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Aula 16 Direito Constitucional

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Estratégia
C O N C U R S O S ^
Direito Constitucional p/AFRFB - 2015
Profa. Nádia Carolina / Prof. Ricardo Vale
AULA 16: DIREITO CONSTITUCIONAL
SUMÁRIO PÁGINA
1- Sistema Tributário Nacional 1 - 43
2- Lista de Questões e Gabarito 44 - 48
Sistema Tributário Nacional
1- O Sistema Tributário Nacional:
1.1- Introdução:
O Estado, para que possa disponibilizar serviços públicos aos cidadãos e, assim, 
alcançar os seus fins, deve arrecadar recursos financeiros. Em essência, 
existem duas maneiras de o Estado carrear recursos para os cofres públicos: i) 
por meio das receitas originárias e; ii) por meio das receitas derivadas.
As receitas originárias são aquelas que o Estado obtém a partir da exploração 
de atividade econômica ou através da exploração de seu próprio patrimônio. Um 
exemplo seria a cobrança de aluguel de um prédio público que foi alugado para 
uma empresa. Perceba que, nesse caso, o Estado irá atuar em pé de 
igualdade com o particular, sem qualquer manifestação de seu poder de 
império. Predomina, aqui, o regime de direito privado.
As receitas derivadas, por sua vez, se caracterizam por serem obtidas a partir 
do exercício do poder de império pelo Estado. Elas consistem em prestações 
pecuniárias compulsórias impostas pelo Estado, o que deixa nítida a aplicação 
do princípio da supremacia do interesse público. São exemplos de receitas 
derivadas os tributos, as multas e as reparações de guerra. Ressalte-se que, na 
arrecadação das receitas derivadas, predomina o regime jurídico de direito 
público.
Nosso estudo, a partir de agora, irá se concentrar nos tributos, que são uma 
espécie de receita derivada. Nosso Roco serão os aspectos constitucionais do 
"Sistema Tributário Nacional", sempre tendo em mente aquilo que pode ser 
cobrado em uma prova de Direito Constitucional. Faremos isso para não 
entrarmos em demasia na seara do Direito Tributário.
1.2- Conceito de Tributo:
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Profa. Nádia Carolina / Prof. Ricardo ValeEstratégia
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O Direito Tributário é um ramo do direito público e, portanto, todos os seus 
institutos devem ser analisados sob a ótica de dois princípios essenciais: i) a 
supremacia do interesse público e; ii) a indisponibilidade do interesse público.1
Do princípio da supremacia do interesse público, deriva a desigualdade que
marca a relação jurídico-tributária; nesse sentido, é estabelecida entre o Estado 
e o particular uma relação vertical. O Estado irá exigir do particular, mediante 
lei e independentemente de sua vontade, que este lhe oferte uma prestação 
compulsória: o tributo.
Por sua vez, o princípio da indisponibilidade do interesse público impõe aos 
agentes públicos o dever de cobrar os tributos sempre que estes forem 
exigíveis, sem qualquer possibilidade de dispensar a sua cobrança, salvo nas 
hipóteses previstas em lei. Somente a lei, enquanto manifestação da vontade 
do povo, é que poderá conceder qualquer espécie de benefício fiscal ou mesmo 
dispensar o pagamento de um tributo. Um Fiscal Tributário jamais poderá fazê- 
lo por sua "mera vontade".
Feitas essas considerações iniciais, vamos à definição de tributo, a qual está 
prevista no art. 3°, do Código Tributário Nacional (CTN):
Art. 3° Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda 
ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de 
ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade 
administrativa plenamente vinculada.
São várias as características do tributo, sobre as quais explanaremos a 
seguir:
a) Prestação compulsória:
O tributo é uma obrigação que surge a partir da lei, e não da vontade das 
partes na relação jurídica. Sua característica marcante é a compulsoriedade. 
Trata-se de receita derivada, exigida pelo Estado no exercício do seu poder de 
império. Assim, o contribuinte não pode optar pelo pagamento do tributo; 
ocorrendo a situação descrita em lei (chamado de "fato gerador"), surge a 
obrigação de pagar o tributo, imputada ao contribuinte.
b) Prestação pecuniária, em moeda ou em cujo valor nela se possa 
exprimir:
O tributo deve ser pago em dinheiro (pecúnia), não sendo admissível o seu 
pagamento em bens (prestação in natura) ou serviços (prestação in labore). 
