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um olhar sobre a italia

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UM OLHAR SOBRE A 
ITÁLIA 
 
 
Apresentação 
 
 
 
Esta publicação sobre Itália vem no 
seguimento de outra, editada há dois 
anos, neste caso sobre Portugal e 
dirigida ao mundo empresarial 
italiano, tal como esta se destina aos 
empresários portugueses. 
 
O intuito é o mesmo, dar a conhecer 
melhor os nossos dois países. E se, 
com a primeira, procurámos 
contribuir para quebrar a barreira de 
uma certa falta de interesse que os 
operadores económicos italianos 
manifestam em relação a Portugal 
(apesar das muitas afinidades e 
semelhanças), com esta queremos 
desfazer alguns preconceitos que 
ainda persistem junto dos 
empresários portugueses acerca de 
pretensas dificuldades que o 
mercado italiano supostamente 
apresenta. 
 
E se conhecer-se melhor ajuda a relacionar-se melhor, não há dúvida que uma atitude 
livre de condicionamentos que, em nosso entender, são mais psicológicos do que 
reais, permitiria aos operadores portugueses concretizar as potenciais vantagens que 
podem advir de um relacionamento mais estreito com a Itália. 
 
De facto, é nossa opinião que o modelo de desenvolvimento industrial e comercial 
italiano pode representar para Portugal o mais ajustado ponto de referência na busca 
de um modelo produtivo mais competitivo 
 
País praticamente sem matérias-primas, com uma estrutura produtiva 
predominantemente transformadora, articulada numa malha de pequenas e médias 
empresas, muitas vezes organizada em "distritos industriais" (em certa medida o 
equivalente aos "clusters"), com sectores de excelência a nível mundial (motorística, 
metalo-mecânica, moda, mobiliário, agro-alimentar, artigos para o lar, para referir os 
principais) e com uma balança comercial sempre e largamente activa desde o início 
dos anos '90, a Itália apresenta hoje o modelo produtivo que poderia vir a ser o de 
Portugal, se se conseguir entrar no mesmo caminho. 
 
E criar parcerias, estabelecer acordos de produção e de comercialização, adquirir 
patentes, colaborar, por outras palavras, com empresários italianos não apresenta 
desafios diferentes dos que se enfrentam normalmente quando se pretende interna-
cionalizar a actividade de uma empresa. 
 
 
 
 
 Filippo Montera 
 Presidente da Câmara de Comércio Italiana 
 em Portugal 
 1
A GEOGRAFIA 
 
A península italiana, com as suas ilhas adjacentes, desenvolve-se na direcção 
da costa africana, ocupando uma posição central na Europa mediterrânica. É 
graças a esta posição geográfica que a Itália teve, desde sempre, relações 
directas com as mais diversas esferas culturais e étnicas tanto do Velho 
Mundo (neolatino, germânico e eslavo-balcânico), como dos países do norte 
de África, ou seja, com o mundo árabe muçulmano e com a sua cultura. 
 
A Itália pode, assim, ser considerada como o elo de ligação ideal entre a 
Europa e os povos do norte de África e do Médio Oriente, virados todos para o 
mesmo mar e herdeiros de laços histórico-culturais seculares. 
 
O território italiano constitui a 35ª fracção da Europa e ocupa uma superfície 
de 301.278 Km2. 
 
A sua fronteira setentrional é constituída pelos Alpes, através dos quais a Itália 
confina com a França, Suíça, Áustria e a Eslovénia. Todo o restante território 
italiano é circundado pelas águas do Mar Mediterrâneo. 
 
A península itálica é atravessada por uma longa coluna vertebral - os 
Apeninos - e do país fazem também parte duas grandes ilhas, a Sicília e a 
Sardenha, além de vários outros pequenos arquipélagos. 
 
A Itália apresenta uma morfologia bastante variada, com cerca de um quarto 
do seu território (23%) constituído por planícies, um terço (35%) por áreas 
montanhosas e 42% por áreas de colinas. 
 
Os Alpes constituem uma frente com cerca de 110 km, ao longo de toda a 
zona setentrional da Itália, de Ocidente para Leste. 
A planície padana tem cerca de 42 Km2 tendo sido formada, 
hidrogeograficamente, pela acção secular do Rio Pó, o maior da Itália. Os 
Apeninos têm mais de 1200 km de comprimento. 
 
Devido à sua posição geográfica situada no centro da zona temperada, a Itália 
apresenta uma grande variedade de condições climatéricas. De facto é 
influenciada tanto pelas correntes atmosféricas húmidas e temperadas 
provenientes do Oceano Atlântico, como pelas correntes frias e secas 
provenientes do Leste da Europa. As diferenças de temperatura entre os meses 
de Inverno e os meses de Verão são muito marcadas na área setentrional e 
menos nas áreas meridionais e costeira. 
 
 2
Quanto à precipitação, ela é mais elevada nos Alpes e nos Apeninos (mais de 
3000 mm), enquanto que as planícies, incluindo a formada pelo Rio Pó, 
registam fraca precipitação (geralmente menos de 800-900 mm). Por fim, no 
Sul da Itália, a precipitação desce para menos de 600 mm. 
 
No que se refere aos cursos de água são poucos os que ultrapassam os 100 
km. O Rio Pó, com os seus 652 km de comprimento, é o maior de todos. 
 
Os restantes rios são muito influenciados pelas condições climatéricas, 
alternando entre os regimes de cheia no Inverno e de seca no Verão. A Sicília e 
a Calábria são as regiões mais atingidas por este tipo de estio. 
 
Os mares italianos assumem diferentes denominações: 
 
a) Mar Adriático 
b) Mar da Ligúria 
c) Mar Jónio 
d) Mar Tirreno 
 3
O SISTEMA POLÍTICO ITALIANO 
 
Após o Referendo de 2 de Junho de 1946 a Itália transformou-se numa 
República, regendo-se a partir de então por uma Constituição - em vigor 
desde 1 de Janeiro de 1948 - cujo artigo 1º afirma que: “A Itália é uma 
República democrática assente no trabalho». 
 
O ordenamento republicano garante, de acordo com um modelo que é comum 
às democracias ocidentais, um Sistema Político inspirado no princípio da 
repartição de poderes (legislativo, executivo, judicial). 
 
O PARLAMENTO: A estrutura do Parlamento é composta por duas Câmaras, a 
Câmara dos Deputados (formada por 630 membros) e o Senado da República 
(composto por 315 elementos). A duração do mandato parlamentar é de 5 
anos. 
 
O GOVERNO: O Primeiro-ministro não é eleito pelo povo, mas sim pelo 
Presidente da República; todavia, na sua qualidade de garante da unidade 
nacional, o Presidente da República não pode eximir-se de respeitar a vontade 
popular expressa nas urnas. 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: é eleito pelo Parlamento reunido em sessão 
ordinária na qual participam também os representantes das Regiões. O seu 
mandato é de 7 anos. O Presidente da República promulga as leis, é o Chefe 
das Forças Armadas e preside ao Conselho Superior de Magistratura, órgão 
através do qual os próprios Magistrados gerem a classe. 
 
Como se pode ver, a Itália não optou nem por um sistema presidencial 
(modelo americano), nem por um sistema semipresidencial (modelo francês ou 
português), na medida em que o Chefe do Estado desempenha “apenas” 
funções de controlo e garante do respeito pela Constituição na vida política da 
Nação. 
 
A MAGISTRATURA: detentora do poder judicial, a magistratura italiana é 
independente de qualquer outro poder e tem o seu próprio órgão de gestão 
no Conselho Superior da Magistratura. 
 
ÓRGÃOS AUXILIARES DO ESTADO: 
 
? TRIBUNAL CONSTITUCIONAL: é o garante da constituição em todas as 
divergências relacionadas com a legitimidade constitucional das leis e 
dos actos com força de lei do Estado e das Regiões. 
 4
 
? TRIBUNAL DE CONTAS: exerce o controlo prévio da legitimidade dos 
actos de governação, para além de controlar a gestão das contas do 
Estado. 
 
? CONSELHO DE ESTADO: é um órgão de consultoria jurídico-
administrativa e de defesa dos princípios de justiça na administração 
pública. 
 
? CONSELHO NACIONAL DA ECONOMIA E DO TRABALHO (CNEL): é o 
órgão de consultoria das Câmaras e do Governo, nomeadamente no que 
se refere às matérias de carácter económico e social. 
 
AS AUTONOMIASLOCAIS: do ponto de vista administrativo e territorial o País 
está dividido em Regiões, Províncias e Concelhos. 
 
? REGIÕES: A Itália está dividida em 20 Regiões (Art.º 131): Piemonte, 
Valle d'Aosta, Lombardia, Trentino-Alto Adige, Veneto, Friuli-Venezia 
Giulia, Ligúria, Emilia-Romagna, Toscânia, Umbria, Marche, Lazio, 
Abruzzo, Molise, Campania, Puglia, Basilicata, Calábria, Sicília e 
Sardenha. 
Cinco delas (Sicília, Sardenha, Valle d'Aosta, Trentino Alto Adige e 
Friuli-Venezia Giulia) são regiões que (por razões étnico-geográficas) 
detêm um estatuto especial, gozando de autonomia política, adminis-
trativa e financeira. 
As Regiões italianas são governadas por um Conselho Regional e por 
um Presidente da Região que, à frente da Junta Regional, detém o poder 
executivo. O Presidente da Região é eleito directamente pelo povo. 
 
O território regional está, por sua vez, dividido em PROVÍNCIAS, cada 
uma das quais está subdividida em CONCELHOS. 
 
As PROVÍNCIAS e os CONCELHOS são entidades autónomas organizadas 
politicamente de forma similar às Regiões. 
 
