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Aula 07 Direito Constitucional

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Dire ito Constitucional p/ AFRFB - 2014
Profa. Nádia Carolina - Aula 07
AULA 07: Poder Judiciário
SUMÁRIO PÁGINA
1-Teoria e questões comentadas 1-59
2- Lista de Questões 60-71
3- Gabarito 72-74
Disposições Gerais
Olá! Hoje estudaremos mais um tópico relevante de nosso curso: o Poder 
Judiciário. A matéria é bastante fácil e dificilmente você errará alguma questão 
se prestar atenção em nossa aula e resolver todos os exercícios! ©
Como você sabe, o Poder Judiciário é um dos três Poderes que compõem 
a República Federativa do Brasil (art. 2°, CF). Cabe a ele defender a 
Constituição, garantindo a integridade do ordenamento jurídico, bem como dar 
solução aos conflitos, assegurando a efetiva aplicação do direito.
Cabe ao Judiciário exercer a função jurisdicional, de "dizer o direito" 
(jus dicere), aplicando a lei aos casos concretos. Por isso, em qualquer sistema 
de governo - presidencialista ou parlamentarista - o Poder Judiciário é 
plenamente independente, a fim de evitar que ingerências políticas prejudiquem 
o exercício de sua função.
O Poder Judiciário tem o monopólio da jurisdição. Isso porque a 
Constituição determina, no art. 5°, XXXV, que "a lei não excluirá da apreciação 
do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito". Com isso, garante-se a tutela 
dos direitos fundamentais e a aplicação da Justiça.
Com o propósito de proporcionar ao Estado brasileiro um Judiciário 
im pa rc ia le independente, a Constituição Federal conferiu diversas garantias 
ao Judiciário, afastando-o da influência dos outros Poderes e dos particulares. 
Isso porque, nas palavras de Gilmar Mendes 1 "ao Poder Judiciário incumbe 
exercer o último controle da atividade estatal, manifeste-se ela por ato da 
Administração ou do próprio Poder Legislativo (controle de constitucionalidade)."
São exemplos dessas garantias a disposição constitucional de que 
constituem crime de responsabilidade do Presidente da República os atos que 
atentam contra o livre exercício do Poder Judiciário (art. 85, II, CF) e a vedação 
de que medida provisória ou lei delegada discipline as garantias dos magistrados 
(art. 62, § 1°, I, "c" e art. 68, § 1°, I, CF). Outra importante garantia é a previsão 
constitucional de que ao Judiciário é assegurada autonomia administrativa e 
financeira (art. 99, CF).
1 Curso de Direito Constitucional, Editora Saraiva, 6- Edição, 2011.
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A autonomia financeira se traduz na elaboração, pelos tribunais, de suas 
respectivas propostas orçamentárias, dentro dos limites estipulados pela Lei de 
Diretrizes Orçamentárias. Além disso, essa autonomia é fortalecida pela 
disposição constitucional de que os recursos provenientes das custas e 
emolumentos sejam destinados exclusivamente ao custeio dos serviços 
afetos às atividades específicas da Justiça (art. 98, § 2°, CF).
Nesse sentido, reza a CF/88 que:
Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia 
administrativa e financeira.
§ 1° - Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias 
dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais 
Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.
§ 2° - O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros 
tribunais interessados, compete:
I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal 
Federal e dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos 
respectivos tribunais;
II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, 
aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos 
respectivos tribunais.
§ 3° Se os órgãos referidos no § 2° não encaminharem as 
respectivas propostas orçamentárias dentro do prazo 
estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder 
Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta 
orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária 
vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na 
forma do § 1° deste brtigo.
§ 4° Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo 
forem encaminhadas em desacordo com os limites estipulados 
na forma do § 1°, o Poder Executivo procederá aos ajustes 
necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária 
anual.
§ 5° Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá 
haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que 
extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes 
orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a 
abertura de créditos suplementares ou especiais.
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Note que a CF/88 fixa uma exceção para a realização de despesas ou a 
assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de 
diretrizes orçamentárias (LDO): despesas previamente autorizadas pela 
abertura de créditos suplementares ou especiais.
A autonomia administrativa do Judiciário, por sua vez, se reflete na 
previsão constitucional de que aos tribunais do Poder Judiciário compete:
Compete aos 
tribunais 
(autonomia 
administrativa)
• Eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus 
regimentos internos, com observância das normas de 
processo e das garantias das partes, dispondo sobre a 
competência e funcionamento dos respectivos órgãos 
jurisdicionais e administrativos;
• Organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os 
dos juízos que lhes forem vinculados, velando pelo 
exercício da respectiva atividade correicional;
• Prover, segundo a forma prevista na Constituição, 
os cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição;
• Propor a criação de novas varas judiciárias;
• Prover, por concurso público, os cargos necessários 
à administração da Justiça, exceto os de confiança, assim 
definidos em lei;
• Conceder licença, férias e outros afastamentos a 
seus membros e aos juízes e servidores que lhes forem 
diretamente vinculados.
O STF, os Tribunais Superiores e os Tribunais de Justiça podem, ainda, 
propor ao Legislativo, observados os limites estabelecidos na Lei de 
Responsabilidade Fiscal:
• A alteração do número de membros dos tribunais inferiores;
• A criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços 
auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados;
• A fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais 
inferiores, onde houver;
• A criação ou extinção dos tribunais inferiores;
• A alteração da organização e da divisão judiciárias.
As Garantias do Poder Judiciário
A Constituição Federal prevê que lei complementar, de iniciativa do 
Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura. Trata-se 
de verdadeiro regime jurídico único para os juízes brasileiros, sendo, segundo
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Gilmar Mendes, vinculante para o legislador e o judiciário estaduais. Isso porque 
o Poder Judiciário não é federal nem estadual, mas sim nacional2.
O primeiro princípio expresso no Estatuto da Magistratura diz respeito ao 
ingresso na carreira. Determina a Constituição que o cargo inicial será o de juiz 
substituto e que o ingresso se dará mediante concurso público de provas e 
títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil3 em todas as 
fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade 
jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação.
Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), considera-se atividade 
jurídica (art. 59, Resolução n. 75/2009-CNJ):
• Aquela exercida com exclusividade por bacharel em Direito;
• O efetivo exercício de advocacia, inclusive voluntária, mediante a 
participação anual mínima em cinco atos privativos de advogado (Lei 8.906/94) 
emcausas ou questões distintas;
• O exercício de cargos, empregos ou funções, inclusive de magistério 
superior, que exija a utilização preponderante de conhecimento jurídico;
• O exercício da função de conciliador junto a tribunais judiciais, juizados 
especiais, varas especiais, anexos de juizados especiais ou de varas judiciais, no 
mínimo de 16 horas mensais e durante 1 ano;
• O exercício de atividade de mediação ou de arbitragem na composição de 
litígios.
Digna de nota é a vedação, nessa Resolução, da contagem do estágio 
acadêmico ou de qualquer outra atividade anterior à colação de grau de bacharel 
em Direito para efeito de comprovação de atividade jurídica.
Essa posição é corroborada pelo STF. Entende a Corte que os três anos de 
atividade jurídica contam-se da data da conclusão do curso de Direito e que a 
expressão "atividade jurídica" corresponde ao desempenho de atividades 
privativas de bacharel em Direito, devendo a comprovação desses requisitos
2 Nas palavras do Ministro Cezar Peluso: "(...) O pacto federativo não se desenha nem expressa, 
em relação ao Poder Judiciário, de forma normativa idêntica à que atua sobre os demais Poderes 
da República. Porque a Jurisdição, enquanto manifestação da unidade do poder soberano do 
Estado, tampouco pode deixar de ser una e indivisível, é doutrina assente que o Poder Judiciário 
tem caráter nacional, não existindo, senão por metáforas e metonímias, 'Judiciários estaduais' 
ao lado de um 'Judiciário federal'. A divisão da estrutura judiciária brasileira, sob tradicional, 
mas equivoca denominação, em Justiças, é só o resultado da repartição racional do trabalho da 
mesma natureza entre distintos órgãos jurisdicionais".
