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Medula Espinhal e cerebelo

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA 
FORMAÇÃO EM PSICOLOGIA 
P1 - (3º ESTÁGIO) 
MATÉRIA: NEUROANATOMOFISIOLOGIA I 
PROFESSOR: GUILHERME STANFORD 
 
MEDULA ESPINHAL E 
CEREBELO 
 
 
 
 
MEDULA ESPINHAL: Haste cilíndrica com cerca de 45 cm de comp. e 2,5 cm de diâmetro. 
Dispõe-se ao longo da coluna vertebral, alojada no canal formado pelas perfurações das vértebras. 
Exerce as funções de centro nervoso (sede de alguns atos reflexos) e como condutora de impulsos 
nervosos. 
 
GENERALIDADES 
 
ETIMOLOGIA : Etimologicamente, medula significa miolo e indica tudo o que está dentro. A medula 
espinhal é assim denominada por estar dentro do canal espinhal ou vertebral. 
 
CONSIDERAÇÕES : A medula é uma massa alongada, cilindróide, de tecido nervoso situada dentro do 
canal vertebral, sem ocupá- lo completamente e ligeiramente achatada ântero- posteriormente. Tem calibre 
não- uniforme, por possuir duas dilatações, as intumescências cervical e lombar, de onde partem maior 
número de nervos através dos plexos braquial e lombossacral , para inervar os membros superiores e 
inferiores, respectivamente. Seu comprimento médio é de 42 cm na mulher adulta e de 45 cm no homem 
adulto. Sua massa total corresponde a apenas 2% do Sistema Nervoso Central humano, contudo inerva áreas 
motoras e sensoriais de todo o corpo, exceto as áreas inervadas pelos nervos cranianos. Na sua extremidade 
rostral, é contínua com o tronco cerebral (bulbo) aproximadamente ao nível do forame magno do osso 
occipital. Termina ao nível do disco intervertebral entre a primeira e a segunda vértebras lombares. A medula 
termina afilando- se e forma o cone medular que continua com o filamento terminal- delgado filamento 
meníngeo composto da pia- máter e fibras gliais. Algumas estruturas são de extrema importância na fixação 
da medula, como o ligamento coccígeo que se fixa no cóccix, a prória ligação com o bulbo, os ligamentos 
denticulados, a emergência dos nervos espinhais e a continuidade da dura- máter com o epineuro que 
envolve os nervos. 
 
IMPORTÂNCIA : A medula espinhal recebe impulsos sensoriais de receptores e envia impulsos motores a 
efetuadores tanto somáticos quanto viscerais. Ela pode atuar em reflexos dependente ou independentemente 
do encéfalo. Este órgão é a parte mais simples do Sistema Nervoso Central tanto ontogenético ( 
embriológico), quanto filogeneticamente (evolutivamente). Daí o fato de a maioria das conexões encefálicas 
com o Sistema Nervoso Periférico ocorrer via medula. 
 
