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No trabalho de aconselhamento matrimonial, tenho me surpreendido pelo número de mulheres belas, verdadeiras personificações da atração sexual, que confessam serem com- pletamente inaptas no leito. Por outro lado, encontro outras, mais feiosas, gorduchas ou lisas como tábuas, que afirmam gozar de um maravilhoso relacionamento sexual com o marido. Isso prova que não são basicamente o tamanho, formas ou aparência da mulher que fazem dela uma boa parceira sexual para o marido. Isso parece indicar que sua atitude mental é de suprema relevância. Há três elementos na constituição mental da mulher que são muito importantes para ela: o que ela pensa do sexo; o que ela pensa sobre si mesma; o que ela pensa de seu ma- rido. Sua atitude para com esses três conceitos determinará seu sucesso ou fracasso nesse setor de sua vida. A. O que ela pensa do sexo. Embora não possamos endossar plenamente a revolução sexual, precisamos reconhe- cer que talvez ela tenha, em parte, trazido à tona a falsidade de conceitos tais como "o sexo é impuro", ou "um mal", ou "o 95 sexo é apenas para o prazer dos homens". Essas idéias não procedem nem do Velho nem do Novo Testamento, nem tampouco da Igreja primitiva. Surgiram na Idada Média, quando os teólogos romanos tentaram anexar ao pensamento cristão a filosofia asceta. A filosofia paga que insinuava que qualquer coisa que causasse prazer devia ser de origem malig- na, teve precedência sobre o conceito bíblico de que "digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula" (Hb 13.4). Ê difícil descrever algumas das incríveis e ridículas distorções a que foi submetido o sagrado relaciona- mento do amor conjugai. Certo autor escreveu o seguinte: Pedro Lombardo e Graciano advertiram aos cristãos de que o Espírito Santo saía do quarto, quando um casal praticava o ato sexual — mesmo que fosse com o objetivo de conceber um filho! Outros líderes eclesiásticos ensinavam com insistência que Deus exigia abstinência sexual em todos os dias santos. E além disso, os casais eram aconselhados a não manterem relações sexuais às quintas-feiras, por ser o dia em que Cristo fora preso; nem às sextas-feiras, em honra de sua crucificação; aos sábados, em honra da Virgem Maria; aos domingos, pela ressurreição de Jesus, e às segundas-feiras, em respeito pelas almas falecidas (sobrando apenas terça e quarta- feira). A Igreja procurava controlar cada faceta da vida do homem, não deixando ao indivíduo a menor liberdade de buscar a vontade de Deus, nem ao casal o direito de decidir por si mesmo como iriam viver os mais íntimos aspectos da vida conjugai.* Felizmente, a Reforma levou os cristãos de volta ao estudo da Palavra de Deus, removendo a aceitação cega dos dogmas. Ao obterem novos conhecimentos acerca de Deus, salvação, pecado, teologia, os cristãos descobriram também que Deus foi o criador do sexo, e que tanto o homem como a mulher possuem carências sexuais que o cônjuge é obrigado a satisfa- zer (1 Co 7.1-5), e que a satisfação delas é um ato honrado e imaculado. Os cristãos obedientes, através dos séculos, têm aprendido, na intimidade do quarto, que as relações sexuais lhes proporcionam a mais emocionante experiência de suas vidas. Qualquer jovem que se casa sem saber que o casamento é uma bênção que lhe vem do Pai celestial, não entende a Bíblia plenamente. Mas os confusos líderes religiosos do passado não eram os únicos que pareciam deleitar-se em deturpar a atitude mental 96 das jovens virgens, antes do casamento. Em algumas comuni- dades, havia mulheres idosas que se arvoravam em "evangelis- ( t a s da frigidez", e tomavam a si o "dever" de visitar as noivas antes do casamento, para informá-las acerca dos "fatos da vida". Sua versão dos fatos era mais ou menos a seguinte: "O I s . . . é a pior parte do casamento. É detestável e desagradável, mas é uma