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07 Transtornos Mentais Orgânicos

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16/08/2015
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PSICOPATOLOGIA
PROF. YONETANE TSUKUDA
Transtornos Mentais 
Orgânicos
CID-10 F00 – F09
Transtornos mentais orgânicos, 
incluindo sintomáticos
Transtornos mentais orgânicos, 
incluindo sintomáticos
 F00 – Demência na doença de Alzheimer
 F01 – Demência vascular
 F02 – Demência em outras doenças classificadas em outros locais
 F03 – Demência não especificada
 F04 – Síndrome amnéstica orgânica, não induzida por álcool e
outras substâncias psicoativas
 F05 – Delirium, não induzido por álcool e outras substâncias
psicoativas
 F06 – Outros transtornos mentais decorrentes de lesão e
disfunções cerebrais e de doença física
 F07 – Transtornos de personalidade e de comportamento
decorrentes de doença, lesão e disfunções cerebrais
 F09 – Transtorno mental orgânico ou sintomático não especificado
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Transtornos Mentais Orgânicos
Grupo ou bloco de transtornos mentais que
apresentam em comum uma etiologia
demonstrável de doença ou lesão cerebral,
ou outra afecção que leve a uma disfunção
cerebral.
Transtornos Mentais Orgânicos
Suas manifestações clínicas constituem-se
predominantemente de sintomas psíquicos e
comportamentais, justificando seu estudo pelo
campo da psicopatologia.
Transtornos Mentais Orgânicos
Perturbação predominante é um déficit
cognitivo clinicamente significativo,
representando uma alteração importante
em relação ao nível anterior de
funcionamento.
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Tipos de Disfunção Cerebral
 Disfunção Primária: doenças, lesões e afecções
que afetam o cérebro direta ou
preferencialmente.
 Disfunção Secundária: doenças e transtornos
sistêmicos que atacam o cérebro somente como
um dos múltiplos órgãos ou sistemas corporais
envolvidos.
Características Gerais
 Geralmente, têm início na vida adulta ou na
velhice.
 Maioria dos transtornos deste bloco pode
instalar-se em qualquer idade, exceto na
primeira infância.
 Enquanto alguns destes transtornos são
irreversíveis e progressivos, outros são
transitórios ou respondem bem aos tratamentos
atualmente disponíveis.
Somático x Psíquico
 “O uso do termo “orgânico” não implica que
condições incluídas em outros blocos desta
classificação sejam “não orgânicas”, no sentido de
não terem um substrato cerebral.” (CID-10, p.
15)
 “No DSM-III-R, esses transtornos foram agrupados
em uma seção intitulada “Síndromes e Transtornos
Mentais Orgânicos”. A expressão transtorno mental
orgânico foi abandonada no DSM-IV, por implicar,
incorretamente, que transtornos mentais não-
orgânicos não possuem uma base biológica.” (DSM-
IV-TR, p. 157)
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Principais Síndromes
Demências
Síndrome Amnéstica Orgânica
Delirium
Demências ou 
Síndrome Demencial
Demências: subtipos (CID-10)
F00 – Demência na doença de Alzheimer
F01 – Demência vascular
F02 – Demência em outras doenças classificáveis em
outros locais
F03 – Demência não especificada
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Descrição Geral das Demências
 Síndrome decorrente de uma doença cerebral,
usualmente de natureza crônica ou progressiva.
 Perturbação de múltiplas funções cognitivas:
memória (principalmente), pensamento,
orientação, compreensão, cálculo, aprendizagem,
linguagem e julgamento.
 Sem obnubilação ou turvação da consciência.
Descrição Geral das Demências
 Deterioração no controle emocional, no
comportamento social ou na motivação,
acarretando em prejuízo das atividades pessoais
cotidianas:
higiene, alimentação, atividades fisiológicas etc.
Importante!
No início da doença, o paciente pode ter a
percepção de uma diminuição de suas
habilidades, desencadeando sentimentos
de vergonha ou frustração, tentativas de
diminuir ou disfarçar suas dificuldades,
resistência a ofertas de ajuda e recusa em
desempenhar determinadas atividades.
