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AGLOMERANTES. CONCEITOS. CAL, GESSO E CIMENTOS TIPOS, CLASSES E APLICAÇES.

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Materiais de Construção – Araujo, Rodrigues & Freitas 18
3. 
__________________________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________________ 
Aglomerantes 
 
 
 
 
 
1. Definição e Uso 
 
 Aglomerante é o material ativo, ligante, em geral pulverulento, cuja principal função é 
formar uma pasta que promove a união entre os grãos do agregado. São utilizados na 
obtenção das argamassas e concretos, na forma da própria pasta e também na confecção de 
natas. 
 
 As pastas são, portanto, misturas de aglomerante com água. São pouco usadas devido 
aos efeitos secundários causados pela retração. Podem ser utilizadas nos rejuntamentos de 
azulejos e ladrilhos. 
 
 As natas são pastas preparadas com excesso de água. As natas de cal são utilizadas em 
pintura e as de cimento são usadas sobre argamassas para obtenção de superfícies lisas. 
 
 As argamassas e os concretos serão estudados nos capítulos seguintes. 
 
 
2. Classificação dos Aglomerantes 
 
Os aglomerantes podem ser classificados, quanto ao seu princípio ativo, em: 
 
aéreos: são os aglomerantes que endurecem pela ação química do CO2 no ar, como 
por exemplo a cal aérea. 
 
hidráulicos: são os aglomerantes que endurecem pela ação exclusiva da água, como 
por exemplo a cal hidráulica, o cimento Portland, etc. Este fenômeno recebe o 
nome de hidratação. 
 
poliméricos: são os aglomerantes que tem reação devido a polimerização de uma 
matriz. 
 
 
 
 
Materiais de Construção – Araujo, Rodrigues & Freitas 19
3. Conceito de Pega 
 
 Pega é a perda de fluidez da pasta. Ao se adicionar, por exemplo, água a um 
aglomerante hidráulico, depois de certo tempo, começam a ocorrer reações químicas de 
hidratação, que dão origem à formação de compostos, que aos poucos, vão fazendo com que a 
pasta perca sua fluidez, até que deixe de ser deformável para pequenas cargas e se torne 
rígida. 
 
 Início de pega de um aglomerante hidráulico é o período inicial de solidificação da 
pasta. É contado a partir do lançamento da água no aglomerante, até ao início das reações 
químicas com os compostos do aglomerante. Esse fenômeno é caracterizado pelo aumento 
brusco da viscosidade e pela elevação da temperatura da pasta. 
 
 Fim de pega de um aglomerante hidráulico é quando a pasta se solidifica 
completamente, não significando, entretanto, que ela tenha adquirido toda sua resistência, o 
que só será conseguido após anos. 
 
 A determinação dos tempos de início de e de fim de pega do aglomerante são 
importantes, pois através deles pode-se ter idéia do tempo disponível para trabalhar, 
transportar, lançar e adensar argamassas e concertos, regá-los para execução da cura, bem 
como transitar sobre a peça. 
 
 Com relação ao tempo de início de pega os cimentos brasileiros se classificam em: 
 
• cimentos de pega normal tempo > 60 minutos 
• cimentos de pega semi-rápida 30 minutos < tempo < 60 minutos 
• cimentos de pega rápida tempo < 30 minutos 
 
 No caso dos cimentos de pega normal, o fim da pega se dá, de cinco a dez horas 
depois do lançamento da água ao aglomerante. Nos cimentos de pega rápida, o fim da pega se 
verifica poucos minutos após o seu início. 
 
 
4. Cal 
 
 É o produto obtido pela calcinação de rochas calcárias a temperaturas elevadas. 
 
 Existem três tipos de cales: cal aérea (cal virgem e cal hidratada) e a cal hidráulica. 
 
 
 4.1. Cal Virgem 
 
 É o aglomerante resultante da calcinação de rochas calcárias (CaCO3) numa 
temperatura inferior a de fusão do material (850 a 900 0C). 
 
Materiais de Construção – Araujo, Rodrigues & Freitas 20
 Além das rochas calcárias, a cal também é obtida de resíduos de ossos e conchas de 
animais. 
 
 O fenômeno ocorrido na calcinação do calcário é o seguinte: 
 
 Ca CO3 + calor (900 0C) ⇒ Ca O + CO2 
 Calcário + calor ⇒ cal virgem + gás carbônico 
 
 O produto que se obtém com a calcinação do carbonato de cálcio recebe o nome de cal 
virgem, ou cal viva (CaO), que ainda não é o aglomerante usado em construção. O óxido deve 
ser hidratado para virar hidróxido de cálcio Ca(OH)2 denominado de cal extinta ou cal 
queimada. 
 
 CaO + H2O => Ca (OH)2 
 Cal virgem + água => Cal extinta + calor 
 
 O processo de hidratação da cal virgem é executado no canteiro de obras. As pedras 
são colocadas em tanques onde ocorre a sua extinção ao se misturarem com a água. O 
fenômeno de transformação de cal virgem em cal extinta é exotérmico, isto é, se dá com 
grande desprendimento de calor (250 cal/g, podendo em alguns casos a temperatura atingir 
400 0C), o que torna o processo altamente perigoso. 
 