3 Segundo o STF (ADI 2210-MC e 2204-MC), é necessária a participação da OAB em todas as 
fases do concurso, inclusive na definição dos pontos atribuídos aos títulos e requerimentos 
relativos à inscrição e seus recursos. Trata-se de modalidade de controle externo, tendo em 
vista a transparência da seleção.
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ocorrer na data da inscrição no concurso (ADI 3.460/DF, 31.08.2006, DJ de 
15.06.2007).
Destaca-se, ainda, a decisão do STF de que é constitucional o requisito de 
dois anos de bacharelado em Direito para que os candidatos possam se inscrever 
no concurso público para o cargo de Procurador da República (ADI 1.040/ 
Notícias STF, 11.11.2004).
Outro importante princípio a ser observado no Estatuto da Magistratura é 
o da promoção na carreira, de entrância para entrância, alternadamente, por 
antiguidade e merecimento, atendidas as seguintes regras:
• Promoção obrigatória do juiz que figurar por três vezes consecutivas ou 
cinco alternadas em lista de merecimento;
• Promoção por merecimento com requisitos de dois anos de exercício na 
respectiva entrância e integrar, o juiz, o prim eiro quinto da lista de 
antiguidade desta, salvo se não houver, com tais requisitos, quem aceite o 
lugar vago;
• Merecimento avaliado por desempenho e critérios objetivos de 
produtividade e presteza no exercício da jurisdição, bem como pela frequência 
e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento;
• Recusa do juiz mais antigo, na apuração da antiguidade, somente pelo 
voto fundamentado de dois terços dos membros do respectivo tribunal, 
assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até se fixar a indicação;
• Não promoção de juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder 
além do prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o respectivo 
despacho ou decisão.
O Estatuto também deverá prever acesso aos tribunais de segundo grau 
alternadamente por antiguidade e merecimento, apurados na última ou única 
instância. É o caso do acesso dos desembargadores aos Tribunais Regionais 
Federais, do Trabalho e Eleitorais, por exemplo.
Também deverá o Estatuto determinar a previsão de cursos oficiais de 
preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistrados, sendo etapa 
obrigatória do processo de vitaliciamento a participação em cursos oficiais ou 
reconhecidos por escola de formação e aperfeiçoamento de magistrados.
Outro princípio a ser previsto no Estatuto é a residência do juiz na 
respectiva comarca, salvo autorização do tribunal. Além disso, o ato de remoção, 
disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público, fundar-se- 
á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho 
Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa.
O Estatuto da Magistratura também deverá garantir a publicidade e a 
motivação das decisões. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário 
serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, 
podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a
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seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do 
direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público 
à informação. As decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em 
sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de 
seus membros.
Outra importante previsão é a que se refere ao órgão especial. Nos 
tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído 
órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, 
para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da 
competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antiguidade 
e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno.
Também deverá ser assegurada a atividade jurisdicional ininterrupta, 
sendo vedadas férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau, 
funcionando, nos dias em que não houver expediente forense normal, juízes em 
plantão permanente. Trata-se do princíp io da in interruptabilidade da 
jurisd ição, que não permite exceção nem mesmo por Resolução do CNJ (ADI 
3.823-MC, DJ de 23.11.2007, pendente de julgamento). Observe que essa regra 
não se aplica aos Tribunais Superiores.
Além disso, visando a garantir a eficiência do Judiciário, o número de juízes 
na unidade jurisdicional deverá ser proporcional à efetiva demanda judicial e à 
respectiva população. Também os servidores receberão delegação para a prática 
de atos de administração E atos de mero expediente sem caráter decisório. Além 
disso, a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de 
jurisdição.
Outra importante exigência da Carta Magna diz respeito ao quinto 
constitucional. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos 
Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios, bem como do Tribunal 
Superior do Trabalho, será composto de membros, do Ministério Público, com 
mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de 
reputação ilibada, com mais de dee anos de efetiva atividade profissional, 
indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas 
classes. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao 
Poder Executivo, que, nos vinte dias subsequentes, escolherá um de seus 
integrantes para nomeação.
Essa regra, apesar de o art. 94 só fazer referência explícita aos Tribunais 
Regionais Federais e Tribunais de Justiça dos Estados, Distrito Federal e 
Territórios, aplica-se também aos tribunais do trabalho, inclusive ao TST.
Na escolha desses membros, os órgãos de representação dos advogados 
e Ministério Público elaboram lista sêxtupla (com seis indicações) com 
candidatos que preencham os requisitos constitucionais, sendo três deles 
escolhidos pelo tribunal, que forma lista tríplice e a encaminha ao Chefedo 
Executivo. Este escolherá um dos três candidatos para nomeação.
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E importante destacar que entende o STF que, não havendo membros do 
Ministério Público que preencham os requisitos constitucionais, pode haver 
preenchimento da lista sêxtupla (elaborada pelo órgão de representação do 
Ministério Público) com candidatos com menos de dez anos de carreira (ADI 
1.289, Inf. 304/STF) Também entende o STF que o Tribunal pode recusar a lista 
sêxtupla, desde que fundada a recusa em razões objetivas. Não cabe, 
entretanto, ao Tribunal, substituir a lista sêxtupla encaminhada pela entidade 
de classe por outra que o próprio órgão componha. A lista deverá ser devolvida 
à organização para que esta a refaça, total ou parcialmente (MS 25.624, DJ de 
19.12.2006).
Por fim, determina a Constituição que o subsídio dos Ministros dos 
Tribunais Superiores corresponderá a noventa e cinco por cento do subsídio 
mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal e os subsídios dos 
demais magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e 
estadual, conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária nacional, 
não podendo a diferença entre uma e outra ser superior a dez por cento ou 
inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa e cinco por cento do subsídio 
mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores, obedecido, em qualquer caso, o 
disposto nos arts. 37, XI, e 39, § 4°. Note que existem dois tetos: um para os 
Ministros dos Tribunais Superiores (95% do subsídio dos Ministros do STF) e 
outro para os demais magistrados (95% do subsídio dos Ministros dos Tribunais 
Superiores).
As Garantias dos Magistrados
De acordo com José Afonso da Silva, as garantias do Judiciário podem ser 
de dois tipos: institucionais (que protegem o Judiciário como instituição) e 
funcionais ou de órgãos, que abrange a vitaliciedade, a inamovibilidade, a 
irredutibilidade dos subsídios e a imparcialidade dos membros do Judiciário (na 
forma de vedações). Como eu adoro esquematizar a matéria, vou sintetizar as 
três principais garantias funcionais em um gráfico:
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VITALICIEDADE
•AQUISIÇÃO: APÓS DOIS ANOS DE EXERCÍCIO PARA OS 
MAGISTRADOS DO PRIMEIRO GRAU DE JURISDIÇÃO E A 
PARTIR DA POSSE PARA OS DEMAIS.
IRREDUTIBILIDADE 
DE SUBSÍDIOS <
•EVITA QUE O MAGISTRADO SOFRA PRESSÕES POR MEIO DA 
REDUÇÃO DE SEU SUBSÍDIO, GARANTINDO-SE, COM ISSO, 
A INDEPENDÊNCIA NECESSÁRIA AO EXERCÍCIO 
JURISDICIONAL.