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Epidemiologia das Demências
 Forma moderada a grave:
5% na população geral com idade superior aos
65 anos, 20 a 40% com idade superior a 85
anos.
 15 a 20% em consultórios clínicos e 50% em
instituições voltadas para pacientes com
necessidade crônica de cuidados.
 50 a 60% apresentam Alzheimer.
Memória Cognitiva 
e suas alterações
Memória Cognitiva
 Capacidade de registrar, manter (conservar) e
evocar as experiências e os fatos já ocorridos.
 Relaciona-se intimamente com o nível de
consciência, com a atenção e com o interesse
afetivo.
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Fases ou Tipos de Memória
a) Memória imediata ou de curtíssimo prazo
(segundos até 3 minutos)
b) Memória recente ou de curto prazo (poucos
minutos até 6 horas)
c) Memória remota ou de longo prazo (meses até
muitos anos)
Alterações Patológicas da 
Memória
 Amnésias ou Hipomnésias
Incapacidade parcial ou total de evocar experiências
passadas. Pode ter origem orgânica ou
emocional/psicológica.
 Amnésia Anterógrada
Perda de memória relativa a eventos posteriores ao início
da amnésia. Comum após trauma.
 Amnésia Retrógrada
Perda da memória de eventos ocorridos antes do início da
amnésia.
 Amnésia Retroanterógrada
Reúne características dos dois tipos anteriores.
Alterações Patológicas da Memória
(continuação)
 Hipermnésias
Grau exagerado de retenção e evocação da memória. Pode
ser produzida por hipnose e observada em alguns prodígios.
Constitui característica do TOC, alguns casos de esquizofrenia
e de episódios maníacos.
 Paramnésias
Perturbação da memória na qual a realidade e a fantasia se
confundem. Observada em sonhos e determinados tipos de
psicose e transtornos mentais orgânicos. Inclui déjà vu e déjà
entendu, podendo ocorrer eventualmente em pessoas
normais.
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Alterações Patológicas da Memória
(continuação)
 Criptomnésias
Falseamento da memória em que as lembranças aparecem
como fatos novos ao paciente, que não as reconhece como
lembranças, vivendo-as como uma descoberta.
 Ecmnésia
Recapitulação e revivescência intensa, abreviada e
panorâmica, da existência, uma recordação condensada de
muitos eventos passados, que ocorre em breve período. O
indivíduo tem a vivência de uma alucinação, a visão de
cenas passadas como forma de presentificação do passado.
Ocorre em alguns pacientes com crises epilépticas e nos
casos de experiências de quase morte.
Intervenções psicoeducacionais 
para paciente e cuidador
 O cuidado adequado de uma pessoa com
demência exige o conhecimento dos sintomas e
de sua evolução, tanto pelos pacientes como
pelos familiares.
 O grande desafio do cuidador é aprender a lidar
com as dificuldades, ansiedades e recusas do
paciente.
Fatores clínicosFatores clínicos Fatores ambientaisFatores ambientais
 Efeitos adversos de 
medicamentos
 Visão ou audição prejudicada
 Doença aguda como infecção do 
trato urinário ou intestinal
 Descompensação de uma 
doença crônica como angina
 Desidratação
 Constipação
 Fadiga e padrões irregulares de 
sono
 Dores agudas ou crônicas
 Doenças psiquiátricas prévias
 Espaços muito amplos, com 
muitos estímulos
 Ausência de dicas e 
informações para orientar o 
paciente
 Mudanças no ambiente físico
 Temperatura ou iluminação 
inadequada
 Falta de privacidade
 Isolamento social
Fatores desencadeantes e agravantes de 
sintomas psicopatológicos na demência
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Outros fatoresOutros fatores
 Tarefas muito complicadas, 
não-familiares ou 
inadequadas à possibilidade 
de desempenho do 
paciente
 Muitas orientações ao 
mesmo tempo
 Impaciência ou mudança de 
cuidador
 Repreensão, confrontação 
ou contrariedade
 Sentimento de insegurança 
ou de ser esquecido
 Ausência ou excesso de 
rotina nos cuidados com o 
paciente
Fatores desencadeantes e agravantes de 
sintomas psicopatológicos na demência
Diretrizes básicas para o ensinode 
cuidados de pessoas com demência
 Mantenha a vida normal
 Mantenha ao máximo a 
independência do 
paciente
 Evite confrontação
 Evite crises
 Defina rotinas
 Faça as coisas da 
maneira mais simples
 Mantenha o senso de 
humor
 Cuide para tornar as coisas 
mais seguras
 Mantenha boa forma e boa 
saúde
 Mantenha abertos os 
canais de comunicação
 Use ‘dicas’ e ‘regras’ para 
memória
(JEE & REASON, 1997)
F00.0 – DEMÊNCIA NA DOENÇA DE ALZHEIMER DE
INÍC IO PRECOCE
F00.1 – DEMÊNCIA NA DOENÇA DE ALZHEIMER DE
INÍC IO TARDIO
F00.2 – DEMÊNCIA NA DOENÇA DE ALZHEIMER, TIPO
MISTO OU ATÍPICA
F00.9 – DEMÊNCIA NA DOENÇA DE ALZHEIMER, NÃO
ESPECIFICADA
F00 – Demência na doença 
de Alzheimer
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F00 – Descrição Geral
 A doença de Alzheimer é uma doença cerebral
degenerativa primária de etiologia não
totalmente esclarecida, com aspectos
neuropatológicos e neuroquímicos característicos.
