro, coincide com a própria eficácia da lei federal – o território nacional. Já a coordenada específica de espaço é a repartição aduaneira ou alfândega, onde ocorrerá o desembaraço dos produtos importados.
 A identificação do aspecto temporal do Imposto de Importação, por seu turno, gerou muita polêmica, prevaleceu o entendimento segundo o qual a obrigação de pagar o Imposto de Importação nasce momento do registro da Declaração de Importação na repartição aduaneira.
 Aspecto pessoal, o sujeito ativo da obrigação é a União, e o contribuinte, nos termos do artigo 22, CTN, é o importador ou quem a lei a ele equiparar, ou o arrematante, na hipótese de bens apreendidos ou abandonados.
O aspecto quantitativo, revelado pela conjugação da base de calcula e da alíquota, é regrado pelo artigo 20, CTN:
I – quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela lei tributária;
II – quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em condições de livre concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada do produto no País;
III – quando se trate de produto apreendido ou abandonado, levado a leilão, o preço da arrematação;
Exemplo: se o produto importado é seda, a tributação pode se dar por metro do produto importado ( base de cálculo), e a alíquota será um valor em reais. Já se a base de cálculo for o preço do produto, a alíquota será ad valorem, isto é, um percentual aplicado a essa base de cálculo, critério adotado atualmente pela lei.
Ilustrando as hipóteses contempladas nesse dispositivo, temos que, se a base de cálculo for fixada em unidade de medida, a alíquota será específica. Exemplo: se o produto importado é seda, a tributação pode ser dar por metro do produto importado ( base de cálculo), se a alíquota ser um valor em reais. Já se a base de cálculo for o preço do produto, a alíquota ser ad valorem, isto é, um percentual aplicado a esse base de cálculo, critério adotado atualmente pela lei.
 
 O imposto de importação é, em regra, lançado por homologação, pois são de competência do importador o cálculo do montante do imposto devido e o seu recolhimento antecipado. Para o cálculo, o importador elabora a declaração de importação – DI e a registra no SISCOMEX ( Sistema Integrado de Comércio Exterior). No momento do registro, o próprio sistema informatizado se encarrega de retirar da conta corrente do importador o montante do imposto devido.
 Posteriormente, caberá a um Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil homologar o procedimento do contribuinte, praticando o ato denominado “desembaraço aduaneiro” da mercadoria importada.
 No caso de importação de bens que se enquadram no conceito de bagagem acompanhada, mas ultrapassem o limite deisenção, o lançamento do imposto será feito com base em declaração formulada pelo viajante ( DBA – Declaração de Bagagem Acompanhada). Em tal hipótese, pode-se afirmar que o imposto é lançado por declaração.
Na página da Receita Federal do Brasil encontramos a seguinte Informação:
O imposto sobre a importação de produtos estrangeiros (II) incide sobre a importação de mercadorias estrangeiras e sobre a bagagem de viajante procedente do exterior. No caso de mercadorias estrangeiras, a base de cálculo é o valor aduaneiro e a alíquota está indicada na Tarifa Externa Comum (TEC). No caso da bagagem, a base de cálculo é o valor dos bens que ultrapassem a cota de isenção e a alíquota é de cinquenta por cento. ( http://www.receita.fazenda.gov.br/, sitio da Receita Federal do Brasil,acesso em 29/07/2013, às 17h00)
 
 
 
 Regimes Aduaneiros especiais:
 
Trânsito Aduaneiro: permite o transporte de mercadoria, sob controle aduaneiro, de um ponto a outro do território aduaneiro, com suspensão do pagamento de tributos.
Drawback: incentivo à exportação: suspensão do pagamento dos tributos exigíveis na importação de mercadoria a ser exportada após beneficiamento. Isenção dos tributos exigíveis na importação de mercadorias, em quantidade e qualidade equivalentes à utilizada no beneficiamento, fabricação, complementação ou acondicionamento de produto exportado. Restituição.
Zona Franca de Manaus: área de livre comércio de importação e de exportação e de incentivos fiscais especiais.
 
 
1.2 – IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO
O artigo 153, II, da C.F, estabelece ser de competência da União a instituição do Imposto de Importação:
Artigo 153. Compete à União instituir imposto: (...)
II – exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados. 
 
§ 1° É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II ( imposto de exportação), IV e V.
 
 O Imposto de exportação é um imposto nitidamente extrafiscal, portanto sua função não é exclusivamente arrecadatória, também visa, de alguma forma, implementar outros objetivos do ente tributante. 
Em razão de sua natureza extrafiscal, o Imposto está igualmente excepcionado da observância do princípio da anterioridade da lei tributária – a genérica e a especial, outrossim, está autorizado o Poder Executivo a alterar-lhe as alíquotas, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei.
 
Fato Gerador
Segundo o artigo 23 do Código Tributário Nacional;
 O imposto, de competência da União, sobre a exportação, para o estrangeiro, de produtos nacionais ou nacionalizados tem como fato gerador a saída destes do território nacional.
 
Portanto, o fato gerador é a saída do território nacional para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados.
 
Aspecto material: é exportar para o exterior produtos nacionais ou nacionalizados.
Produto nacional é o fabricado no país; produto nacionalizado é o que vem do exterior e sofre alguma alteração; é transformado ou beneficiado no País e é novamente exportado.
Aspecto espacial: território nacional e a específica, ou seja, a repartição aduaneira.
Aspecto temporal: consiste no momento da expedição da guia de exportação ou documento equivalente.
Quanto aos sujeitos da obrigação tributária, temos, no pólo ativo, a União e, no pólo passivo, o contribuinte, o exportador ou a quem a ele a lei equiparar.
Aspecto quantitativo vem definido no artigo 24 e 25, CTN.
À semelhança do Imposto de Importação, se a base de cálculo for unidade de medida ( ex. caixa de bebidas), a alíquota será específica ( o valor de uma garrafa). Se a base de caçulo for o preço normal do produto, a alíquota será ad valorem, ou seja, um percentual a incidir sobre a base de caçulo.
O Lançamento por homologação.
 
  Bibliografia Básica do Módulo:
Alexandre, Ricardo. Direito Tributário. 6 edição. São Paulo: editora Método. 2012
COSTA, Regina Helena. Curso de Direito Tributário. 1 edição, 2 tiragem. São Paulo: Saraiva, 2009.
SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 4° edição. 2° tiragem. São Paulo: Editora Saraiva. 2012 
MACHADO, Hugo de Brito. Curso de direito tributário. 29ª ed. São Paulo: Malheiros, 2008.
Bibliografia Complementar:
AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. 14ª ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
ATALIBA, Geraldo. Hipótese de incidência tributária. 6ª ed. São Paulo: Malheiros, 2006. 
Legislação para Consulta:
Constituição Federal
Código Tributário Nacional
MÓDULO  02
 2. IMPOSTO SOBRE A RENDA
  
            Dispõe o artigo 153 da Constituição Federal que a instituição do Imposto de Renda é de competência da União.
            
O imposto de renda é de competência da União, devendo ser utilizado como meio hábil a promover a adequada redistribuição de renda. A distribuição da renda é gerada em face do princípio da progressividade, pois aqueles que menos ( ou nada) contribuem são, em regra, os que mais utilizam alguns serviços públicos ( saúde e educação).
 
É a principal fonte de receita tributária da União, quanto aos impostos, possuindo nítida função fiscal.
 
Artigo 153 da Constituição Federal:
 
Compete à União instituir impostos sobre:
 
III – renda e proventos de qualquer natureza;
 
Segundo o artigo 153, III da CF, o imposto de renda não incide apenas sobre a renda sobre a renda, mas também sobre os proventos de qualquer natureza.
 
O conceito de renda compreende o produto do capital ( aplicações financeiras), do trabalho ( salário) ou da combinação de ambos ( como o lucro).
 