INAMOVIBILIDADE
•GARANTIA DE QUE O MAGISTRADO PERMANECERÁ EM SUA 
SEDE DE ATIVIDADE. CASOS EM QUE É POSSÍVEL A 
REMOÇÃO:
-> COM SUA CONCORDÂNCIA;
-> POR INTERESSE PÚBLICO (DECISÃO DA MAIORIA 
ABSOLUTA DO RESPECTIVO TRIBUNAL OU DO CNJ, 
ASSEGURADA AMPLA DEFESA)
•EXCEÇÃO: OS JUÍZES MILITARES, MESMO TENDO ESSA 
GARANTIA, DEVERÃO ACOMPANHAR AS FORÇAS EM 
OPERAÇÃO JUNTO ÀS QUAIS TENHAM DE SERVIR.
A vitaliciedade confere a garantia, ao magistrado, de que ele só perderá 
o cargo por sentença judicial transitada em julgado, com todas as garantias 
inerentes ao processo. Essa regra, entretanto, comporta uma exceção, que é a 
perda de cargo por determinação do Senado Federal, no caso de crime de 
responsabilidade cometido pelos Ministros do STF ou pelos membros do 
Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Essa garantia é adquirida após dois anos de efetivo exercício do cargo, 
no caso de juiz que ingressou na carreira por meio de concurso público de provas 
e títulos e imediatamente para os membros dos Tribunais. Assim, o empossado 
pela regra do quinto constitucional adquire vitaliciedade no momento da posse, 
estando dispensado de estágio probatório.
A garantia da inam ovibilidade assegura ao juiz que este não será 
removido, de uma localidade para outra (ou mesmo de uma comarca ou sede 
para outra), sem o seu consentimento. Assegura, também, que ele não será 
afastado da apreciação de um caso ou de um processo por mecanismos 
institucionais. A remoção, em regra, só poderá se dar com a concordância do 
magistrado.
Há, contudo, uma exceção, prevista constitucionalmente: a remoção (ou 
mesmo disponibilidade ou aposentadoria) do magistrado por interesse público. 
Nesse caso, deverá haver decisão da maioria absoluta do respectivo tribunal ou 
do CNJ, assegurada ampla defesa.
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Por fim, a irredutibilidade de vencimentos afasta a possibilidade de que lei 
reduza os subsídios pagos aos juízes. Visa-se, com isso, proteger o Judiciário 
contra pressões do Legislativo.
A irredutibilidade dos subsídios é nominal, não real. Protege o subsídio 
contra sua redução por ato legal, não contra a perda de valor em decorrência da 
inflação.
Vedações aos Magistrados
Além das garantias da magistratura, a Constituição estabelece algumas 
vedações aos juízes, com o objetivo de preservar a função judicante, garantindo 
aos magistrados a imparcialidade necessária à correta aplicação da Justiça. São 
elas:
Vedações aos magistrados
-> Exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, 
salvo a de magistério;
-> Receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em 
processo;
-> Dedicar-se à atividade político-partidária;
-> Receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições 
de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as 
exceções previstas em lei;
-> Exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes 
de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria 
ou exoneração
A primeira vedação visa a proteger o sistema remuneratório do juiz, ao 
impedir-lhe o exercício de qualquer atividade remunerada, exceto a de 
magistério. Segundo o STF, a atividade de magistério pode ser realizada pelo 
magistrado inclusive no horário do expediente do juízo ou tribunal, uma vez que 
ele poderá compensar suas atividades jurisdicionais de outras maneiras, sem 
comprometimento das mesmas.
Por sua vez, a vedação à dedicação à atividade político-partidária tem 
como objetivo garantir a imparcialidade do juiz. Caso decida se dedicar a essa 
atividade, deverá o juiz se afastar definitivamente da magistratura, mediante 
aposentadoria ou exoneração, sob pena de perda do cargo (LC no 35/79, art. 26, 
II, "c"). Segundo o TSE, o magistrado não pode sequer se filiar a partido político4.
4 Resolução n° 19.978 , de 1997.
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A vedação ao exercício da advocacia no juízo ou tribunal do qual se 
afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por 
aposentadoria ou exoneração consiste na chamada "quarentena". Visa a evitar 
situações de suspeição quanto ao bom funcionamento do Judiciário, garantindo 
a este, mais uma vez, independência e imparcialidade.
Estrutura
A Constituição Federal determina, em seu artigo 92, que são órgãos do 
Judiciário:
• Supremo Tribunal Federal (STF)
• Conselho Nacional de Justiça (CNJ)
• Superior Tribunal de Justiça (STJ)
• Tribunais Regionais Federais (TRFs) e Juízes Federais
• Tribunais e Juízes do Trabalho
• Tribunais e Juízes Eleitorais
• Tribunais (TJMs) e Juízes Militares
• Tribunais (TJs) e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios 
Esses órgãos se dispõem hierarquicamente da seguinte forma:
CNJ
STF
ST J TST TSE STM
\, ^ \
TJs
I
TJMs ou 
TJs
I
TRFs
I
TRTs
I
TREs
I
Juízes dos 
Estados, 
DF e
Territórios
Juízes de 
Direito e 
Conselhos 
de Justiça 
(AuditoriasMilitares 
dos
Estados, 
DF e
Territórios)
Juízes
Federais
Juízes
do
Trabalho
Juízes e 
Juntas 
Eleitorais
y
Conselhos de Justiça 
(Auditorias Militares 
da União)
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O Supremo Tribunal Federal (STF) é o órgão máximo do Poder Judiciário, 
sendo o guardião da Constituição Federal. Logo abaixo dele estão os Tribunais 
Superiores: Superior Tribunal de Justiça (STJ), Tribunal Superior do Trabalho 
(TST), Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e Superior Tribunal Militar (STM). Tanto 
o STF quanto os Tribunais Superiores (STJ, TST, TSE e STM) têm jurisdição em 
todo o território nacional e sede na Capital Federal. São, por isso, chamados 
órgãos de convergência. Destaca-se que o STF e o STJ são, segundo a 
doutrina, não só órgãos de convergência como também órgãos de 
superposição, pois, embora não pertençam a nenhuma Justiça, suas decisões 
se sobrepõem às proferidas pelos órgãos inferiores das Justiças comum e 
especial.
O Conselho Nacional de Justiça não se insere na hierarquia do Judiciário, 
pois não tem competência jurisdicional. É órgão de controle administrativo e 
financeiro do Judiciário, cabendo-lhe zelar pelo cumprimento dos deveres 
funcionais dos juízes.
Os órgãos do Poder Judiciário se dividem em Justiça Comum e Justiças 
Especiais. A primeira compreende a Justiça dos Estados (Tribunais de Justiça e 
juízes) e a Justiça Federal (Tribunais Regionais Federais e juízes federais), tendo 
como instância recursal superior o STJ. As segundas compreendem as Justiças 
do Trabalho, Eleitoral e Militar, com seus respectivos tribunais e juízes.
O Conselho Nacional de Justiça
O Conselho Nacional de Justiça foi criado pela EC no 45 de 2004, com a 
finalidade de exercer o controle da atuação administrativa e financeira do Poder 
Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes.
De acordo com o art. 103-B da Constituição, o CNJ compõe-se de quinze 
membros com mandato de dois anos, admitida uma recondução, sendo:
I - o Presidente do Supremo Tribunal Federai;
II - um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo 
respectivo tribunal;
III - um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo 
respectivo tribunal;
IV - um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo 
Supremo Tribunal Federal;
V - um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;
VI - um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior 
Tribunal de Justiça;
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VII - um juiz federai, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;
VIII - um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo 
Tribunal Superior do Trabalho;
IX - um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do 
Trabalho;
X - um membro do Ministério Público da União, indicado pelo 
Procurador-Geral da República;
XI um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo 
Procurador-Geral da República dentre os nomes indicados pelo 
órgão competente de cada instituição estadual;
XII - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem 
dos Advogados do Brasil;
XIII - dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação 
ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo 
Senado Federal.
O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal e, 
nas suas ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal 
Federal. Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente da 
República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado 
Federal. Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas anteriormente, 
caberá a escolha ao Supremo Tribunal Federal.