EMBRIOLOGIA 
 
DESENVOLVIMENTO MEDULAR : Aproximadamente na terceira semana do desenvolvimento pré- natal, 
o ectoderna do disco embrionário, o folheto que está em contato com o meio externo e que origina o sistema 
nervoso, situado acima da notocorda, se espessa formando a placa neural. Sabe- se que para a formação desta 
placa e a formação e desenvolvimento do tubo neural, tem importante papel a ação indutora da notocorda e 
do mesoderma. A placa neural cresce progressivamente e torna- se mais espessa, adquirindo um sulco 
longitudinal denominado sulco neural, que se aprofunda para formar a goteira neural. Os lábios desta goteira 
se fundem para formar o tubo neural. Um grupo de células migra para formar a crista neural que dá origem 
aos gânglios dorsais e autonômicos, medula supra- renal e outras estruturas, também não- neuronais. As 
células na parede do tubo neural se dividem e diferenciam, formando uma camada ependimária que engloba 
o canal central e é envolvida por zonas intermediária ( manto) e marginal de neurônios primitivos e células 
gliais. A zona do manto se diferencia em duas regiões, uma placa alar e uma placa basal. A placa alar contém 
principalmente neurônios sensitivos e a placa basal formada, na maioria, por neurônios motores. Essas duas 
regiões são demarcadas pelo sulco limitante, um sulco na parede do canal central. A placa alar se diferencia 
na coluna cinzenta dorsal e a placa basal se transforma na coluna cinzenta ventral. 
A substância cinzenta da medula origina- se, portanto, da zona intermediária do neuroepitélio, o manto. Já a 
substância branca tem origem da zona mais externa, marginal, onde ficam contidos os prolongamentos das 
células do manto. Depois de serem formados os neurônios, a partir das células precursoras, os neuroblastos; 
as células precursoras da glia ( glioblastos ou espongioblastos) originam a macróglia, formada de 
oligodendrócitos e astrócitos. Os oligodendrócitos formados a partir da camada marginal e, portanto, 
presentes na substância branca, responsáveis pela mielinização dos axônios do SNC, o que caracteriza a cor 
da substância branca. Os astroblastos oriundos dos glioblastos e precursores dos astrócitos, conforme sejam 
formados na zona intermediária ou na zona marginal se diferenciam em astócitos protoplasmáticos ( 
presentes na substância cinzenta) ou fibrosos ( presentes na substância branca), que são diferentes 
morfologicamente. No final da quarta semana, o SN deixa de ser nutrido pelo âmnio e passsa a receber 
nutrientes do sistema vascular formado, oriundo do mesoderma. Com o advento da vascularização surgem os 
microgliócitos, células que constituem a micróglia e que são derivadas dos monócitos ( céllulas de defesa 
presentes no sangue). 
Uma camada de revestimento de células ectodérmicas envolta da medula primitiva forma as duas meninges 
internas: a aracnóide e a pia- máter. O revestimento externo mais espesso, a dura- máter, é formado de 
mesênquima. 
 
RELAÇÃO COM O CANAL VERTEBRAL 
 
Noções: A medula está revestida pelo canal vertebral ósseo e os nervos espinhais emergem pelos forames 
intervertebrais. C1 emerge entre o atlas e o osso occipital, de C2 a C7 emergem acima de sua vértebra 
correspondente e C8 emerge entre a sétima vértebra cervical e a primeira torácica. Todos os nervos torácicos, 
lombares e sacros emergem abaixo de sua vértebras correspondentes. No adulto, a extemidade caudal da 
medula espinhal- o cone medular- fica situada entre a primeira e a segunda vértebras lombares. Os nervos 
cervicais emergem lateralmente, contudo, quanto mais caudal o nível de emergência, mais o nervo cursa pelo 
interior do canal vertebral, antes de sair pelos forames intervertebrais. No embrião, inicialmente, todos os 
nervos espinhais emergem lateralmente. À medida que prossegue o desenvolvimento, a partir do 4
o 
mês de 
vida intra- uterina, a coluna vertebral cresce mais rapidamente que a medula espinhal, provocando um 
deslocamento dos segmentos medulares em relação aos locais de emergência dos nervos espinhais do canal 
vertebral. Estes fenômenos são mais pronunciados na parte caudal, onde as raízes nervosas descem quase 
verticalmente antes de emergirem da medula, formando a cauda eqüina, que é uma estrutura abaixo de L2, 
constituída de raízes nervosas e meninges (os envoltórios do SNC) e da Cisterna lombar- o líquor presente 
neste espaço. Há, portanto, como conseqüência da diferença de ritmos de crescimento entre a coluna e a 
medula, um afastamento dos segmentos medulares das vértebras correspondentes. 
Embora a medula termine próximo ao nível das primeira e segundas vértebras lombares, o saco da dura- 
máter continua até o nível da segunda vértebra sacral (S2). O cone medular dá origem ao filamento terminal ( 
filamento terminal interno) que se estende até a base do saco dural. Este filamento atravessa o saco dural, 
formando o ligamento coccígeo ( filamento terminal externo ou filamento da dura- máter espinhal), que fixa 
tanto a medula como o saco dural, cheio de líquido, à base do canal vertebral. Entre L2 e S2 só há o 
filamento terminal e as raízes que formam a cauda eqüina. 
 
Importância : Clinicamente,a área entre L2 e S2 tem importância para a coleta do líquido cefalorraquidiano 
e para a administração de anestésicos espinhais. A topografia vertebromedular é importante para o 
diagnóstico, prognóstico e tratamento de lesões da medula. Assim, uma regra prática diz que os segmentos 
medulares de C2 a T10 correspondem aos processos espinhosos acrescidos de duas unidades, que os cinco 
segmentos lombares correspondem aos processos espinhosos T11 e T12 e que os cinco sacrais correspondem 
ao processo espinhoso L1. 
 