Já o conceito de proventos é definido por exclusão, compreende todos os acréscimos patrimoniais não enquadráveis no conceito legal de renda.
 
O imposto de renda é aplicável tanto às Pessoas Físicas (IRPF), quanto às pessoas jurídicas (IRPJ).
 
É importante observar que a existência de um conceito constitucional de renda e proventos de qualquer natureza limita sensivelmente a liberdade do legislador infraconstitucional para estabelecer as respectivas hipóteses de incidência.
 
 
 2.1.1 – Princípios Constitucionais Aplicáveis ao Imposto de Renda
 
O inciso I do  § 2° do artigo 153 da Constituição federal impõe que o Imposto de Renda obedeça aos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei. Esses critérios decorrem da aplicação do princípio da isonomia e da capacidade contributiva.
 
            A generalidade significa que todos que auferirem renda e proventos de qualquer natureza são contribuintes do imposto, sem discriminação injustificadas. 
 
            A universalidade impõe que todas as modalidades de renda ou proventos, seja qual for sua origem – o capital, o trabalho ou combinação de ambos – submetam-se ao imposto. Em outras palavras, o IR não pode ser seletivo em função da natureza do rendimento auferido. Nesse sentido, o critério da universalidade contrapõe-se ao da seletividade.
 
            A progressividade implica seja a tributação mais do que proporcional à riqueza de cada um. Um imposto é progressivo quando a alíquota se eleva à medida que aumenta a base de cálculo. ( Vide artigo 145, parágrafo primeiro da C.F.)
            
            Como o advento da Emenda Constitucional n. 42/2003, o Imposto de Renda passou a ser uma exceção ao período de anterioridade qualificada ou nonagesimal ( artigo 150, § 1, parte final da Constituição Federal). Portanto, o IR deve obedecer à anterioridade anual, sem respeitar o período de 90 dias. Assim, a majoração pode gerar efeitos a partir do primeiro dia do exercício subseqüente, independente de qualquer prazo mínimo.
            
 
 
2.1.2 – FATO GERADOR DO IMPOSTO DE RENDA
 
A definição legal do fato gerador do imposto de renda consta do artigo 43 do Código Tributário Nacional:
 
 
Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica:
I - de renda, assim entendido o produto do capital,do trabalho ou da combinação de ambos;
II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior.
§ 1o A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção. (Parágrafo incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)
§ 2o Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do imposto referido neste artigo. (Parágrafo incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)
 
 
O que é “disponibilidade”?
Basicamente, a “disponibilidade” representa a possibilidade que o proprietário do patrimônio tem de ter as rendas ou os proventos para fazer com eles o que bem entender, dentro dos limites da lei reguladora do uso da propriedade de qualquer bem. Em outras palavras, é um dos atributos do direito de propriedade, tanto quanto os atributos de usar e gozar da coisa de que se é proprietário, além do direito de protegê-la contra esbulhos de terceiros (art. 5º, incisos XXII e XXIV da CF/88).
            A “disponibilidade” a que alude o artigo 43, “caput” do CTN, corresponde aos atributos do direito de propriedade previstos no artigo 1228 do Código Civil:
“Art. 1228 do Código Civil – O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha”.
 
Disponibilidade econômica – é a percepção efetiva da renda ou do provento. A aquisição se dá pelo fato material, independentemente da legalidade, ou não, do modo de obtenção.
Interpretação doutrinária e jurisprudencial: a disponibilidade, e por conseguinte, a tributação, alcançam, inclusive, os ganhos decorrentes de produtos de crime ou de contravenção penal: atividades do tráfico de drogas, jogo do bicho, prostituição, corrupção.
Disponibilidade jurídica – diz respeito à aquisição de um título jurídico que confere direito de percepção de um valor definido, ingresso de forma legal, no patrimônio. É a aquisição por meio de uma das formas legítimas e legais. Em outras palavras, ela é revelada pela posse do direito à renda, representada por um bem ou um crédito líquido e certo, que, embora temporariamente não represente a posse física da renda, já se agregou ao patrimônio da pessoa.
 
 2.1.3 – Base de Cálculo do Imposto de Renda
 
            Segundo o artigo 44 do Código Tributário Nacional a base de calculo do imposto é o montante, real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos tributáveis.
Art. 44 do CTN. A base de cálculo do imposto é o montante, real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos tributáveis.
            Na sistemática do lucro real, o contribuinte efetivamente calcula seu lucro, abatendo do faturamento as despesas legalmente autorizadas.
            No lucro presumido ( opção possível para alguns contribuintes), o sujeito passivo aplica um percentual legal sobre o valor de sua receita bruta, obtendo como resultado um montante que se presume ser seu lucro.
            Já o lucro arbitrado é aplicado quando não é possível o cálculo preciso do lucro real e o contribuinte não cumpre os requisitos para a tributação com base no lucro presumido. A situação ser verifica quando o sujeito passivo não cumpre regularmente sua obrigação acessória de escriturar livros fiscais. Não se trata de uma punição, mas de uma maneira de se chegar a um valor razoável para servir de base de cálculo para o tributo ( arbitramento). A base de cálculo do imposto, neste caso, é determinada conforme diversos critérios previstos na legislação, sendo regra a aplicação de percentual sobre a receita bruta.
 
 
2.1.4 - Contribuintes
 
            Art. 45 do CTN. Contribuinte do imposto é o titular da disponibilidade a que se refere o artigo 43, sem prejuízo de atribuir a lei essa condição ao possuidor, a qualquer título, dos bens produtores de renda ou dos proventos tributáveis.
Parágrafo único. A lei pode atribuir à fonte pagadora da renda ou dos proventos tributáveis a condição de responsável pelo imposto cuja retenção e recolhimento lhe caibam.
 
2.1.4.1 – Sujeito Ativo
 
            O imposto de renda é de competência da União, devendo ser utilizado como meio hábil a promover a adequada redistribuição de renda. Como já exposto, é a principal fonte de receita tributária da União, quanto aos impostos, possuindo nítida função fiscal.
 
 
2.1.4.2 – Sujeito Passivo
 
            O Contribuinte do Imposto sobre a renda é a pessoa física ou jurídica, titular de renda ou provento de qualquer natureza. A lei pode atribuir à fonte pagadora da renda a responsabilidade pela retenção e recolhimento do imposto de renda, figurando o empregado como contribuinte, e o empregador, como responsável.
 
 
2.1.5 – Alíquotas.
 
 
Segundo o artigo 153, § 2°, I, da Constituição Federal, o imposto de renda será informado pelos critérios da generalidade, universalidade e progressividade
Exemplo: Tabela Progressiva para o cálculo mensal do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física para o exercício de 2014, ano-calendário de 2013. 
	Base de cálculo mensal em R$
	Alíquota %
	Parcela a deduzir do imposto em R$
	Até 1.710,78
	-
	-
	De 1.710,79 até 2.563,91
	7,5
	128,31
	De 2.563,92 até 3.418,59
	15,0
	320,60
	De 3.418,60 até 4.271,59
	22,5
	577,00
	Acima de 4.271,59
	27,5
	790,58
Exemplo: Tabela Progressiva para o cálculo mensal do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física a partir do exercício de 2015, ano-calendário de 2014. 
	Base de cálculo mensal em R$
	Alíquota %
	Parcela a deduzir do imposto em R$
	Até 1.787,77
	-
	-
	De 1.787,78 até 2.679,29
	7,5
	134,08
	De 2.679,30 até 3.572,43
	15,0
	335,03
	De 3.572,44 até 4.463,81
	22,5
	602,96
	Acima de 4.463,81
	27,5
	826,15
 
( Fonte: Receita Federal do Brasil)
	
          
2.2 - ITR – Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural
 
 
O imposto sobre a Propriedade Territorial Rural está previsto na Constituição Federal em seu artigo 153, VI.
 