 Instala-se usualmente de modo insidioso,
evoluindo lentamente e de forma contínua por
um período de pelo menos 02 anos.
F00 – Descrição Geral (continuação)
 Início geralmente na velhice, principalmente a
partir dos 60 anos.
 Sintomas psicopatológicos não-cognitivos:
alterações do humor e da volição surgem no início
da doença, acompanhando o seu curso; sintomas
psicóticos e agitação psicomotora ocorrem nas
fases intermediárias e finais.
F00 – Diretrizes Diagnósticas 
(CID-10)
a) Presença de uma demência como descrita acima.
b) Início insidioso com deterioração lenta.
c) Ausência de evidência clínica ou achados de
investigações especiais que sugiram que o estado
mental pode ser decorrente de outra doença
sistêmica ou cerebral, a qual possa induzir uma
demência.
d) Ausência de início súbito ou de sinais
neurológicos de lesão focal (hematomas no
cérebro).
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F00.0 – Demência da doença de 
Alzheimer de início precoce
 Inicia-se antes da idade de 65 anos.
 Deterioração relativamente rápida, com
marcantes e múltiplos transtornos das funções
corticais superiores.
 História familiar da doença de Alzheimer é um
fator contribuinte, mas não necessário para
diagnóstico.
 Afasia, agrafia, alexia e apraxia ocorrem
relativamente cedo na maioria dos casos.
Glossário Psicopatológico
 Afasia: Perturbação na compreensão ou expressão da
linguagem causada por lesão cerebral.
 Agrafia: Perda ou comprometimento da capacidade
de escrever anteriormente adquirida.
 Alexia: Perda da capacidade de compreender a
linguagem escrita; não explicada pela deficiência de
acuidade visual.
 Apraxia: Incapacidade de executar uma atividade
motora voluntária proposital; não explicada por
paralisia, déficit motor ou sensorial.
F00.1 – Demência na doença de 
Alzheimer de início tardio
 Início clinicamente observável após idade de 65
anos, usualmente no final da década ou mais
tarde.
 Progressão lenta e usualmente com
comprometimento de memória como aspecto
principal.
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F00.2 –Demência na doença de 
Alzheimer, tipo misto ou atípica
 Demências que não correspondem às descrições
e diretrizes diagnósticas para F00.0 e F00.1
 Demências mistas do tipo Alzheimer ou vascular
Tratamento
 Tratamento de apoio
 Problemas clínicos, nutrição adequada, exercício
e atividades físicas.
 Disponibilizar pistas no ambiente para
orientação quanto ao dia, data, local e tempo.
 Internação em clínica de repouso.
Tratamento (continuação)
 Psicológicoou Psicossocial
Terapia de apoio, terapia de grupo e
encaminhamento para organizações voltadas para
famílias de pacientes demenciados pode ajudá-los a
lidar com a situação e a se sentirem menos frustrados
e impotentes.