 
 5
A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
Não é por acaso que a Administração pública italiana sempre teve a reputação 
de elefantíaca, vexatória e inimiga do cidadão. Dos Ministérios nacionais aos 
Departamentos públicos territoriais, o leitmotiv sempre foi o de filas 
intermináveis, tempos de espera excessivos, extrema complexidade da 
burocracia e custos muito elevados na obtenção de certidões e outros 
documentos. 
A partir da segunda metade dos anos noventa foi lançado um processo que 
visava conferir autonomia e descentralização em matéria de administração 
pública. 
 
Na prática quotidiana, as principais novidades que esta reforma global trouxe 
ao cidadão italiano e estrangeiro são as seguintes: 
 
1. AUTOCERTIFICAÇÃO: graças à qual deixou de ser necessário requerer 
dezenas de certidões e de pagar os respectivos emolumentos. 
Deste modo, sob responsabilidade penal por falsas declarações, é possível 
proceder à autocertificação dos seguintes elementos: 
- dados pessoais e estado civil, 
- títulos académicos e qualificações profissionais, 
- situação económica, física e rendimentos, 
- situação jurídica, 
- outros dados 
 
Não é possível autocertificar: 
- atestados sanitários e veterinários, 
- certificados de conformidade CE, 
- certificados de marcas e patentes. 
 
Como se faz a autocertificação: 
- é apresentada em papel simples, assinado pelo interessado, sem 
reconhecimento de assinaturas e sem selo, 
- pode ser apresentada por outra pessoa ou ser enviada por correio ou fax. 
 
Quem a pode efectuar: 
- os cidadãos italianos, 
- os cidadãos da União Europeia, 
- os cidadãos extracomunitários residentes em Itália apenas podem 
autocertificar os dados e factos passíveis de verificação junto de 
entidades públicas ou privadas italianas. 
 6
A autocertificação permitiu que a administração pública reduzisse o número 
de certificados emitidos de 70.641.741 em 1996 para 30.658.516 em 
2000. 
 
2. BILHETE DE IDENTIDADE ELECTRÓNICO (ainda em fase experimental) 
permite aos cidadãos aceder directamente aos serviços da Administração 
Pública sem sair de casa, podendo usufruir, entre outras coisas, da 
“assinatura digital”. 
 
3. BALCÃO ÚNICO (tipo Centro de Formalidades das Empresas ou Loja do 
Cidadão): a sua tarefa é fornecer às Empresas um interlocutor único para 
todo o conjunto de actos administrativos relativos à vida de uma qualquer 
actividade económica. Deste modo, basta um só procedimento para o 
arranque das actividades, ficando assim assegurada a redução dos tempos 
de resposta da Administração (de 2 a 5 anos antes da reforma, para 3 a 11 
meses garantidos pelo Balcão Único). Actualmente os Balcões Únicos 
servem 69% da população italiana. 
 
ADMINISTRAÇÃO NA INTERNET: com base no plano de acção do 
“e-government”, o Governo dotou toda a Administração Pública de sites na 
Internet nos quais é assegurada a máxima informação ao utente, ao mesmo 
tempo que possibilita o relacionamento directo entre o cidadão e a própria 
Administração. 
 7
AS ASSOCIAÇÕES SINDICAIS, PATRONAIS E OUTRAS 
 
O sindicalismo italiano tem as suas raízes nas lutas operárias do começo do 
século XX. Foi em 1906 que nasceu a CGIL - Confederazione Generale del 
Lavoro (Confederação Geral do Trabalho), organização que se propõe repre-
sentar todas as aspirações das classes trabalhadoras. 
 
Ilegalizada pelo regime fascista, a organização sindical dos trabalhadores 
italianos reaparece no segundo pós-guerra, sendo afectada pelas divisões 
resultantes do novo clima imposto pela guerra fria. 
 
Em 1950, após as cisões internas da CGIL, nasceram a Confederação Italiana 
dos Sindicatos dos Trabalhadores (Cisl - Confederazione Italiana Sindacati 
Lavoratori) e a União Italiana do Trabalho (Uil - Unione Italiana del Lavoro). 
 
A Cisl reúne a tradição do sindicalismo católico e republicano, agrupando 
assim as forças políticas do governo e a hegemónica Democracia Cristã. 
 
A Uil, ao contrário, rege-se por ideias laicas, democráticas e socialistas, 
alinhando-se, também ela na frente anticomunista. 
 
A Cgil, portanto, sendo inicialmente um sindicato unitário, reduz-se à posição 
de bastião do sindicalismo comunista, próximo do PCI, com uma fortíssima 
capacidade de mobilização das massas. 
 
Embora continuando a manter, no seu conjunto, a hegemonia da 
representação dos trabalhadores, estas três organizações não esgotam o 
panorama sindical italiano, que contínua pontuado por uma miríade de 
organizações substancial ou formalmente apartidárias, autónomas e 
independentes. 
As mais importantes destas são: 
 
A CISAL - Confederação Italiana dos Sindicatos Autónomos dos Trabalhadores 
(Confederazione Italiana Sindacati Autonomi Lavoratori): bem implantada 
sobretudo no sector público, isto é, junto dos funcionários do Estado. 
 
A Ugl - União Geral do Trabalho (Unione Generale del Lavoro): formada por 
diversas forças sindicais de menor peso, mas de tendência aproximada, situa-
se politicamente na área do centro-direita. 
 
Os Cobas - Confederação dos Comités de Base (Confederazione dei Comitati 
di Base): nascem da auto-organização do mundo sindicalista da extrema-
 8
esquerda. Actualmente os Cobas representam a realidade mais combativa do 
sindicalismo italiano. 
 
Se, com efeito, o mundo do trabalho se caracteriza por um grande 
fraccionamento organizativo, a área patronal apresenta-se bastante mais 
coesa, com as grandes empresas perfeitamente identificadas com a 
Confindustria. 
 
A Confindustria nasce em 1910 com a finalidade de representar o emergente 
empresariado italiano. A sua longa história faz com que seja, actualmente, a 
principal organização representativa das empresas de serviços e 
manufactureiras em Itália, com uma rede associativa da qual fazem parte 18 
federações regionais, 105 associações territoriais, 13 federações sectoriais, 
111 associações sectoriais, 257 organizações associadas, envolvendo um total 
de 111.000 empresas e 4.200.000 empregados. 
A Confindustria apresenta-se perante o poder político administrativo e as 
organizações sindicais e sociais como o principal interlocutor para o sistema 
económico empresarial italiano. 
 
Importa ainda destacar algumas organizações fundamentais para a vida 
associativa do mundo do trabalho: 
 
• A Confcommercio que, com as suas 750.000 empresas associadas, dá voz 
ao mundo das Pequenas e Médias Empresas (comércio, turismo e serviços). 
 
• A Confagricoltura, cujas empresas associadas cobrem 70% das jornadas de 
trabalho do sector agrícola. 
 
• A Confartigianato dá voz a cerca de 521.000 empresas artesanais. 
 
• A Unioncamere é a organização que coordena as 102 Câmaras de 
Comércio italianas operantes no território nacional e as 60 Câmaras de 
Comércio italianas existentesno estrangeiro. Esta estrutura representa um 
importante instrumento ao serviço das mais de 360.000 empresas italianas 
inscritas, tanto no que se refere à sua presença e às suas necessidades no 
mercado interno e externo, como no tocante à representação das suas 
exigências junto dos órgãos do poder político e da administração pública. 
 
 9
O TURISMO 
 
As civilizações que se foram sucedendo ao longo dos tempos – da etrusca, à 
grega e à romana, para continuar na Idade Média, com a Itália “dei comuni” (as 
cidades-estado), a Renascença – deixaram um património artístico 
inestimável: monumentos, igrejas, palácios, castelos, museus e cidades são 
testemunhos desta riqueza ímpar. 
 
E sem pretender fazer uma lista exaustiva (que encheria páginas e páginas) 
citamos apenas os locais, as cidades, as obras e os artistas mais famosos. 
 
*** 
 
Com base nas civilizações a que aludimos acima, pode ser traçado um mapa 
das mais importantes cidades de arte italianas: 
 
Vestígios da Civilização Etrusca encontram-se em Volterra, Arezzo, Perugia, 
Orvieto, Tarquinia, Ancona, Chieti. 
 
A “Magna Grécia” (do Século VIII a.C.), com a sua arquitectura civil e religiosa, 
em Nápoles, Paestum, Reggio, Taranto, Siracusa, Agrigento, Selinunte, 
Segesta, Taormina, Palermo, Catania, Messina. 
 
A Roma imperial (do Século VIII a.C. ao Século V d.C.), deixou-nos quase 
intactos até aos nossos dias importantes edifícios e estradas em Pompeia, 
Hercolano, Turim, Milão, Trieste, Aquileia, Verona, Bolonha, Spoleto, Cagliari. 
 
A concepção urbanística da Alta Idade Média (Século IV-XI d.C.) modelou 
Ravena e principalmente Siena, exemplo único da arquitectura da Itália “dei 
Comuni” (as cidades-estado). 
 
O ressurgimento do gosto clássico pode ser encontrado no estilo Românico 
(Séculos XI-XIII d.C.) de Ferrara, Pisa, Lucca, Assis. 
 
Do Gótico (Séculos XII-XIV d.C.) são símbolos cidades como Florença, Siena, 
Pisa, Pistoia, Arezzo, Veneza, Pádua, Verona, Vicenza, Jesi. 
 
Além disso, todos estes centros italianos - dos maiores aos mais pequenos - 
conservam inúmeras obras que testemunham os mais diversos paradigmas 
pictóricos, escultóricos e arquitectónicos. 
 
