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Enfermagem Neonatológica e Pediátrica Saúde do Recém-Nascido no Brasil (Ministério da Saúde - 2011) Profª Thereza Neuma de Tostes Freitas As ações de promoção, prevenção e assistência à saúde dirigidas à gestante e ao RN têm grande importância - influenciam a condição de saúde dos indivíduos, desde o período neonatal até a vida adulta. 1.1 Situação das condições de nascimento e mortalidade infantil no Brasil: fatores de risco e marcadores assistenciais. São essenciais o conhecimento e análise, entre outros, do perfil dos nascimentos e das mortes, assim como de indicadores assistenciais como as frequências de: • Cesarianas. • Prematuridade. • Mães adolescentes. • Baixo peso ao nascer. • Mães com baixa escolaridade. • Asfixia ao nascer. • Mortalidade 1.2 Perfil dos nascimentos no Brasil: velhas questões e novos desafios O sistema de informação sobre nascidos vivos (Sinasc) traça o perfil dos nascimentos em cada hospital, município e estado para calcular taxas de mortalidade, por exemplo, hospitalares. Tem como documento básico a Declaração de Nascido Vivo (DNV), cujo modelo em vigor está disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/sis_nasc_vivo.pdf>. A DNV deve ser fornecida pelo hospital a cada criança que nasce com vida, o que é definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como: A expulsão completa do corpo da mãe, independentemente da duração da gravidez, de um produto de concepção que, depois da separação, respira ou apresenta quaisquer outros sinais de vida, tais como: batimentos do coração, pulsações do cordão umbilical ou movimentos efetivos dos músculos de contração voluntária, estando ou não cortado o cordão umbilical e estando ou não desprendida a placenta. O ECA estabelece que os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde da gestante são obrigados a fornecer a DNV, com dados sobre o parto e o RN. Os partos são, na sua grande maioria, atendidos por profissionais habilitados (médicos e enfermeiros, em 95,9% dos partos). 1.3 Perfil dos óbitos infantis e perinatais no Brasil O sistema de informação sobre mortalidade (SIM) permite a análise de informações sobre óbitos maternos e de crianças para avaliação das ações realizadas. Tem como documento básico a Declaração de Óbito (DO). 1.3.1 Mortalidade infantil Indicador da condição de vida e saúde da população, a mortalidade infantil no Brasil vem apresentando queda progressiva, porém em ritmo ainda aquém do desejado. Representa cerca de 60 a 70% da mortalidade infantil e, portanto, maiores avanços na saúde da criança brasileira requerem maior atenção à saúde do RN. 1.3.2 Mortalidade fetal e perinatal O óbito fetal, morte fetal ou perda fetal, segundo a OMS, é a morte de um produto da concepção antes da expulsão ou da extração completa do corpo da mãe, independentemente da duração da gravidez; indica o óbito o fato do feto, depois da separação, não respirar nem apresentar nenhum sinal de vida, como batimentos do coração, pulsações do cordão umbilical ou movimentos efetivos dos músculos de contração voluntária. É obrigatório o fornecimento de uma Declaração de Óbito Fetal, a ser feita no mesmo impresso utilizado para o atestado de óbito, sempre que a idade gestacional for igual ou maior que 20 semanas. 1.4 Sistema de informação hospitalar (SIH) Informações sobre as internações, para avaliação da atenção hospitalar. Ex: asfixia, tétano neonatal, sífilis, HIV/Aids, rubéola, hepatite e toxoplasmose congênitas, entre outros, assim como os óbitos durante a internação. 1.5 Rede de Assistência ao RN operando a vigilância em saúde O atendimento à gestante, à puérpera e ao RN deve ser priorizado com acolhimento, avaliação de risco e vigilância à saúde pelos serviços de saúde. O termo RN de risco se refere àquele exposto a situações em que há maior risco de evolução desfavorável - demandam atenção especial e prioritária. Essas situações podem estar presentes no nascimento - RN de risco ao nascer - ou acontecer ao longo da vida da criança. Critérios para identificação do RN de RISCO: • Baixo nível socioeconômico. • História de morte de criança menor de 5 anos na família. • Criança explicitamente indesejada. • Mãe adolescente (< 20 anos). • RN pré-termo (< 37 semanas). • RN com baixo peso ao nascer (< 2.500g). • Mãe com baixa instrução (< 8 anos de estudo). O RN de ALTO RISCO merece ainda maior destaque, pois, além da necessidade de cuidados pela equipe da atenção básica de saúde, com muita frequência demanda atendimento especializado por profissionais habilitados. Sugerem-se os seguintes critérios para identificar o RN de alto risco: • RN com asfixia grave ao nascer (Apgar < 7 no 5º min). • RN pré-termo com peso ao nascer < 2.000g. • RN < 35 semanas de idade gestacional. • RN com outras doenças graves. 1.6 Princípios assistenciais da linha de cuidado perinatal: • Qualidade, integralidade, resolutividade e continuidade do cuidado, com responsabilização até a resolução completa dos problemas. • Promoção de vínculo entre o profissional e o usuário do sistema de saúde - estreitando as relações de confiança e de corresponsabilidade, incentivando o autocuidado e o reconhecimento de risco. • Prática de ações de promoção integral da saúde e prevenção de agravos - para além do atendimento apenas às demandas colocadas. • Integração da rede de saúde e outros setores de assistência e desenvolvimento social para incremento das condições de vida da família. • Acolhimento - Todo RN e gestante com intercorrências e/ou em trabalho de parto devem ter prioridade no atendimento. Devem ser acolhidos, avaliados e assistidos em qualquer ponto de atenção na rede de saúde onde procuram assistência. . Abordagem de risco garante que a atenção adequada - imediata e continuada - seja destinada a cada criança e mulher, sem perda de oportunidade de ação da saúde. • Vigilância à saúde - compreendida como a postura ativa que o serviço deve assumir em situações de maior risco, dirigida a pessoas com maior vulnerabilidade, desencadeando ações estratégicas como a busca ativa, para minimizar os danos com o adequado acompanhamento de saúde.
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