Artigo 153. Compete à União instituir impostos sobre:
 
VI – propriedade territorial rural; 
 
            O ITR é imposto com finalidade marcadamente extrafiscal, pois, nos termos do artigo 153, §4°, I, da C.F/88, suas alíquotas serão fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas.
 
Art. 153 da CF. Compete à União instituir impostos sobre:
VI - propriedade territorial rural;
§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)   
Art. 158 da CF. Pertencem aos Municípios:
II - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se refere o art. 153, § 4º, III;
 (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
 
2.2.1 - HISTÓRICO
 
            A Constituição de 1934 foi a primeira a prever um imposto incidente sobre a propriedade territorial rural, de competência dos Estados. As Constituições anteriores previam, genericamente, apenas um imposto sobre a propriedade.
            Em 1961 com a EC nº 5 a competência passou aos Municípios. Em seguida, a EC nº 10/64 transferiu a competência para a União, quedeveria destinar o produto da arrecadação aos Municípios onde estivessem localizados os imóveis. O objetivo dessa Emenda foi instrumentalizar a União com a política fiscal para fins de reforma agrária e combater os latifúndios improdutivos.
            A Constituição de 1969 manteve a arrecadação do imposto para os Municípios na sua integralidade. A União reteve parcela para seus cofres. O STF declarou inconstitucionais quaisquer retenções e determinou a devolução desses valores aos Municípios com juros e correção. (RE 110.836 – MG 31.03.95)
            A Constituição de 1988 manteve a competência do ITR para a União, mas reduziu o percentual dos Municípios no produto arrecadado para 50%. Hoje, com a EC 42/03 os Municípios podem optar em arrecadar e fiscalizar o ITR e assim podem ficar com 100% de sua arrecadação, nos termos do artigo 158, II da CF.
 
2.2.2 IMÓVEL URBANO OU RURAL PARA FINS DO IMPOSTO
 
            Rural é próprio do campo em oposição ao que é próprio da cidade. É preciso delimitar o que é rural e o que é urbano, pois os Municípios têm competência para instituir o IPTU.
            A lei ordinária 5868/72, em seu art. 6º,  definiu imóvel rural como  aquela que se destina à exploração agrícola, pecuária, extrativa vegetal ou agroindustrial e que tiver área superior a um hectare.
            O CTN define imóvel rural (art. 29, CTN) como aquele situado fora da zona urbana do Município.
            A zona urbana é aquela delimitada por lei municipal, observados os requisitos delineadores previstos no CTN, com a presença de melhoramentos indicados em pelo menos dois dos incisos previstos no artigo 32
 
“ Art. 32 do CTN ( ...)
§ 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei municipal; observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público:
I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
II - abastecimento de água;
III - sistema de esgotos sanitários;
IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;
V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado.
§ 2º A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nos termos do parágrafo anterior.”
 
            A indicação de zona rural, portanto, para a cobrança de ITR há de ser fixada por exclusão: em primeiro lugar, averigua-se a natureza de zona urbana; parte-se, após, por exclusão, ao conceito de zona rural.
 
2.3.1 Sujeito Ativo
 
            O sujeito ativo é a União Federal.Quem arrecada e fiscaliza é a Receita Federal do Brasil – órgão da administração direta da União.(art. 15 da Lei 9393/96)
        
    Convém esclarecer que de acordo com o artigo 153 § 4º, III (EC 42/03)  da CF que o ITR poderá ser fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal.  (detentor da capacidade tributária ativa).
 
2.3.2 - Sujeito Passivo
            O contribuinte do imposto é o proprietário (pleno, de domínio exclusivo ou na condição de coproprietário) do imóvel, o titular do domínio útil (enfiteuta e usufrutuário e superficiário), ou o seu possuidor (ad usucapionem, isto é, aquele com a possibilidade de aquisição do domínio ou propriedade pelo usucapião) qualquer título. Art. 31 do CTN, art. 4º da Lei 9393/96 e art. 5º do Decreto 4382/02.
            O responsável tributário é o sucessor a qualquer título, nos termos dos arts. 128 a 133 do CTN, art. 5º da Lei 9393/96 e art. 6º do Decreto 4382/02.
 
2.4 – FATO GERADOR
             O fato gerador do ITR é a propriedade, o domínio útil ou a posse  de imóvel por natureza, localizado fora da zona urbana do município, em 1 de janeiro de cada ano.
 
2.4.1 - CRITÉRIO ESPACIAL DO FATO GERADOR
            O critério espacial é a zona rural do Município (coordenada específica) e corresponde ao território nacional (coordenada genérica). 
Imóveis cujas áreas alcançam mais de um Município: Art. 1º § 3º da Lei 9393/96 e art. 7º § 1º do Decreto 4382/02.
Art. 1º “  § 3º O imóvel que pertencer a mais de um município deverá ser enquadrado no município onde fique a sede do imóvel e, se esta não existir, será enquadrado no município onde se localize a maior parte do imóvel.”  
Limite com outro país : à falta de convenção fiscal com esses países o critério mais razoável é o da tributação proporcional à área localizada no Brasil seja ou não sede da Fazenda.  O mesmo critério se aplica entre os Estados. 
Domicílio Fiscal: o domicílio tributário é o do Município do imóvel, sendo vedada a eleição de qualquer outro.
 
2.4.2 - CRITÉRIO TEMPORAL DO FATO GERADOR
O critério temporal é 1º de janeiro de cada ano, como é da tradição brasileira no tocante a impostos que gravam a propriedade. Art. 1º da Lei 9393/96 e art. 2º do Decreto 4382/02.
 
 2.5 - Base de Cálculo:
             A base de cálculo do imposto é o valor fundiário do imóvel, de acordo com o art. 30 do CTN. A Lei 9393/96 no seu art. 11 e o Decreto 4382/02 em seu art. 32 dispõem que a base de cálculo do ITR é o valor da terra nua tributável (VTNt) conceito equivalente ao do valor fundiário, o que significa que na fixação da base de cálculo não se considera o valor dos bens imóveis por acessão ou benfeitorias. (Excluem-se portanto, os valores relativos a construções, instalações e benfeitorias, culturas, pastagens e florestas plantadas). Tais conceitos estão detalhados no art. 10 da Lei 9393/96.
Terra Nua = preço de mercado, excluído o valor das construções, instalações, benfeitorias, culturas permanentes, pastagens e florestas plantadas. Todavia, compreende as árvores e frutos pendentes, o espaço aéreo e o subsolo.
 
 
2.6 - Alíquotas: 
Art. 11 da Lei 9393/96 e art. 34 do Decreto 4382/02
Conforme determina a CF, art. 153  § 4º, I o imposto será progressivo e as alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas, expressando, portanto, sua feição extrafiscal mediante a aplicação do princípio da função social da propriedade à propriedade rural.
Atendendo ao dispositivo constitucional, a Lei 9393/96 estabelece as alíquotas do ITR em função da área total e do grau de utilização do imóvel, que variam de 0,03 a 20%, alíquota esta de caráter evidentemente confiscatório e, portanto, incompatível com o princípio da vedação da utilização de tributo com efeito de confisco (art. 150, V, CF).
 
2.7 - REGRAS GERAIS
Imunidade em Reforma Agrária: O ITR incide ainda sobre o imóvel declarado de interesse social para fins de reforma agrária, enquanto não transferida a propriedade, exceto se houver imissão prévia na posse (art. 2º §, 1º, I e II do Decreto 4382/02)
Imunidade e a função social da propriedade
 O proprietário que não possua outro imóvel poderá gozar da imunidade das pequenas glebas rurais. Essa imunidade prevê uma relativização do instituto da propriedade na busca da justiça social, procurando diferençar o ausentismo na propriedade rural do seu adequado aproveitamento.
 