 
 10
Estes são: 
 
O Gótico (Séculos XII e XIV d.C.): da arquitectura dos irmãos Pisano, aos 
frescos do toscano Giotto, considerado o génio do Século XIV. 
 
A Renascença (Séculos XV e XVI d.C.): entre os centros da Toscânia e do 
Veneto trabalham os maiores artistas de todos os tempos: Brunelleschi, 
Donatello, Masaccio, Paolo Uccello, Piero della Francesca, Botticelli, Perugino, 
Mantegna, Giorgione, Leonardo da Vinci, Michelangelo, Raffaello, Bramante, 
Tiziano. 
 
O Maneirismo (Séculos XVI e XVII d.C.): da chama da Renascença 
desenvolvem-se as obras arquitectónicas do Palladio e escultóricas de 
Sansovino e do Cellini. Na pintura destacam-se Tintoretto, Veronese, Vasari, 
Correggio, Parmigianino. 
 
O Barroco (Séculos XVII-XVIII d.C.) : a Roma do arquitecto Borromini e o 
Veneto dos colegas Canaletto e Tiepolo, além de Canova, expoente do 
neoclassicismo e romantismo (XVIII-XIX sec. d.C.). 
 
Esta breve síntese demonstra que o património artístico a que se pode ter 
acesso em Itália é ímpar no mundo. Segundo dados da UNESCO, 50% das 
riquezas histórico-artísticas do Planeta encontram-se em Itália. Contudo, não 
é só a arte que faz da Itália um destino único para os milhões de visitantes 
que, anualmente, chegam de todo o mundo. 
 
A natureza oferece também uma vasta série de oportunidades, tanto para os 
amantes da montanha como para os apreciadores do mar. 
 
No tocante ao panorama das montanhas, basta recordar a riqueza do sistema 
alpino italiano. De facto, os Alpes se numa das encostas se repartem pela 
França, Suíça, Áustria e Eslovénia, na outra pertencem por inteiro à Itália. Ao 
longo dos 110 km da frente montanhosa, encontram-se estâncias de neve 
famosas em todo o mundo, não só para os que praticam desportos de Inverno, 
mas também para os amantes do excursionismo. A oferta turística italiana, 
por outro lado, é completada pela rede de lagos que existem um pouco por 
toda a península e que oferecem destinos preciosos para os amantes da 
cultura, do desporto e para quem procura tranquilidade e diversão. 
 
A norte encontra-se o Lago de Garda (368 km2), Lago Maggiore, Lago de 
Lugano, Lago de Iseo e Lago de Como. Na Itália central encontram-se os lagos 
vulcânicos de Albano, Nemi, Bracciano, Vico Trasimeno e Bolsena. 
 11
 
Val d’Aosta Courmayeur e Valle del Gran San Bernardo são localidades 
famosas pela neve e pelo folclore. A Lombardia abriga a zona do Val 
Camonica. O Veneto as localidades de Arabba, Asiago, com os seus 7 
concelhos, Cortina d’Ampezzo e Sapada. O Trentino Alto Adige é famoso pelas 
localidades da Província de Bolzano: Gruppo Ortles, Val Gardena, Alpe di Siusi, 
Val Pusteria e Val Senales; e as localidades da província de Trento: Altipiani di 
Folgaria, Madonna di Campiglio, San Martino di Castrozza, Val di Fassa, Val di 
Fiemme, Val di Non, Val Sugana. Em Friuli-Venezia Giulia, enfim, toda a região 
de Piancavallo. 
Entre as localidades referidas aparecem as verdadeiras jóias que são os 
Dolomitas, 200 km de paredes rochosas que representam não só uma 
paisagem única de alta montanha, mas que oferecem também uma rede de 
pistas de ski de altíssima qualidade. Os principais locais dos Dolomitas são, 
apenas para dar alguns exemplos, Alleghe (com 270 km de pistas de ski), 
Cortina d’Ampezzo (160 km), San Martino di Castrozza, Sappada (50 km), para 
além de Marmolada e das Valli. 
 
Ao longo de mais de 7000 km de costa, partindo de Noroeste, encontra-se a 
Riviera da Ligúria, com Cinque Terre, San Remo e a Costa dei Fiori; a Toscânia, 
com as várias localidades marítimas da costa tirrénica e particularmente a 
Versilia (Forte dei Marmi); a Campânia com a sua Costa Amalfitana, o Golfo de 
Sorrento e as Ilhas de Capri e Ischia; a Costa Jónica na Calábria, toda a costa 
insular Sicíliana e em particular as ilhas Égadas, as Eólias e a Ilha de Panarea; 
na Sardenha o Arquipélago da Madalena e a Costa Esmeralda. 
Do lado do Adriático, ao longo da costa pugliese encontra-se Santa Maria di 
Leuca, as Ilhas Tremiti e toda a zona de Gargano (Peschici e Vieste); a 
marchegiana Riviera del Conero; as famosíssimas estâncias balneárias da 
riviera romagnola: os Lidi Ferraresi, Rimini e Riccione; Jesolo na Lagoa Veneta 
e Lignano Sabbiadoro no golfo de Trieste. 
 
A importância do sector turístico é também sublinhada pelo facto de o mesmo 
contribuir com 5,5% para o PIB italiano, com uma dinâmica em constante 
aumento. 
 12
A DEMOGRAFIA 
 
Segundo os dados do ISTAT a 1 de Janeiro de 2000, a população italiana era 
de 57.679.895 pessoas, continuando a verificar-se predominância da 
população feminina (29.676.583, ou seja, 51,4%) sobre a masculina 
(28.003.312, cerca de 48,6%). O número de famílias era de 22.226.115, com 
uma média de 2,6 membros por cada uma. O factor que mais influencia este 
trend da demografia italiana, que não é propriamente positivo, é o baixo 
índice de natalidade que se situa numa média de 1,5 filhos por mulher. 
 
Do ponto de vista territorial, o Noroeste alberga 26,2% da população italiana, a 
pouca distância do Sul (24,4%). Abaixo dos 20% está o Centro com 19,3%, o 
Nordeste com 18,5% e as Ilhas com apenas 11,6% da população italiana. 
 
 Homens Mulheres Total 
População residente a 
1 de Janeiro 28.003.312 29.676.583 57.679.895 
Nados vivos 279.953 263.086 543.039 
Mortos 280.671 279.570 560.241 
Saldo natural -718 -16.484 -17.202 
Registados 807.712 764.900 1.572.612 
Cancelados 715.449 675.839 1.391.288 
Saldo migratório 92.263 89.061 181.324 
População residente a 
31 de Dezembro 28.094.857 29.749.160 57.844.017 
 
As previsões do ISTAT apontam um aumento dos residentes em Itália para 
57.777.000. Este ligeirocrescimento demográfico não dependerá, porém, dos 
chamados “naturais”. Tal como em muitas outras realidades europeias, este 
aumento de sinal positivo é dado não pelos cidadãos autóctones, mas sim 
pelas comunidades de emigrantes residentes no território nacional. Se, com 
efeito, a taxa de crescimento (por 1000 habitantes) é de -0,2 para os naturais, 
a correcção para positivo acontece graças aos emigrantes que, com a sua taxa 
de crescimento de +1,9, estabilizam a taxa de crescimento total em +1,7. 
Nos próximos 10 anos o ISTAT prevê que perante a estabilização da taxa de 
crescimento dos estrangeiros (sempre em torno de 1,9), assistir-se-á a uma 
progressiva deterioração do mesmo valor para os naturais italianos, até atingir 
uma taxa de crescimento demográfico, prevista para 2010, de -1,6. 
 
 13
O SISTEMA CONTRATUAL ITALIANO 
 
O sistema contratual italiano é constituído por um sistema bidimensional, 
baseado em dois níveis contratuais (nacional e local), acompanhados por uma 
“terceira dimensão" (interconfederal). 
 
 TIPO DE 
CONTRATO 
NÍVEL QUEM CONTRATA O QUE SE CONTRATA 
 Contratação 
Interconfederal 
Nacional Confederações 
sindicais (Cgil, Cisl, 
Uil) e Organizações 
patronais 
(Confindustria, etc) 
- Protocolos de 
entendimento sobre 
as relações 
industriais 
- Constituição de 
entidades bilaterais 
- Formação 
profissional 
- Ambiente 
- Previdência 
complementar 
CONTRATAÇÃO 
DE PRIMEIRO 
NÍVEL 
 
Contratação 
triangular (ou 
concertação) 
Nacional Confederações 
sindicais (Cgil, Cisl, 
Uil), Organizações 
patronais 
(Confindustria, etc.) 
e Governo 
Contrato Nacional 
Colectivo de Trabalho 
(CCNL): 
- sistemas de 
qualificação 
- salários mínimos das 
categorias 
- promoções 
- horários 
- direitos sindicais 
- férias 
- etc. 
Contratação 
empresarial 
integrativa 
Empresa 
ou grupo
Representações 
sindicais de 
empresa (RSU*) 
Matérias remetidas 
pelos CCNL, direitos 
sindicais, informação, 
salário variável, 
reestruturação, “cassa 
integrazione”, 
formação 
CONTRATAÇÃO 
DE SEGUNDO 
NÍVEL 
Contratação 
territorial 
Província 
ou 
região 
Organizações sindi-
cais de território e 
respectivas contra-
partes de categoria 
ou associativas 
Salários variáveis, 
representações 
sindicais 
 
 14
* RSU: são as Representações Sindicais Unitárias, nascidas em 1991 graças ao 
acordo celebrado entre Cgil, Cisl e Uil. Garantem, através de eleição por parte 
dos trabalhadores no seio das empresas, a unicidade sindical, principal 
garante do papel de primeiro plano dos sindicatos confederados e da sua 
política nacional a nível de contratação de segundo nível. 
 