 Após a hidratação das pedras, o material deverá descansar por 48 horas no mínimo, 
antes de ser utilizado na obra. 
 
 As argamassas de cal, inicialmente, têm consistência plástica, mas endurecem por 
recombinação do hidróxido com o gás carbônico, presente na atmosfera (daí o nome cal 
aérea), voltando ao seu estado inicial de carbonato de cálcio. 
 
 Ca (OH)2 + CO2 ⇒ CaCO3 + H2O 
 Cal extinta + gás carbônico ⇒ Carbonato de cálcio + água 
 
 A cal viva ou cal virgem é distribuída no comércio em forma de pedras, como saem do 
forno ou mesmo moídas e ensacadas. 
 
 
 4.2. Cal Hidratada 
 
 Cal hidratada é um produto manufaturado que sofreu em usina o processo de 
hidratação. É apresentada como um produto seco, na forma de um pó branco de elevada 
finura. A cal é encontrada no mercado em sacos de 20 kg. 
 
 A cal hidratada oferece sobre a cal virgem algumas vantagens, entre elas: 
 
Materiais de Construção – Araujo, Rodrigues & Freitas 21
• maior facilidade de manuseio, por ser um produto pronto, eliminando do canteiro de 
obras a operação de extinção; 
 
• maior facilidade de transporte e armazenamento. 
 
 
 4.3. Cal Hidráulica 
 
 Este tipo de cal é um aglomerante hidráulico, ou seja endurece pela ação da água, e foi 
muito utilizado nas construções mais antigas, sendo posteriormente, substituído pelo cimento 
Portland. 
 
 
 4.4. Aplicação da Cal 
 
 A cal pode ser utilizada como único aglomerante em argamassas para assentamento de 
tijolos ou revestimento de alvenarias ou em misturas para a obtenção de blocos de solo/cal, 
blocos sílico/calcário e cimentos alternativos. 
 
 Durante muito tempo a cal foi largamente empregada em alvenarias, que vêm 
atravessando muitos séculos de vida útil. Atualmente o maior emprego da cal se dá, misturada 
ao cimento Portland. 
 
 Por causa da elevada finura de seus grãos (2 µm de diâmetro), e conseqüente 
capacidade de proporcionar fluidez, coesão (menor suscetibilidade à fissuração) e retenção de 
água, a cal melhora a qualidade das argamassas. A cal confere uma maior plasticidade as 
pastas e argamassas, permitindo que elas tenham maiores deformações, sem fissuração, do 
que teriam com cimento Portland somente. As argamassas de cimento, contendo cal, retêm 
mais água de amassamento e assim permitem uma melhor aderência. 
 
 A cal também é muito utilizada, dissolvida em água para pinturas, na proporção de 
mais ou menos 1,3 gramas por litro de água. A esta solução chama-se nata de cal e sua 
utilização é conhecida como caiação. As tintas de cal, além do efeito estético, têm, também, 
efeito asséptico, devido a sua alta alcalinidade (PH alto). 
 
 
5. Gesso 
 
 5.1. Definição 
 
 Dos aglomerantes utilizados na construção civil, o gesso é o menos utilizado no Brasil. 
No entanto, ele apresenta características e propriedades bastante interessantes, dentre as quais, 
pode-se citar o endurecimento rápido, que permite a produção de componentes sem 
tratamento de aceleração de endurecimento. A plasticidade da pasta fresca e a lisura da 
superfície endurecida são outras propriedades importantes. 
Materiais de Construção – Araujo, Rodrigues &Freitas 22
 O gesso é um aglomerante de pega rápida, obtido pela desidratação total ou parcial da 
gipsita, seguido de moagem e seleção em frações granulométricas em conformidade com sua 
utilização. A gipsita é constituída de sulfato de cálcio mais ou menos impuro, hidratado com 
duas moléculas de água. As rochas são extraídas das jazidas, britadas, trituradas e queimadas 
em fornos. 
 
 CaSO4 + 2H2O 
 
 De acordo com a temperatura do forno o sulfato de cálcio bi-hidratado se transforma 
em três diferentes substâncias: 
 
 1ª Fase - gesso rápido ou gesso estuque 
 
 (CaSO4 + 2H2O) + calor = 150 0C ⇒ (CaSO4 + ½ H2O) 
 
 2ª Fase - gesso anidro solúvel 
 
 (CaSO4 + 2H2O) + 150 0C < calor < 300 0C ⇒ CaSO4 
 
 3ª Fase - gesso anidro insolúvel 
 
 (CaSO4 + 2H2O) + Calor > 300 0C ⇒ CaSO4 
 
 O gesso é um aglomerante de baixo consumo energético. Enquanto a temperatura para 
processamento do cimento Portland é da ordem de 1450 0C, a da cal entre 800 e 1000 0C, a do 
gesso não ultrapassa 300 0C. 
 
 As propriedades aglomerantes do gesso devem-se à hidratação do sulfato de cálcio 
semi-hidratado e do sulfato de cálcio solúvel que reconstituem o sulfato de cálcio bi-
hidratado. 
 
 
 5.2. Aplicações do Gesso 
 
 Devido a sua principal característica, o rápido endurecimento, o gesso presta-se à 
moldagem. Quanto a suas principais aplicações destacam-se: 
 
• material de revestimento (estuque); 
 
• placas para rebaixamento de teto (forro); 
 
• painéis para divisórias; 
 
• elementos de ornamentação, como: sancas, florões, etc. 
 