O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a função de Ministro- 
Corregedor e ficará excluído da distribuição de processos no Tribunal, 
competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da 
Magistratura, as seguintes:
• Receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas 
aos magistrados e aos serviços judiciários;
• Exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição 
geral;
• Requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições, e 
requisitar servidores de juízos ou tribunais, inclusive nos Estados, 
Distrito Federal e Territórios.
Vamos memorizar essa informação?
Ministro do STJ no CNJ
> Exercerá a função de Ministro-Corregedor
> Ficará excluído da distribuição de processos
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> Exercerá as funções a ele conferidas pelo Estatuto da 
Magistratura, além das seguintes:
• Receber as reclamações e denúncias, de qualquer 
interessado, relativas aos magistrados e aos serviços 
judiciários;
• Exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de 
correição geral;
• Requisitar e designar magistrados, delegando-lhes 
atribuições, e requisitar servidores de juízos ou tribunais, 
inclusive nos Estados, Distrito Federal e Territórios.
Destaca-se que junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da República 
e o Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.
Para memorizar o número de membros do CNJ, lembre-se da frase "Coroa na 
Jovem". Pense numa moça de 15 anos, sendo coroada em sua festa de 
debutantes!
Um detalhe interessante a analisarmos, quando tratamos de CNJ, é a 
competência para julgar seus membros, assim como os do CNMP (Conselho 
Nacional do Ministério Público). Nos crimes de responsabilidade, por força do 
art. 52, II, da CF/88, a competência para julgá-los é do Senado Federal. Já nos 
crimes comuns, não há previsão de foro especial: cada membro será julgado de 
acordo com sua origem (STF, STJ, TRT e outras) pelo tribunal correspondente. 
A título de exemplo, os Ministros dos Tribunais Superiores serão julgados pelo 
STF, como estudaremos mais detalhadamente a seguir, quando tratarmos dessa 
Corte.
As competências do CNJ encontram-se dispostas na tabela abaixo:
Competências do qNJ (rol exemplificativo)
• Exercer o controle da atuação administrativa e financeira do 
Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes;
• Zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do 
Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no 
âmbito de sua competência, ou recomendar providências;
• Zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante 
provocação, a legalidade dos ATOS ADMINISTRATIVOS praticados por 
membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, 
revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias 
ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal 
de Contas da União;
• Receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos 
do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, 
serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que
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atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da 
competência disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar 
processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a 
disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos 
proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções 
administrativas, assegurada ampla defesa;
• Representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a 
administração pública ou de abuso de autoridade;
• Rever, de ofício ou mediante provocação, os processos 
disciplinaresde juízes e membros de tribunais julgados HÁ MENOS DE 
UM ANO;
• Elaborar SEMESTRALMENTE relatório estatístico sobre processos 
e sentenças prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes 
órgãos do Poder Judiciário;
• Elaborar RELATÓRIO ANUAL, propondo as providências que julgar 
necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País e as 
atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presidente 
do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por 
ocasião da abertura da sessão legislativa.
O CNJ não dispõe de 
competências jurisdicionais,
tampouco de competência para 
fiscalizar a atuação jurisdicional dos 
juízes.
O CNJ não tem nenhuma competência sobre o STF e seus ministros. 
Segundo o Pretório Excelso, a função do CNJ é controlar apenas a atividade 
administrativa, financeira e disciplinar dos órgãos situados abaixo do STF, órgão 
máximo do Poder Judiciário.
Nesse sentido, considerou constitucional a previsão de realização de 
controle administrativo e ético-disciplinar do Poder Judiciário pelo Conselho 
Nacional de Justiça. Isso porque o primeiro controle não atinge o autogoverno 
do Judiciário, uma vez que, da totalidade das competências privativas dos 
tribunais (art. 96, CF), nenhuma lhes foi usurpada. No que se refere ao segundo 
controle, este foi considerado expressiva conquista do Estado democrático de 
direito, devido à consciência de que os mecanismos de responsabilização dos 
juízes, por inobservância das obrigações funcionais, são imprescindíveis à boa 
prestação jurisdicional. Acrescentou-se que a existência, no CNJ, de membros 
alheios ao corpo da magistratura, além de viabilizar a erradicação do 
corporativismo, estende uma ponte entre o Judiciário e a sociedade.5
5 STF, Pleno, ADI 3.367/DF, rel. Min. César Peluso, 13.04.2005, Informativo STF no 383.
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Além disso, entende o STF que, no âmbito das matérias afetas ao CNJ, 
este tem competência para expedir normas primárias para regulamentação do 
texto constitucional.
Outro ponto importante é que o STF entende ser inconstitucional a criação, 
por Constituição Estadual, de órgão de controle administrativo do Judiciário do 
qual participem representantes de outros Poderes ou entidades (súmula 649). 
Isso porque a magistratura tem caráter nacional e unitário. Portanto, o controle 
administrativo, financeiro e disciplinar de toda a Justiça, inclusive a Estadual, 
cabe ao CNJ.
Finalmente, a União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, criará 
ouvidorias de justiça, competentes para receber reclamações e denúncias de 
qualquer interessado contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra 
seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional de 
Justiça.
Supremo Tribunal Federal (STF)
O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos 
dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos 
de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada (art. 101, "caput", CF). 
Como você vê, não há necessidade de ser bacharel em Direito para ser Ministro 
do STF. Para se lembrar do número de membros do STF, a dica é a frase "Somos 
Todos do Futebol", com as iniciais da Corte Máxima. Quantos jogadores tem 
cada time? Isso mesmo, onze! Assim fica fácil, não?
Para ser Ministro do STF, é necessário o cumprimento de cinco requisitos:
• Requisito administrativo: ser indicado pelo Presidente da República e 
obter, posteriormente, aprovação, após sabatina, pela maioria absoluta do 
Senado Federal;
• Requisito civil: ter mais de 35 e menos de 65 anos;
• Requisito político: estar em cleno gozo dos direitos políticos;
• Requisito jurídico: ser brasileiro nato;
• Requisito moral: possuir reputação ilibada.
O STF tem a função precípua de guardar a Constituição. Entretanto, a 
jurisdição constitucional não é privativa desse Tribunal, pois além do controle 
concentrado (exercido exclusivamente pela Corte Máxima), nossa Carta Magna 
instituiu o controle difuso de constitucionalidade, permitindo que outros tribunais 
apreciem a constitucionalidade de normas avaliando casos concretos.
Embora a Constituição de 1988 não autorize o STF a editar normas 
regimentais sobre processo e decisão, admite-se, até a promulgação de novas 
leis processuais, a aplicação do Regimento Interno do STF na regulamentação 
do processo perante a Corte Suprema, com base no princípio da continuidade 
da ordem jurídica. Isso porque a Lei 8.038/90, embora tenha disciplinado alguns
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aspectos do processo perante o STF e o STJ, não disciplinou, de forma completa, 
o processo perante o STF.
No que se refere à estrutura interna do Supremo Tribunal Federal, cada 
Ministro integra, formalmente, uma das duas Turmas. As Turmas têm 
competências idênticas. Os processos são distribuídos aos Ministros-Relatores, 
não às Turmas. O Presidente de cada Turma é escolhido pelo critério de 
antiguidade.
O Presidente do STF é eleito diretamente pelos seus pares para um 
mandato de dois anos, sendo vedada a reeleição. Tradicionalmente, são eleitos 
para os cargos de Presidente e Vice-Presidente os dois Ministros mais antigos 
que ainda não os exerceram.