 Psicofarmacológico
Agitação: Antipsicótico em baixas doses (Haloperidol
2 mg, Risperidona 0,25 a 1,0 mg ao dia)
Em geral, evita-se o uso de benzodiazepínicos e
barbitúricos, pois podem agravar déficit de memória.
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F01.0 – DEMÊNCIA VASCULAR DE INÍC IO AGUDO
F01.1 – DEMÊNCIA POR MÚLTIPLOS INFARTOS
F01.2 – DEMÊNCIA VASCULAR SUBCORTICAL
F01.3 – DEMÊNCIA VASCULAR MISTA CORTICAL E
SUBCORTICAL
F01.8 – OUTRA DEMÊNCIA VASCULAR
F01.9 – DEMÊNCIA VASCULAR, NÃO ESPECIFICADA
F01 – Demência vascular
F01 – Descrição Geral
 Usualmente é resultado de infartos no cérebro
decorrentes de doenças vasculares, incluindo a
doença cerebrovascular hipertensiva.
 Início pode ser abrupto, seguindo-se a um
episódio isquêmico em particular ou pode emergir
mais gradativamente.
 Sintomas incluem breve comprometimento da
consciência, paralisias parciais (paresias), perda de
visão, déficit de memória e pensamento.
F01.0 – Demência vascular de 
início agudo
 Desenvolve-se rapidamente após uma sucessão
de ataques decorrentes de trombose, embolia
ou hemorragia cerebrovascular.
 Raramente, um único infarto maciço pode ser a
causa.
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F01.1 – Demência por múltiplos infartos
 No início, é mais gradual que a forma aguda,
seguindo-se a vários episódios isquêmicos
menores, produzindo um acúmulo de infartos
no tecido cerebral.
F01.2 – Demência vascular 
subcortical
História de hipertensão e focos de
destruição isquêmica na substância branca
profunda dos hemisférios cerebrais.
Córtex cerebral preservado, contrastando
com o quadro clínico.
F01.3 – Demência vascular mista 
cortical e subcortical
Componentes mistos corticais e
subcorticais da demência vascular podem
ser suspeitados a partir dos aspectos
clínicos, dos resultados de investigação ou
de ambos.
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Tratamento
 Identificar e reverter as causas dos acidentes
vasculares, hipertensão, diabetes e doença
cardíaca.
 Internamento em clínica de repouso.
 Psicofarmacologia: Antidepressivos, psico-
estimulantes, antipsicóticos, benzodiazepínicos
devem ser utilizados com ressalvas, pois podem
causar efeitos adversos em pacientes com lesão
cerebral.
F02.0 – DEMÊNCIA NA DOENÇA DE PRICK
F02.1 – DEMÊNCIA NA DOENÇA DE CREUTZFELDT-JAKOB
F02.2 – DEMÊNCIA NA DOENÇA DE HUNTINGTON
F02.3 – DEMÊNCIA NA DOENÇA DE PARKINSON
F02.4 – DEMÊNCIA NA DOENÇA CAUSADA PELO VÍRUS
DA IMUNODEFIC IÊNCIA HUMANA (HIV)
F02.8 – DEMÊNCIA EM OUTRAS DOENÇAS ESPECÍFICAS
CLASSIFICADAS EM OUTROS LOCAIS
F02 – Demência em outras 
doenças classificadas em 
outros locais
F02 – Descrição Geral
Casos de demências presumivelmente
decorrentes de causas outras que não a
doença de Alzheimer ou doença
cerebrovascular.
Pode ocorrer em qualquer época da vida,
embora raramente na velhice.
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F02.0 – Demência na doença de Prick
 Demência progressiva, iniciando-se na meia idade.
 Alterações de caráter e deterioração social
lentamente progressivas, seguida por
comprometimento de funções intelectuais,
memória e linguagem, com apatia, euforia e
fenômenos extrapiramidais.
 Manifestações sociais e comportamentais
frequentemente precedem o franco
comprometimento da memória.
F02.1 – Demência na doença de 
Creutzfeldt-Jakob
 Casos de demência que progride completa e
rapidamente por meses até 1 ou 2 anos, sendo
acompanhada ou seguida por sintomas
neurológicos múltiplos.
 Sinais neurológicos podem preceder o início da
demência (forma amiotrófica).
