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Resumo Civil I

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DIREITO CIVIL I
Aurisvaldo Sampaio
RESUMO
DIREITO PÚBLICO x DIREITO PRIVADO: Segundo o critério teleológico (isto é, analisando a finalidade), não se leva em consideração quem protagoniza a relação de direito, e sim o interesse. Integram o direito público as normas que tutelem o interesse público. Integram o direito privado as normas que tutelem o interesse privado. Hoje a classificação se faz em torno da predominância. Hoje a noção mais aceita de direito público é: Direito Público regula o funcionamento do Estado, ou as relações jurídicas entre os Estados, ou entre o Estado e um particular. Direito Privado regula as relações jurídicas entre os particulares ou entre o Estado e um particular, sendo que, neste último caso, o Estado deverá atuar como um particular. O direito civil é o direito privado por excelência, é o principal. 
FONTES DO DIREITO CIVIL: A principal fonte imediata é o Código Civil (Lei 10.406/02). O código é diferente das demais fontes diante da sua perspectiva orgânica. Ele tem uma organização sistemática. 
PARTE GERAL (art. 1° ao 232°): Dividida em 3 livros:
Das Pessoas: são os sujeitos. 
Dos Bens: são os objetos da relação jurídica. 
Dos Fatos Jurídicos: é o fato propulsor da relação jurídica.
PARTE ESPECIAL: Regula as relações jurídicas propriamente ditas, que podem se dar no âmbito contratual, familiar e dos direitos reais.
ORIGENS MAIS REMOTAS DO DIREITO CIVIL: O primeiro ramo do direito a ser organizado sistematicamente foi o direito civil, graças aos romanos. Depois de criado o Direito Civil tudo o que se fez foi atualizar as necessidades da sociedade em constante modificação. O Direito Civil atual tem suas origens mais remotas no direito romano. 
ORIGENS MAIS RECENTES: O grande filtro do direito romano está nas grandes codificações francesa (1804) e alemã (1900).
VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS CÓDIGOS: alguns dizem que eles fossilizam o direito. Normalmente todo código já nasce velho porque envolve muitos interesses e essa desatualização se acentua com o tempo. Os códigos estimulam o positivismo jurídico. Tem como vantagem a organização sistemática porque possibilitam o conhecimento do direito. 
AS GRANDES CODIFICAÇÕES DO SÉCULO XIX
CÓDIGO CIVIL FRANCÊS: Do ponto de vista ideológico espelha o ideário da revolução burguesa (liberdade, igualdade e fraternidade). A liberdade se expressava no âmbito econômico com a ausência do Estado das relações privadas, garantindo o mais amplo espaço para os agentes econômicos, livres de quaisquer limites. A igualdade era vista sob o enfoque meramente formal (todos são iguais desprezando as desigualdades reais); a liberdade era patrimonial. Não se preocupava com os valores essenciais da pessoa. Nosso código civil de 1916 e 2002 retrata esse ideal burguês (patrimonialista). O de 1916 mais que o de 2002. A maior crítica que se faz ao código francês é quanto a sua organização sistemática, que não é boa.
CÓDIGO CIVIL ALEMÃO: Não era tão exacerbadamente individualista e patrimonialista. Tinha preocupação com valores humanos, estranhos ao código francês. Politicamente foi resultante da unificação alemã. Houve a adoção do direito romano, através da recepção. Do ponto de vista jurídico o código alemão é resultado da Escola Pandectista (defende que um direito ou um código só prevalecerá se resultar de uma profunda investigação histórica do direito). Do ponto de vista ideológico o nosso Código Civil de 16 é mais influenciado pelo francês, sendo considerado tardiamente liberal. Do ponto de vista da organização sistemática, por outro lado, o nosso código reproduziu a estrutura do Código Civil Alemão. A legislação alemã é sintética. A francesa é analítica. A analítica procura prever as condutas e suas conseqüências. Já a sintética enuncia princípios que devem regular as diversas condutas.
A EVOLUÇÃO DO DIREITO CIVIL NO BRASIL
PERÍODO COLONIAL: No período colonial o nosso direito era o direito da metrópole. Vigoravam as ordenações (grandes compilações legislativas editadas em Portugal), um misto do direito romano e, sobretudo, do direito canônico. 
CODIFICAÇÃO: CLÓVIS BEVILAQUA: Ele partiu dos trabalhos dos antecessores e em 6 meses o seu projeto estava preparado, mas levou 17 anos para ser aprovado. O código Bevilaqua é fortemente influenciado pelo direito francês. Já nasceu velho, anacrônico e incompatível com o momento histórico (liberalismo, quando o mundo já caminhava para o estado do bem estar). Do ponto de vista técnico não era ruim; apenas era anacrônico. 