MACROSCOPIA 
 
MORFOLOGIA: A superfície da medula é marcada por uma série de sulcos longitudinais, que a percorrem 
em toda a sua extensão: sulco mediano posterior, contínuo, internamente, com o septo mediano posterior, 
que é uma membrana glial. Na superfície anterior fica a fissura mediana anterior com profundidade de 2
 
a 3 
mm, na qual se invagina a pia- máter ( meninge mais interna). O seu assoalho é a comissura branca anterior. 
Nas superfícies laterais ficam o sulco lateral posterior ( local de entrada das raízes dorsais) e o sulco lateral 
anterior ( local de emergência das fibras das raízes ventrais). Na medula cervical, segundo o autor Ângelo 
Machado, e estendendo- se dos níveis cervicais superiores até os torácicos médios, de acordo com o Burt, 
existe ainda o sulco intermediário posterior, situado entre o mediano posterior e o lateral posterior e que 
continua em um septo intermédio posterior, uma membrana glial, no interior do funículo posterior. O padrão 
básico da morfologia, presente desde o embrião, é mantido no adulto, com a substância cinzenta ocupando 
posição central e apresentando a forma de uma borboleta ou de um H. A substância branca circundante, de 
situação periférica é formada, em sua maior parte, por fibras nervosas de curso longitudinal, a maioria 
mielínicas, que ascendem da medula para o encéfalo ou descem deste para os diferentes níveis da medula 
espinhal. Há também fibras espino- espinhais intersegmentares que ascendem ou descendem por distâncias 
variáveis. Tais fibras formam o fascículo próprio. Assim, os segmentos cervicais contêm maior número de 
fibras, além de maior área de secção transversa da substância branca que os níveis lombares. Estas fibras 
longitudinais podem ser agrupadas de cada lado em três funículos ou cordões: funículo anterior ( entre a 
fissura mediana anterior e o sulco lateral anterior), o funículo lateral ( entre os sulcos lateral anterior e 
posterior) e o funículo posterior ( entre o sulco lateral posterior e o mediano posterior). Este funículo é 
dividido pelo sulco intermédio posterior e pelo septo de mesmo nome em fascículo grácil, de situação 
medial, e cuneiforme, mais lateral. A substância cinzenta, por outro lado, é composta de duas porções 
simétricas unidas na linha mediana por conexão transversa ( comissuras) de substância cinzenta que contém 
o diminuto canal central ou seu remanescente. Nela, pode- se distinguir três colunas ou cornos: anterior, 
posterior e lateral. Esta última, entretanto, só aparece na medula torácica e lombar superior, sob a forma de 
uma projeção triangular lateral. Há vários critérios para a divisão da substância cinzenta. Um deles considera 
duas linhas que tangenciam os contornos anterior e posterior do ramo horizontal do H, dividindo esta 
substância em coluna anterior, posterior e substância cinzenta intermédia, que pode ser dividida em 
substância cinzenta intermédia central e lateral. De acordo com este critério, a coluna lateral faz parte da 
substância cinzenta intermédia lateral. 
CANAL CENTRAL: O canal central da medula ou canal do epêndima se estende por todo o comprimento da 
medula durante o desenvolvimento. É revestido por células ependimárias e segundo o autor Jack de Groot, 
este canal é cheio de líquido cefalorraquidiano, contradizendo o Ângelo Machado que afirma que este canal 
não apresenta líquor. Ele se abre em cima na parte inferior do quarto ventrículo. Em adultos, este canal é 
muito estreito e parcialmente obliterado e geralmente desaparece, exceto nos níveis cervicais. 
INTUMESCÊNCIAS: A medula espinhal, cilíndrica, ligeiramente achatada no sentido ântero- posterior, não 
apresenta calibre uniforme, devido a duas dilatações características: as intumescências cervical (formada 
pelos segmentos medulares de C3 a T1) e lombosacra (formada pelos segmentos medulares de L1 a S3), 
situadas nos níveis de origem dos nervos espinhais que inervam, respectivamente, os membros superior e 
inferior. Estas intumescências são produzidas pelo maior número de neurônios na substância cinzenta da 
medula e, portanto, de fibras nervosas que entram ou saem destas áreas e que são necessárias para a 
inervação dos membros superiores e inferiores. Os nervos do plexo braquial originam- se na intumescência 
cervical enquanto os nervos do plexo lombossacral originam- se na intumescência lombar. 