AS NOVAS FORMAS DE TRABALHO 
 
A evolução das novas tecnologias e a expansão da new economy 
determinaram, nos últimos anos, em Itália como no resto da Europa, um forte 
desenvolvimento das chamadas novas formas de trabalho, caracterizadas por 
um acentuado grau de flexibilidade tanto em entrada como em saída. 
Os principais contratos a que estão sujeitas estas novas figuras profissionais 
são: 
 
TIPO DE 
CONTRATO 
O QUE É OS SUJEITOS NOTAS 
ESTÁGIOS E 
TIROCÍNIOS 
Não constituem relações de 
trabalho entre entidades de 
acolhimento (empresas) e 
estagiários 
 
Os Sujeitos Prómo-
tores tanto podem 
ser entidades 
públicas como 
organismos privados 
A tendência dos 
Estágios e Tirocínios 
está em forte 
crescimento 
TRABALHO 
“INTERINALE” 
É um contrato de “trabalho 
de aluguer por tempo 
determinado" estipulado 
entre a empresa de cedên-
cia de mão-de-obra e o 
trabalhador que deverá 
prestar serviço numa em-
presa privada 
Agência de trabalho 
de cedência de 
mão-de-obra 
 
Trabalhador 
Este trend encontra-
-se em alta 
O PART-TIME O trabalhador presta 
serviço apenas uma parte 
do horário normal de 
trabalho 
A Empresa 
 
O trabalhador em 
part-time 
São as grandes e 
médias empresas as 
mais interessadas 
nos contratos em 
part-time. 
O part-time em Itália 
está em crescimento, 
lento mas constante 
O TRABALHO 
ATÍPICO 
É designado como um 
"contrato de colaboração 
coordenada e continuada” 
ou “contrato de trabalho 
para-subordinado". Não 
representa uma relação de 
trabalho estável no seio da 
organização da empresa 
Empresas 
 
Trabalhadores 
“colaboradores” 
Os "colaboradores" 
não têm vínculos em 
termos de horários 
 15
TELE-TRABALHO Típico de quem desenvolve 
uma actividade, inclusive a 
partir de casa, através da 
utilização das novas 
tecnologias surgidas com a 
difusão da Internet 
Empresas 
 
Administração 
Pública 
 
Trabalhadores 
O seu crescimento 
em Itália foi signi-
ficativo 
PRÁTICAS EM 
CONTEXTO DE 
TRABALHO 
(aprendizagem) 
Contrato de trabalho que 
visa a formação profissional 
dos jovens trabalhadores 
Empresas 
 
Aprendizes: jovens 
dos 16 aos 24 anos 
 
Tutor: é a figura que 
funciona como elo 
de ligação entre os 
dois sujeitos 
O Contrato de 
Aprendizagem tem 
uma duração com-
preendida entre 18 
meses e 4 anos (5 
anos no caso do 
artesanato) 
Assistiu-se a uma 
acentuada diminui-
ção deste tipo de 
contrato 
 
 
 16
 
 
 
AS SOCIEDADES 
 
O sistema societário italiano é regulamentado pelo Código Civil, no seu Título 
V do Livro V ("Do Trabalho”). O artigo 2249º indica os vários “tipos de 
sociedade": 
 
As sociedades comerciais, que têm por objecto o exercício de uma actividade 
comercial tal como: 
- actividade industrial direccionada à produção de bens e serviços 
- actividade intermediária na circulação de bens 
- actividade de transporte terrestre, aéreo e marítima 
- actividade bancária e seguradora 
- actividades subsidiárias das actividades anteriores 
 
Estas sociedades são: 
SOCIEDADE EM NOME COLECTIVO (SNC) 
SOCIEDADES EM COMANDITA SIMPLES (SAS) 
SOCIEDADES POR ACÇÕES (SPA) 
SOCIEDADES EM COMANDITA POR ACÇÕES (SAPA) 
SOCIEDADES DE RESPONSABILIDADE LIMITADA (SRL) 
 
As sociedades simples que não têm por objecto o exercício das actividades 
atrás indicadas, mas que funcionam, juntamente com a SOCIEDADE SIMPLES 
(SS), como modelo tanto para as Sociedades em Nome Colectivo, como para as 
Sociedades em Comandita Simples, constituindo com as mesmas o subgrupo 
denominado por “SOCIEDADES EM NOME PESSOAL”, paralelamente ao 
subgrupo das SOCIEDADES DE CAPITAIS (SPA, SRL e SAPA) 
 
 17
 
 
 
As sociedades cooperativas 
 
AS SOCIEDADES EM NOME 
PESSOAL 
RESPONSABILIDADES POR 
DÍVIDAS 
NOTAS 
SOCIEDADE SIMPLES (SS) A sociedade com o seu 
património e subsidiaria-
mente os sócios pessoal-
mente, solidariamente e 
em medida ilimitada. 
O credor social poderá, 
assim, ressarcir-se de todo 
o seu crédito, sobre o 
património da sociedade e, 
posteriormente, sobre o 
património de qualquer um 
dos sócios. Estes deverão 
pagar ao credor, para 
depois recuperar, pelas 
respectivas quotas-partes 
do débito, dos outros 
sócios. 
Em caso de entrada de um 
novo sócio, este responde 
também pelos débitos já 
existentes. 
Particularmente utilizadas 
nas actividades agrícolas e 
profissionais. 
 
Para a formação da SS não 
é necessário um capital 
mínimo. Nem tão pouco 
são exigidas formas espe-
cíficas, a não ser as que 
resultam da especificidade 
dos bens conferidos à 
sociedade 
 
Este tipo de sociedade é 
obrigada a matrícula no 
Registo das Empresas. 
 
 
SOCIEDADES EM NOME 
COLECTIVO (SNC) 
Os sócios são responsáveis 
pessoalmente, subsidiaria-
mente e ilimitadamente. 
O credor da sociedade 
deverá ressarcir-se sobre o 
capital social. Logo, sobre 
qualquer um dos sócios, o 
qual é obrigado a saldar a 
dívida na proporção de 
todo o seu património, 
indo depois recuperar dos 
restantes sócios, pelas 
respectivas quotas-partesdo débito. 
 
 
 18
 
SOCIEDADES EM 
COMANDITA SIMPLES (SAS) 
O credor social deverá ser 
ressarcido, antes de mais, 
pelo património da socie-
dade, depois, sobre qual-
quer um dos sócios 
comanditários. Este deverá 
extinguir a totalidade do 
débito e, posteriormente, 
poderá recuperar dos 
restantes sócios coman-
ditários, na proporção das 
respectivas quotas-partes 
da dívida. 
Os sócios comanditados 
respondem pelas dívidas 
apenas com a quota que 
detêm no património da 
sociedade. 
Compõe-se de dois tipos 
de sócios: 
 
Sócios Comanditários: res-
ponsáveis pela adminis-
tração da sociedade e pelas 
dívidas com res-
ponsabilidade ilimitada, 
subsidiária, pessoal. 
Entram em falência com a 
falência da SAS. 
 
Sócios comanditados: res-
ponsabilidade limitada. 
Não entram em falência 
com a falência da SAS. 
 
 
AS SOCIEDADES DE CAPITAIS 
 
SOCIEDADES POR ACÇÕES 
(SPA) 
Pelas obrigações sociais 
responde exclusivamente a 
Sociedade com o seu 
património. 
Neste sentido, a 
responsabilidade dos 
sócios é limitada ao capital 
detido. 
Para a constituição da SPA 
é necessário um capital 
mínimo de 100.000 Euros. 
 
SOCIEDADE DE 
RESPONSABILIDADE 
LIMITADA (SRL) 
Pelas obrigações sociais 
responde exclusivamente a 
sociedade com o seu 
património 
Para a constituição da SRL 
é necessário um capital 
mínimo de 10.000 Euros 
SOCIEDADES EM 
COMANDITA POR ACÇÕES 
(SAPA) 
Os sócios comanditários 
respondem solidária e ili-
mitadamente pelas obri-
gações sociais, enquanto 
que os sócios 
comanditados respondem 
apenas na proporção da 
quota de capital subscrita. 
 
 
 19
 
 
AS SOCIEDADES COOPERATIVAS 
SOCIEDADES 
COOPERATIVAS 
Sociedades Cooperativas 
de Responsabilidade Limi-
tada: os sócios respondem 
pelas obrigações sociais 
proporcionalmente à quota 
por eles subscrita na 
sociedade. 
 
Sociedade Cooperativa de 
Responsabilidade Ilimitada: 
às obrigações sociais res-
ponde a Sociedade com o 
seu património. Em caso de 
falência ou liquidação 
coerciva administrativa, 
respondem também os só-
cios ilimitada e solidaria-
mente 
Para constituir uma Socie-
dade Cooperativa são 
necessários, pelo menos, 9 
membros 
 
 
PEQUENA SOCIEDADE 
COOPERATIVA 
Apenas é admitida a 
responsabilidade limitada. 
Os sócios respondem pelas 
obrigações sociais limita-
damente apenas à quota 
por eles detida na 
Sociedade. 
Para constituir uma 
Pequena Sociedade Coo-
perativa é necessário um 
número de sócios 
compreendido entre 3 e 8, 
sendo necessário existir 
uma Assembleia de Sócios 
a qual procede à nomeação 
do Presidente. 
COOPERATIVA SOCIAL A regulamentação é igual à 
das Sociedades Cooperati-
vas 
Têm a finalidade exclusiva 
de promover a comunidade 
do ponto de vista social, no 
interesse colectivo. 
Tipos de Cooperativas 
Sociais: 
-Tipo A: podem gerir ex-
clusivamente serviços 
sócio-sanitários e 
educativos 
-Tipo B: podem gerir várias 
actividades, com objectivos 
de inserção de pessoas 
particularmente desfavore-
cidas (deficientes, toxico-
dependentes, presos, etc.) 
 20
O SISTEMA PENSIONISTA ITALIANO 
 
Como noutros sectores da Administração Pública, nos anos 90 o sistema 
pensionista foi modificado através de duas reformas estruturais: a Reforma 
Amato de 1992, que procedeu sobretudo à integração do sistema, 
exclusivamente público, com o sistema privado do fundo de pensões; a 
segunda foi a Reforma Dini de 1995, que lançou as bases do sistema 
pensionista futuro, criando um interregno entre o antigo Sistema Retributivo e 
o novo Sistema Contributivo. 
 