PROJETO MIGUEL REALE: junto com outros juristas elaboraram um anteprojeto, que em 1975 foi encaminhado ao Congresso Nacional. Em 1986 já estava aprovado o projeto quase todo. Mas havia um problema: iminência de uma nova constituição. Houve o temor de que fosse aprovado um código civil que fosse logo revogado pela nova constituição de 88. Embora aprovado não foi apreciado até que a nova constituição fosse aprovada.
CÓDIGO CIVIL DE 2002 (LEI 10.406): Após aprovada a nova constituição, Miguel Reale foi convidado para revisar o código. Fizeram a atualização e foi aprovado em jan de 2002. Também já nasceu velho. Há uma evolução, mas ainda é preponderantemente liberal. Essa defasagem temporal se dá em função dos grandes interesses envolvidos. 
Sujeito de Direito - Personalidade Jurídica
CONCEITO: é a aptidão genérica para titularizar direitos e contrair obrigações, ou seja, figurar como sujeito na relação jurídica. Todas as pessoas, independentemente de sua capacidade, possuem personalidade jurídica (personalidade ( capacidade). É adquirida a partir do nascimento com vida, mas o direito tutela garantias para o nascituro (feto). Existem teorias que discutem a aquisição de personalidade jurídica do nascituro. A mais aceita é a natalista, que diz que o nascituro só adquire mesmo personalidade jurídica ao nascer. A concepcionista, por sua vez, adota a aquisição da personalidade a partir da concepção (fecundação). A teoria intermediária é a da personalidade condicional, dizendo que o nascituro possui personalidade jurídica condicional, mas não plena. É um meio termo. 
PESSOA NATURAL: é o mesmo que pessoa física.
PESSOA JURÍDICA: são abstrações do direito. São entes sem existência física. São as empresas, sociedades, associações, autarquias, fundações, partidos políticos, organizações religiosas, e o próprio Estado. 
Capacidade de direito (ou de gozo) x capacidade de fato (ou de exercício): Capacidade de direito decorre da própria personalização. Essa capacidade é genérica, todos a têm. A capacidade de fato, por sua vez, não é genérica, nem todos têm. É a capacidade de exercer por si só os atos da vida civil. Quando o indivíduo reúne as 2 capacidades (de gozo e de exercício) ele é plenamente capaz.
Capacidade: se a pessoa tem a capacidade de direito e de fato é considerada plenamente capaz. Se tem a de direito, mas não tem a de exercício é relativamente incapaz.
Legitimação: é um requisito específico exigido pela lei para que certas pessoas pratiquem determinados atos. Para prática de determinados atos a lei exige algo além da mera capacidade. 
Incapacidade: Não há incapacidade de direito. Quando tem a capacidade de gozo e não tem a de exercício ele será relativamente incapaz. Quando não possui nenhuma das 2 capacidades (de gozo e de exercício) ele será absolutamente incapaz.
Incapacidade absoluta: o indivíduo é privado de maneira completa de discernimento. O ato que ela praticar não tem qualquer valor jurídico, é nulo. (Ex.: menor de 16 anos). A incapacidade absoluta é suprida através da representação.
Incapacidade relativa: o indivíduo tem algum grau de discernimento que não é pleno. Ele pode praticar atos da vida civil, mas não poderá fazê-lo sozinha. Seus atos são anuláveis. Terá que ser assistido por quem determina a lei. (Ex.: < de 16 anos > de 18). A incapacidade relativa é suprida através da assistência.
REPRESENTAÇÃO: A manifestação de vontade do representante substitui a do representado. O contrato SÓ será assinado pelo representante.ASSISTÊNCIA: A manifestação de vontade do assistente NÃO substitui a do assistenciado. É necessário que simultaneamente manifestem as suas vontades do assistente e do assistenciado. O contrato deverá ser assinado simultaneamente.
Emancipação: É a antecipação da capacidade civil para o menor de 18 anos. Só tem conseqüências na órbita civil.
Voluntária: É concedida pelos pais aos filhos após 16 anos. Hoje se entende que pode ser concedido pelo pai ou mãe, antes era exclusivamente pelo pai e só na ausência desse era concedida pela mãe. Se houver controvérsia entre os pais o judiciário precisará se manifestar, mas a emancipação nesse caso permanece sendo voluntária. O juiz só entra na discussão para decidir o que é melhor para o menor.