Lançamento: Por homologação. (art. 10 da Lei 9393/96).
Bibliografia Básica do Módulo:
Alexandre, Ricardo. Direito Tributário. 6 edição. São Paulo: editora Método. 2012
COSTA, Regina Helena. Curso de Direito Tributário. 1 edição, 2 tiragem. São Paulo: Saraiva, 2009.
SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 4° edição. 2° tiragem. São Paulo: Editora Saraiva. 2012 
MACHADO, Hugo de Brito. Curso de direito tributário. 29ª ed. São Paulo: Malheiros, 2008.
Bibliografia Complementar:
AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. 14ª ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
ATALIBA, Geraldo. Hipótese de incidência tributária. 6ª ed. São Paulo: Malheiros, 2006. 
Legislação para Consulta:Constituição Federal
Código Tributário Nacional
	MÓDULO 03
3.1 – IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS – IPI
 
      O artigo 153, IV, da CF, estabelece ser de competência da União a instituição do Imposto sobre produtos industrializados.
      A União, na forma do artigo 153, IV, da CF, poderá instituir:
IV – imposto sobre produtos industrializados.
      O §3°, do artigo 153, em seus incisos I a IV, contempla norma de grande relevância na moldura do imposto:
A)    Seletividade do imposto. Significa que a lei procederá a discriminação de tratamento estabelecidas em função da essencialidade do produto, critério apontado constitucionalmente. Em outras palavras, a exigência do IPI há de ser modulado consoante o grau de essencialidade dos produtos industrializados para o consumidor: quanto mais essenciais, menor deve ser a tributação; quanto menos essenciais, o imposto deve atingi-los com maior intensidade.
B)    Não-cumulatividade: compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores. Consagrado no artigo 49 do CTN.
C)    Não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior. Cuida-se de autêntica imunidade específica ao IPI, expressão constitucional da aludida máxima do comércio internacional, segundo a qual não se deve exportar impostos.
D)    A redução de seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte do imposto, na forma da lei, comando introduzido pela EC n. 42, de 2003.
 
3.1.1 - Sujeito Ativo
        O Sujeito Ativo é a União Federal
 3.1.2 - Sujeito Passivo
Conforme o art. 51 do Código Tributário Nacional:
a)      o importador ou quem a ele a lei equiparar;
b)      o industrial ou quem a ele a lei equiparar;
c)      o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça a industriais ou a estes equiparados;
d)     O arrematante de produtos apreendidos ou abandonados levados a leilão;
 
3.1.3 – FATO GERADOR
 O FATO GERADOR poderá, assim, ocorrer nas seguintes situações delineadas no artigo 46 do Código Tributário Nacional:
Art. 46. O imposto, de competência da União, sobre produtos industrializados tem como fato gerador:
I - o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira;
II - a sua saída do produto do estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial;
III - a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão.
Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se industrializado o produto que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para o consumo.
 
 São duas as principais hipóteses de ocorrência do fato gerador do IPI: 
 Na importação: o desembaraço aduaneiro de produtos de procedência estrangeira; 
 Na operação interna: a saída de produto de estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial. 
 3.1.4 - BASE DE CÁLCULO
            Segundo o artigo 47 do Código Tributário Nacional, a base de cálculo do imposto é:
a)      No caso do produto procedente do exterior: o preço normal, acrescido do próprio imposto de importação, das taxas aduaneiras e dos encargos cambiais, no caso de desembaraço aduaneiro.
b)      No caso de saída de mercadoria do estabelecimento de importador, industrial, comerciante ou arrematante: o valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria; ou na falta deste valor, o preço corrente da mercadoria, ou sua similar, no mercado atacadista da praça do remetente;
c)      o preço da arrematação de produto aprendido ou abandonado e levado a leilão, o preço da arrematação.
Na operação interna: O valor total da operação de que decorrer a saída do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial; 
 Na importação: O valor que servir ou que serviria de base para o cálculo dos tributos aduaneiros, por ocasião do despacho de importação, acrescido do montante desses tributos e dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou deste exigíveis. 
 
3.1.5 - ALÍQUOTAS
            As alíquotas constam da TIPI – Tabela de Incidência do IPI. Variam de 0% a 365,63% (cigarros).
 
3.1.6 - O IPI É FISCAL OU EXTRAFISCAL?
            O IPI é gravame federal de forte interesse fiscal, uma vez que representa importante incremento no orçamento do Fisco. Paralelamente, perfaz a função extrafiscal, regulatória de mercado, uma vez que vem onerar mais gravosamente artigos supérfluos e nocivos à saúde.
            O Poder Executivo poderá alterar as alíquotas do IPI, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, sem necessidade de obediência ao princípio da anterioridade para a cobrança, em havendo majoração.
            Ao Editar a Emenda Constitucional 42/2003, o legislador constituinte atendeu aos pleitos dos contribuintes, estendendo a noventena aos tributos em geral e não excetuando o IPI.
            Assim, o IPI não se sujeita ao princípio da Anterioridade ( 150, III, b da CF) e está sujeito ao Princípio da Noventena. ( 150, III, c da CF)
 3.1.7 - Lançamento
O IPI está sujeito ao lançamento por homologação.
 
3.2  – IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRA – IOF
Introdução
Artigo 153 ( ...) da CF
V- operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
            O IOF tem função predominantemente extrafiscal ( controle da política monetária), embora seja bastante significativa a sua função fiscal, ensejando o recolhimento de somas consideráveis.
            Sua arrecadação ocorre nas operações realizadas por instituições financeiras, como os bancos, Caixas Econômicas, corretoras, lojas de câmbio, empresas de seguros privados e outros.
 
3.2.1 - Sujeito Passivo
a) pessoas jurídicas tomadoras de crédito;
b) as compradoras ou vendedoras de moeda estrangeira;
c) as pessoas físicas ou jurídicas seguradas;
d) adquirentes de títulos ou valores mobiliários e instituições financeiras;
e) as instituições autorizadas pelo Banco Central do Brasil a efetuarem a primeira aquisição do ouro, ativo financeiro, ou instrumento cambial.
3.2.2 – FATO GERADOR
            São cinco hipóteses de incidência distintas, todos referentes ao conceito de operação financeira, que, essencialmente é o negócio jurídico celebrado com o objetivo de lucro.
1)      Operação de crédito: alguém disponibiliza um valor, um crédito, a outrem. É o caso de empréstimo bancário.
2)      Operação de câmbio; na troca de moeda nacional pela estrangeira, ou vice-versa, como ocorre quando se compra dólares por motivo de viagem ao exterior.
3)      Operação de seguro: proteção de um bem em relação a determinado risco, como o seguro de vida ou de veículo.
4)      Operações relativas a títulos e valores mobiliários abrangem os negócios jurídicos, envolvendo tais títulos, como letras de câmbio e ações.
5)      Operações com ouro-financeiro.
OBSERVAÇÕES
O artigo 153, §1° da CF declara que é facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas do IOF. Portanto, o imposto, no que diz respeito a alteração das alíquotas está excepcionando o princípio Constitucional da Legalidade.
Ademais, o § 1 ° do artigo 150 do texto constitucional determina que a alteração das alíquotas do IOF não se sujeita ao Princípio Constitucional da Anterioridade anual e a nonagesimal.
Bibliografia Básica do Módulo:
Alexandre, Ricardo. Direito Tributário. 6 edição. São Paulo: editora Método. 2012
COSTA, Regina Helena. Curso de Direito Tributário. 1 edição, 2 tiragem. São Paulo: Saraiva, 2009.
SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 4° edição. 2° tiragem. São Paulo: Editora Saraiva. 2012 
MACHADO, Hugo de Brito. Curso de direito tributário. 29ª ed. São Paulo: Malheiros, 2008.
Bibliografia Complementar:
AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. 14ª ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
MÓDULO 04
04 - CONTRIBUIÇÕES EM ESPÉCIE 
            Entende-se que subsistem no sistema tributário nacional cinco espécies tributárias. Esse é o entendimento que tem prevalecido na doutrina e no Supremo TribunalFederal:
1)      IMPOSTOS
2)      TAXAS
3)      CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIAS
4)      EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS
5)      CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS
04.1 - Conceito de contribuições 
As contribuições são tributos destinados ao financiamento de gastos específicos, estão atreladas no contexto de intervenção do Estado no campo social e econômico, sempre no cumprimento dos ditames da política de governo. São denominadas pela Doutrina e pela Jurisprudência de Parafiscais ou Especiais. No entanto, vamos adotar a denominação Contribuições Especiais
Revisando:
Os tributos, como regra, são instituídos, arrecadados e fiscalizados pela mesma entidade impositora. No entanto, na parafiscalidade a instituição é realizada por uma pessoa política ( GERALMENTE A UNIÃO), e as atividades de arrecadação e fiscalização, pelo ente parafiscal ( Autarquias, Entidades paraestatais)
A contribuição parafiscal é tributo devido a entidades paraestatais, em razão de atividades especiais por elas desempenhadas. 
 