Materiais de Construção – Araujo, Rodrigues & Freitas 23
 
6. Cimento Portland 
 
 6.1. Definição 
 
 Cimento Portland é a denominação técnica do material usualmente conhecido na 
construção civil como cimento. O cimento Portland foi criado e patenteado em 1824, por um 
construtor inglês, chamado Joseph Aspdin. Naquela época, era moda na Inglaterra construir 
com uma pedra, de cor acinzentada, originária da ilha de Portland, situada ao sul do país. 
Como o resultado da invenção de Aspdin se assemelhava, na cor e na dureza a pedra de 
Portland, foi patenteada com o nome de cimento Portland. 
 
 O cimento é um pó fino com propriedades aglutinantes, que endurece sob ação da 
água, sendo, portanto, um aglomerante hidráulico. Depois de endurecido, mesmo sob ação da 
água, não se decompõe mais. 
 
 O cimento é hoje, sem dúvida, o mais importante dos aglomerantes, sendo de 
fundamental importância conhecer bem suas propriedades, para poder aproveitá-las da melhor 
forma possível. 
 
 
 6.2. Composição do Cimento Portland 
 
 O cimento Portland é composto de clínquer, com adições de substâncias que 
contribuem para suas propriedades ou facilitam o seu emprego. Na realidade, são as adições 
que definem os diferentes tipos de cimento. 
 
 O clínquer, tem como matérias-primas o calcário e a argila. A rocha calcária é 
primeiramente britada, depois moída e em seguida misturada, em proporções adequadas, com 
argila, também moída. Essa mistura atravessa então, um forno giratório, cuja temperatura 
interna chega a alcançar 1450 0C, atingindo uma fusão incipiente. Esse calor é que transforma 
a mistura, no clínquer, que se apresenta primeiramente na forma de pelotas. Na saída do 
forno, o clínquer ainda incandescente é bruscamente resfriado, e finamente moído, 
transformando-se em pó. Na Figura 2 é apresentada o esquema de fabricação do cimento 
Portland. 
 
 No clínquer em pó está a essência do cimento, pois é ele quem tem a característica de 
desenvolver uma reação química, na presença da água, cujas conseqüências físicas, são, 
primeiramente, tornar-se pastoso, portanto moldável e, em seguida endurecer, adquirindo 
elevada resistência e durabilidade. 
 
 Detalhando um pouco, podemos dizer que a mistura moída de calcário e argila ao 
atingir a fusão incipiente (±30% de fase líquida), apresenta reações entre o carbonato de 
cálcio (CaCO3), presente no calcário e os diversos óxidos (SiO2, Al2O3, Fe2O3, etc.) presentes 
Materiais de Construção – Araujo, Rodrigues & Freitas 24
na argila, formando silicatos e aluminatos, que apresentam reações de hidratação, podendo, 
então, o material resultante apresentar resistência mecânica. 
 
 Os principais silicatos formados na calcinação do calcáreo e da argila, são: 
 
• silicato dicálcico 2CaO.SiO2 (C2S) 
• silicato tricálcico 3CaO.SiO2 (C3S) 
• aluminato tricálcico 3CaO.Al2O3 (C3A) 
• ferro aluminato tetracálcico 4CaO.Al2O3.Fe2O3 (C4AF) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Materiais de Construção – Araujo, Rodrigues & Freitas 25
 
FIGURA 2 – Fabricação do cimento Portland. (ABCP) 
 A mistura de cimento e água forma uma solução alcalina de PH entre 11 e 13, na qual 
os silicatos se solubilizam, saturando a solução e se depositando, na forma de hidratados 
insolúveis que formam cristais que se entrelaçam, tomando a mistura a forma de um sólido. 
 
 Os teores médios dos componentes dos cimentos brasileiros são dados na Tabela 2. 
 
TABELA 2 - Teores médios dos componentes dos cimentos brasileiros. 
 
Componente Percentual 
3CaO.SiO2 (C3S) 42 a 60% 
2CaO.SiO2 (C2S) 14 a 35% 
3CaO.Al2O3 (C3A) 06 a 13% 
4CaO.Al2O3.Fe2O3 (C4AF) 05 a 10% 
SO3 1,0 a 2,3% 
MgO 0,8 a 6,0% 
K2O – Na2O 0,5 a 1,5% 
TiO2 – Mn3O4 - P2O5 Traços 
 
 A Figura 3, a seguir, mostra o comportamento mecânico dos componentes hidratáveis 
do cimento. 
 
 
Materiais de Construção – Araujo, Rodrigues & Freitas 26
 
FIGURA 3 - Comportamento mecânico dos compostos de cimento (Petrucci, 1979). 
 Analisando a figura anterior verifica-se que: 
 
a) o silicato tricálcico (C3S) é o maior responsável pela resistência em todas as idades, 
especialmente no primeiro mês de vida; 
b) o silicato dicálcico (C2S) é o maior responsável pelo ganho de resistência em idades mais 
avançadas, principalmente, após um ano de idade; 
c) o aluminato tricálcico (C3A) contribui para ganhos de resistência especialmente no 
primeiro dia; 
d) o ferro aluminato tetracálcico (C4AF) pouco contribui para a resistência do cimento; e 
e) o silicato tricálcico (C3S) e o aluminato tricálcico (C3A) muito contribuem para a liberação 
do calor de hidratação do cimento, devido ao grande ganho de resistência que apresentam no 
10 dia. 
 
