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Construção Civil I 1 5. MOVIMENTO DE TERRA Os serviços ligados ao movimento de terra podem ser entendidos como um conjunto de operações de escavação, carga, transporte, descarga, compactação e acabamentos executados a fim de passar-se de um terreno no estado natural para uma nova conformação topográfica, tendo em vista um determinado projeto a ser implantado. Todas as obras de engenharia civil de grande ou pequeno porte exigem trabalhos prévios de movimento de terra, que por sua vez, é parte primordial dos trabalhos de terraplenagem. Terraplenagem é o conjunto de operações distintas, tais como escavação, transporte, aterro e bota-fora. Construção Civil I 2 5. MOVIMENTO DE TERRA Segundo Azeredo (1977), o movimento de terra é a operação usada para transporte de terra, que poderá eventualmente incluir escavação e aterro dependendo do equipamento empregado. A terraplenagem aplicada em preparo do terreno para edificações, é geralmente de pequeno vulto em comparação com a aplicada em estradas, barragens, etc. Entretanto, em obras com desenvolvimento horizontal, como indústrias, que necessitam de grandes áreas, usa-se comumente a terraplenagem, para uniformizar e regularizar o terreno. Entretanto, para obras com desenvolvimento vertical (concentração em pequenas áreas), comumente usa-se o termo movimento de terra onde se processa escavação e o transporte. Construção Civil I 3 5. MOVIMENTO DE TERRA O movimento de terra pode ser: a) manual: quando executado pelo homem através de ferramentas tais como: pá, enxada e carrinho de mão. b) motorizado: quando são usados, para o transporte, caminhão ou basculante, sendo que o desmonte ou a escavação poderá ser feito manualmente. c) mecanizado: quando o transporte é efetuado pela própria máquina que faz o desmonte, por exemplo: “scraper”, “traxcavator”, “tournapull”. d) hidráulico: quando o veículo transportador do solo é a água. Por exemplo: dragagem. Construção Civil I 4 5. MOVIMENTO DE TERRA No movimento de terra devemos considerar o empolamento. Quando se extrai o solo do seu lugar natural, o seu volume em geral aumenta. A proporção de aumento de cada tipo de material pode ser estabelecida, consultando-se uma tabela de propriedade de materiais. O empolamento é expresso geralmente, por uma porcentagem do volume original. Por exemplo, se um aumento volumétrico de argila seca for de 40 %, isso significa que 1 m³ de argila, no estado natural (antes da escavação), encherá um espaço de 1,40 m³ no estado solto (depois de escavada). Construção Civil I 5 Fator de conversão= 𝑚3𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 𝑛𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑡𝑒 𝑚3𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 𝑠𝑜𝑙𝑡𝑜 EMPOLAMENTO % de empolamento= ( 1 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑣𝑒𝑟𝑠ã𝑜 - 1) x 100 Construção Civil I 6 5.1. ESCAVAÇÕES As escavações de uma obra devem ser analisadas observando-se os seguintes aspectos: a) Material Escavado: é muito importante saber o tipo de solo a ser escavado, pois isto incide diretamente no custo da escavação. Quando não é possível determiná-la, estima-se a profundidade média, para efeito de orçamento. O critério de classificação de materiais, mais adotado é o do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT), à saber: material de primeira, segunda e terceira categorias. Construção Civil I 7 5.1. ESCAVAÇÕES b) Processos de execução: podem ser manuais, mecânicos ou através de explosivos, dependendo do tipo de material a ser escavado; c) Orçamento: são desenvolvidos em planilhas apropriadas. Construção Civil I 8 5.2. ATERROS Para a construção civil os aterros devem ser estudados sob os seguintes aspectos: a) Tipos de aterros: podem ser internos ou externos. b) Materiais utilizados: deve ser analisado quanto à origem e qualidade do material. Quanto à origem o material pode ser retirado das escavações ou cortes da própria obra ou ser adquirido de jazidas (empréstimo). Quanto à qualidade do material, essa deverá atender as condições adequadas a obra. Construção Civil I 9 5.2. ATERROS c) Execução: antes de ser executado o aterro, o terreno deve ser limpo, retirando-se todos os entulhos e vegetação (se houver). O material deve ser espalhado em camadas uniformes de, no máximo, 30 cm* de espessura e em seguida, hidratado adequadamente para facilitar a compactação. Posteriormente, deve ser bem compactado, mecânica ou manualmente. Esse processo deve ser repetido até que se obtenha a cota especificada em projeto. d) Orçamento: são desenvolvidos em planilhas apropriadas. Construção Civil I 10 5.3. CORTES Em algumas obras é necessário se fazer cortes no solo natural para se obter a cota de projeto. Isto depende da relação projeto/topografia do terreno. Os cortes podem ser manuais ou mecânicos, dependendo do tipo e volume do material a ser retirado. Em obras que existem cortes, o ideal é se fazer uma compensação, isto é, o material retirado destes deve ser aproveitado, como aterro, na própria obra. Porém, isso nem sempre é possível, uma vez que depende da qualidade e quantidade do material retido no corte ou escavação. Construção Civil I 11 5.3. CORTES a) Bota-fora: quando numa obra o volume do material escavado supera o volume de aterro ou este não apresenta boa qualidade, deve-se retirar este material da obra. Esta operação é designada de “bota-fora; b) Orçamento: são desenvolvidos em planilhas apropriadas. CONSIDERAÇÕES FINAIS Construção Civil I 12 Identificar as operações envolvidas no movimento de terra. Classificar os materiais existentes na crosta terrestre segundo o processo mecanizado (DNIT), indicando materiais pertencentes a cada categoria. Recordar os objetivos da compactação, bem como a finalidade dos equipamentos utilizados para a sua execução. Identificar generalidades de orçamentos para movimento de terra.
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