SEGMENTAÇÃO: Em toda a sua extensão,a medula apresenta padrão ordenado e segmentar de 31 nervos 
espinhais ( 8 cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 1 coccígeo)- padrão segementar esse que não se 
reflete na sua organização interna. Não existem limites nítidos entre os segmentos na própria medula. 
NERVOS ESPINHAIS: Cada segmento da medula pertence a quatro raízes: uma raiz ventral e uma dorsal 
das metades esquerda e direita. O primeiro segmento cervical não apresenta raízes dorsais em 50% das 
pessoas. Cada um dos trinta e um pares de nervos espinhais tem uma raiz ventral e uma dorsal e cada raiz é 
composta de uma a oito radículas. Consiste, portanto, em feixes de fibras nervosas. Na raiz dorsal do nervo 
espinhal típico, próximo à junção com a raiz ventral, localiza- se o seu gânglio, uma intumescência que 
contém corpos de neurônios. Cada nervo espinhal se divide para formar o ramo primário posterior e o ramo 
primário anterior. O posterior inerva a musculatura do tronco e as áreas associadas das costas. O anterior, 
geralmente maior que o posterior, participa na formação dos plexos braquial e lombossacral ao nível das 
intumescências cervical e lombar, respectivamente. Nas regiões torácicas, ele permanece segmentar, como 
nervos intercostais, inervando a musculatura costal e abdominal das superfícies anterior e lateral do corpo. 
Os nervos espinhais originam também os ramos comunicantes que os unem ao tronco simpático. Apenas os 
nervos torácicos e lombares superiores contêm um ramo comunicante branco, mas o ramo cinzento está 
presente em todos os nervos espinhais. Os ramos brancos ligam a medula ao tronco simpático, sendo 
constituídos de fibras pré- ganglionares, além de fibras viscerais aferentes. Já os cinzentos são constituídos 
de fibras pós- ganglionares. Os nervos espinhais originam também os ramos meníngeos ou meníngeos 
recorrentes que são muito pequenos e transportam inervações sensitivas e vasomotoras para as pequenas 
meninges. 
Raiz Ventral: Transporta axônios dos neurônios motores alfa de grande diâmetro para as fibras musculares 
estriadas extrafusais; os axônios do neurônio motor gama, mais delgado, que inervam as fibras intrafusais; as 
fibras autonômicas pré- ganglionares nos níveis torácio, lombar superior e mediossacro ( S2- S4); e alguns 
axônios aferentes que se originam de células nos gânglios da raiz dorsal e transmitem informações sensoriais 
das vísceras torácicas e abdominais. 
Raiz Dorsal: Cada raiz dorsal ( exceto geralmente C1) contém fibras aferentes das células nervosas em seu 
gânglio. As fibras maiores ( Ia) provêm de fusos musculares e participam nos reflexos espinhais; as de 
tamanho médio ( A- beta) transportam impulsos de mecanoceptores na pele e articulações. A maioria dos 
axônios nas raízes dorsais tem pequeno calibre (C, não- mielinizados; A- delta, mielinizados) e transportaminformações sobre estímulos nocivos ( ex.: dor) e térmicos. 
Tipos de fibras nervosas: a) Fibras eferentes somáticas: estas fibras motoras inervam os músculos estriados 
esqueléticos. b) Fibras aferentes somáticas: estas podem ser exteroceptivas que transmitem impulsos de 
temperatura, dor, pressão e tato ou proprioceptivas conscientes ou inconscientes. Estas fibras originam- se 
em células pseudo- unipolares nos gânglios da raiz dorsal. Os ramos periféricos destas células ganglionares 
são distribuídos para as estruturas somáticas. Os ramos centrais transmitem impulsos sensitivos por meio das 
raízes dorsais para a coluna cinzenta dorsal e para os tratos ascendentes da medula espinhal. Os fascículos 
grácil e cuneiforme ascendem sem fazer sinapse na medula. c) Fibras eferentes viscerais: São as fibras 
autonômicas simpáticas e parassimpáticas. As fibras simpáticas dos segmentos torácicos e de L1e L2 são 
distribuídas por todo o corpo para as vísceras, glândulas e músculo liso. As fibras parassimpáticas, presentes 
nos três nervos sacrais médios ( S2- S4), dirigem- se para as vísceras pélvicas e abdominais inferiores. d) 
Fibras aferentes viscerais: Estas fibras transmitem informações sensitivas das vísceras, passando pelo ramo 
comunicante branco e possuindo seus corpos celulares no gânglio da raíz dorsal. No entanto, evidências 
recentes sugerem que as fibras aferentes viscerais penetrem na medula por meio das raízes ventrais. 
 