O Supremo Tribunal Federal apresenta competências originárias e 
recursais, todas elas taxativamente arroladas na Constituição. Nas originárias, 
trata de questões decididas apenas por ele, sendo acionado diretamente e 
julgando em única instância. Essas competências estão previstas no inciso I do 
art. 102 da CF:
Dentre as competências do STF, uma das mais cobradas em prova é 
aquela para julgar o Presidente da República nas infrações penais comuns. No 
caso de ações civis, a Corte Suprema tem competência para julgar o "habeas 
data" e o mandado de segurança contra atos do Chefe do Executivo, mas não a 
de julgar ação popular contra o mesmo. Isso porque o rol do art. 102 da 
Constituição é exaustivo. Assim, só pode a Corte julgar ações populares em dois 
casos:
• Caso todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente 
interessados na ação;
• Caso a demanda envolva conflito entre a União e Estado-membro.
O Supremo Tribunal Federal apresenta, além dessas competências, uma 
série de outras, implícitas. Na Rcl. 2.069, Velloso, sessão de 27.06.2003, por 
exemplo, o STF reconheceu sua competência para processar todo mandado de 
segurança, qualquer que fosse a autoridade coatora, impetrado por quem teve 
a sua extradição deferida pelo Tribunal. Além disso, dentre outros exemplos, 
adotou-se a interpretação extensiva do texto constitucional nas seguintes 
hipóteses:
• Mandado de segurança contra Comissão Parlamentar de Inquérito6.
• "Habeas corpus" contra a Interpol, em face do recebimento de mandado 
de prisão expedido por magistrado estrangeiro, tendo em vista a competência 
do STF para processar e julgar, originariamente, a extradição solicitada por
6 MS 23.619/DF, DJ de 07.12.2000; MS 23.851/DF, MS 23.868/DF e MS 23.964/DF, Rel. Min 
Celso de Mello, DJ de 21.06.2002.
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Estado estrangeiro (CF, art. 102, I, "g"), conforme HC 80.923/SC, Rel. Min. Néri 
da Silveira, DJ de 21.06.2002.
• Mandado de segurança contra atos que tenham relação com o pedido de 
extradição (CF, art. 102, I, "g")7.
• A competência do STF para julgar mandado de segurança contra atos da 
Mesa da Câmara dos Deputados (art. 102, I, "d", 2a parte) alcança os atos 
individuais praticados por parlamentar que profere decisão em nome desta8.
• "Habeas corpus" contra qualquer decisão do STJ,desde que configurado o 
constrangimento ilegal9.
Utiliza-se, para isso, a teoria das competências implícitas 
complementares, de Canotilho10. Segundo o autor, existem duas hipóteses de 
competências complementares implícitas: (1) competências implícitas
complementares, enquadráveis no programa normativo-constitucional de uma 
competência explícita e justificáveis porque não se trata tanto de alargar 
competências, mas de aprofundá-las (exemplo: quem tem competência para 
tomar uma decisão deve, em princípio, ter competência para a preparação e 
formação de decisão); (2) competências implícitas complementares, necessárias 
para preencher lacunas constitucionais patentes através da leitura sistemática e 
analógica de preceitos constitucionais.
Na competência recursal, o Supremo decide matérias a ele submetidas por 
meio de recurso ordinário ou extraordinário. Analisa, então, a questão em última 
instância, proferindo a palavra final a respeito. O STF tem competência recursal 
ordinária para julgar:
7 Rcl. 2.069/DF, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ de 01.08.2003 e Rcl. 2.040/DF, Rel. Min. Néri da 
Silveira, DJ de 27.06.2003.
8 MS-AgRg 24.099/DF, DJ de 02.08.2002.
9 HC-QO 78.897/RJ, Rel. Min. Nelson Jobim, DJ de 20.02.2004.
10 José Joaquim Gomes Canotilho, Direito Constitucional e Teoria da Constituição, 5a edição, 
2002.
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Recurso ordinário
• O "habeas-corpus", o mandado 
de segurança, o "habeas-data" e 
o mandado de injunção decididos 
em única instância pelos 
Tribunais Superiores, se 
denegatória a decisão;
• O crime político.
Recurso extraordinário
• As causas decididas em ÚNICA ou
ÚLTIMA instância, quando a
decisão recorrida:
• a) contrariar dispositivo da 
Constituição;
• b) declarar a 
inconstitucionalidade de 
tratado ou lei federal;
• c) julgar válida lei ou ato de 
governo local contestado em 
face desta Constituição.
• d) julgar válida lei local 
contestada em face de lei 
federal.
Requisitos do 
recurso 
extraordinário
• O recorrente deverá demonstrar a repercussão 
geral das questões constitucionais discutidas no 
caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal 
examine a admissão do recurso, somente podendo 
recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus 
membros;
• Ofensa direta à Constituição
Destaca-se que o recurso extraordinário é meio excepcional de 
impugnação de decisões judiciais, não equivalendo a um terceiro ou um quarto 
grau de jurisdição. Busca, somente, resguardar a Constituição. Questões de 
natureza meramente processual ou de âmbito infraconstitucional não lhe dão 
ensejo, ainda que, por via reflexa, atentem contra a Carta Magna (STF, RE 
236.333/DF, 14.09.1999).
No que se refere à repercussão geral, requisito do recurso extraordinário, 
podemos conceitua-la como um "filtro" que serve para impedir que o Supremo 
aprecie recursos extraordinários insignificantes social, econômica, política ou 
juridicamente. Essa exigência foi criada pela EC 45/2004 com o objetivo de livrar 
o Supremo de demandas irrelevantes para a sociedade brasileira, deixando a 
Corte disponível para julgar aquilo que realmente interessa para o Brasil.
Na análise da repercussão geral, o Supremo Tribunal Federal seleciona um 
recurso extraordinário como modelo e, a partir dele, analisa se a matéria é 
relevante social, econômica, política ou juridicamente. Após a admissão do 
recurso extraordinário (não havendo a recusa por dois terços dos Ministros do
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STF), tem início a pré-triagem. Nessa fase, todos os recursos que estiverem 
tramitando nos tribunais de origem passam a aguardar a decisão da Corte sobre 
o tema. Realizado o julgamento, a decisão do STF deverá ser aplicada pelos 
próprios tribunais de origem, sem necessidade de envio para o Tribunal Superior.
No que se refere a repercussão geral referente a jurisprudência já 
pacificada pela Corte, poderá o Tribunal se manifestar, quanto ao mérito, pela 
subsistência do entendimento já consolidado ou deliberar pela renovação da 
discussão do tema. No primeiro caso, poderá a Presidência negar distribuição e 
devolver à origem todos os processos idênticos que chegarem ao STF. No 
segundo, o processo será encaminhado à distribuição para, futuramente, ter seu 
mérito analisado pelo Plenário (RE 579.431, DJE 24.10.2008).
Questões de prova:
1. (ESAF/2012/AFRFB) O Supremo Tribunal Federal é a mais alta 
Corte de Justiça do país. Composta por 11 Ministros, tem sede em 
Brasília e jurisdição em todo o território nacional. Sobre o Supremo 
Tribunal Federal, é correto dizer que seus Ministros devem ser 
escolhidos entre brasileiros natos, com mais de 35 e menos de 65 anos 
de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada. A indicação 
cabe ao Presidente da República, que a submete à Câmara dos 
Deputados e em seguida ao Senado Federal.
Comentários:
A indicação cabe ao Presidente da República após a aprovação da escolha pelo 
Senado Federal. Não há participação da Câmara. Questão incorreta.
2. (ESAF/2012/AFRFB) O Supremo Tribunal Federal é a mais alta 
Corte de Justiça do país. Composta por 11 Ministros, tem sede em 
Brasília e jurisdição em todo o território nacional. Sobre o Supremo 
Tribunal Federal, é correto dizer que como instância máxima do 
Judiciário brasileiro, somente tenn competência originária.
Comentários:
O STF também tem competências recursais (recursos ordinário e 
extraordinário). Questão incorreta.