 As adições são as outras matérias-primas, que misturadas ao clínquer na fase de 
moagem, fazem com que se obtenha os diversos tipos de cimento Portland disponíveis no 
mercado. As principais matérias-primas adicionadas ao clínquer são: o gesso, as escórias de 
alto-forno, os materiais pozolânicos e os materiais carbonáticos. 
 
 A contribuição de cada uma destas adições, às propriedades finais do cimento podem 
ser resumidas da seguinte forma: 
 
• gesso: tem como função básica regular o tempo de pega do cimento; 
 
• escória de alto-forno: é o subproduto obtido durante a produção de ferro-gusa nas 
indústrias siderúrgicas, resultante do processo de fusão do minério de ferro, com cal e 
carvão. A escória se separa do ferro gusa por diferença de densidade. Quimicamente, é 
composta de uma série de silicatos que ao serem adicionados ao clínquer do cimento, são 
capazes de sofrer reações de hidratação e posterior endurecimento. A adição de escória 
contribui para a melhoria de algumas propriedades do cimento, como, por exemplo, a 
durabilidade e a resistência à agentes químicos; 
 
• materiais pozolânicos: são rochas vulcânicas ou matérias orgânicas fossilizadas 
encontradas na natureza, certos tipos de argilas queimadas em elevadas temperaturas e 
derivados da queima de carvão mineral nas usinas termelétricas, entre outros. Esses 
materiais, também apresentam propriedades ligantes, se bem que de forma potencial (para 
que passem a desenvolver a propriedade de ligante não basta a água, é necessária a 
presença de mais um outro material, por exemplo o clínquer).O cimento com adição desse 
material apresenta a vantagem de conferir maior impermeabilidade as misturas com ele 
produzidas; 
 
• materiais carbonáticos: são minerais moídos e calcinados. Contribui para tornar a mistura 
mais trabalhável, servindo como um lubrificante entre as partículas dos demais 
componentes do cimento. 
Materiais de Construção – Araujo, Rodrigues & Freitas 27
 
 
 
 6.3. Principais Tipos de Cimento Portland 
 
 Existem vários tipos de cimento Portland, cuja diferença é feita basicamente em 
função das adições das matérias-primas, vistas anteriormente, que entram na composição final 
do cimento. Conforme estas adições as características e propriedades dos cimentos variam, 
influenciando seu uso e aplicação. 
 
 A designação dos cimentos é feita de acordo com o teor de seus componentes (% em 
massa). As últimas revisões das especificações brasileiras, realizadas pela ABNT, 
modificaram algumas das designações dos cimentos Portland fabricados no Brasil. 
 
 Além de existirem vários tipos de cimento, existem, também, diferentes classes de 
cimento. A classe do cimento define a resistência à compressão que o cimento tem que atingir 
aos 28 dias. 
 
 
 6.3.1. Designação dos Cimentos 
 
 Os principais tipos de cimento Portland oferecidos no mercado, ou seja, mais 
empregados nas diversas obras de construção civil, são a seguir apresentados pelas suas 
designações e siglas (códigos adotados para identificação, inclusive na sacaria): 
 
• CIMENTO PORTLAND COMUM 
 CP I - Cimento Portland Comum 
 CP I-S - Cimento Portland Comum com Adição 
 
• CIMENTO PORTLAND COMPOSTO 
 CP II-E - Cimento Portland Composto com Escória 
 CP II-Z - Cimento Portland Composto com Pozolana 
 CP II-F - Cimento Portland Composto com Fíler 
 
• CIMENTO PORTLAND DE ALTO-FORNO 
 CP III 
 
• CIMENTO PORTLAND POZOLÂNICO 
 CP IV 
 
• CIMENTO PORTLAND DE ALTA RESISTÊNCIA INICIAL 
 CP V - ARI 
 
• CIMENTO PORTLAND RESISTENTE À SULFATOS 
 São designados pela sigla original de seu tipo acrescida de RS 
 Por exemplo: CP V - ARI RS 
 
Materiais de Construção – Araujo, Rodrigues & Freitas 28
• CIMENTO PORTLAND BRANCO 
 CPB - Cimento Portland Branco (Estrutural e Não Estrutural) 
 6.3.2. Classes de Cimento 
 
 A classe dos cimentos define a sua resistência mecânica aos 28 dias e, tal como os 
tipos de cimento, também é expressa de forma abreviada, ou seja, em código. 
 
 A resistência mecânica dos cimentos é determinada pela resistência à compressão 
apresentada por corpos-de-prova produzidos com Argamassa Normal1. A forma dos corpos-
de-prova, suas dimensões, características, dosagem da argamassa e os métodos de ensaios, são 
definidos pela NBR 7215. 
 