F02.2 – Demência na doença de 
Huntington
 Ocorre como parte de uma degeneração difusa do
cérebro.
 Transmitida por único gene autossômico dominante.
 Sintomas aparecem na terceira e quarta décadas de vida.
 Incidência é igual para ambos os sexos.
 Sintomas mais precoces: depressão, ansiedade ou
doença paranoide franca, com alterações de
personalidade.
 Progressão lenta, levando à morte em 10 a 15 anos.
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F02.3 – Demência na doença de 
Parkinson
 Desenvolve-se no curso de uma doença de
Parkinson estabelecida, especialmente em suasformas graves.
F02.4 – Demência na doença 
causada pelo vírus HIV
 Esquecimento, lentificação, concentração pobre e
dificuldades com resolução de problemas e de
leitura.
 Pode apresentar-se atipicamente como transtorno
afetivo,psicose ou convulsões.
 Crianças podem desenvolver transtorno do
desenvolvimento neurológico associado ao HIV.
 Progride rapidamente (semanas ou meses) para
uma demência global grave, mutismo e morte.
Sugestões práticas para o manejo 
de situações difíceis
 Perder objetos e acusar terceiros de roubo
Considerar as acusações no contexto de perda de
memória.
 Problemas ao dirigir veículos automotivos
Deve-se transmitir a impossibilidade de executar
esta atividade de maneira afetuosa, porém firme.
Oferecer-se para dirigir ou mudança para
localidade em que esta tarefa não seja tão
necessária.
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Sugestões práticas para o manejo 
de situações difíceis (continuação)
 Dificuldade para sair de casa e realizar compras
de forma independente
Nas fases iniciais da doença, pode-se orientar o
paciente a fazer uma pequena lista de compras e
não sair com muito dinheiro. Mais tardiamente,
a depender do seu comprometimento cognitivo,
as saídas devem ser evitadas.
Sugestões práticas para o manejo 
de situações difíceis (continuação)
 Problemas com a atividade de cozinhar
Deve-se supervisionar a preparação dos
alimentos, buscar equipamentos mais seguros,
remover utensílios mais perigosos como facas
amoladas etc.
 Questões e atos repetidos
Manter a paciência e não confrontar a pessoa,
utilizar lembretes escritos ou figuras ou mesmo
distraí-la com outras atividades.
Sugestões práticas para o manejo 
de situações difíceis (continuação)
 Uso de tabaco e álcool
Dissuadi-los de fumar ou beber e remover
cigarros e bebidas durante momentos de
ocupação do paciente.
 Problemas com a comunicação
Comunicar-se com frases curtas e objetivas,
utilizando poucas informações a cada momento.
Comunicação não-verbal.
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Sugestões práticas para o manejo 
de situações difíceis (continuação)
 Dependência excessiva do cuidador
Atribuir uma tarefa simples sempre que o
cuidador precisar sair, assegurando o seu retorno
numa hora específica, cumprindo o acordo.
 Vagar, andar a esmo ou fugir de casa
Reservar um tempo para passear com o paciente
em ambiente seguro, sempre explicando onde ele
está. Em caso de fuga, aborde-o cordialmente e
guie-o de volta para casa.
Sugestões práticas para o manejo 
de situações difíceis (continuação)
 Insônia, hipersonia ou problemas noturnos
Manter o ambiente seguro e iluminado para que o
paciente possa caminhar à noite. Evitar cochilos
durante o dia, estabelecer uma rotina para o
sono, certificar-se de ir ao banheiro antes de se
deitar.
 Violência e agressão
Investigar o evento desencadeante da
agressividade e evitar a sua repetição.
Sugestões práticas para o manejo 
de situações difíceis (continuação)
 Vestir-se
Selecionar as roupas, dispondo-as na ordem de
colocação.
 Banho e higiene
Estabelecer e manter rotina para banho e limpeza,
supervisionando o paciente, eventualmente
ajudando ou mesmo demonstrando em si mesmo
como se deve utilizar os objetos.
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F04 – Síndrome Amnéstica 
Orgânica
Não induzida por álcool e outras 
substâncias psicoativas
F04 – Síndrome amnéstica 
orgânica
 Comprometimento proeminente de memória
recente e memória remota.