coisa que toda esposa deve suportar." Depois que ( t e r m i n a v a m a explanação, nenhuma virgem poderia mesmo esperar nada das alegrias do amor conjugai. Esses desajusta- dos sexuais são como moléstias contagiosas. Como nunca apreciaram a experiência, sentem que é seu dever impedir que toda e qualquer pessoa goze dela. Certa mulher, que tinha o problema da frigidez, contou-nos a seguinte experiência. Cerca de duas semanas antes de ela casar-se, sua tia Matilde narrou-lhe certos fatos que a marca- ram psicologicamente, prejudicando-a nos primeiros cinco anos de casamento. Ao que parece, a tia, cujo casamento havia sido arranjado pelos pais, tomara pavor do sexo na noite de núpcias. É que o marido, um desajeitado fazendeiro, vinte anos mais velho que ela, levou-a para o leito conjugai, e "tirou toda a minha roupa, e violentou-me em minha própria cama. Lutei e gritei, mas nada adiantou. Minha virgindade se fora, e eu chorei durante três dias. E nesses trinta e seis anos detestei o sexo incessantemente." E concluiu do seguinte modo: "Na minha opinião, o casamento é apenas a legalização do estu- pro." Embora possamos sentir muita pena da pobre Tia Matilde e de seu marido, igualmente infeliz, não podemos encontrar piores e mais nocivos conceitos para se inculcar na mente de uma noiva, do que estes. Não é de espantar, pois, que a sobrinha tenha levado vários anos para conseguir superar impressões tão desastrosas, após consultar vários conselheiros ( matrimoniais. Teria sido bem melhor que a jovem noiva tivesse ouvido de sua mãe, cujo relacionamento com o marido fora testemunha- do pelos filhos através dos anos, que o amor conjugai é belo, emocionante, significativo, e deve ser desfrutado pelos dois cônjuges. Uma moça que recebesse uma informação assim estaria mentalmente armada contra as falsas noções da Tia Matilde, e dificilmente se tornaria uma esposa frígida. As ilustrações seguintes confirmam o fato de que a atitude mental da mulher é o segredo de seu domínio sobre os órgãos 97 genitais. Após ouvir, durante uma hora, um casal que me procurara para aconselhamento, explicar os problemas de sua infeliz vida conjugai, dispensei o marido por alguns momen- tos, a fim de indagar da esposa por que praticavam o ato amoroso apenas duas ou três vezes por mês. Ela respondeu: "Não sou tão forte quanto a maioria das mulheres; creio que meus órgãos são muito pequenos, e não posso fazer as mesmas coisas que as outras mulheres." (Pesquisas atuais revelam que independentemente do tamanho de cada pessoa, os órgãos reprodutores femininos são do mesmo tamanho em todas as mulheres, o mesmo acontecendo aos homens.) Quando ela mencionou que sofria de artrite, contei-lhe de certa matéria que lera recentemente, onde se afirmava que os portadores dessa enfermidade podiam sofrer intensificação das dores por causa de tensões. E como as relações sexuais são um recurso dado por Deus ao homem para aliviar as tensões emocionais, aconselhei-a a tentar manter relações com mais freqüência, com o objetivo de aliviar as dores artríticas. Uma semana depois, recebi um telefonema do marido que me disse todo eufórico: "Não sei o que o senhor disse à minha esposa depois que saí do gabinete, mas mantivemos relações sete vezes, nestes sete dias — e não sei mais se vou agüentar este ritmo." O que serviu de estímulo para aquela senhora? Eu não lhe sugerira nenhum medicamento, nem vitaminas, nem quais- quer expedientes mecânicos — simplesmente a mudança de sua atitude mental, que é a mais poderosa arma no combate aos problemas sexuais. B. O que ela pensa de si mesma. A auto-rejeição é um dos males mais comuns de nossos dias. Os homens se preocupam se seu pênis é pequeno ou muito flácido; as mulheres se preocupam se têm seios miúdos ou se parecem ter pouco estímulo sexual. Na verdade, a porcentagem de pessoas que são normais do ponto de vista sexual é bem elevada.