 Até o ano de 1986, a unidade em que se media a resistência do corpo-de-prova 
padronizado era o quilograma-força por centímetro quadrado. A partir do ano de 1987, a 
resistência à compressão dos cimentos brasileiros passou a ser expressa pela unidade 
internacional chamada MegaPascal, conforme determinação do INMETRO. Essa nova 
unidade é abreviada como MPa e como 1 MPa é exatamente igual a 10,197 kgf/cm2, essa 
relação é arredondada para 1 MPa ≅ 10 kgf/cm2. 
 
 No Brasil existem três classes de cimento e a Tabela 3 mostra como elas eram 
definidas e codificadas até 1986 e como são agora. 
 
TABELA 3 - Classes de cimento. 
 
 
Definição antiga 
 
 
Definição nova 
 
Resistência à 
compressão aos 28 
dias de idade 
 
 
Código de 
identificação da 
classe 
 
Resistência à 
compressão aos 28 
dias 
 
Código de 
identificação da 
classe 
250 kgf/cm2 250 25Mpa 25 
320 kgf/cm2 320 32 Mpa 32 
400 kgf/cm2 400 40 Mpa 40 
 
 
 Nem todos os tipos de cimento Portland são oferecidos nas três classes. A oferta de 
cimento segundo o tipo e a classe é apresentada na Tabela 4. 
 
 A classe de cimento mais usual é a CP-32, estando a CP-25, praticamente fora de 
comercialização. 
 
1 Argamassa Normal é a mistura de cimento, areia normal e água. Areia Normal é a areia fornecida pelo Instituto 
de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo-(IPT) e deve satisfazer a norma NBR 7214. 
Materiais de Construção – Araujo, Rodrigues & Freitas 29
 
TABELA 4 - Oferta de cimento Portland, segundo a classe e a resistência à compressão. 
 
 
Cimento 
 
Classe 
 
Resistência mínima à compressão (MPa) 
 
 1 dia 3 dias 7 dias 28 dias 
CP I 
CP I-S 
25 
32 
40 
- 
- 
- 
8 
10 
15 
15 
20 
25 
25 
32 
40 
CP II-E 
CP II-Z 
CP II-F 
25 
32 
40 
- 
- 
- 
8 
10 
15 
15 
20 
25 
25 
32 
40 
 
CP III 
25 
32 
40 
- 
- 
- 
8 
10 
12 
15 
20 
23 
25 
32 
40 
CP IV 25 
32 
- 
- 
8 
10 
15 
20 
25 
32 
 
CPB 
(estrutural)(1) 
25 
32 
40 
- 
- 
- 
8 
10 
15 
15 
20 
25 
25 
32 
40 
CP V-ARI - 11 22 31 - 
RS 32 - 10 20 32 
(1) O CPB não estrutural não se divide em classes de resistência. 
 
 
 6.3.3. Teores dos Componentes e Propriedades 
 
 Os teores dos componentes do cimento são apresentados pelo percentual em massa. 
São também ressaltadas as principais propriedades de cada tipo de cimento em função de sua 
composição. 
 
CIMENTO PORTLAND COMUM (EB 1/NBR 5732) 
 
Sigla 
 
Clínquer+sulfato
s de cálcio 
Escória 
granulada
Material 
pozolânico
Material 
carbonático(1)
CP I 100 0 
CP I-S 99-95 1-5 
(1) Com, no mínimo, 85% de CaCO3. 
 
 O cimento Portland comum é aquele constituído basicamente de clínquer, gesso e 
nenhuma ou muito pequenas quantidades de materiais carbonáticos e adições de escória de 
alto forno ou materiais pozolânicos. 
 
Materiais de Construção – Araujo, Rodrigues & Freitas 30
 
CIMENTO PORTLAND COMPOSTO (EB 2138/NBR 5732) 
 
Sigla 
 
Clínquer+sulfato
s de cálcio 
Escória 
granulada(2) 
Material 
pozolânico(3)
Material 
carbonático(4) 
CP II-E 94-56 6-43 - 0-10 
CP II-Z 94-76 - 6-14 0-10 
CP II-F 94-90 - - 6-10 
(2) e (3) A determinação do teor é facultativa. 
(4) Com, no mínimo, 85% de CaCO3, a determinação do seu teor é facultativa. 
 
 Quando a quantidade de adição está em torno de 10% a Norma Brasileira classifica 
como cimento Portland composto, com os três subtipos vistos acima. 
 
CIMENTO PORTLAND DE ALTO-FORNO (EB208/NBR 5735) 
 
Sigla 
 
Clínquer+sulfato
s de cálcio 
Escória 
granulada(5) 
Material 
pozolânico 
Material 
carbonático(6) 
CP III 65-25 35-70 - 0-5 
(5) A determinação do teor é facultativa. Quando entre 60% e 70%, o cimento é 
considerado resistente a sulfatos. 
(6) Com, no mínimo, 85% de CaCO3. 
 
 O cimento Portland de alto-forno se caracteriza por conter quantidades maiores de 
adição de escória de alto-forno. 
 
 A escória, como já foi explicado, da forma como é obtida, também possui a 
propriedade potencial de ligante hidráulico, ou seja, em presença de água e meio alcalino, 
desenvolve uma reação química que a torna primeiro pastosa e depois endurecida. 
 