LESÕES MEDULARES 
 
LESÃO DOS NERVOS ESPINHAIS: As raízes dos nervos espinhais são vulneráveis à compressão, em 
decorrência de alterações degenerativas nas articulações da coluna vertebral (espondilose) e do prolapso dos 
discos intervertebrais. Os discos intervertebrais prolapsados, na medula cervical, provocam dor no pescoço, 
com radiação para o braço e mão, acompanhada de parestesia, fraqueza e atrofia dos músculos que 
correspondem à distribuição radicular, perda da sensibilidade da pele que corresponde à distribuição 
dermatomérica, bem como perda dos reflexos tendinosos, servidos pela raiz em questão. Os discos 
intervertebrais lombares prolapsados causam dor nas costas e radiação da dor para as pernas, o que é 
conhecido como ciática. Um grande disco lombossacral prolapsado pode causar paralisia da bexiga e 
incontinência, exigindo neurocirurgia imediata. . 
SÍNDROME DO NEURÔNIO MOTOR SUPERIOR: Fraqueza ou paralisia de músculos específicos, 
hiperreflexia e hipertonia ( paralisia espástica), decorrente de lesão das áreas motoras do córtex cerebral ou 
nas vias motoras descendentes. 
SÍNDROME DO NEURÔNIO MOTOR INFERIOR: Fraqueza (paresia) ou paralisia ( plegia) de 
músculos individuais com hiporreflexia, hipotonia e hipotrofia ( paralisia flácida), decorrente da lesão dos 
neurônios motores da coluna anterior da medula. 
POLIOMIELITE: Doença viral, caracterizada pela destruição dos neurônios motores da coluna anterior, 
levando à Síndrome do neurônio motor inferior. 
TABES DORSALIS: Manifestação tardia da infecção sifilítica do Sistema Nervoso Central. Afeta 
principalmente as raízes dorsais dos nervos espinhais em sua divisão medial que contém as fibras dos 
fascículos grácil e cuneiforme. Conseqüentemente, têm- se perda da propriocepção consciente, do tato 
epicrítico, da sensibilidade vibratória e estereognosia (capacidade de perceber com as mão a forma e o 
tamanho de um objeto). A perda da propriocepção leva a uma marcha instável, caracterizada por elevação 
exagerada e oscilante das pernas (ataxia sensorial) exacerbada quando os olhos estão fechados (sinal de 
Romberg). 
 
HEMISSECÇÃO DA MEDULA: Produz no homem um conjunto de sintomas conhecido como síndrome 
de Brown- Séquard, caracterizada por perda ipsilateral da propriocepção consciente e tato epicrítico ( 
fascículo grácil e cuneiforme), aparecimento também ipsilateral de sinais da lesão do neurônio motor 
superior e perda contralateral das sensibilidade térmica e dolorosa. 
 
TRANSECÇÃO: Ocorre choque medular, ou seja, plegia e anestesia nos níveis abaixo a lesão. Se a causa 
for por compressão, os movimentos voluntários podem ser restituídos. Porém, se a trasecção for abrupta, tais 
movimentos serão irreversivelmente comprometidos. Em ambos os casos, tanto os reflexos somáticos quanto 
os viscerais são conservados. 
 
SIRINGOMIELIA: Doença na qual há formação de uma cavidade no canal central da medula, levando a 
uma destruição das fibras da substância cinzenta intermediária central e da comissura branca, provocando 
uma perda da sensibilidade térmica e dolorosa dos membros superiores. Entretanto, há preservação do tato 
leve e propriocepção, recebendo isto a denominação de perda sensorial dissociada. A Siringomielia acomete 
com mais freqüência a intumescência cervical, resultando no aparecimento dos sintomas na extremidade 
superior dos dois lados. 
 