3. (ESAF/2012/AFRFB) O Supremo Tribunal Federal é a mais alta 
Corte de Justiça do país. Composta por 11 Ministros, tem sede em 
Brasília e jurisdição em todo o território nacional. Sobre o Supremo 
Tribunal Federal, é correto dizer que seus Ministros gozam da garantia 
da vitaliciedade após dois anos no exercício do cargo.
Comentários:
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Os membros do STF adquirem automaticamente a vitaliciedade. Questão 
incorreta.
4. (ESAF/2012/AFRFB) O Supremo Tribunal Federal é a mais alta 
Corte de Justiça do país. Composta por 11 Ministros, tem sede em 
Brasília e jurisdição em todo o território nacional. Sobre o Supremo 
Tribunal Federal, é correto dizer que compete-lhe processar e julgar, 
originariamente, os governadores de Estado nos casos de crime 
praticado após a posse.
Comentários:
Trata-se de competência do STJ (art. 105, I, "a", CF). Questão incorreta.
5. (ESAF/2012/AFRFB) O Supremo Tribunal Federal é a mais alta 
Corte de Justiça do país. Composta por 11 Ministros, tem sede em 
Brasília e jurisdição em todo o território nacional. Sobre o Supremo 
Tribunal Federal, é correto dizer que pode acatar o pedido de abertura 
de ação penal contra parlamentar sem a necessidade de autorização 
prévia da Câmara ou Senado, bastando que posteriormente comunique 
a existência da ação à Casa respectiva a que pertencer o parlamentar.
Comentários:
É o que determina o art. 53, § 3°, da CF/88. Questão correta.
Superior Tribunal de Justiça (STJ)
O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três 
Ministros. Esses Ministros são nomeados pelo Presidente da República, dentre 
brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de 
notável saber jurídico e reputação ilr b ada, depois de aprovada a escolha pela 
maioria absoluta do Senado Federal, sendo:
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Ministros 1/3 de juízes dos TRFs 
do STJ
(mímm° 33) 1/3 de desembargadores dos TJ estaduais1/3 dividido assim:
-> 1/6 advogados
-> 1/6 membros do Ministério Público Federal, dos 
Ministérios Públicos Estaduais e do Distrito Federal
Requisitos
-> Idade entre 35 e 65 anos;
-> Brasileiro nato ou naturalizado;
-> Notável saber jurídico e reputação ilibada
Observe que, diferentemente do que ocorre com os membros do STF, 
todos os membros do STJ têm necessariamente graduação em Direito, pois são 
membros da magistratura ou do Ministério Público ou são advogados. Outro 
ponto importante é que o Tribunal é composto por, no mínimo, trinta e três 
Ministros, podendo este número ser aumentado por lei ordinária federal de 
iniciativa do próprio STJ. Para decorar esse número, utilize a frase "Somos Todos 
de Jesus", lembrando-se de que Cristo morreu aos 33 anos de idade.
As competências originárias do STJ, em que este é acionado diretamente, 
realizando o primeiro julgamento, estão sintetizadas no quadro a seguir:
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e 
do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os 
desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do 
Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos 
Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais 
Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, 
os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos 
Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem 
perante tribunais;
Compete b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato
originariamente de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do 
ao STJ Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal;
processar e
julgar... c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for
qualquer das pessoas mencionadas na alínea "a", ou 
quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, 
Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército 
ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça 
Eleitoral;
d) os conflitos de competência entre quaisquer 
tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I, "o", bem
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como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre 
juízes vinculados a tribunais diversos;
e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus 
julgados;
f) a reclamação para a preservação de sua competência 
e garantia da autoridade de suas decisões;
g) os conflitos de atribuições entre autoridades 
administrativas e judiciárias da União, ou entre autoridades 
judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do 
Distrito Federal, ou entre as deste e da União;
h) o mandado de injunção, quando a elaboração da 
norma regulamentadora for atribuição de órgão, entidade 
ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, 
excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal 
Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, 
da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal;
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a 
concessão de exequatur às cartas rogatórias.
"O que é "exequatur", Nádia?"
Mesmo esse conceito não sendo cobrado em prova, vou explicá-lo a você, 
a fim de que não se esqueça mais dele.
A palavra "exequatur" tem origem latina, significando "execute-se". Indica 
a autorização dada pelo STJ para que possam ser executadas no Brasil, na 
jurisdição do juiz competente, as diligências ou atos processuais requisitados 
por autoridade judiciária estrangeira.
Destaca-se que, assim como ocorre com o STF, as competências do STJ 
também são taxativas. Somente por emenda constitucional estas poderão ser 
reduzidas ou ampliadas.
O STJ apresenta as seguintes competências recursais:
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O recurso especial, assim como o recurso extraordinário (do STF), 
apresenta vários pressupostos de admissibilidade. As questões debatidas já 
deverão ter sido apreciadas pelo Tribunal de origem. Além disso, somente cabe 
recurso especial das causas apreciadas pelos Tribunais Regionais Federais ou 
pelos Tribunais dos Estados, do Distrito Federal ou dos Territórios. Assim, 
considerando que as Turmas Recursais não podem ser consideradas Tribunais, 
não cabe recurso especial das suas decisões (Súmula 203/STJ).
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Determina a Constituição que funcionarão junto ao STJ a Escola Nacional 
de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados e o Conselho da Justiça Federal:
Escola Nacional 
de Formação e 
Aperfeiçoamento 
de Magistrados
• Tem como uma de suas funções regulamentar os 
cursos oficiais para o ingresso e promoção na 
carreira
Conselho da 
Justiça Federal
• Tem como função exercer, na forma da lei, a 
supervisão administrativa e orçamentária da 
Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como 
órgão central do sistema e com poderes 
correicionais, cujas decisões terão caráter
vinculante
Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral 
da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações 
decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil 
seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer 
fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para 
a Justiça Federal.
Tribunais Regionais e Federais
São órgãos da Justiça Federal: os Tribunais Regionais Federais (segundo 
grau) e os Juízes Federais (primeiro grau).
Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar descentralizadamente, 
constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do 
jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. Essa previsão 
constitucional (já colocada em prática pelo estado de Santa Catarina, por 
exemplo) visa a facilitar o acesso ao JyLi diciário, reforçando a própria democracia.
Além disso, os TRFs instalarão a justiça itinerante, com a realização de 
audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da 
respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários, 
também como forma de garantir o acesso à Justiça à população que vive 
afastada dos grandes centros urbanos.
Os TRFs compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando 
possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente da República dentre 
brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:
• Um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade 
profissional e membros do Ministério Público Federal com mais de dez anos de 
carreira;
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• Os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco anos 
de exercício, por antiguidade e merecimento, alternadamente.
A competência dos TRFs divide-se em originária e recursal, nos termos 
abaixo:
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:
I - processar e julgar, originariamente:
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da 
Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de 
responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, 
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus 
ou dos juízes federais da região;
c) os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato do 
próprio Tribunal ou de juiz federal;
d) os "habeas-corpus", quando a autoridade coatora for juiz 
federal;
e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados 
ao Tribunal;
II - julgar, em grau de recurso, ascausas decididas pelos juízes 
federais e pelos juízes estaduais no exercício da competência 
federal da área de sua jurisdição.
Raramente encontramos questões referentes a TRFs em provas, a não ser 
quando se trata de concursos para cargos do próprio Judiciário. Quando 
aparecem, essas questões costumam cobrar a literalidade da Constituição, 
sendo bastante fáceis.
Juízes Federais
Os juízes federais são os membros da Justiça Federal de primeiro grau de 
jurisdição, que ingressam na carreira mediante concurso público. Tanto o 
concurso quanto a nomeação são de competência do Tribunal Regional Federal 
sob cuja jurisdição seu cargo é provido (CF, art.,. 93, I).