 Mas, a reação química da escória de alto-forno em presença de água apresenta 
pequenas diferenças em relação à desenvolvida pelo clínquer em pó com essa mesma água. 
De um lado, a reação química da escória de alto-forno com a água se processa em velocidade 
um pouco menor do que a do clínquer moído. Em conseqüência disso, o cimento de alto-forno 
leva mais tempo para endurecer. Mas, em compensação, esse tempo a mais permite que os 
grãos e partículas que o compõem se liguem melhor entre si, reduzindo, também, os espaços 
vazios ou poros entre eles, fato que proporciona uma maior durabilidade e, principalmente, 
um ganho significativo de resistência em idades mais avançadas. 
 
 Por outro lado, o cimento de alto-forno produz menos calor durante a hidratação. Este 
fato, em geral, beneficia asargamassas e os concretos confeccionados com esse tipo de 
cimento. 
 
 
 
Materiais de Construção – Araujo, Rodrigues & Freitas 31
 
CIMENTO PORTLAND POZOLÂNICO (EB 758/NBR 5736) 
 
Sigla 
 
Clínquer+sulfatos 
de cálcio 
Escória 
granulada
Material 
pozolânico(7)
Material 
carbonático(8)
CP IV 85-45 - 15-50 0-5 
(7) Quando entre 25% e 40%, o cimento é considerado resistente a sulfatos. 
(8) Com, no mínimo, 85% de CaCO3. 
 
 O cimento Portland pozolânico se caracteriza por conter uma quantidade maior de 
adição de materiais pozolânicos. 
 
 Os materiais pozolânicos, como as escórias de alto-forno, apresentam propriedade 
potencial de atuar como ligante hidráulico. A reação dos materiais pozolânicos com a água só 
vai acontecer quando houver, também, a presença de clínquer em pó. Na realidade, a reação 
dos materiais pozolânicos só começa depois que a reação entre o clínquer moído e a água já 
estiver iniciada. Mas, em compensação, uma vez iniciada, ela se processa em velocidade 
superior à do cimento de alto-forno (CP III), embora ainda um pouco menor que a do cimento 
Portland comum, de modo que continua havendo mais tempo para que as partículas e grãos 
que compõem o cimento pozolânico se liguem de forma mais íntima, através de um número 
maior de pontos de contato, reduzindo, assim, os espaços vazios ou poros entre eles, com o 
conseqüente aumento de durabilidade. 
 
 Por outro lado, como a velocidade da reação do cimento pozolânico com a água é mais 
lenta, também é menor o efeito do calor gerado nessa reação, sobre as argamassas e concretos. 
 
CIMENTO PORTLAND DE ALTA RESISTÊNCIA INICIAL (EB 2/NBR 5733) 
 
Sigla 
 
Clínquer+sulfatos 
de cálcio 
Escória 
granulada
Material 
pozolânico 
Material 
carbonático(9)
CP V 100-95 - - 0-5 
(9) Com, no mínimo, 85% de CaCO3, a determinação do teor é facultativa. 
 
 O cimento Portland de alta resistência inicial não é propriamente um tipo de cimento 
que se diferencia dos demais pelas matérias-primas que são adicionadas ao seu clínquer 
moído com gesso. Trata-se, na realidade, de um tipo particular de cimento Portland comum, 
cuja principal diferença em relação aos demais tipos é atingir altas resistências nos primeiros 
dias. O que faz o cimento de alta resistência inicial desenvolver essas altas resistências nos 
primeiros dias é a utilização de uma dosagem diferenciada de calcário e argila na produção do 
clínquer, bem como a sua moagem mais fina, de modo que esse cimento, ao reagir com a 
água, adquira elevadas resistências, com velocidade muito maior. 
 
 
 
 
Materiais de Construção – Araujo, Rodrigues & Freitas 32
 
CIMENTO PORTLAND RESISTENTE A SULFATOS (EB 903/NBR 5737) 
 
 São considerados cimentos resistentes a sulfatos: 
 
a) os que tiverem teores de C3A do clínquer e de adições carbonáticas iguais ou inferiores 
a 8% e 5% (em massa do aglomerante total), respectivamente; 
b) os que tiverem antecedentes de resultados de ensaios de longa duração ou de obras que 
comprovem resistência a sulfatos; 
c) os Portland de alto-forno que contiverem entre 60% e 70% de escória granulada e os 
Portland pozolânicos com 25% a 40% de material pozolânico. 
 
 Nos dois primeiros casos o cimento deve atender, ainda, a uma das normas NBR 5732, 
5733, 5735, 5736 e 11578. Se cimento Portland de alta resistência inicial (NBR 5733), 
admite-se a adição de escória granulada de alto-forno ou de materiais pozolânicos, para os 
fins específicos da NBR 5737. 
 
CIMENTO PORTLAND BRANCO (PN 18:101.01-008) 
 
Tipo Clínquer 
branco+sulfatos de 
cálcio 
Materiais 
Carbonáticos 
Cimento Portland 
Branco 
Estrutural 
 
100-75 
 
0-25 
Cimento Portland 
Branco 
Não Estrutural 
 
74-50 
 
26-50 
 
 
 O cimento Portland branco é um tipo de cimento que se diferencia dos demais tipos 
pela coloração. Trata-se de um cimento composto basicamente de clínquer e gesso, sendo que 
no processo de fabricação do seu clínquer é eliminado o ferro contido na argila, já que é esse 
mineral o responsável pela coloração cinza dos demais tipos de cimento Portland. 
 