COMPRESSÃO POR TUMOR: Normalmente, como ocorre com a siringomielia, o trato Espino-talâmico 
lateral é afetado, pela sua proximidade com o canal central e com a comissura anterior. Como as fibras 
responsáveis pela inervação sacral estão lacalizadas mais lateralmente, há a preservação de tais fibras numa 
compressão a partir do canal central, o que não ocorre numa compressão em direção a ele. 
 
CORDOTOMIA: Procedimento cirúrgico utilizado no tratamento da dor refratária a analgésicos através da 
destruição seletiva dos tratos espinotalâmicos. Em certos casos de dor decorrente principalmente do câncer, 
aconselha- se a cordotomia, seccionando o trato espinotalâmico lateral. 
 
PATOLOGIAS ASSOCIADAS 
 
ESCLEROSE MÚLTIPLA: Doença imune, com lesão do fascículo cuneiforme da medula cervical, levando 
à perda da propriocepção das mãos e dos dedos, com perda da destreza e da estereognosia. 
 
ATAXIA DE FRIEDREICH: Doença degenerativa hereditária, na qual os tratos espinocerebelares são 
desorganizados, causando incoordenação dos braços (tremor de intenção) e marcha oscilante de base 
alargada ( ataxia). 
 
PARAPARESIA ESPÁSTICA HEREDITÁRIA: Distúrbio degenerativo hereditário, levando à rigidez da 
marcha, paraparesia, hiper- reflexia e resposta plantar extensora. 
 
 
 
 
 
 
Sistema Nervoso Periférico (SNP) 
 
È formado por vários gânglios nervosos e uma rede de nervos, que se espalham ao longo do 
organismo. Esses nervos podem ser: cranianos (quando partem do encéfalo) ou espinhais (quando 
partem da medula espinhal). A espécie humana possui 12 pares de nervos cranianos e 31 pares de 
nervos espinhais 
De acordo com o sentido em que transmite o impulso nervoso, os nervos classificam-se em: 
a) sensitivos (aferentes): transmitem impulsos dos órgãos receptores até o SNC; 
b) motores (eferentes): transmitem impulsos nervosos do SNC para os órgãos efetuadores. 
c) mistos: possuem fibras nervosas sensitivas e motoras. Todos os nervos espinhais são mistos. No 
homem, verifica-se que cada nervo espinhal é formado a partir de duas raízes: uma dorsal, que é 
sensitiva, e uma ventral, que é motora. Essas raízes unem-se logo após saírem da medula. Os corpos 
celulares dos neurônios que formam a raiz sensitiva situam-se próximo à medula, porem fora dela, 
formando os gânglios espinhais. O corpo celular dos neurônios da raiz ventral situa-se na substância 
cinzenta da medula. 
 
 
 
Esquema da medula espinhal e dos nervos espinhais 
 
Os Atos Reflexos 
 
Atos reflexos são respostas involuntárias a um estímulo sensorial e são comandados pela substância 
cinzenta da medula e do bulbo. São realizados antes que o cérebro tome conhecimento deles. 
Um ato reflexo bem conhecido é o reflexo patelar: um toque no joelho faz a perna levantar-se, sem 
que tomemos consciência desse movimento. O toque estimula fibras sensitivasde um nervo 
raquidiano, que transmite esse estímulo até a substância cinzenta da medula. Nessa região, o 
estímulo é transformado em ordem motora, que é transmitida aos músculos através da fibra motora 
do mesmo nervo raquidiano. O trajeto percorrido pelo impulso recebe o nome de Arco Reflexo. 
 
 
 
 
Divisão Funcional do SNP 
 
O SNP é dividido em voluntário (ou não autônomo) e autônomo (ou involuntário). 
 
SNP Voluntário 
 
Tem por função reagir a estímulos provenientes do ambiente externo, sendo formado por fibras que 
conduzem impulsos do sistema nervoso central aos músculos estriados esqueléticos. 
 