Judicial: Tem esse nome porque depende de manifestação do juiz. Só ocorre em uma única hipótese: quando o menor está sob tutela (pais mortos ou destituídos do poder familiar). Então, o menor pode ir a juízo solicitar sua emancipação. 
Legal: Consiste na ocorrência de um fato ao qual a lei atribui a consequência de poder antecipar a plenitude da capacidade civil. Não depende nem de uma liberalidade dos pais, nem de decisão judicial. 
Casamento: Uma vez realizado o casamento antes dos 16 anos, será realizada a emancipação. A cessação do casamento pelo divórcio não implicará retorno ao estado de incapacidade. Mas aquele que atuou de má fé terá a emancipação anulada, voltará o estado de incapacidade.
Exercício de emprego público efetivo: Os concursos exigem a idade mínima de 18 anos para prestação de concurso público. O emprego tem de ser efetivo. Não se aceita função de confiança, emprego temporário para que se conceda a emancipação.
Colação de grau em curso de ensino superior: Extremamente esvaziada. Colação de grau é formar-se e não apenas passar no vestibular ou ingressar no curso. Pode ocorrer com, por exemplo, os superdotados.
Estabelecimento civil ou comercial: a existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. Tem que exercer uma atividade civil e prover o próprio sustento.
Extinção da pessoa natural: a pessoa natural se extingue com a sua morte, o indivíduo deixa de ser sujeito de direitos. Com a morte, extinguem-se a personalidade jurídica; abre-se a sucessão (os seus herdeiros são chamados a suceder); extinguem-se os contratos personalíssimos; põe-se fim ao casamento. 
COMORIÊNCIA: É presunção de morte simultânea. Se é possível definir a ordem por qualquer que seja o meio (perícia, testemunha) não será usado o instituto da comoriência.
MORTE PRESUMIDA: é considerar morto alguém cuja morte é provável, mas que não pode ser provada. (Ex.: Ausente, que é alguém que estava em perigo de vida e desapareceu; outro exemplo é alguém desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não encontrado até dois anos após o término da guerra).
Ausência: É um estado de fato de quem desaparece sem deixar notícia de seu paradeiro. O que se busca com a declaração da ausência é, principalmente, a proteção dos direitos patrimoniais do ausente. As etapas são:
Curatela: Os interessados requerem a declaração de ausência; o juiz reconhece o estado de ausência e declara; arrecada os bens (relaciona os bens, arrola) e nomeia um curador. Esse curador será um administrador dos bens do ausente nessa fase. Ele não pode alienar os bens, dispor de forma alguma, sua única função é administrar e prestar contas dos bens. O curador será o cônjuge, os pais, os descendentes, qualquer pessoa à escolha de juiz, nessa ordem de prioridades. Se retornar o ausente, ele não perderá nada, tudo voltará para sua posse.
Sucessão provisória: pode ser requerida 1 ano após a arrecadação dos bens se o ausente não deixou procurador ou 3 anos após a caracterização da ausência se o ausente deixou procurador ou representante. Os herdeiros são chamados a suceder. Nesse momento eles recebem apenas a posse provisória e não a propriedade dos bens porque a qualquer momento que o ausente retorne os bens retornarão para ele. Cônjuge, Ascendentes, Descendentes irão se apropriar da integralidade (100%) dos frutos e rendimentos. Se retornar, receberá o patrimônio no estado que se encontra e os frutos parciais.
Sucessão definitiva: É necessário que transcorram 10 anos da sucessão provisória. Mas se o ausente já estiver com mais de oitenta anos, pode ser requerida a abertura da sucessão definitiva após 5 anos de caracterização da ausência. Quando se chega a esse momento (sucessão definitiva) é possível também que se requeira a declaração de morte presumida. Se o ausente aparecer no período de 10 anos os bens retornarão para ele no estado em que se encontrarem, sem frutos. Depois desses 10 anos o ausente não recebe nada.
INDIVIDUALIZAÇÃO DA PESSOA NATURAL (NOME, ESTADO E DOMICÍLIO): Acontece através de características como nacionalidade, estado civil, profissão, domicílio, consegue-se individualizar a pessoa em documentos. Hoje em dia, cada vez menos se vê necessária essa identificação devido ao RG e CPF.