04.2 - O Artigo 149 da Constituição declara:
 Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
Da análise do artigo 149 da Constituição Federal podemos interpretar as características das Contribuições:
a)      Sua instituição está autorizada para que funcione como instrumento de atuação da União;
b)      As contribuições estão atreladas ao atendimento de suas finalidade Constitucionais;
c)      São Tributos qualificados por suas finalidades ( Roque Carrazza)
 
  04.3 - contribuições  ESPECIAIS prevista pelo texto constitucional: 
( adotamos esta classificação)
1)      Contribuições sociais: Seguridade Social, Outras Contribuições Sociais, Contribuições Sociais Gerais
2)      Contribuições de interesse de categorias profissionais e econômicas ou corporativas
3) Contribuições de intervenção no domínio Econômico ( CIDE)
4)      Contribuição para custeio do serviço de iluminação publica ( COSIP)
04.4.1 – CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS
As contribuições sócias constituem instrumento de atuação da União na área social, Título da Ordem Social no Texto Fundamental ( artigos 193 a 232). Portanto, as contribuições sociais podem ser instituídas para alcançar finalidades relativas à seguridade social, à educação, à cultura e ao desporto, à ciência e à tecnologia, à comunicação social, ao meio ambiente, à família, à criança, ao adolescente, ao idoso, e aos índios.
     As contribuições Sociais podem ser classificadas como:
     Contribuições de seguridade Social;
     Outras Contribuições;
     Contribuições Sociais Gerais;
04.4.2 CONTRIBUIÇÕES DE SEGURIDADE SOCIAL – 
Conforme estabelece o artigo 195 da Constituição Federal:
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: 
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
a)     a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
III - sobre a receita de concursos de prognósticos. 
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I. 
§ 5º - Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.
§ 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b".
§ 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.
Comentários ao Artigo:
O orçamento da seguridade social é composto de receitas oriundas de recursos dos entes públicos ( financiamento indireto) – por meio dos impostos e de receitas provenientes das contribuições ( financiamento direto). As contribuições são instituídas por lei, com base na constituição, para o custeio da seguridade social ( artigo 195 da CF c/c artigo 11, da Lei n. 8.212/91).
Em relação ao princípio da anterioridade, as contribuições sociais serão cobradas 90 dias após a publicação da lei instituidora ou modificadora e o pagamento do tributo. É conhecida como anterioridade especial ( nonagesimal ou mitigada), ou período de noventena.
As contribuições para a seguridade social obedecerão a um período de anterioridade especial de 90 dias, independente do ano civil.
Outro comentário, em relação as imunidades; duas importantes normas de não incidência de contribuição social:
I)                   imunidade de contribuição social para as entidades beneficentes de assistência social ( artigo 195, § 7°, CF)
II)                imunidade de todas as contribuições sociais para as receitas decorrentes de exportação (artigo 149, §2°,I )     
O artigo 195,  § 4ª, da CF/88 atribui a União uma espécie de competência residual para instituir novas contribuições destinadas à sua manutenção e expansão, as quais são chamadas de outras contribuições sociais. 
 
 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS DOS TRABALHADORES E DOS DEMAIS SEGURADOS
 
Art. 195, inciso II , da CF/88, o trabalhador e os demais e segurados da previdência social podem ser obrigados ao recolhimento das contribuições sociais, destinadas à previdência social. 
 
FATO GERADOR : remuneração paga ou creditada pelos serviços prestados pelo segurado, independentemente da denominação utilizada;
 
ALÍQUOTA:  são variáveis entre 8% a 11%;
 
BASE DE CALCULO: salário-contribuição, observadas as parcelas que o integram, conforme definido por lei;
 
SUJEITO PASSIVO: trabalhador, entendido este como o segurado empregado, incluídos o doméstico e o trabalhador avulso;
 
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PATRONAL SOBRE A FOLHA DE PAGAMENTOS
 
FATO GERADOR: folha de salários e demais rendimentos pagos ou creditados, a qualquer título, a pessoa física
 
ALÍQUOTA: 20%
 
BASE DE CÁLCULO: total das remunerações pagas, devidas ou creditadas ao segurado empregado, ao trabalhador avulso e ao segurado contribuinte individual.
 
 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PARA FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL (COFINS)
 
Previsão: artigo 195, I
 
FATO GERADOR : auferimento de faturamento mensal;
 
ALÍQUOTA: a alíquota da COFINS dependerá da fórmula de apuração da contribuição. Se não cumulativa, a alíquota será de 7,6% e na forma cumulativa, a alíquota da contribuição será de 3%.
 
BASE DE CALCULO: faturamento ou receita bruta mensal das pessoas jurídicas, a qual consiste na integralidade das receitas auferidas, observadas as exclusões admitidas em lei.
 
SUJEITO PASSIVO: pessoas jurídicas de direito privado e equiparadas;.
 
  
.
 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS SOBRE O LUCRO LÍQUIDO ( CSLL)
 
Previsão:  art. 195, inciso I, alínea "c" daCF/88, é representada pela - sigla CSLL , com fundamento na Lei n. 7.689/88. 
 
 FATO GERADOR : auferimento do lucro líquido(art. 28 da Lei 9.430/96);
 
ALÍQUOTA:  de 9%.
 
BASE DE CALCULO: lucro líquido das pessoas jurídicas, ajustado por adições e exclusões próprias da legislação aplicável.
 
SUJEITO PASSIVO: pessoas jurídicas de direito privado ou equiparadas;.
 
   
CONTRIBUIÇÕES DE INTERESSE DE CATEGORIAS PROFISSIONAIS ECONÔMICAS 
 
 
            No seu artigo 5°, XIII, a CF declara livre o exercício de qualquer trabalho ofício ou profissão, mas prevê a possibilidade da lei estabelecer as qualificações profissionais necessárias para o exercício de tal direito,
 
            Com fundamento na autorização constitucional, foram criadas instituições descentralizadas que fiscalizam o exercício de determinadas profissões. Assim o Estado poderá instituir tributos e reservar o produto da arrecadação a essas entidades para que possam realizar a fiscalização apontada na Constituição.
 
            São tributos parafiscais, na medida em que são arrecadadas, por delegação da UNIAO, por outras entidades para custeio de seu funcionamento autônomo, na realização de funções estatais e de interesse do poder público. 
São exemplos de entidades representativas de categorias profissionais e econômicas: CRC, CREA CRM entre outros. 
 
 CONTRIBUIÇÕES DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONOMICO - CIDES´S 
 
            As contribuições são tributos de competência exclusiva da UNIAO para promover um controle fiscalizatório de atividades econômicas, regulado seu fluxo produtivo o estimulo a determinado setor da economia. A atuação estatal no caso das contribuições de intervenção no domínio econômico deve ser voltada ao grupo que irá suportar os ônus decorrentes da exação, revertendo a atuação do Poder Público ao próprio grupo.
 