Actualmente, portanto, o Sistema pensionista italiano, que continua a ser 
objecto de reformas, encontra-se em plena fase de transição, com as 
Instituições políticas italianas a tentar responder aos imperativos que o futuro 
da previdência social impõe: 
 
1) Crescimento demográfico negativo 
2) Desequilíbrio entre trabalhadores em saída e trabalhadores em entrada 
3) Aumento da esperança de vida 
 
Os actuais regimes de cálculo das pensões são: 
 
 
SISTEMA 
 
TRABALHADORES COM: CÁLCULO 
RETRIBUTIVO Pelo menos 18 anos de 
contribuições a 
31/12/1995 
Multiplicando o número de 
anos de trabalho pela 
quota de rendimento (2%) 
obtém-se a percentagem 
de retribuição a que se tem 
direito como pensão. 
A retribuição que pode ser 
atribuída é avaliada de 
acordo com dados do 
ISTAT. 
A antiguidade contributiva 
a multiplicar pela quota de 
rendimento não pode 
exceder os 40 anos. 
A idade da reforma é de 65 
anos para os homens e de 
60 anos para as mulheres. 
 21
 
CONTRIBUTIVO Nenhuma contribuição a 
31/12/1995 
É fixada a quota de cálculo 
em 33% (igual à percen-
tagem de contribuições 
pagas por cada trabalhador 
dependente). 
Esta percentagem multipli-
cada pelos anos de 
trabalho dá o Montante, 
reajustável 
proporcionalmente à 
evolução do PIB do último 
quinquénio. 
No momento da pensão, o 
Montante é multiplicado 
por um coeficiente de 
transformação, tanto mais 
elevado quanto maior for a 
idade de reforma (que varia 
entre os 57 e os 65 anos). 
Para ter acesso à mesma 
deve ter-se, pelo menos, 5 
anos de tempo de 
contribuições, com um 
valor de, pelo menos, 1,2 
vezes o rendimento 
mínimo garantido. 
MISTO Menos de 18 anos de 
contribuições a 
31/12/1995 
É calculada através de 
ambos os sistemas: 
retributivo para os anos 
decorridos até 31/12/95; o 
contributivo para os anos 
seguintes 
 
O INPS (Istituto Nazionale della Previdenza Sociale): é o Instituto que gere os 
fundos de pensão dos trabalhadores dependentes privados, dos trabalhadores 
autónomos e dos reformados por invalidez. 
 
O INPDAP (Istituto Nazionale Previdenza Dipendenti Amministrazione 
Pubblica): é o novo Instituto que gere a totalidade dos fundos de pensão dos 
empregados do Estado. 
 
 22
 
 
BREVE HISTÓRIA DA ECONOMIA DO PÓS-GUERRA AOS NOSSOS DIAS 
 
 
A Itália é hoje a sexta potência industrial do mundo, com um PIB que 
corresponde a 7,5% do produto total do G7 e a 15% da área do Euro. 
 
A actual posição foi atingida através de um processo de crescimento iniciado 
no pós-guerra, processo este que comportou alterações de fundo no sector 
produtivo: o maior desenvolvimento ocorreu na década de sessenta, na época 
em que um programa de investimentos em infra-estruturas conduziu ao 
denominado período do “milagre económico”. Nesses anos, a Itália foi 
protagonista de uma transformação económica centrada principalmente no 
desenvolvimento das pequenas e médias empresas e nos resultados destas na 
vertente das exportações. 
 
Entre 1965 e 1975, a economia italiana prosseguiu o seu caminho, apesar dos 
problemas da inflação e da balança de pagamentos até que, com a crise 
petrolífera, a situação se desmoronou em meados dos anos setenta: o 
desemprego, a dívida pública e a inflação explodiram, ao mesmo tempo que a 
lira se desvalorizava. 
 
O processo de reestruturação industrial só foi retomado nos anos 80, com 
investimentos em tecnologia que permitiram o crescimento dos sectores 
electrónico, informático e químico e, com ele, uma relativa estabilidade ao 
longo de toda a década. 
 
Em 1992, a crise do SME (European Monetary System) levou à desvalorização 
da lira em 22% e à intervenção maciça do Estado para preservar a estabilidade, 
tendo-se então o SME revelado inútil e muito dispendioso. 
 
Com os Governos Amato e Ciampi começou um rigoroso programa de 
estabilização, cujo objectivo era baixar a inflação, baixar as taxas de juro dos 
títulos públicos e, sobretudo, reduzir o défice público para níveis considerados 
aceitáveis. 
 
Analisando a situação, agora que a economia parece ter absorvido o impacto 
das inesperadas reformas estruturais, regista-se um crescimento médio nos 
anos90 de 1,5%, média esta que é cerca de um ponto percentual mais baixa 
que a de países como a França e a Alemanha. 
 23
 
Nos últimos anos, graças à debilidade do câmbio e à forte procura externa, 
foram sobretudo as exportações que permitiram resultados positivos na 
balança de pagamentos. 
 
Apesar do aumento de valor das importações, devido ao aumento do preço do 
petróleo, as exportações aumentaram contudo de molde a permitir um saldo 
ligeiramente positivo. 
 
E é somente a partir do ano de 2002 e seguintes que se aguarda uma inversão 
da tendência; prevê-se a descida das exportações em resultado da crise do 
comércio internacional, mas existem todas as premissas para que a economia 
italiana possa contar consigo própria. As expectativas são as melhores: 
diminuição da pressão fiscal, estabilização da inflação em torno dos 2% e 
aumento do emprego previsto para os próximos anos deverão incentivar a 
componente interna do crescimento. 
 
A fazer fé nestas considerações, vários centros de pesquisa prevêem que, em 
2002, enquanto as exportações se manterão mais ou menos invariáveis, tanto 
as importações como os investimentos irão crescer, respectivamente, 2 e 4 
pontos percentuais. 
 
O PIB NOS ANOS 90
-2
0
2
4
anos
va
ria
çõ
es
 p
er
ce
nt
ua
is
crescimento anual 0,8 -0,9 2,2 2,9 1,1 2 1,8 1,6 2,9 2,1 2,5
1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
 24
 
 
A AGRICULTURA 
 
O peso da agricultura na economia italiana tem vindo a descer drasticamente 
ao longo dos anos, seguindo por um caminho que depois do pós-guerra não 
tem parado de diminuir. 
 
Entre 1960 e 1999 no sector primário, o número de postos de trabalho passou 
de 6.600.000 para 1.340.000, descendo de um terço do total da mão-de-obra 
para menos de 4%; o valor acrescentado do sector desceu de 
aproximadamente 10% para menos de 3%. 
 
No conjunto, o emprego e o valor acrescentado do sector agrícola em Itália 
estão hoje alinhados pelos valores que se registam nos principais países 
europeus. 
 
Do processo de transformação do sector emergiram empresas modernas e 
eficientes, mas continuam também a existir actividades marginais, localizadas 
principalmente nas regiões do Sul, onde se encontram mais arreigadas antigas 
e novas formas de trabalho descontínuo e irregular. O fraccionamento dos 
terrenos em pequenas propriedades, que desempenhou um papel 
historicamente importante ao pôr termo aos latifúndios, pode, em alguns 
casos, ser penalizante do ponto de vista económico. 
 
A agricultura italiana apresenta um carácter tipicamente familiar tanto nos 
aspectos da gestão como do trabalho prestado no seio das empresas 
agrícolas. 
 
A Itália figura entre os cinco primeiros exportadores mundiais de azeite, vinho 
e produtos horto-frutícolas, mas não atingiu a auto-suficiência agro-
alimentar: o seu défice estrutural foi, em 1999, de cerca de 15 mil milhões de 
Liras. Em consequência da Política Agrícola Comum (PAC), mais de dois terços 
das trocas comerciais da Itália são realizadas com a União Europeia. 
 
 
 25
 
 
Anexo 1 
 
 
CULTURAS VALORES 
ABSOLUTOS 
INCIDÊNCIA 
PERCENTUAL 
 
SEMENTEIRAS 1493 66,3 
Cereais 842 37,4 
/ Trigo mole 237 10,5 
/ Trigo rijo 321 14,3 
/ Milho 330 14,7 
Batata 92 4,1 
Beterraba sacarina 62 2,8 
Plantas industriais 118 5,2 
Produtos hortícolas 266 11,8 
Plantas forrageiras rotativas 395 17,5 
 
CULTURAS LENHOSAS E AGRÁRIAS 1563 69,4 
Vinha 782 34,7 
/ para vinhos DOC 166 7,4 
/ para outros vinhos 607 27 
/ para uva de mesa 49 2,2 
Oliveira 1011 44,9 
Citrinos 117 5,2 
Árvores de fruta 324 14,4 
PRADOS PERMANENTES E PASTOS 470 20,9 
CASTANHEIRO 55 2,4 
SUPERFÍCIE AGRÍCOLA UTILIZADA 2251 100 
CHOUPOS 17 0,8 
FLORESTA 470 20,9 
ÁREA AGRÍCOLA NÃO UTILIZADA 402 17,9 
DIVERSAS 1533 68,1 
ÁREA TOTAL 2251 100 
 26
 
A INDÚSTRIA 
 
A partir de meados do Século XX, a Itália sofreu transformações radicais da 
sua estrutura produtiva, passando de País fundamentalmente agrícola, para 
potência industrial, actualmente entre as primeiras da Europa. O sistema 
industrial italiano ocupa hoje cerca de 40% da mão-de-obra nacional. 
 
As características da indústria italiana são sobretudo geográfico-dimensionais. 
Do ponto de vista dimensional, as pequenas e médias empresas (de 1 a 20 
empregados) ocupam 60% da mão-de-obra industrial, enquanto que a média 
e a grande indústria (mais de 20 empregados) emprega 40% da força de 
trabalho. Este último segmento, a grande indústria (mais de 250 empregados), 
ocupa apenas 17,7% da força de trabalho total. 
A espinha dorsal da indústria italiana é, portanto, constituída por PME’s, nas 
quais está particularmente desenvolvido o trabalho autónomo, na sua 
dimensão individual ou familiar. O trabalho dependente propriamente dito é 
típico, ao contrário, das médias e das grandes empresas. 
 
Os pontos de força da produção industrial italiana são, para a média/grande 
empresa, os sectores manufactureiro, especialmente o do fabrico dos meios 
de transporte e o sector químico. A pequena e média empresa, pelo seu lado, 
garante a enorme diversidade de oferta do made in Italy, sobretudo no sector 
alimentar, têxtil, couro, calçado, madeira e móveis em madeira. 
 
O dinamismo histórico das PMI italianas, todavia, só nos últimos anos 
começou a enfrentar o seu grande limite, representado pela escassa 
internacionalização. De facto, o acesso aos mercados estrangeiros, até finais 
dos anos 90, sempre foi uma prerrogativa da grande indústria, principalmente 
a metalomecânica. 
 
Geograficamente, mais do que as diferenças Norte-Sul, a indústria italiana 
caracteriza-se pela compartimentação dos sectores produtivos. O tecido 
industrial está organizado de acordo com a especificidade produtiva: os 
chamados Distritos Industriais. 
 
A organização racional dos Distritos, característica sobretudo das regiões do 
Norte e da faixa adriática, permitiu que o próprio sistema enfrentasse com 
maiores benefícios os custos resultantes da competição. 
 
 27
Assim, a Noroeste verifica-se uma concentração de médias e grandes 
empresas, a Nordeste de pequenas empresas, além das médias e das grandes 
empresas do sector da construção; o Centro está principalmente vocacionado 
para as médias/grandes empresas de serviços; por fim, o Sul, alberga as 
pequenas empresas do sector terciário e o sector das construções. 
 
Finalmente é necessário sublinhar, nos últimos anos, a saída do Estado de 
muitos sectores da produção industrial, com a privatização de grandes 
grupos, como foi o caso da energia e dos telefones. 
 
Há ainda a registar a crescente terciarização das empresas italianas, cujo 
ponto de força se está progressivamente a deslocar para o sector dos serviços. 
 
 28
O PROBLEMA DO “MEZZOGIORNO” 
 
O “Mezzogiorno” (Sul) é uma área composta por duas ilhas (Sardenha e Sicília) 
e por seis regiões peninsulares (Abruzzi, Molise, Campania, Puglia, Basilicata e 
Calábria), que abrange uma superfície de 123.000 km quadrados, ou seja, 
cerca de 40% do território nacional. 
Embora registando grandes diferenças internas de região para região, tanto 
económicas como geográficas e culturais, o termo “ Mezzogiorno” é sobretudo 
utilizado para referir problemas e necessidades específicas e comuns das 
áreas abrangidas e que são, necessariamente, diferentes dos do Norte. 
Economicamente o Sul é mais pobre e menos industrializado que o Norte, a 
agricultura e o sector terciário de base têm um peso muito mais elevado, as 
pequenas e médias empresas do made in Italy e os distritos industriais são 
praticamente inexistentes; socialmente existem muitos problemas de 
criminalidade organizada ou não, problemas de mau funcionamento do sector 
público e todos os problemas sociais inevitavelmente ligados à pobreza.Tabela 1 
 
 
Números índice, Italia=100 
(fonte: Istat) 
Norte Centro Sul Itália 
 
 
PIB per capita (1997) 123,8 107,5
 
66,9 
 
100 
Rendimento per capita (1998) 123 110,2 66,5 100 
Distribuição percentual da pobreza 
(1999) 
19,9 14,2 65,8 100 
Taxa de desemprego (1999) 5,4 9,2 22 11,4 
 
Infelizmente, o fosso entre o “Mezzogiorno” e Centro/Norte acentuou-se ainda 
mais nos anos ‘90-’97, tendo sido a partir deste ano que a situação começou 
a apresentar sinais de mudança. Finalmente, no Sul, as taxas de crescimento 
são muito mais elevadas do que as médias nacionais e as taxas de emprego e 
actividade, embora continuando afastadas das do Norte, revelam uma 
tendência positiva. 
Também as exportações melhoraram, tendo duplicado de 1993 para 2000. 
Nasceram novas empresas e o turismo está organizado de forma mais 
eficiente, muito embora respeitando o equilíbrio ambiental. 
O peso do sector agrícola é ainda elevado, o do sector industrial é inferior ao 
nacional, são demasiados os serviços privados de baixa produtividade e 
excessiva a taxa de ocupação nas pequenas empresas. 
 29
Finalmente, refiram-se os problemas sociais decorrente da pobreza e da 
criminalidade, a desorganização e a gestão pouco eficaz do sector público. 
Para melhorar a situação foi reconhecida a inutilidade das ajudas baseadas 
somente na transferência de dinheiro público e a necessidade de um plano de 
desenvolvimento baseado na descentralização administrativa, na procura de 
instrumentos para incentivar os investimentos e na luta contra a criminalidade. 
E, para já, este parece ser o caminho certo. 
 30
INCENTIVOS AOS INVESTIMENTOS 
 
 
As principais etapas para uma análise dos incentivos ao desenvolvimento da 
estrutura produtiva são: 
 
• A lei 488/92, importante tanto pelo apoio ao desenvolvimento local como 
pelo volume do empenhamento financeiro público. Graças a esta lei, por 
exemplo, em 1999 foram distribuídos directamente 310 milhões de contos 
(dos quais 80% se destinaram ao Sul) e foram assumidos compromissos em 
ajudas por cerca de. 
 
• Um decreto de alteração datado de 1999, tendente a garantir maior 
flexibilidade das intervenções nos três sectores das políticas de 
desenvolvimento local, políticas de consolidação de alguns sectores 
especiais de elevado conteúdo tecnológico e intervenções de pesquisa e 
desenvolvimento. 
 
• O Orçamento Geral do Estado para 2001, através 
 
? da introdução do “crédito de imposto”. 
Este benefício tem por objecto os investimentos realizados pelas 
empresas (de qualquer natureza, tanto italianas como estrangeiras, que 
operam em todos os sectores excluindo a agricultura e os transportes) 
no período compreendido entre 31/12/2000 e 31/12/2006. De acordo 
com o estabelecido, às empresas que invistam em bens corpóreos 
(ainda que produzidos em conta própria) e incorpóreos (estes últimos, 
porém, apenas se adquiridos a terceiros a preços de mercado) nas áreas 
admissíveis serão concedidos benefícios fiscais automáticos 
relacionados com o valor dos novos investimentos. 
As áreas-alvo são a totalidade das seguintes regiões: Campania, Puglia, 
Basilicata, Calábria, Sicília e Sardenha. Estão também incluídas algumas 
zonas do centro-norte da Itália. 
O montante do crédito de imposto calcula-se multiplicando o 
investimento líquido pela respectiva percentagem (ver tabela) 
 
 
 
Tax credit= net investment X percentage due 
 31
Tabela das percentagens 
 
Área Pequenas 
empresas 
Médias 
empresas 
Grandes 
empresas 
 
Calábria 65% 65% 50% 
Campania, Basilicata, Puglia, Sicília e 
Sardenha 
50% 50% 35% 
Abruzzo e Molise 30% 30% 20% 
Centro-Norte 18% 14% 8% 
 
? Crédito de imposto para novas contratações. 
São pagos 400 euros mensais por cada novo empregado a tempo 
indeterminado ou por cada novo contrato a tempo determinado, 
transformado em tempo indeterminado entre Outubro de 2000 e 
Dezembro de 2003. Para ter acesso a este crédito, basta que se 
verifiquem as seguintes 4 condições: 
a) sejam respeitados os contratos colectivos de trabalho nacionais; 
b) os novos contratados não tenham desenvolvido actividades de 
trabalho dependente por tempo indeterminado há, pelo menos, 24 
meses; 
c) os novos contratados tenham mais de 25 anos; 
d) sejam respeitadas as normas sobre saúde e segurança dos 
trabalhadores. 
 
O crédito de imposto é acumulável com outros benefícios 
eventualmente concedidos. 
Está previsto um benefício suplementar de 200 euros se a contratação 
se realizar nas áreas da Calábria, Sicília, Basilicata, Campania. Puglia, 
Sardenha, Abruzzo e Molise 
 
? Redução da taxa de IRPEG (IRC) 
O nível de tributação, embora seja ainda elevado, tem estado nestes 
anos em constante decréscimo. Em 2001 a percentagem de IRPEG foi de 
36%, um por cento a menos que no ano anterior. Esta percentagem irá 
ainda diminuir, chegando aos 35% em 2003. 
 
 
? Pactos territoriais 
Para o triénio 2001-2003, o orçamento do Estado disponibilizou, para 
2001, 370 milhões de contos para os “pactos territoriais”. Os pactos 
 32
nasceram para desenvolver de forma sustentada e coerente com as 
necessidades e as especificidades locais uma determinada área. O 
primeiro passo deve ser uma proposta de desenvolvimento territorial 
integrado efectuada por sujeitos promotores (que podem ser entidades 
locais, parceiros económicos e sociais, entidades públicas ou privadas) 
que, formando uma parceria com o sector público, se concretizam num 
acordo e na assunção dos respectivos compromissos. O projecto é 
financiado, monitorizado e verificado a nível público. 
 
• Actividades de “ Sviluppo Italia” 
 
“Sviluppo Italia” é uma agência estatal para o desenvolvimento, nascida 
em 1999 e participada a 100% pelo Ministério do Tesouro. Esta agência 
oferece suporte a projectos de investimento em todo o território 
nacional, promove o desenvolvimento de sistemas económicos e 
industriais integrados e sobretudo encoraja e apoia as empresas 
estrangeiras a instalarem-se em Itália. Tudo isto através de uma 
vastíssima gama de informações, serviços e benefícios. 
Outra actividade é o serviço financeiro: “Sviluppo Italia” pode fazer-se 
sócia minoritária, comprando um pacote de acções (habitualmente com 
direito de opção incorporado, pelo que as mesmas podem ser de 
seguida resgatadas) até 49%. 
 
 33
INCENTIVOS À AGRICULTURA 
 
 
? Resolução Quadro nº 90, de 4 de Agosto de 2000 
 
“Sviluppo Italia” intervém no sector da transformação e da comercialização dos 
produtos agrícolas, zootécnicos e florestais, através de critérios e modalidades 
fixados pelo CIPE com a Resolução Quadro nº 90, de 4 de Agosto de 2000. 
 
Objectivos 
As intervenções destinam-se à reorganização das fileiras agro-alimentares do 
“Mezzogiorno” e às iniciativas que favoreçam mecanismos de integração norte/sul. 
 
A quem se destina 
As intervenções “bonificadas” destinam-se a operadores interessados em levar a 
cabo e desenvolver actividades em empresas para a transformação e a 
comercialização de produtos agrícolas, zootécnicos e florestais. 
 
O que se pode fazer 
A intervenção destina-se a: 
 
• Implementação de novas iniciativas; 
• Reorganização e reordenamento produtivo e comercial de empresas já em 
actividade; 
• Consolidação e desenvolvimento de empresas e/ou grupos de empresas. 
 
O que oferece 
“Sviluppo Italia” pode beneficiar os projectos de investimento através de: 
 
a. aquisição de participações minoritárias no capital social da empresa que 
efectua os investimentos com duração máxima de 5 anos. 
b. concessão de empréstimos bonificados às sociedades participadas, com 
duração máxima de 15 anos. 
 
N.B. Para o sector agro-alimentar estão também previstas operações financeiras 
de aquisição de participações sociais em condições demercado, para as quais 
“Sviluppo Italia” opera com base no disposto pelas normas comunitárias e 
nacionais vigentes. 
 
 
 
 34
Prioridade na avaliação dos projectos 
Os projectos de investimento, que devem ser compatíveis com a normativa 
comunitária em matéria de ajudas do Estado, são avaliados dando prioridade às 
iniciativas que: 
 
a. contribuam para o desenvolvimento económico e para um novo equilíbrio 
nas fileiras agro-industriais; 
b. tenham por objectivo o desenvolvimento e a manutenção dos níveis 
ocupacionais directos e induzidos; 
c. prevejam a criação e o reforço de pequenas e médias empresas; 
d. sejam implantadas em áreas deprimidas do país, nomeadamente nas 
incluídas no Objectivo 1; 
e. prevejam significativas inovações de processo ou de produto; 
f. apresentem uma significativa participação no capital de operadores 
agrícolas; 
g. requeiram menor intensidade de facilidades; 
h. prevejam um co-financiamento regional, nacional e/ou comunitário; 
i. apresentem requisitos de maior sustentabilidade ambiental; 
j. utilizem energias renováveis ou de autoprodução e introduzam ou 
implementem ciclos integrados dos recursos hídricos; 
k. apresentem a possibilidade de promover a cotação na bolsa da empresa 
participada. 
 
 35
O SECTOR TERCIÁRIO 
 
Em Itália, as empresas da indústria e dos serviços aproximadamente 3,8 milhões 
de unidades, empregam 13,6 milhões de pessoas e realizam um valor 
acrescentado de 88.500 milhões de contos. Nos vários agrupamentos dos serviços 
(excluindo os bancos e os intermediários financeiros) estão activas mais de 2,5 
milhões de empresas, que empregam, globalmente, mais de 7 milhões de 
pessoas: estas empresas geraram, em 1997, uma facturação de 167 400 milhões 
de contos e um valor adicional de 41.600 milhões de contos. 
 
As empresas italianas de serviços caracterizam-se pelas suas dimensões e grau de 
concentração, geralmente inferior à média da UE. Se excluirmos alguns sectores 
dos transportes e das comunicações, as grandes empresas representam reduzidas 
percentagens do emprego. A realidade estrutural do sector terciário italiano é 
tudo menos homogénea: uma análise mais detalhada revela significativas 
diversidades na estrutura e nos resultados económicos das empresas. 
 
Além dos sectores de contacto directo com o consumidor, onde predominam as 
pequenas e as micro-empresas (que representam 71% do emprego do sector 
terciário), existe um tecido de actividade de tipo infra-estrutural. Isto mostra 
alguns sinais distintivos importantes: significativa presença de empresas de 
médias e grandes dimensões; níveis de remuneração e de custo do trabalho 
relativamente elevados, melhor qualidade dos modelos organizacionais e de 
gestão, testemunhados por um maior recurso a despesas de publicidade e de 
análise dos mercados. 
As empresas italianas gastaram, na compra de serviços, mais de 172 milhões de 
liras por cada mil milhões facturados. 
Nas empresas manufactureiras exportadoras a incidência das aquisições de 
serviços sobre os custos variáveis é, em média, de 23%, sendo sensivelmente 
superior ao resto das empresas manufactureiras. Esta diferença é mais evidente 
nas empresas com menos de 20 empregados, sendo porém também significativa 
nas empresas de maiores dimensões. 
A maior concentração de emprego do sector terciário regista-se nos centros 
urbanos, o qual congrega cerca de 37% do total de empregados. 
Os serviços virados para a inovação concentram-se principalmente em sistemas 
locais que detêm uma fraca especialização manufactureira e uma elevada 
concentração urbana. No “Mezzogiorno”, em especial, a presença de serviços 
virados para a inovação é extremamente baixa, representando apenas 14% de 
empregados sobre o total nacional de empregados nos serviços vocacionados 
para a inovação. 
 
(Fonte: Istat, relatório anual 2000) 
 
 36
O SISTEMA BANCÁRIO ITALIANO 
 
Embora nos últimos anos esteja em curso um fortíssimo processo de 
concentração, o sistema bancário italiano continua, fundamentalmente, a ser 
um sistema segmentado e fragmentado, com uma presença muito forte de 
intermediários que operam a nível local. 
Esta peculiaridade deriva historicamente da necessidade, por parte das 
corporações e organizações de classe locais, de uma gestão interna do 
crédito, que lhes esteja próxima e que seja capaz, graças a uma cooperação 
mútua, de oferecer serviços com condições mais vantajosas. 
Por esta razão, em Itália, dos 841 bancos activos em 2000, 581 são bancos 
populares ou de crédito cooperativo. 
Quase que cada cidade tem o seu banco e a relação de confiança que 
historicamente se consolidou com os cidadãos é um elemento fundamental 
para compreender a sobrevivência de microbancos dentro de um trend 
europeu que tende à concentração e aos grandes grupos. 
Esta tendência, porém, não está a passar ao lado da Itália: o número de fusões 
anuais passou de 19 em 1990 para 33 em 2000. 
Além disso, aumentou também quer o número de bancos estrangeiros 
presentes em Itália (em 2000 eram 58) e o dos grupos italianos que decidem 
operar no estrangeiro (26 unidades), quer a presença de bancos de gestão de 
poupanças e de sociedades financeiras. 
Formaram-se grupos creditícios de grandes dimensões; os primeiros cinco 
representam 54 por cento da actividade, face aos 36% de 1995. 
Os lucros do sistema bancário italiano provêm de serviços prestados às 
famílias, particularmente no campo da gestão das poupanças. 
A forte expansão do crédito reduziu o grau de ajustamento patrimonial do 
sistema bancário, cujo nível mínimo está fixado em 8% de actividades de risco. 
O novo Acordo sobre o capital exige que os bancos desenvolvam métodos 
para uma avaliação mais precisa do ajustamento patrimonial e que apliquem 
políticas de gestão idóneas para a sua manutenção ao longo do tempo; 
recomenda que se opere com meios próprios superiores aos mínimos 
exigidos; alarga o leque de informações a tornar públicas sobre as técnicas 
utilizadas para a gestão dos riscos. 
 
No que se refere aos bancos italianos a operar em Portugal foi efectuada, nos 
anos noventa, uma participação da Intesa e Banco Comercial Português, com 
quotas iguais, no Banco de Investimento Imobiliário. 
 