 No Brasil, o cimento Portland branco é oferecido no mercado em duas versões; uma 
para uso em argamassa e pastas, o cimento branco não estrutural e outra que pode ser 
empregada para fazer concretos, denominada de cimento branco estrutural. 
 
 O cimento branco estrutural, além de atender a uma possível estética de projeto, 
também, faz com que a superfície reflita os raios solares, transmitindo menos calor para o 
interior da construção. 
 
 
 
Materiais de Construção – Araujo, Rodrigues & Freitas 33
 
 
6.3.4. Comparação dos Principais Tipos de Cimentos Portland quanto a Ganho de 
Resistência 
 
 A resistência à compressão é uma das características mais importantes do cimento 
Portland e é determinada em ensaios descritos na Norma Brasileira. Com dados da 
Associação Brasileira de Cimento Portland, a média de ganho de resistência de alguns 
cimentos brasileiros, pode ser apresentada segundo o gráfico da Figura 4. 
 
 
FIGURA 4 - Resistência média dos cimentos brasileiros. 
 
 
 6.3.5. Disponibilidade no Mercado dos Diversos Cimentos 
 
 Como já foi dito, a classe de cimento habitualmente encontrado no mercado é a CP-32, 
estando a CP-25, praticamente fora de comercialização. 
 
Os cimentos do tipo pozolânico e de alto forno são comercializados em determinadas regiões 
onde se encontram em grandes quantidades as matérias-primas utilizadas em sua fabricação. 
 
Materiais de Construção – Araujo, Rodrigues & Freitas 34
 Os cimentos do tipo alta resistência inicial e resistentes a sulfatos só são disponíveis, 
praticamente, por encomenda. 
 O tipo de cimento mais habitualmente encontrado no mercado é o composto, 
normalmente, com adição de escória, na classe 32 (CP II - 32). 
 
 
6.4. Influências dos Tipos de Cimento nas Argamassas e Concretos 
 
 A Tabela 5 apresenta de que forma os diversos tipos de cimento, agem sobre as 
argamassas e concretos de função estrutural com eles fabricados. 
 
TABELA 5 - Influência dos tipos de cimento nas argamassa e concretos. 
 
 
Influência 
Tipo de Cimento 
 CP I e II CP III CP IV CP V-ARI RS Branco 
Estrutural 
 
Resistência à 
compressão 
 
Padrão 
Menor nos 
primeiros dias 
e maior no 
final da cura 
Menor nos 
primeiros dias 
e maior no 
final da cura 
 
Muito maior 
nos primeiros 
dias 
 
Padrão 
 
 
Padrão 
Calor gerado na 
reação do cimento 
com a água 
 
Padrão 
 
Menor 
 
Menor 
 
Maior 
 
Padrão 
 
Padrão 
Impermeabilidade 
Padrão 
 
Maior 
 
Maior 
 
Padrão 
 
Padrão 
 
Padrão 
Resistência aos 
agentes agressivos 
 
Padrão 
 
Maior 
 
Maior 
 
Padrão 
 
Maior 
 
Padrão 
Durabilidade 
Padrão 
 
Maior 
 
Maior 
 
Padrão 
 
Maior 
 
Padrão 
Fonte: ABCP 
 
 As influências assinaladas na tabela anterior são relativas, podendo-se ampliar ou 
reduzir o seu efeito sobre as argamassa e concretos, através do aumento e diminuição da 
quantidade de seus componentes, sobretudo a água e o cimento. As características dos demais 
componentes, também podem alterar a dimensão dessas influências. Pode-se, ainda, usar 
aditivos químicos para reduzir certas influências ou aumentar o efeito de outras, quando 
desejado. 
 
 Tudo isso leva a conclusão de que é necessário estudar a dosagem ideal dos 
componentes das argamassas e concreto a partir do tipo de cimento escolhido, conforme será 
mostrado nos Capítulos 4 e 5. 
 
 
6.5. Aplicações Usuais dos Diferentes Tipos de Cimento Portland 
 
Materiais de Construção – Araujo, Rodrigues & Freitas 35
 Em que pese a possibilidade de se ajustar, através da dosagem adequada, os diversos 
tipos de cimento às mais diversas aplicações, a análisedas características e propriedades dos 
cimentos indicam as aplicações mais usuais, conforme a Tabela 6. 
TABELA 6 - Aplicações do cimento Portland. 
 