            Cumpre mencionar, seguindo o entendimento doutrinário, os pressupostos para instituição valida das contribuições de intervenção no domínio econômico, a saber.
 
a) efetiva intervenção da UNIAO nos sentidos constitucionalmente estabelecidos e legitimados, no segmento econômico especifico objeto de intervenção.
b) referibilidade da contribuição à contribuinte participante de determinado domínio econômico;
c) vinculação especifica objetiva da contribuição; e
d)transitoriedade caracterizada pela instituição da contribuição visando a alcançar determinada finalidade que, se alcançada, implicam a extinção da própria exação. 
 
            Com advento da EC n. 42/03, foi dada nova redação o inciso II do § 2ª do art. 149 da CF, passando a existir a possibilidade da CIDE's incidirem, assim como as contribuições sociais, sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços.
             Segundo o art. 149, § 2ª, inciso I, II e § 4ª da CF/88, aplicam-se às CIDE'S as seguintes regras:
I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; 
II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços 
III - poderão ter alíquotas: a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro; b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada. 
§ 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez
 
            Há dois bons exemplos de CIDE:
 
 CIDE combustíveis - art. 177, § 4ª da CF/88
 
Lei: 10.336/01
Fato gerador: Importação e comercialização no mercado interno de petróleo, gás natural e outros combustíveis
Contribuinte: Produtor, Formulador, Importador
Base de cálculo: unidade de medida (metro cúbico, tonelada)
 
Alíquota: específica (“tantos R$ por metro cúbico ou tonelada”), podendo ser alterada por ato do Executivo (art. 177 §. 4 da CF)
 
Destinação: financiamento de projetos ambientais, programa de infraestrutura de transportes e pagamento de subsídios a preços e transportes de combustíveis
 
 CIDE - royalties
 
Lei: 10.168/00
 
Fato gerador: Pagamento/remessa a residentes no exterior de royalties, a qualquer título, remuneração decorrente de contratos que impliquem transferência de tecnologia e serviços técnicos, de assistência administrativa e semelhantes.
Contribuinte: detentoras de licença de uso ou exploração e signatários de contratos com transferência de tecnologia etc.
Base de cálculo: valor pago/remetido ao exterior
 
Alíquota: 10%
Destinação: financiamento de programas de ciência e tecnologia, fomento a pesquisa, inovação tecnológica etc.
 
  CONTRIBUIÇÕES PARA CUSTEIO DO SERVIÇO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA – COSIP – 
 
 
Nos termos do art. 149-A da CF, os Município e o Distrito Federal poderão instituir contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública, observados os princípios da legalidade, irretroatividade e princípios da anterioridade comum nanagesimal. 
 
 
  
 
 
Bibliografia Básica do Módulo:
ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário. 6 edição. São Paulo: editora Método. 2012
COSTA, Regina Helena. Curso de Direito Tributário. 1 edição, 2 tiragem. São Paulo: Saraiva, 2009.
SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 4° edição. 2° tiragem. São Paulo: Editora Saraiva. 2012 
 Bibliografia Complementar:
AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. 14ª ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
ATALIBA, Geraldo. Hipótese de incidência tributária. 6ª ed. São Paulo: Malheiros, 2006. 
MORETTI, Daniel , Direito Tributário II - São Paulo: Saraiva 2010.
 
SUGESTÃO DE LEITURA:
 
MORETTI, Daniel. Pockets Jurídicos 31 - Direito TributárioII, 1ª edição, 2009. Minha Biblioteca. Web. 31 July 2013
 <http://online.minhabiblioteca.com.br/books/9788502142145>.
 
Legislação para Consulta:
Constituição Federal
Código Tributário Nacional
 MÓDULO 05
       A Constituição Federal atribui competência aos Estados e ao Distrito Federal para que estes entes públicos tenham legitimidade para instituir o imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicações, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior. Conhecido através da sigla ICMS.
 
Art. 155 da CF. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: 
 
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; 
 
 
           O ICMS tem finalidade indiscutivelmente fiscal, apesar de a Constituição Federal permitir que seja seletivo, em        função da essencialidade as mercadorias e dos serviços ( CF, artigo 155, parágrafo segundo, inciso III), faculdade que, se utilizada, proporcionaria visíveis notas de extrafiscalidade ao tributo, pois sua incidência seria mais elevada sobre as mercadorias e serviços consumidos pelas pessoas de maior capacidade contributiva, de forma a redistribuir renda.
 
                       A Constituição delegou à regulação, mediante lei complementar de caráter nacional, grande parte dos pontos polêmicos do ICMS:
 
            Artigo 155 ( CF) ( ....)
            
§ 2.º O imposto previsto no inciso II ( ICMS) atenderá ao seguinte:
            
    XII - cabe à lei complementar: 
a) definir seus contribuintes;
b) dispor sobre substituição tributária;
c) disciplinar o regime de compensação do imposto;
d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento responsável, o local das operações relativas à circulação de mercadorias e das prestações de serviços;
e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e outros produtos além dos mencionados no inciso X, "a";
f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para outro Estado e exportação para o exterior, de serviços e de mercadorias;
g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.
h) definir os combustíveise lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no inciso X, b; 
i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, também na importação do exterior de bem, mercadoria ou serviço.
 
            A Constituição, ainda,  previu a celebração de convênios entre os entes federados como ato-condição para a concessão e revogação de incentivos e benefícios fiscais: 
             Artigo 155 ( CF) ( ....)
      § 2.º O imposto previsto no inciso II ( ICMS) atenderá ao seguinte:
            
XII ( ...)
    g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.
            Ademais, a Constituição delegou ao Senado importantes competências na fixação do regime de alíquotas do tributo, entre outras regras de uniformização e pacificação fiscal:
 
            
§ 2.º O imposto previsto no inciso II ( ICMS) atenderá ao seguinte:
 
IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou de um terço dos Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de exportação;
V - é facultado ao Senado Federal:
a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução de iniciativa de um terço e aprovada pela maioria absoluta de seus membros;
b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito específico que envolva interesse de Estados, mediante resolução de iniciativa da maioria absoluta e aprovada por dois terços de seus membros;
  
Sujeito Ativo
 
Estados-Membros e o Distrito Federal
 
Sujeito Passivo
 
      O sujeito passivo do ICMS poderá ser, conforme artigo 4° da Lei Complementar n. 87/96:
 
a)      Pessoas que pratiquem operações relativas à circulação de mercadorias;
b)      Importadores de bens de qualquer natureza;
c)      Prestadores de serviços de transporte interestadual e intermunicipal;
d)     Prestadores de serviços de comunicação.
 
O artigo 150, §7° da C.F admite o fenômeno da substituição tributária progressiva, ou seja, escolha de uma terceira pessoa para recolher o tributo antes da ocorrência do fato gerador, com a antecipação de recolhimento perante um fato gerador presumido.
 
Artigo 150 ( CF) ( ...)
 § 7.º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido.
 
 
Exemplo: a saída do veículo produzido na indústria automobilística em direção à concessionária. O fato gerador ocorrerá em momento posterior, com a venda do veículo na concessionária, no entanto, o ICMS é recolhido antes da ocorrência do fato gerador. É a substituição tributária “para frente”, pois o fato gerador ocorrerá na “frente”.
 
FATO GERADOR
       Segundo o artigo 155, II da CF:
 
a)      Circulação de mercadorias
b)      Prestação de serviço de transporte ( interestadual e intermunicipal)
c)      Prestação de serviço de comunicação
 
a)      Circulação de Mercadorias:
 
O fato gerador do ICMS descrito na Constituição indica quaisquer atos ou negócios, independentemente da natureza jurídica específica de cada um deles, que implicam a circulação de mercadorias, assim entendida a circulação capaz de realizar o trajeto da mercadoria da produção até o consumo.
 