SNP Autônomo (SNPA) 
 
Tem por função regular o ambiente interno do corpo, controlando a atividade dos sistemas 
digestório, cardiovascular, urinário e endócrino. O SNPA é constituído por fibras motoras que 
conduzem impulsos do SNC aos músculos lisos e a musculatura estriada do coração. 
O SNPA é dotado de duas estruturas: vias aferentes (sensitivas) e vias eferentes (motoras). O 
sistema nervoso autônomo (SNA) é a parte motora do sistema visceral. Subdivide-se em SNA 
simpático e SNA parassimpático. 
Os sistemas simpático e parassimpático agem de maneira antagônica: se o simpático estimula uma 
função, o parassimpático tende a freá-la, e vice-versa. 
As fibras simpáticas liberam nos órgãos sobre os quais atua um mediador químico denominado 
noradrenalina, sendo por isso chamadas de adrenérgicas. As fibras parassimpáticas liberam como 
mediador químico a acetilcolina, sendo por isso também denominadas de colinérgicas. 
O sistema simpático é formado por dois cordões nervosos com diversos gânglios centrais. Desses 
gânglios partem os nervos simpáticos. Os gânglios comunicam-se com os nervos raquidianos 
através dos ramos comunicantes. O sistema parassimpático é formado por nervos parassimpáticos. 
Estes, não se comunicam nem com os gânglios centrais do sistema simpático nem com os nervos 
espinhais. Os centros nervosos situam-se no encéfalo e na porção inferior da medula. 
 
 
 
 
 
 
 
Anatomia Macroscópicas do Cerebelo 
 
 Órgão do sistema nervoso supra-segmentar, deriva da parte dorsal do metencéfalo e fica 
situado dorsalmente ao bulbo e a ponte, contribuindo para a formação do tecto do IV ventrículo. 
Repousa sobre a fossa cerebelar do osso occipital e estar separado do lobo occipital do cérebro por 
uma prega da dura-máter chamada tenda do cerebelo. Liga-se à medula e ao bulbo pelo pedúnculo 
cerebelar inferior e à ponte e mesencéfalo pelos pedúnculos cerebelares médio e superior, 
respectivamente. 
 Anatomicamente, distingue-se no cerebelo uma porção ímpar e mediana, o Vérmis, ligada a 
duas grandes maças laterais, os hemisférios cerebelares. O Vérnis é pouco separado dos hemisférios 
na face superior do cerebelo, o que não ocorre na face anterior, onde dois sulcos bem evidentes. 
 A superfície do cerebelo apresenta sulcos de direção predominantemente transversais, que 
delimitam laminas finas denominadas folhas do cerebelo. Existem também sulcos mais 
pronunciados, as fissuras do cerebelo, que delimitam lóbulos, cada um deles podendo conter várias 
folhas. Essa disposição visível na superfície do cerebelo, é especialmente evidente em secções do 
órgão, que dão também uma idéia de sua organização interna. O cerebelo é constituído de um centro 
de substância branca, corpo medular do cerebelo, de onde irradiam as lâminas brancas do cerebelo, 
revestidas externamente por uma fina camada de substância cinzenta, o córtex cerebelar. O corpo 
medular do cerebelo com as lâminas brancas que dele irradiam, quando vistas em cortes sagitais, 
recebem o nome de árvore da vida. No interior do corpo medular existem 4 pares de núcleos de 
substâncias cinzenta, que são os núcleos centrais do cerebelo: dentiado, emboliforme, globoso e 
fastigial. Destes, pelo menos o núcleo denteado é facilmente identificável, mesmo 
macroscopicamente, em secções horizontais do cerebelo. 
 A divisão do cerebelo em lóbulos não tem nenhum significado funcional e sua importância é 
apenas topográfica. Os lóbulos recebem denominações diferentes no Vérmis e nos hemisférios. 
 O estudo dos lóbulos do cerebelo deve ser feito de preferência em peças em que o Vérmis é 
seccionado sagitalmente, o que permite uma identificação mais fácil das fissuras. A língula está 
quase sempre aderida ao véu medular superior. O fólium consiste apenas uma folha de vérmis. Para 
encontrá-lo, pode se acompanhar até o vérmis a fissura horizontal, sempre muito evidente, e o 
fólium estará diante dela. Um lóbulo importante é flóculo, situado logo abaixo do ponto em que o 
pedúnculo cerebelar médio penetra no cerebelo, proximo ao nervo vestíbulo-coclear. Liga-se ao 
nódulo, lóbulo do vérmis, pelo pedúnculo do flóculo. As tonsilas são bem evidentes na face inferior 
do cerebelo, projetando-se medialmente sobre a face dorsal do bulbo.

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