NOME DA PESSOA NATURAL: É a designação pela qual a pessoa identifica-se no seio da família e da sociedade. O nome completo é formado por duas partículas, o prenome (partícula inicial) e o patronímico (ou sobrenome). Questiona-se se o nome seria um Direito de propriedade (as pessoas seriam proprietárias do seu nome), mas essa ideia não é admitida no Brasil porque o nome envolve um aspecto público. Pergunta-se, então, se seria um direito sui generis (o nome é singular e não se pode enquadrá-lo em nenhuma categoria jurídica. Serve apenas para identificar, resumindo-se a isso) ou ainda um direito da personalidade (recai sobre os valores essencialmente pessoais).
IMUTABILIDADE DO NOME: Não se muda facilmente o nome no Brasil devido à segurança jurídica. No entanto essa imutabilidade não é absoluta, é relativa, já que há algumas hipóteses de alteração do nome, como: evidentes erros ortográficos, exposição ao ridículo de seu portador, substituição (ou adição) por cognomes públicos e notórios, coação ou ameaça decorrente da colaboração com a apuração de um crime, pela tradução de nomes estrangeiros quando os nomes são impronunciáveis, em caso de adoção, pelo interessado no primeiro ano após atingir a maioridade, mudança de sexo.
IMUTABILIDADE DO SOBRENOME: com algumas exceções: adição de sobrenome de ascendente, casamento, adoção, reconhecimento do filho etc. 
TUTELA JURÍDICA DO NOME: Pode-se defender o nome, impedindo que seu nome seja utilizado para fins comerciais ou a utilização em representações que exponha o portador ao ridículo. É em função do aspecto público que não se pode mudar o nome, mas o nome também é um direito da personalidade, por isso o direito da defesa do nome. 
Estado da Pessoa Natural: é noção técnica destinada a caracterizar a posição jurídica da pessoa no meio social. São os estados: político (nacionalidade do indivíduo), familiar (matrimônio, parentescos) e individual (aspectos relevantes que não se encaixem no político e no familiar).
CARACTERÍSTICAS: Indisponibilidade (ninguém pode desfazer-se do seu estado), Indivisibilidade (porque as pessoas não podem ostentar estados contraditórios entre si), Imprescritibilidade (porque não há perda de pretensões pelo seu não exercício ao longo do tempo).
Ações de estado: ações judiciais que objetivam criar, modificar ou extinguir o estado da pessoa. Ex.: divórcio, interdição, emancipação judicial, declaração de morte presumida. As ações de estado, em regra, são imprescritíveis. Diante da importância do estado da pessoa, o Ministério Público (art. 127, CF) é obrigado a intervir nas ações de estado. A função do MP é a defesa do interesse público.
Pessoa Jurídica: pessoa jurídica é o grupo humano ou acervo patrimonial, criado na forma da lei, dotado de personalidade jurídica própria, para a realização de fins determinados. Existem duas grandes correntes sobre a personalidade da PJ: uma negativista e outra afirmativista da própria personalização. A negativista nega a personalização.Hoje não existem correntes negativistas, somente afirmativistas, divergindo apenas na forma de explicar a existência: 1) Teoria da Ficção, diz que a PJ é uma ficção do direito, uma mera abstração; 2) Teoria da Realidade Objetiva, diametralmente oposta à teoria da ficção. Os autores dizem que a PJ têm existência real, mas não física, e sim social; 3) Teoria da Realidade Técnica, intermediária, pois reúne aspectos da Teoria da Ficção e da Objetiva. Quanto à sua existência, a PJ tem existência real social, agora essa existência não implica personalização. O direito surgiu não criando, mas personalizando a pessoa jurídica.
Classificação das pessoas jurídicas: 
Pessoas jurídicas de direito público externo: Estados estrangeiros, pessoas que forem regidas pelo direito internacional público (ONU, OIT, Santa Sé, que é a cúpula governativa da Igreja Católica). 
Pessoas jurídicas de direito público interno: União, Estados, Distrito Federal e Territórios, Municípios, Autarquias;
Pessoas jurídicas de direito privado: associações, sociedades, fundações, organizações religiosas, partidos políticos.
As Associações: Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos.
As Sociedades: A sociedade é espécie de corporação, dotada de personalidade jurídica própria, e instituída por meio de um contrato social, com o precípuo escopo de exercer atividade econômica.
As Fundações: É um acervo patrimonial dotado de personalidade jurídica para a realização de fins determinados.
Responsabilidade civil e penal da pessoa jurídica: As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.
Desconsideração da personalidade jurídica: ocorre quando há uso de má fé do princípio da separação dos bens entre a Pessoa Jurídica e os seus sócios. Desconsidera-se a personalidade (suspende-se o principio) pra que o patrimônio dos sócios seja atingido.