Assim temos:
Circulação: mudança da titularidade jurídica do bem
 Mercadoria: Mercadoria é o bem móvel, que está sujeito à mercancia, porque foi introduzido no processo circulatório econômico. 
 
b)     Serviços de transporte interestadual e intermunicipal
 
A prestação de serviços de transporte entre Municípios da mesma unidade federativa ( intermunicipal) ou entre Estados diferentes ( interestadual) representa fato gerador do ICMS
 
c)      Serviço de comunicação 
 A prestação de serviço de comunicação, “ainda que as prestações se iniciem no exterior, também estão sujeitas ao ICMS.
 
BASE DE CÁLCULO
 A BASE DE CALCULO poderá ser:
 a)      O valor da operação;
b)      O preço do serviço;
c)      O valor da mercadoria ou bem importado.
 
ALÍQUOTAS
 A)    Alíquotas de 7% ou 12%: para operações interestaduais;
B)    Alíquotas de 17% ou 18%: para operações de importação;
No estabelecimento das alíquotas, os Estados e o Distrito Federal deverão observar o que dispõe o Senado Federal ( artigo 155, §2°,V da CF)
  
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS AO ICMS
 
A)    Princípio da Seletividade
 Artigo 155 (...) da CF
§2° O imposto previsto no inciso II ( ICMS) atenderá ao seguinte: (...)
 
III – poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e serviços.
            
Trata-se de um princípio apenas orientador ( não é obrigatório)
A seletividade decorre da conceituação do que é mais essencial ou do que é menos essencial ou supérfluo, visando a diminuição da carga tributária sobre o que é mais essencial e onerando o que é dispensável.
 Exemplo: a alíquota do ICMS no Estado de São Paulo fixa o alíquota de 25% nas operações com bebidas alcoólicas, fumo, perfumes e outros; e estabelece 12% nas operações com arroz, feijão e outros.
 
B)    Princípio Constitucional impositivo da não cumulatividade
 O ICMS será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços de transporte interestadual ou intermunicipal e o de comunicação com o valor cobrado nas operações anteriores pelo mesmo ou por outro Estado-membro.
 Por exemplo:  
A cada aquisição tributada de mercadoria, o adquirente registra como crédito o valor incidente na operação.
A cada alienação tributada de produto, o alienante registra como débito o valor incidente na operação
Periodicamente, faz-se uma comparação entre os débitos e créditos. Caso os débitos sejam superiores aos créditos, o contribuinte deve recolher a diferença aos cofres públicos. 
Caso os créditos sejam maiores, a diferença pode ser compensada posteriormente; ou ainda, cumprido determinados requisitos, ser objeto de ressarcimento.
 
 IMUNIDADES
 Há várias imunidades relevantes para o ICMS. 
Artigo 155 (...) ( CF)
 §2° O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: ( ...)
X - não incidirá:
a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores; 
b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica;
c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º;
d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita; 
 
 
Bibliografia Básica do Módulo:
ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário. 6 edição. São Paulo: editora Método. 2012
COSTA, Regina Helena. Curso de Direito Tributário. 1 edição, 2 tiragem. São Paulo: Saraiva, 2009.
SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 4° edição. 2° tiragem. São Paulo: Editora Saraiva. 2012 
 
Bibliografia Complementar:
AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. 14ª ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
 
MÓDULO 06
6 - IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS E DOAÇÃO DE QUAISQUER NATUREZA - ITCMD.
 
INTRODUÇÃO
 
            O imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens e Direitos – ITCMD é assim disciplinado pela Constituição:
              Artigo 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir imposto sobre:
I – transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos;
(...)
 §1° O imposto previsto no inciso I:
 
I – relativamente a bens imóveis erespectivos direitos, compete ao Estado da situação do bem, ou ao Distrito Federal;
II – relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado onde se processar o inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal;
III – terá competência para sua instituição regulada por lei complementar:
a)      Se o doador tiver domicílio ou residência no exterior;
b)      Se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário processado no exterior;
IV – terá suas alíquotas máxima fixadas pelo Senado Federal;
(...)
             O tributo possui natureza eminentemente arrecadatória ( fiscal ) e não incide sobre as transmissões originárias, como por usucapião ( artigo 1238 do Código Civil) ou por acessão ( artigo 1248 do Código Civil)
            Reitera-se que a transmissão de bens e direitos não é tributável apenas pelo imposto em foco. Os municípios detêm competência para tanto, traduzida no Imposto sobre Transmissão Inter Vivos a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição ( artigo 156, II).
            A adequada compreensão da abrangência da regra-matriz de incidência do imposto estadual depende de conceitos de direito civil.
            As modalidades de transmissão desses bens desses bens e direitos, por sua vez, apresentam feição não onerosa: ou ocorrem em virtude do falecimento da pessoa física, ou em decorrência de doação, assim entendido o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra ( artigo 538, CC).
             Os incisos I e II, do parágrafo primeiro do artigo 155 da CF, abrigam normas definidoras da competência tributária para exigir o imposto em tela, visando evitar conflitos entre os Estados-Membros e o Distrito Federal. Assim, compete:
a)      Ao Estado da situação do bem, ou o Distrito Federal, o imposto relativamente a bens imóveis e respectivos direitos;
b)      Ao Estado onde se processar o inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal, o imposto relativamente a bens móveis, títulos e créditos.
Segundo o artigo 155, parágrafo primeiro, III, da CF, o imposto terá competência para sua instituição regulada por lei complementar se o doador tiver domicílio ou residência no exterior ou se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve seu inventário processado no exterior.
 
RESUMO DA COMPETÊNCIA
 
A)BENS IMÓVEIS E RESPECTIVOS DIREITOS =>            ESTADO ONDE SE   O                                              ENCONTRA O IMÓVEL
 B) BENS MÓVEIS, TÍTULOS E CRÉDITOS => CAUSA MORTIS => 
 
ESTADO EM QUE FOR PROCESSADO O ARROLAMENTO OU INVENTÁRIO
 
C) BENS MÓVEIS, TÍTULOS E CRÉDITOS=> DOAÇÃO=> ESTADO ONDE FOR    ..............................................................................DOMICILIADO O DOADOR
 
 FATO GERADOR
                   Quando a transmissão se dá no âmbito da sucessão causa mortis, deve-se observar o artigo 1784 do Código Civil que afirma que aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários”.
                   A abertura da sucessão ocorre no exato momento da morte e é este o momento que define a legislação aplicável no tocante ao lançamento do ITCMD.
 Súmula do STF 112 – O imposto de transmissão causa mortis é devido pela alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão
 Súmula 114 do STF – O imposto de transmissão causa mortis não é exigível antes da homologação do cálculo.
                   Quando a transmissão ocorre por meio de doação é necessário uma diferenciação no que concerne aos bens móveis e aos imóveis, em virtude de serem diversas as regras relativas ao aperfeiçoamento da transmissão em cada caso.
No direito brasileiro, a transmissão da propriedade imobiliária dá-se mediante o registro do título translativo no Registro de imóveis, de forma que, antes do registro, o alienante continua na condição de dono do imóvel,
Entretanto, a maioria das legislações estaduais tem obrigado ao recolhimento do imposto antes do registro no cartório, incumbindo aos tabeliães e serventuários a exigirem no momento do registro a comprovação do pagamento do referido imposto.
                   No caso dos móveis, a propriedade não se considera transferida pelos negócios jurídicos antes da tradição. Tradição significa entregar, ceder, fazer passar a alguém, transmitir. Assim, entregue o bem, transferida estará a propriedade e – caso a transferência tenha ocorrido por doação – reputa-se aperfeiçoado o fato gerador do ITCMD.
 