 Enquanto a memória imediata está preservada,
a capacidade de aprender material novo está
marcantemente reduzida e isso resulta em
amnésia anterógrada e desorientação temporal.
 Geralmente, apresenta curso estático.
F04 – Diretrizes diagnósticas
a) Presença de comprometimento da memória
manifestado por um defeito de memória recente,
amnésias anterógrada e retrógrada e uma capacidade
reduzida de relembrar experiências passadas na ordem
inversa de sua ocorrência.
b) História ou evidência objetiva de uma afecção ou
doença cerebral.
c) Ausência de um defeito na memória imediata, de
perturbações da atenção e consciência e de
comprometimento intelectual global.
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F04 - Epidemiologia
 Não há relatos de estudos adequados sobre a
incidência ou prevalência.
F04 - Tratamento
 Tratar a causa subjacente do transtorno, ex.
infecção ou trauma.
 Fornecer indicações constantes sobre a data, a
hora e a localização do paciente pode ser útil e
auxiliar na redução da sua ansiedade.
 Após a resolução do episódio amnéstico, a
psicoterapia pode auxiliar o paciente a assimilar
a experiência amnéstica em suas vidas.
F05 – Delirium
Não induzido por álcool e outras 
substâncias psicoativas
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F05.0 – DELIRIUM NÃO SOBREPOSTO A
DEMÊNCIA, COMO DESCRITA
F05.1 – DELIRIUM , SOBREPOSTO A DEMÊNCIA
F05.8 – OUTRO DELIRIUM
F05.9 – DELIRIUM , NÃO ESPECIFICADO
F05 - Delirium
F05 – Descrição Geral
 Síndrome mental aguda reversível, caracterizada por
confusão e prejuízo parcial da consciência.
 Geralmente associado a instabilidade emocional,
alucinações ou ilusões e comportamento
inadequado, impulsivo, irracional ou violento.
 Etiologianão específica.
 Mais comum após 60 anos.
 Início usualmente rápido, curso flutuante ao decorrer
do dia, duração total menor do que 6 meses.
F05 – Descrição Geral (continuação)
 Síndrome orgânico-cerebral encontrada com
mais frequência nos serviços de saúde.
 Termos comuns: paciente confuso, estado
confusional agudo, síndrome confusional aguda,
psicose tóxica, psicose exógena, síndrome
orgânico-cerebral aguda, encefalopatia
metabólica, reação exógena de Bonhoeffer.
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F05 – Diretrizes diagnósticas
a) Comprometimento de consciência e atenção.
b) Perturbação global da cognição.
c) Perturbações psicomotoras
d) Perturbação do ciclo sono-vigília
e) Perturbações emocionais: depressão, ansiedade,
medo, irritabilidade, euforia, apatia ou
perplexidade abismada.
F05 - Tratamento
 Apoio físico, evitando acidentes.
 Não devem sofrer privação sensorial ou ser
estimulados em excesso pelo ambiente.
 Psicofarmacologia
Sintomas psicóticos: Haloperidol (Haldol), 2 a 6 mg
via intramuscular, repetida após 1 h, caso o
paciente continue agitado.
Insônia: Benzodiazepínicos – Lorazepan (Ativan) 1 a
2 mg ao dormir.
Referências
APA. DSM-IV-TR – Manual diagnóstico e estatístico de transtornos
mentais. 4ª ed. rev. Porto Alegre: Artmed, 2002.
CORDIOLI, A. V. (org.). Psicoterapias: abordagens atuais. 3ª ed.
Porto Alegre: Artmed, 2008.
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos
mentais. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.
LEIBING, A. G. A. ‘A psicopatologia de Alzheimer’. In:
Psicopatologia Hoje. Org. João Ferreira da Silva Filho. Rio de
Janeiro: Contra Capa Livraria, 2007.
OMS. Classificação de transtornos mentais e de comportamento
da CID-10: descrições clínicas e diretrizes diagnósticas. Porto
Alegre: Artmed, 1993.
SADOCK, B. J. Manual de psiquiatria clínica: referência rápida. 5ª
ed. Porto Alegre: Artmed, 2012.

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