Extinção da pessoa jurídica: Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua. A desconsideração da pessoa jurídica não é extinção. Existem três modalidades de extinção da pessoa jurídica: a Extinção Convencional (decorre de um acordo), a Extinção Administrativa (precisa de uma aprovação do ministério público para a criação de pessoas jurídicas), a Extinção Judicial (qualquer pessoa jurídica pode ser extinta judicialmente. As fundações, por exemplo, só podem ser extintas judicialmente. Qualquer outra pessoa jurídica pode ser extinta judicialmente quando se tornar ilícito o seu objeto, uma vez que esse é um dos requisitos para a criação de uma pessoa jurídica). A pessoa jurídica, quando é extinta, passa por uma fase terminal chamada de liquidação que é recebimento de seus créditos e pagamento de seus débitos, ela existirá apenas para isso. Encerrada a liquidação procede-se o cancelamento de registro, onde para de existir a personalidade jurídica. 
DIREITOS DA PERSONALIDADE: São aqueles que têm por objeto os atributos físicos, psíquicos e morais da pessoa em si. São eles: Integridade do corpo; Nome; Imagem; Vida privada. São titulares as pessoas naturais, os nascituros e a pessoa jurídica.
Características: Absolutos, gerais, extrapatrimoniais, indisponíveis, imprescritíveis, impenhoráveis, vitalícios.
Direito à vida: O Direito à vida é inerente à pessoa humana. Este direito deverá ser protegido pela lei, e ninguém poderá ser arbitrariamente privado de sua vida. Há exceções como no caso do aborto terapêutico, ético ou humanitário e ainda tem-se admitido quando o feto tem malformação congênita que inviabiliza a sua sobrevida. O STF decidiu recentemente que é lícito o aborto de fetos anencefálicos (sem cérebro).
Direito à integridade física: Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica. 
Direito à imagem: projeção sensível do indivíduo. Do mesmo modo que se protege a imagem, protege-se a voz do indivíduo. Mesmo que não atinja a honra, a imagem não pode ser usada sem autorização. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.
Direito à honra: Honra objetiva é o mesmo que reputação, como as pessoas nos vêem, o conceito do qual se goza na sociedade. Honra subjetiva, por sua vez, é o mesmo que autoestima, como a pessoa vê a si própria. 
Domicílio: identifica o centro das atividades de uma pessoa. A idéia não é endereço e sim a comarca, município. “O domicilio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com animo definitivo.”
Morada – é o lugar onde o individuo se instala, ainda que provisoriamente. Morada pode ser, por exemplo, um quarto de hotel. 
Residência – é morada habitual. Exige a morada, mas não se conforma apenas com ela. 
Domicílio – é a residência com animo definitivo. Morada habitual com animo definitivo. Não existe uma declaração formal de fixação de domicilio. 
PLURALIDADE DE DOMICÍLIO: Há ainda a possibilidade de pluralidade de domicílios, isto é, a pessoa ter mais de um domicílio. Não é concebida pelos franceses. Hipótese 1 - se a pessoa natural tiver múltipla residência onde alternadamente viva. Hipótese 2 – quando a atividade profissional for exercida em lugar diferente.
DOMICÍLIO DA PESSOA JURÍDICA: O domicilio da pessoa jurídica é a sede indicada em seus atos constitutivos. Supondo que por erro não se conste a sede da pessoa jurídica (não deve ocorrer), nesse caso o domicilio será onde funcionar a diretoria ou a administração da pessoa jurídica. Também pode ter pluralidade de domicílios, com mais de uma sede. É o caso de abertura de filiais.
ESPÉCIES DE DOMICILIO: 
- Voluntário: o que já foi exposto
- Legal ou necessário: há pessoas que a lei não permite que fixem seu próprio domicilio. Nesse caso é a lei que fixa o domicilio dessa pessoa, sendo por isso um domicilio legal. Ex.: o incapaz, que deve ser domiciliado juntamente com seus representantes ou responsáveis. O Servidor público, que deve ser domiciliado onde exercer permanentemente as suas funções. O militar, que é domiciliado no lugar onde ele servir etc.
- De eleição ou de escolha das partes: O domicilio de eleição é o local escolhido num contrato para o cumprimento dos direitos e deveres dele decorrentes e para o ajuizamento de eventuais ações pelo seu descumprimento. Só existe no contrato. O nome determina que o domicilio foi escolhido, eleito em um contrato.

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