 
Aplicação 
 
 
Tipos de Cimento 
Argamassa de revestimento e 
assentamento de tijolos e blocos 
Comum (CP I, CP I-S), Composto (CP II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-Forno 
(CP III) e Pozolânico (CP IV) 
Argamassa de assentamento de azulejos e 
ladrilhos 
Comum (CP I, CP I-S), Composto (CP II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-Forno 
(CP III) e Pozolânico (CP IV) 
Argamassa de rejuntamento de azulejos e 
ladrilhos 
Branco (CBP) 
Concreto simples (sem armadura) Comum (CP I, CP I-S), Composto (CP II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-Forno 
(CP III) e Pozolânico (CP IV) 
Concreto magro (para passeios e 
enchimentos) 
Comum (CP I, CP I-S), Composto (CP II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-Forno 
(CP III) e Pozolânico (CP IV) 
Concreto armado com função estrutural Comum (CP I, CP I-S), Composto (CP II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-Forno 
(CP III), Pozolânico (CP IV), de Alta Resistência Inicial (CP V-ARI)e Branco 
Estrutural (CPB Estrutural) 
Concreto protendido com protensão das 
barras antes do lançamento do concreto 
Comum (CP I, CP I-S), Composto (CP II-Z, CP II-F), de Alta Resistência 
Inicial (CP V-ARI)e Branco Estrutural (CPB Estrutural) 
Concreto protendido com protensão das 
barras após o endurecimento do concreto 
Comum (CP I, CP I-S), Composto (CP II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-Forno 
(CP III), Pozolânico (CP IV), de Alta Resistência Inicial (CP V-ARI)e Branco 
Estrutural (CPB Estrutural) 
Concreto armado para desforma rápida, 
curado por aspersão de água ou produto 
químico 
De Alta Resistência Inicial (CP V-ARI), Comum (CP I, CP I-S), Composto (CP 
II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-Forno (CP III), Pozolânico (CP IV), e Branco 
Estrutural (CPB Estrutural) 
Concreto armado para desforma rápida, 
curado a vapor ou com outro tipo de cura 
térmica 
Comum (CP I, CP I-S), Composto (CP II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-Forno 
(CP III), Pozolânico (CP IV), de Alta Resistência Inicial (CP V-ARI)e Branco 
Estrutural (CPB Estrutural) 
Elementos pré-moldados de concreto e 
artefatos de cimento curados por aspersão 
de água 
Comum (CP I, CP I-S), Composto (CP II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-Forno 
(CP III), Pozolânico (CP IV), de Alta Resistência Inicial (CP V-ARI)e Branco 
Estrutural (CPB Estrutural) 
Elementos pré-moldados de concreto e 
artefatos de cimento para desforma 
rápida, curados por aspersão de água 
De Alta Resistência Inicial (CP V-ARI), Comum (CP I, CP I-S), Composto (CP 
II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-Forno (CP III), Pozolânico (CP IV), e Branco 
Estrutural (CPB Estrutural) 
Elementos pré-moldados de concreto e 
artefatos de cimento para desforma 
rápida, curados a vapor ou com outro tipo 
de cura térmica 
Comum (CP I, CP I-S), Composto (CP II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-Forno 
(CP III), Pozolânico (CP IV), de Alta Resistência Inicial (CP V-ARI)e Branco 
Estrutural (CPB Estrutural) 
Pavimento de concreto simples ou 
armado 
Comum (CP I, CP I-S), Composto (CP II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-Forno 
(CP III) e Pozolânico (CP IV) 
Pisos industriais de concreto Comum (CP I, CP I-S), Composto (CP II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-Forno 
(CP III), Pozolânico (CP IV) e de Alta Resistência Inicial (CP V-ARI) 
Argamassas e concretos brancos ou 
coloridos para efeito estético ou proteção 
do calor do sol 
Branco (CPB) e Branco Estrutural (CPB Estrutural) 
Argamassa armada(1) Comum (CP I, CP I-S), Composto (CP II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alta 
Resistência Inicial (CP V-ARI)e Branco Estrutural (CPB Estrutural) 
Solo-cimento Comum (CP I, CP I-S), Composto (CP II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-Forno 
(CP III) e Pozolânico (CP IV) 
Argamassas e concretos para meios 
agressivos (água do mar e esgotos) 
De Alto-Forno (CP III), Pozolânico (CP IV) e Resistente a Sulfatos 
Materiais de Construção – Araujo, Rodrigues & Freitas 36
(1) Devido à pouca experiência que se tem no Brasil sobre o uso do CP III e do CP IV na argamassa armada, deve-se 
consultar um especialista antes de especificá-los. 
 
6.6. Embalagem e Armazenamento 
 
 O cimento Portland é embalado em sacos de papel kraft, com 50 kg. No caso de 
grandes obras, e dispondo-se de silos para armazenamento, pode ser fornecido a granel. 
 
 Quando fornecido em sacos, as embalagens são de marcação padronizada, contendo a 
marca, o fabricante, o tipo e a classe. 
 
 Considerando que o cimento é um produto perecível, alguns cuidados são necessários 
para o armazenamento do cimento na obra, tais como: 
 
• abrigar da umidade - o cimento não deve, antes de ser usado, entrar em contato com 
a água ou com a umidade, pois caso isto aconteça, empedrará, Devemos reservar um 
local para construção de um barracão coberto, e com estrados de madeira, para isolar 
o contato dos sacos com o solo; 
 
• não formar grandes pilhas - a pressão dos sacos superiores sobre os inferiores 
diminuem o módulo de finura do cimento. Recomenda-se não fazer pilhas com mais 
de 10 sacos. 
 
• não estocar por muito tempo - o cimento deve ser estocado por um período máximo 
de um mês, mesmo assim tomando-se as precauções acima. 
 
Na Figura 5 é mostrada a forma correta de se armazenar o cimento. 
 
 
Materiais de Construção – Araujo, Rodrigues & Freitas 37
 
Figura 5 – Armazenamento do cimento.

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