No que se refere à organização da Justiça Federal, cada Estado, bem como 
o Distrito Federal, constituirá uma seção judiciária que terá por sede a respectiva 
Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei (CF, art. 110, 
"caput"). Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições cometidas aos
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juízes federais caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei (art. 110, 
parágrafo único, CF).
Os juízes federais têm sua competência taxativamente definida pela 
Constituição. Esta competência só pode sofrer modificação por emenda 
constitucional. A eles compete julgar as seguintes matérias (art. 109, CF):
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa 
pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, 
assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes 
de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do 
Trabalho;
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo 
internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no 
País;
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com 
Estado estrangeiro ou organismo internacional;
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em 
detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas 
entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as 
contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e 
da Justiça Eleitoral;
V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, 
quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou 
devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 
5° deste artigo;
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos 
determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem 
econômico-financeira;
VII - os "habeas-corpus", em matéria criminal de sua 
competência ou quando o constrangimento provier de 
autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra 
jurisdição;
VIII - os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato 
de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos 
tribunais federais;
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IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, 
ressalvada a competência da Justiça Militar;
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de 
estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", 
e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas 
referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à 
naturalização;
XI - a disputa sobre direitos indígenas.
Tribunal Superior do Trabalho (TST), Tribunais Regionais do 
Trabalho (TRTs) e Juízes do Trabalho
São órgãos da Justiça do Trabalho: o Tribunal Superior do Trabalho, os 
Tribunais Regionais do Trabalho e os juízes do Trabalho.
O Tribunal Superior do Trabalho, cuja competência será determinada por 
lei, compor-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com 
mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, nomeados pelo 
Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado 
Federal, sendo:
• Um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade 
profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos 
de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94 da Carta Magna;
• Os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da 
magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior. A 
Constituição não exige indicação em lista tríplice: basta a indicação pelo TST;
• Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho:
• A Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do 
Trabalho, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais 
para o ingresso e promoção na carreira;
• O Conselho Superior da JustiRa do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na 
forma da lei, a supervisão administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial 
da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão central do 
sistema, cujas decisões terão efeito vinculante.
Os Tribunais Regionais do Trabalho, de maneira semelhante aos TRFs, 
compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na 
respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros 
com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:
• Um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade 
profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez 
anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94 da Carta Magna;
• Os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antigüidade e 
merecimento, alternadamente.
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Os Tribunais Regionais do Trabalho, da mesma forma como previsto para 
os Tribunais Regionais Federais, instalarão a justiça itinerante, com a realização 
de audiências e demais funções de atividade jurisdicional, nos limites territoriais 
da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.
Também de forma semelhante aos TRFs (o que facilita sua memorização), 
os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar descentralizadamente, 
constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do 
jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo.
A competência da Justiça do Trabalho é determinada pelo art. 114 da CF, 
conforme a tabela a seguir:
Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar...
• As ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de 
direito público externo e da administração pública direta e indireta da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
• As ações que envolvam exercício do direito de greve;
• As ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre 
sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores;
• Os mandados de segurança, "habeas corpus" e "habeas data", 
quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;
• Os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição 
trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, "o" (os conflitos de 
competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer 
tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro 
tribunal 0 julgados pelo STF);
• As ações de indenização por dano moral ou patrimonial, 
decorrentes da relação de trabalho;
• As ações relativas às penalidades administrativas impostas aos 
empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho;
• A execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 
195, I, "a" e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças 
que proferir;
• Outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na 
forma da lei.
Cabem alguns apontamentos quanto a essascompetências.
Primeiramente, o STF entende que a competência da Justiça do 
Trabalho não alcança o julgamento de ações entre o Poder Público e servidores 
públicos com vínculo estatutário, uma vez que o vínculo jurídico de natureza 
estatutária vigente entre servidores públicos e a administração é diferente do 
conceito de relação de trabalho. As ações envolvendo servidores públicos 
federais regidos por regime estatutário (pela Lei n° 8.112/90) são de 
competência da Justiça Federal.
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Outro ponto importante é que a súmula vinculante no 23 determina que "a 
Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória 
ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da 
iniciativa privada". Essa súmula tem como base o entendimento do STF de que 
a determinação da competência da Justiça do Trabalho não importa que dependa 
a solução da lide de questões de direito civil, bastando que a questão submetida 
à apreciação judicial decorra da relação de emprego. Nesse sentido, o exercício 
do direito de greve respeita a relação de emprego, pelo que a Emenda 
Constitucional no 45/2003 incluiu, expressamente, na competência da Justiça do 
Trabalho conhecer e julgar as ações dele decorrentes (art. 114, inciso II, da 
Constituição da República).
No que se refere ao inciso III do art. 114 da CF/88, ou seja, à competência 
da Justiça do Trabalho para processar e julgar as ações sobre representação 
sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e 
empregadores, sua interpretação deve se dar em conjunto com o inciso I do 
mesmo artigo. Isso significa que essas ações só serão processadas e julgadas 
pela Justiça do Trabalho quando decorrerem de relação de trabalho.
No que diz respeito à competência da Justiça do Trabalho para processar 
e julgar os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, esta 
se limita à resolução de conflito entre seus próprios órgãos. Isso porque quando 
um dos órgãos envolvidos for um tribunal superior, a competência será do STF, 
e, nos demais casos, em se tratando de órgãos distintos da jurisdição brasileira, 
será do STJ.
Tribunais e Juizes Eleitorais
São órgãos da Justiça Eleitoral:
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é o órgão de cúpula da Justiça Eleitoral. 
É composto de no mínimo sete membros, escolhidos dentre magistrados e 
advogados, da seguinte forma:
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Destaca-se que cada Ministro do TSE tem um substituto, oriundo da 
mesma classe que o titular (Ministro do STJ, do STF ou advogado). Outro detalhe 
importante é que são irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, 
salvo as que contrariarem esta Constituição e as denegatórias de "habeas- 
corpus" ou mandado de segurança (art. 120, § 3°, CF).
Por sua vez, os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) apresentam a 
seguinte composição:
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O TRE elegerá seu presidente e vice-presidente dentre os 
desembargadores (CF, art. 120, § 2°). Destaca-se, ainda, que das decisões dos 
TREs somente caberá recurso quando (CF, art. 120, § 4°, I a V):
• Forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição ou de lei;
• Ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais 
eleitorais;
• Versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições 
federais ou estaduais;
• Anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais 
ou estaduais;
• Denegarem "habeas-corpus", mandado de segurança, "habeas-data" ou 
mandado de injunção.
Dos Tribunais e Juízes dos Estados
Reza a Constituição Federal que compete aos Estados a organização de 
sua Justiça, observados os princípios nela estabelecidos. A competência dos 
Tribunais de Justiça será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de 
organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça. Trata-se de 
competência residual: compreende aquilo que não é de atribuição da Justiça 
Federal, do Trabalho ou Eleitoral.
Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade 
de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição 
Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão.
A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a 
Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e 
pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, 
ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar seja 
superior a vinte mil integrantes.
Compete à Justiça Militar estg dual processar e julgar os militares dos 
Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos 
disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, 
cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos 
oficiais e da graduação das praças.
Entretanto, compete aos juízes de direito do juízo militar processar e 
julgar, singularmente, os crimes militares cometidos contra civis e as ações 
judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao Conselho de Justiça, sob 
a presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais crimes militares.
O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizadamente, constituindo 
Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça 
em todas as fases do processo. Além disso, instalará a justiça itinerante, com a 
realização de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites
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territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e 
comunitários.
Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá a criação de 
varas especializadas, com competência exclusiva para questões agrárias. 
Sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicional, o juiz far-se-á 
presente no local do litígio.
HORA DE
praticar!