6.2 – IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE DE VEÍCULOS AUTOMOTORES - IPVA
 INTRODUÇÃO
 
            O imposto sobre a propriedade de Veículos Automotores – IPVA somente foi previsto na Constituição de 1967. Por conseguinte, não é feita qualquer menção ao tributo no Código Tributário Nacional, editado um ano antes.
            Diante da falta de normas gerais editadas pela União, no que concerne ao IPVA, o STF entende que os Estados podem exercer a competência legislativa plena, conforme dispõe o artigo 24, parágrafo terceiro da CF.
 
            Trata-se de tributo com finalidade predominante: Fiscal
 SUJEITO ATIVO
             O artigo 155, III, da C.F., estabelece ser de competência dos Estados e do Distrito Federal a instituição do IPVA.
       Artigo 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre (...)
             III – propriedade de veículos automotores.
 SUJEITO PASSIVO
            É o proprietário de veículo automotor – pessoa física ou jurídica, presumindo-se como tal aquele em cujo nome o veículo esteja licenciado.
 
FATO GERADOR
             É a propriedade de veículo automotor de qualquer espécie. A propriedade prova-se pelo CRV – Certificado de Registro de Veículo.
 
BASE DE CÁCULO
            É o  valor venal do veículo, assim entendido o valor de venda do bem para pagamento à vista em condições normais de mercado.
 
OBSERVAÇÕES:
A) A fixação da base de cálculo do IPVA não se sujeita à observância do princípio da anterioridade especial de noventa dias ( artigo 150, parágrafo terceiro da CF)
B) Alíquotas, seguem 155, parágrafo sexto, II da CF.
C) O imposto terá alíquotas mínimas fixada pelo Senado Federal ( artigo 155, parágrafo sexto, I)
  Bibliografia Básica do Módulo:
ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário. 6 edição. São Paulo: editora Método. 2012
COSTA, Regina Helena. Curso de Direito Tributário. 1 edição, 2 tiragem. São Paulo: Saraiva, 2009.
SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 4° edição. 2° tiragem. São Paulo: Editora Saraiva. 2012 
 
Bibliografia Complementar:
AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. 14ª ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
MÓDULO 07
 7 - IMPOSTOS MUNICIPAIS
 Os municípios têm competência para instituir os três impostos previstos no artigo 156 da Constituição Federal:
a)      Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana – IPTU
b)      Imposto sobre a transmissão inter vivos de bens Imóveis – ITBI
c)      Imposto sobre Serviços de qualquer natureza - ISS
  
7.1 - IMPOSTO SOBRE PROPRIEDADE PREDIAL E TERRITORIAL URBANA – IPTU
 O sistema tributário brasileiro optou por instituir dois impostos sobre a propriedade imobiliária, de forma que o IPTU incide sobre os imóveis localizados em áreas urbanas e o ITR sobre aqueles situados em área rural.
                  O ITR é imposto precipuamente extrafiscal, conclusão a que se chega pela simples leitura do artigo 153, parágrafo quarto, I, da CF/88, que determinada a fixação de suas alíquotas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas.
         O IPTU, por sua vez, possui característica predominantemente fiscal; sendo importante fonte de arrecadação municipal, sem prejuízo de sua excepcional utilização extrafiscal; prevista no artigo 182, parágrafo quarto, II, da CF/88
 
PERFIL CONSTITUCIONAL:PROGRESSIVIDADE DO IPTU
 a)      Progressividade Fiscal em razão do valor do imóvel:
 Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
I - propriedade predial e territorial urbana;
§ 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
I - ser progressivo em razão do valor do imóvel; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
II - ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel
 
 A progressividade fiscal em razão do valor do imóvel deverá atentar aos seguintes requisitos:
 
a)      Somente é possível após Emenda Constitucional n. 29 de 13/09/2000;
b)      Tem objetivo fiscal, ou seja, aumentar arrecadação;
c)      Deve-se observar o princípio do artigo 150, IV da C.F. ( não poderá ter efeito confiscatório)
 Observações:
 Súmula 589 do STF – “É inconstitucional a fixação de adicional progressivo do imposto Predial e territorial Urbano em função do número de imóveis do contribuinte.”
 Súmula 668 do STF – É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da Emenda Constitucional 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimento da função social da propriedade urbana.
 
b)     Progressividade extrafiscal:
 Segundo o artigo 182, § 4°, da CF, é facultado ao Poder Público municipal, mediante leis específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento.
 Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.
§ 1º - O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
§ 2º - A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
§ 3º - As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.
§ 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
             A progressividade do Artigo 182 da C.F é uma  progressividade sancionatória. Essa progressividade extrafiscal especial, até então inédita no direito brasileiro, é objeto de regulamentação pelo Estatuto da Cidade, veiculado pela Lei n. 10.257/2001. 
             É uma progressividade extrafiscal, pois tem o objetivo de compelir o proprietário a cumprir a função social da propriedade urbana. 
             Requisitos:
 a)      Objetivo extrafiscal: estimular o cumprimento da função social da propriedade;
b)      O parâmetro para a progressividade não é o valor do imóvel, mas sim o passar do tempo sem o adequado aproveitamento do solo urbano.
 
SUJEITO ATIVO
             É o município
 SUJEITO PASSIVO
                        A Sujeição passiva do IPTU abrange aquele que detém qualquer direito de gozo, relativamente ao bem imóvel, seja pleno ou limitado.
             São sujeito passivos do IPTU: o proprietário, o titular de domínio útil e o possuidor.
 
FATO GERADOR 
             Segundo o artigo 32 do CTN, o fato gerador do IPTU será a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel, por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município.
 
Conceito de Zona urbana
             Importante o disposto no artigo 32, que, ao cuidar do aspecto material do imposto – ser proprietário de imóvel-urbano – define o conceito de zona urbana, essencial para determinar a competência do Município para a tributação da propriedade imobiliária:
            Art. 32. O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e territorial urbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município.
§ 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei municipal; observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público:
I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
II - abastecimento de água;
III - sistema de esgotos sanitários;
IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;
V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado.
§ 2º A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nos termos do parágrafo anterior.
 
 
BASE DE CÁLCULO
 
Art. 33. A base do cálculo do imposto é o valor venal do imóvel.
Parágrafo único. Na determinação da base de cálculo, não se considera o valor dos bens móveis mantidos, em caráter permanente ou temporário, no imóvel, para efeito de sua utilização, exploração, aformoseamento ou comodidade.
 
 
 
ONDE E QUANDO OCORRE O FATO GERADOR
 Aspecto espacial: é o território urbano do município;
 Aspecto Temporal: é o momento de apuração, ou seja, anual ( 1 de janeiro de cada ano)
  
OBSERVAÇÕES SOBRE O IPTU
                        A partir da EC 29/2000 os impostos reais passaram a poder ser progressivos. Por conseguinte, é correto afirmar que somente podem ser progressivos os impostos pessoais e os tributos em que a própria Constituição autorize a adoção das sistemática. ( Vide EC 42/2003 – progressividade do ITR)
 
                        STF entende não ser possível a progressividade de alíquotas do IPTU com base no número de imóveis do contribuinte.
             O IPTU está sujeito à anterioridade e a anterioridade nonagesimal, no entanto, as alterações da base de cálculo do tributo não estão sujeitas ao princípio. 
 
Bibliografia Básica do Módulo:
ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário. 6 edição. São Paulo: editora Método. 2012
COSTA, Regina Helena. Curso de Direito Tributário. 1 edição, 2 tiragem. São Paulo: Saraiva, 2009.
SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 4° edição. 2° tiragem. São Paulo: Editora Saraiva. 2012 
 
Bibliografia Complementar:
AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. 14ª ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
MÓDULO 08
 
8.1 - IMPOSTO SOBRE A TRANSMISSÃO DE BENS IMÓVEIS - ITBI
 
 
Art. 156 da Constituição Federal: Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;
 
Parágrafo segundo. O imposto previsto no inciso II
 
I – não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes