Buscar

as condições da ação e os pressupostos processuais no NCPC

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

BACHARELADO EM DIREITO
BIANCA PORTO
GABRIELA MISSIAS MENEZES
IASMIN B. G. MALTA
	
NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL QUANTO ÀS CONDIÇÕES DA AÇÃO E OS PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS: HOUVE MUDANÇA?
Salvador
2016
BIANCA PORTO
GABRIELA MISSIAS MENEZES
IASMIN B. G. MALTA
NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL QUANTO ÀS CONDIÇÕES DA AÇÃO E OS PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS: HOUVE MUDANÇA?
Este trabalho constitui avaliação referente a unidade quatro da matéria “organização da justiça e do processo”, sendo orientado pela professora Rafaela Pires Teixeira.
Salvador
2016
SUMÁRIO:
INTRODUÇÃO.........................................................................4.
AS CONDIÇÕES DA AÇÃO NO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 1973.........................................................................................5.
AS CONDIÇÕES DA AÇÃO NO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL.........................................................................................7.
A SITUAÇÃO DOS PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS.........9.
REFERÊNCIAS........................................................................11.
INTRODUÇÃO:
As condições da ação e os pressupostos processuais eram, para o Código de Processo Civil de 1973 dois institutos diversos. O primeiro deles, consagrado no VI do artigo 267, trazia expressamente as seguintes condições da ação: possibilidade jurídica, legitimidade da partes e interesse processual, se filiando a teoria de Enrico Liebman. 
Os pressupostos processuais eram tratados no mesmo artigo, enumerando este algumas possibilidades de extinção do processo por ausência de pressupostos processuais (alguns deles: I - quando o juiz indeferir a petição inicial; Il - quando ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; III - quando, por não promover os atos e diligências que lhe competir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;). Na precisa lição de Fredie Didier Jr:
“(...)Essa enumeração, embora teoricamente desnecessária, não é inútil: como “pressuposto processual” é designação vaga, convém identificar, tanto quanto possível, situações típicas de inadmissibilidade do processo”. DIDIER Jr, Fredie. As condições da ação e o projeto do novo CPC. 
Seguindo a linha exposta por Didier, fica evidente que os pressupostos processuais são, para o Código de Processo Civil de 1973 (e também para o de 2015) questões de admissibilidade do processo. Já as condições da ação não se enquadrariam nas questões de admissibilidade e também não nas questões de mérito. Parafraseando Fredie Didier: “seriam apenas questões relacionadas à ação”. E parte daí a grande crítica deste à esta categoria de questão processual:
“A principal objeção a essa categoria tem fundo lógico: se há apenas dois juízos que podem ser feitos pelo órgão jurisdicional (juízo de admissibilidade e juízo de mérito), só há duas espécies de questões que o mesmo órgão jurisdicional pode examinar”. DIDIER Jr, Fredie. As condições da ação e o projeto do novo CPC. 
No opúsculo “Teoria Geral do Processo” Ada Pellegrini Grinover, Cândido Rangel Dinamarco e Antônio Carlos de Araújo Cintra (2015) ligam a exigência das condições da ação ao princípio da econômica processual:
“(...) quando se percebe, em tese, segundo a afirmação do autor na petição inicial ou os elementos de convicção já trazidos com ela, que a tutela jurisdicional requerida não poderá ser concedida, a atividade estatal será inútil, devendo ser imediatamente negada”. GRINOVER, DINAMARCO E CINTRA (2015), Teoria Geral do Processo, p. 294.
Ada Pellegrini Grinover, Cândido Rangel Dinamarco e Antônio Carlos de Araújo não tecem crítica em “Teoria Geral do Processo” à exigência e exame das condições da ação pelo órgão jurisdicional. Esta nunca foi questão unanime na doutrina brasileira. 
AS CONDIÇÕES DA AÇÃO NO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 1973:
Esclarecendo as condições da ação:
Seriam condições sem as quais, se não observadas, deve o processo ser extinto. Assim prevê o caput do artigo 267 “Extingue-se o processo, sem resolução de mérito (...)” .
O código de processo civil de 1973, quanto às condições da ação, se filia à teria desenvolvida pelo italiano Enrico Liebman, que dispõe serem as condições da ação:
A possibilidade jurídica do pedido;
A legitimidade das partes (ad causam);
O interesse processual;
Liebman, anos mais tarde, em uma revisão de sua teoria, exclui a possibilidade jurídica do pedido do leque de condições da ação, posição ao que parece adota pela novo código de processo civil, tema que será abordado mais a frente.
Para Fredie Didier, ao ponderar as condições da ação, cita uma importante exposição a respeito da hipótese da viabilidade jurídica do requerimento na legislação processual. O art. 3º do CPC/73 prevê que:
Para propor ou contestar ação é necessário ter interesse e legitimidade.
Assim sendo, ao determinar os motivos de anulação do processo sem decisão do mérito, o referido certificado relaciona a carência de perspectiva jurídica do requerimento como uma delas, retornando a executá-lo seguidamente quando dispõe da inabilidade da petição inicial. A possibilidade jurídica do pedido não é somente a previsão, no ordenamento jurídico, da solicitação elaborada pela parte. 
O segundo requisito das condições da ação é a legitimidade das partes (ad causam). Grande parte dos doutrinadores cita condição subjetiva, alternativa que avalia os indivíduos da relação processual, solicitando que estejam em estipulada postura jurídica que lhes conceda a dirigir o processo em que se debata aquela relação jurídica de direito material entendida em juízo. A legitimidade das partes é bilateral, ou seja, deve ser verificada tanto perante a perspectiva do autor como a do réu. Quanto a legitimidade ordinária ou extraordinária, (que podem vir a existir decorrendo da relação entre o legitimado e o objeto litigioso), se pode afirmar que ocorre legitimidade ordinária quando:
Tiver relação entre a posição legitimante e as posições jurídicas subordinadas à avaliação do magistrado. Legitimado ordinário é aquele que intercede em juízo interesse próprio. 
E legitimidade extraordinária refere-se a:
Quando um indivíduo defende em nome próprio o interesse de outro indivíduo de direito, ou seja, não existe ligação completa entre a situação legitimante e as situações jurídicas subordinadas à avaliação do magistrado.
O terceiro e último requisito das condições da ação é o interesse processual, que nada mais é que uma vinculação de necessidade, assim como uma relação de adaptação do provimento requerido, perante o conflito de direito material encaminhado à solução judicial.
AS CONDIÇÕES DA AÇÃO NO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL:
Seguindo o pensamento de Fredie Didier Jr.: o novo Código de Processo Civil, indo de encontro ao antigo CPC, extingue a categoria “condições da ação” ao revogar o único texto que trazia esta expressamente. Porém, os institutos previstos por essa categoria continuam a existir: legitimidade das partes e interesse de agir agora são tratados como pressupostos processuais (artigo 17 NCPC) e portanto, questões de admissibilidade do processo, e a possibilidade jurídica do pedido, muito precisamente esclarecida por Otávio Fonseca, que compartilha da concepção de Didier Jr.:
(...) passou a ser considerada questão de mérito. Nada mais coerente. De fato, quando a parte apresenta demanda de manifesta impossibilidade jurídica, por certo não se trataria de carência da ação, mas sim de uma verdadeira improcedência do pedido, resolvendo-se, assim, o mérito. FONSECA FILHO, Otávio Bueno da . A Quebra do Paradigma das Condições da Ação. Conjur - Consultor Jurídico, 2015 (Artigo).
Marinoni, defendendo que as condições da ação foram extintas pelo NCPC, assevera:
“Não se fala mais em condições da ação. Há apenas advertência de que para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade (art17). Diz o artigo 485 do CPC que o órgão jurisdicional não resolverá o mérito em diversashipóteses, entre essas quando verificar a ausência de legitimidade ou de interesse processual (art.485, VI). Trata-se, assim, de requisitos para a apreciação de mérito, estando muito distante da ideia de que tais elementos poderiam ter a ver com a existência da ação”.
Contrariando o pensamento de Fredie Didier Jr., Otávio Fonseca e Luiz Guilherme Marinoni, bem como o de parte majoritária da doutrina, Alexandre Freitas Câmara defende que a sobrevida da possibilidade jurídica do pedido como condição para ação (consequentemente defende também a sobrevida desta): 
“(...) integraria o interesse de agir, na modalidade interesse-necessidade, pois se a parte pretende algo proibido, o processo é inútil. Esta argumentação tem origem remota nos trabalhos de Liebman”. 
José Maria Tesheiner, doutor em Direito pela UFRGS, contrariado a acepção da maioria doutrinária, assim concebe essa mudança diante da latente discussão a respeito do tema: 
 “Enquadrar a legitimidade e o interesse, entre os pressupostos processuais implica confundir ação com processo e não se pode pura e simplesmente negar a existência de condições da ação, por  implica negação do que a Lei afirma: a necessidade de interesse e legitimidade para a postulação em juízo” “(...)Reafirmo, pois, que ação é uma coisa e processo, outra coisa.  Permanece a categoria das condições da ação, porque permanece a exigência de interesse e legitimidade para a propositura de ação”. TESHEINER, José Maria. “Sumiram as condições da ação?” 2015, artigo.
Dessas consideráveis e abundantes opiniões acima expressas, há alguns pontos em que é pertinente tecer comentários.
Liebman, em quem as condições da ação encontram origem teórica (e serviu de inspiração para o CPC/73) em trabalhos posteriores deixa de tratar das condições da ação, abandona o termo, por não mais entender essa entre o leque de condições da ação.
Ação e processo (e jurisdição) fazem parte da tríade processual e Tesheiner (2015) muito acertadamente lembra-nos que ao deslocarmos os institutos outrora previstos nas condições da ação para os pressupostos processuais, estaríamos tratando sinonimamente ação e processo, que são institutos diversos. Reforça o pensamento do doutor gaúcho, o docente da UERJ Afrânio Jardim, lecionando: 
“(...) se ação é uma categoria distinta do processo, cada um terá os seus requisitos mínimos para existir. Sem pretensão, manifestada pelo pedido, não existe a ação. Sem órgão investido de jurisdição, partes e a demanda, não existem o processo e a relação jurídica processual que dele decorre”. JARDIM, Afrânio Silva. O novo código de processo civil e as condições da ação. Empório do Direito (site) 2015 – artigo. 
O novo código de processo civil não cita expressamente a revogação de “condições da ação” enquanto categoria autônoma. Como é bem lembrado por Didier Jr. esta nem mesmo constitui uma das inovações alegadas pelo NCPC (a respeito vide DIDIER Jr, Fredie. As condições da ação e o projeto do novo CPC).
Mesmo entre a maioria doutrinária que defende a supressão das condições da ação enquanto categoria autônoma, e que esta constitui-se de interesse de agir e legitimidade não há consenso a respeito do enquadramento da possibilidade jurídica do pedido. A título de ilustração: Luiz Guilherme Marinoni assevera que a possibilidade jurídica do pedido no NCPC: “(...)não mais constitui categoria autônoma capaz de obstaculizar o julgamento do mérito” e enquadra-a na ausência de interesse de agir. Já Didier Jr. defende que esta agora constitui-se como questão de mérito (considerava que antes não o era), posição compartilhada por Elpídio Donizetti, que em sua cátedra, conclui: 
“(...) tudo continua como dantes no quartel de Abrantes. Apenas a possibilidade jurídica do pedido ganhou um up grade. Deixou de ser uma mera condição da ação e passou a integrar o mérito. Ser ou não possível um direito, na perspectiva da pretensão formulada, é matéria que diz respeito ao mérito e como tal deve ser apreciada pelo juiz”. DONIZETTI, Elpídio. O novo CPC e as “condições da ação”. – GenJurídico (site) 2015 – artigo. 
A SITUAÇÃO DOS PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS E CONCLUSÃO: 
O motivo pelo qual devemos dissertar a respeito da situação dos pressupostos processuais no novo código de processo civil é que o artigo que o prevê inova em referência a sua antiga previsão, suprimindo do inciso IV a expressão “condições da ação”. Assim, alguns autores, a exemplo docente da Universidade Federal da Bahia, Fredie Didier Jr, passaram a tratar como parte dos pressupostos processuais as antigas “condições da ação”, que segundo Didier perderam o status de categoria autônoma. 
Assim, o artigo que antes previa: 
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: (Redação dada pela Lei nº 11.232, de 2005)
I - quando o juiz indeferir a petição inicial;
Il - quando ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
III - quando, por não promover os atos e diligências que Ihe competir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;
IV - quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;
V - quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência ou de coisa julgada;
Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual;
Agora possui a seguinte redação:
Art. 485.  O juiz não resolverá o mérito quando:
I - indeferir a petição inicial;
II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência;
Assim, os pressupostos processuais para alguns doutrinadores ganharam maior repertório, mas para outros continuam da mesma forma, prevendo os requisitos de existência do processo, que seriam diferente dos requisitos de existência da ação, as condições da ação, que como já afirmado aqui, e truísmo, ação e processo não são a mesma coisa. 
REFERÊNCIAS:
DIDIER Jr, Fredie. As condições da ação e o projeto do novo CPC. 2015, artigo.
GRINOVER, DINAMARCO E CINTRA (2015), Teoria Geral do Processo, p. 294.
FONSECA FILHO, Otávio Bueno da . A Quebra do Paradigma das Condições da Ação. Conjur Consultor Jurídico, 2015 (Artigo).
TESHEINER, José Maria. “Sumiram as condições da ação?” 2015, artigo.
JARDIM, Afrânio Silva. O novo código de processo civil e as condições da ação. Empório do Direito (site) 2015 – artigo. 
DONIZETTI, Elpídio. O novo CPC e as “condições da ação”. – GenJurídico (site) 2015 – artigo
Novo curso de processo civil: teoria do processo civil, volume 1./ Luiz Guilherme Marinoni, Sérgio Cruz Arenhart, Daniel Mitidieiro. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015

Outros materiais