6. (ESAF/AFRFB - 2014) Sobre o Conselho Nacional de Justiça, é 
correto afirmar que:
a) seus integrantes são oriundos de cada um dos Poderes da República, sem 
exceção.
b) sua criação decorre de manifestação do Poder Constituinte Originário.
c) a Constituição Federal assegura ao Advogado-Geral da União a 
prerrogativa de manifestação nas suas sessões.
d) o Supremo Tribunal Federal afastou as alegações de inconstitucionalidade 
relativas à sua criação.
e) nas ações diretas de inconstitucionalidade sob sua análise, a 
inconstitucionalidade será declarada pela maioria absoluta dos seus membros.
Comentários:
A letra A está incorreta. A composição do CNJ é:
• O Presidente do Supremo Tribunal Federal;
• Um Ministro do Superior Tribu nal de Justiça, que será o Corregedor 
Nacional de Justiça;
• Um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho;
• Um Desembargador de Tribunal de Justiça;
• Um Juiz Estadual;
• Um Juiz do Tribunal Regional Federal;
• Um Juiz Federal;
• Um Juiz de Tribunal Regional do Trabalho;
• Um Juiz do trabalho;
• Um Membro do Ministério Público da União;
• Um Membro do Ministério Público Estadual;
• Dois advogados;
• Dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada.
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Há membros que se originam do Poder Judiciário e do MinistérioPúblico, mas 
nenhum tem origem no Legislativo ou no Executivo.
A letra B está incorreta. A criação do CNJ se deu por emenda constitucional, por 
exercício do poder constituinte derivado.
A letra C está incorreta. Não há tal previsão na Constituição.
A letra D está correta. De fato, o STF considerou constitucional a criação do CNJ. 
Para a Corte Suprema, a competência do CNJ para realizar o controle 
administrativo não atinge o autogoverno do Judiciário, uma vez que, da 
totalidade das competências privativas dos tribunais (art. 96, CF), nenhuma lhes 
foi usurpada. Além disso, no que diz respeito ao controle administrativo e ético- 
disciplinar do Poder Judiciário, este foi considerado expressiva conquista do 
Estado democrático de direito, devido à consciência de que os mecanismos de 
responsabilização dos juízes, por inobservância das obrigações funcionais, são 
imprescindíveis à boa prestação jurisdicional.11
A letra E está incorreta. O CNJ não tem função jurisdicional, por isso não realiza 
controle de constitucionalidade.
O gabarito é a letra D.
7. (ESAF / M in istério do Turism o - 2014) É correto afirm ar, acerca do 
Poder Jud ic iá rio , que:
a) compete ao Superior Tribunal de Justiça processar e julgar originariamente a 
ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente 
interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de 
origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados.
b) compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar originariamente o 
litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, 
o Distrito Federal ou o Território. I
c) compete ao Superior Tribunal de Justiça processar e julgar originariamente 
todos os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, bem como entre 
tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais 
diversos.
d) compete ao Superior Tribunal de Justiça rever, de ofício ou mediante 
provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de tribunais 
julgados há menos de um ano.
11 STF, Pleno, ADI 3.367/DF, rel. Min. César Peluso, 13.04.2005, Informativo STF no 383.
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e) compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar originariamente a 
homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas 
rogatórias.
Comentários:
Letra A: errada. O STF é que possui competência para processar e julgar, 
originariamente, a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta 
ou indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos membros 
do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente 
interessados (art. 102, I, "n").
Letra B: correta. De fato, é competência do STF processar e julgar, 
originariamente, o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e 
a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Território (art.102, I, "e").
Letra C: errada. A lguns con flito s de com petências são processados e 
julgados, originariamente, pelo STF: i) o conflito de competências entre o STJ 
e quaisquer tribunais; ii) o conflito de competências entre Tribunais Superiores; 
iii) o conflito de competências entre um Tribunal Superior e qualquer outro 
tribunal.
O STJ processa e julga, originariamente, os seguintes conflitos de 
competência: i) conflito de competências entre quaisquer tribunais, ressalvada 
a competência do STF; ii) conflito de competências entre tribunal e juízes a ele 
não vinculados; iii) conflito de competências entre juízes vinculados a tribunais 
diversos.
Letra D: errada. Compete ao CNJ rever, de ofício ou mediante provocação, 
os processos disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há menos 
de um ano (art. 103-B, § 4°, V).
Letra E: errada. A homologação de sentenças estrangeiras e a concessão 
de exequatur às cartas rogatórias é cp mpetência do STJ.
O gabarito é a letra B.
8 . (ESAF/2008/M PO G ) Com pete privativam ente aos Tribuna is de 
Justiça propor ao Poder Leg is la tivo respectivo a a lteração da 
organ ização e da d iv isão jud ic iá rias.
Com entários:
É o que determina o art. 96, II, "d", da Constituição Federal. Questão 
correta.
9. (ESAF/2009/AN A ) A justiça de paz, com posta de c idadãos e le itos 
pelo voto d ireto, un iversal e secreto, possui com petência privativa para,
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na form a da lei, ce lebrar casam entos, verificar, de o fíc io ou em face de 
im pugnação apresentada, o processo de hab ilitação e exercer 
a tribu ições concilia tórias, sem caráter ju risd ic iona l, além de outras 
prev istas na leg islação.
Com entários:
Segundo a Constituição (art. 98, II), a União, no Distrito Federal e nos 
Territórios, e os Estados criarão justiça de paz, remunerada, composta de 
cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com mandato de quatro 
anos e competência para, na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de 
ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de habilitação e 
exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras 
previstas na legislação. O erro da questão é que tal competência não é privativa. 
Questão incorreta.
10. (ESAF/2004/M PU ) No âm bito da União, o encam inham ento, para 
o Executivo, da proposta orçam entária dos órgãos do poder jud ic iá rio é 
da com petência do presidente do Suprem o Tribunal Federal.
Com entários:
No âmbito da União, o encaminhamento da proposta orçamentária dos 
órgãos do Poder Judiciário compete tanto ao Presidente do STF quanto aos 
Presidentes dos Tribunais Superiores (art. 99, § 2o, I, CF). Questão incorreta.
11. (ESAF/2004/M PU ) A inam ovib ilidade, com o garantia do ju iz, não 
adm ite exceções.
Com entários:
Há uma exceção à inamovibilidade: é possível a remoção,
independentemente do consentimento do juiz, no caso de interesse público, 
mediante decisão do órgão colegiado jcompetente do Ministério Público, pelo voto 
da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa (art. 128, § 5o, 
I, "b", CF). Questão incorreta.
12. (ESAF/2003/TRT 7a Região) Em razão da garantia constituc iona l 
da inam ovib ilidade, os ju ízes não podem ser com pulsoriam ente 
rem ovidos, em h ipótese alguma.
Com entários:
Há uma exceção à inamovibilidade: é possível a remoção,
independentemente do consentimento do juiz, no caso de interesse público, 
mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo voto 
da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa (art. 128, § 5o, 
I, "b", CF). Questão incorreta.
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13. (ESAF/2003/TRT 7a Região) Os m agistrados podem partic ipar da 
po lítica partidária, podendo ser e leg íveis.
Com entários:
Aos juízes é vedado dedicar-se à atividade político-partidária (art. 95, 
parágrafo único, III, CF). Questão incorreta.
14. (ESAF/2003/TRT 7a Região) Os m agistrados são e le itos pela 
população da c ircunscrição jud ic ia l.
Com entários:
O ingresso na carreira da magistratura dar-se-á mediante concurso público 
de provas e títulos (art. 93, I, CF). Questão incorreta.
15. (ESAF/2003/TRT 7a Região) Em v irtude da garantia da 
irredu tib ilidade de vencim entos, os m agistrados não estão su je itos ao 
pagam ento de tribu tos sobre sua rem uneração.
Com entários:
Não há tal vedação na Constituição. Pelo contrário, dispõe a Constituição 
que "sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à

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