De uma maneira geral, o ordenamento bancário italiano é disciplinado pelo 
Texto Único das leis em matéria bancária e creditícia (decreto-lei nº 385, de 1 
 37
de Setembro de 1993): à Banca d'Italia é atribuída a função de vigilância dos 
bancos, dos grupos bancários e dos intermediários financeiros. É a Banca 
d'Italia que autoriza a actividade bancária, que controla e que tem direito a 
todas as informações que considera necessárias e que pode ordenar o 
encerramento dos intermediários. 
A Banca d'Italia é formalmente independente do Governo, sendo o CICR o 
órgão institucional para a alta vigilância em matéria de créditos e poupanças. 
Este órgão é composto pelo Ministro do Tesouro, que o preside, pelo Ministro 
das Finanças, pelo Ministro da Indústria, Comércio e Artesanato, pelo Ministro 
das Obras Públicas e pelo Ministro das Políticas Comunitárias. 
 
É a este órgão que é necessário dirigir-se quando se pretende apresentar 
recurso contra os despachos emanados pela Banca d'Italia. 
 
 
Anexo : Os principais Bancos Italianos 
(Fonte: Centro de Estudos da Mediobanca, valores em milhões de milhares de 
Euros) 
 Lucros (Exercício 1999) Resultado do 
exercício 
 
Banca Intesa 8,262 0,904 
Unicredito Italiano 8,273 1,639 
Sanpaolo IMI 5,966 1,112 
Banca di Roma 4,431 0,401 
Banca Monte dei Paschi di Siena 4,444 0,51 
Banca Nazionale del Lavoro 4,451 0,404 
Banca Antoniana-Popolare Veneta 1,589 0,084 
Gruppo Bancario Banco di Napoli 1,58 0,116 
Banca Popolare di Bergamo-Credito 
Varesino 
1,122 0,175 
Banca Popolare di Verona-Banco di 
San Geminiano 
1,092 0,171 
Mediobanca-Bancadi Credito 
Finanziario 
1,159 0,207 
Banca Popolare di Milano 1,126 0,17 
 
 
 
 
 38
 IMPOSTOS E DESPESA PÚBLICA 
 
• Impostos sobre as sociedades: 
 
1. IRPEG (IRC) 
 
(Imposto sobre o rendimento das pessoas jurídicas) 
 
O IRPEG é um imposto sobre o rendimento e só é aplicado em caso de 
lucro. 
O IRPEG devido pelas sociedades é dado pela soma do imposto que 
incide sobre o rendimento normal do capital (com percentagem 
bonificada de 19 %) e o imposto sobre os "extra-lucros" (com taxa 
normal de 36% em 2001). 
Portanto, se o capital social for de 1000, com um rendimento ordinário 
de 10 % e a base colectável da sociedade for de 250 teremos: 
IRPEG = 19% * ( 10% * 1000) + 36% * (250-100) 
 
Para calcular a base colectável calcula-se: 
(R-L-M-F-A+D(1+36/64)+∆S+∆W), onde: 
R= rendimento 
L= salários e outros custos do trabalho 
M= custos de matérias primas e intermédias 
A= quota de amortização 
D= dividendos distribuídos 
S= existências (calculados com o método LIFO) 
W= rendimentos resultantes da venda de imobilizações financeiros 
 
Da base colectável é concedida uma dedução de 36/64 dos dividendos. 
Estão ainda previstas outras deduções e créditos de imposto para 
incentivos aos investimentos. 
 
2. IRAP 
 
(Imposto regional sobre actividades produtivas) 
 
O IRAP é um imposto sobre o valor acrescentado, produzido por uma 
actividade produtiva: aplica-se uma taxa única de 4,25% sobre o 
rendimento líquido, correspondente à diferença entre o valor da 
produção (lucros e variações positivas das existências) e a soma dos 
 39
custos de aquisição de bens intermédios a outras empresas, da variação 
negativa das existências e das amortizações. 
O imposto tem carácter real e não é dedutível para efeitos dos impostos 
sobre os rendimentos. 
O pressuposto para o imposto é o exercício habitual de uma actividade 
autonomamente organizada direccionada para a produção ou para o 
intercâmbio de bens ou para a prestação de serviços. 
 
 
• Imposto sobre o valor acrescentado (IVA) 
 
O IVA é um imposto que se aplica às transmissões de bens efectuadas 
em Itália pelos titulares de código de IVA. É necessário registar-se no 
IVA (obtendo assim o respectivo número que, em Itália, é diferente do 
código fiscal) quando se exerce actividade económica tanto de tipo 
autónomo como empresarial. 
O IVA é regulamentado pelo DPR 633/72. 
As operações sujeitas a IVA são as transmissões de bens e as 
prestações de serviços e dividem-se em: 
 
Operações sujeitas a IVA: aplica-se normalmente o IVA e são sujeitas às 
formalidades de registo e declaração. 
 
Operações não sujeitas: 
Não se aplica o IVA, mas são, em todo o caso, sujeitas a outras 
obrigações formais. 
São geralmente as transmissões intracomunitárias e não todas as 
operações semelhantes à exportação (como, por exemplo, a venda de 
navios destinados a actividades comerciais e de pesca) e os serviços 
internacionais (como os transportes de pessoas). 
 
Operações isentas: 
São as operações indicadas pela lei, às quais não se aplica qualquer 
taxa e não podem ser levadas em dedução do imposto sobre as 
compras. 
Estão, por exemplo, englobadas nesta categoria os arrendamentos de 
edifícios e terrenos, as operações de seguro e o transporte urbano de 
pessoas. 
 
 
 
 40
A percentagem geral para todas as operações é de 20% 
Todavia existem alguns serviços para os quais a lei prevê taxas 
inferiores (4% ou 10%). 
 
Bens sujeitos à taxa de 4%: 
Produtos alimentares de primeira necessidade, fruta, legumes, 
lacticínios, pão, biscoitos, etc.. Por outro lado, também os jornais e os 
livros, os fertilizantes e as rações, casas de habitação não de luxo, 
cadeiras e veículos para deficientes. 
 
Serviços sujeitos à taxa de 4% 
Impressão e actividades de encadernação de jornais e livros, serviços de 
saúde, educacionais, sociais e de assistência em comunidade. 
 
Bens e serviços sujeitos à taxa de 10% 
Carne, ovos, mel, chá, citrina, salsichas, iogurte, água e cerveja, 
produtos de pastelaria, lenha para fogões, energia eléctrica e gás, 
medicinais, hotelaria e restaurantes, locação de imóveis, obras de 
urbanização e espectáculos teatrais. 
 
Em Itália o IVA é aplicado através do método em vigor em toda a Europa 
e é reconduzível a uma base do tipo rendimento de consumo: portanto, 
o IVA pago sobre os investimentos é totalmente dedutível. 
 
 
• IRPEF - Imposto sobre o rendimento das pessoas singulares (IRS) 
 
O IRPEF é um imposto sobre o rendimento das pessoas singulares e 
funciona através de um sistema de escalões. 
Antes de mais calcula-se o rendimento global. Abatem-se depois as 
deduções (apenas possível para os trabalhadores independentes) e 
acrescenta-se o crédito de imposto sobre os dividendos distribuídos 
(36/64 dos dividendos). Sobre esta base calcula-se o IRPEF ilíquido de 
acordo como os seguintes escalões: 
 
 
 41
Escalões de rendimento (em milhões de liras) Taxas 
 
0-20 18% 
20-30 24% 
30-60 32% 
60-135 39% 
Mais de 135 45% 
 
A seguir, procede-se do seguinte modo: 
 
IRPEF LÍQUIDO = IRPEF ILÍQUIDO - DEDUÇÕES (filhos e cônjuges a cargo, 
despesas médicas, montante dependente do rendimento bruto para 
trabalhadores autónomos e dependentes). 
 
IRPEF A PAGAR = IRPEF LÍQUIDO - 36/64 DIVIDENDOS 
 
 
• Impostos substitutivos 
 
Outros rendimentos devem - ou podem, consoante os tipos - não ser 
inscritos na declaração de rendimentos, mas serem apenas sujeitos a um 
regime de impostos substitutivos. 
Exemplos disso são os juros de c/correntes bancárias (imposto de 27%), 
juros de obrigações (imposto de 12,5%) e as mais valias resultantes da 
venda de imóveis (imposto de 12,5%). 
 
 
• Impostos locais 
 
Nos últimos anos o processo de descentralização e a autonomia fiscal das 
entidades locais sofreu uma aceleração. O dinheiro de muitos impostos é 
destinado às organizações locais, as quais podem gerir de forma autónoma 
e, dentro de certos limites, decidir as respectivas percentagens. 
Fazem parte destes impostos: 
- O ICI (imposto municipal sobre imóveis) 
- Eventuais taxas adicionais ao IRPEF, municipais ou regionais 
 - A TARSU (Taxa para a eliminação dos resíduos) 
 - A COSAP (Renda pela ocupação de espaços e áreas públicas) 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÍNDICE 
 
 
 
Apresentação 
A geografia 1 
O sistema político italiano 3 
A administração pública 5 
As associações sindicais, patronais e outras 7 
O turismo 9 
A demografia 12 
O sistema contratual italiano 13 
As sociedades 16 
O sistema pensionista italiano 20 
Breve história da economia do pós-guerra aos nossos dias 22 
A agricultura 24 
A indústria 26 
O problema do "mezzogiorno" 28 
Incentivos aos investimentos 30 
Incentivos à agricultura 33 
O sector terciário 35 
O sistema bancário italiano 36 
Impostos e despesa pública 38 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ISSN 0872-3850 
Publicação: Junho de 2001 
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