Cabe destacar, todavia, que uma das possibilidades de extinção do crédito 
tributário é a dação em pagamento em bens IMÓVEIS, o que seria uma
1 ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado, 4a edição, Ed, Método. São Paulo, 
2010, pp. 36 - 38.
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exceção a essa regra geral do pagamento ser sempre efetuado em dinheiro (art. 
156, XI, CTN).
No julgamento da ADI n° 1.917-5/DF, o STF decidiu que lei local não pode 
estabelecer como hipótese de extinção do crédito tributário a dação em 
pagamento em bens móveis, uma vez que estaria sendo violado o princípio 
da licitação na aquisição de materiais pela Administração Pública. Há bastante 
lógica na decisão, uma vez que se a dação em pagamento em bens móveis fosse 
admitida como hipótese de extinção do crédito tributário, isso representaria, na 
prática, a aquisição de bens pela Administração sem qualquer procedimento 
licitatório prévio.
c) Prestação diversa de sanção:
O tributo e a multa, apesar de serem receitas derivadas, não podem ser 
confundidos: eles possuem natureza jurídica diversa. Os tributos não tem como 
objetivo a punição de uma conduta; ao contrário, seu objetivo é arrecadar 
recursos para o Estado (função fiscal) ou promover a regulação econômica 
(função extrafiscal). A multa, por sua vez, é uma sanção de ato ilícito.
d) Prestação instituída em lei:
Os tributos só podem ser instituídos mediante leis (ordinárias ou 
complementares, conforme o caso), que são a legítima expressão da vontade 
do povo. Destaque-se que o STF também admite a criação de tributos por 
medida provisória.
e) Cobrança mediante atividade administrativa plenamente vinculada:
Os atos administrativos, como se sabe, podem ser discricionários ou vinculados. 
Atos discricionários são aqueles que podem ou não ser efetuados pelo agente 
público, dependendo da sua avaliação de mérito (oportunidade e conveniência). 
Atos vinculados, por sua vez, são aqueles que devem ser realizados pelo agente 
público, independentemente de qualquer análise de mérito.
Pois bem. A cobrança dos tributos é efetuada mediante atividade 
administrativa plenamente vinculada. Isso significa que a autoridade 
tributária deverá efetuar a cobrança dos tributos, não existindo qualquer 
margem de discricionariedade nessa atividade. Em outras palavras, a 
autoridade tributária não poderá deixar de cobrar um tributo por julgá-lo 
inoportuno ou inconveniente.
Percebe-se que a atuação vinculada da autoridade tributária está intimamente 
relacionada ao princípio da indisponibilidade do interesse público.
1.3- Funções do Tributo:
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Os tributos podem ter função fiscal ou extrafiscal.
A finalidade fiscal existirá quando o objetivo do tributo for eminentemente 
arrecadatório, como o Imposto de Renda (IR). Já a finalidade extrafiscal
estará presente quando o tributo tem por desígnio a regulação econômico- 
social, como os Impostos de Importação (II) e Exportação (IE). Ao elevar a 
alíquota do imposto de importação, o governo protege a indústria nacional; por 
outro lado, ao reduzir a alíquota desse tributo, estimula-se a entrada de produtos 
estrangeiros no território nacional.
É importantedestacar que, segundo a doutrina tributarista, nenhum tributo 
se presta unicamente à fiscalidade ou extrafiscalidade. O que existe é o 
predomínio de uma função sobre a outra em cada um dos tributos. Como 
exemplo, o Imposto de Renda, apesar de ser predominantemente um tributo de 
caráter fiscal, também tem uma finalidade extrafiscal importante: a
redistribuição de renda, ocasionada pela cobrança de alíquotas mais elevadas 
daqueles que auferem rendimentos maiores.
1.4- Espécies Tributárias:
A doutrina não é unânime a respeito de quais são as espécies tributárias; na 
verdade, existem diversas correntes sobre o tema, destacando-se duas delas: 
i) a tricotômica ou tripartite e; ii) a pentapartida.
Para a corrente tricotômica, os tributos podem ser divididos em impostos, 
taxas e contribuições de melhoria. Essa corrente se apoia, dentre outros 
argumentos, na literalidade do art. 145, CF/88:
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela 
utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e 
divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
A corrente pentapartida, entretanto, é seguida pela doutrina dominante. 
Segundo essa teoria, cujo entendimento já foi referendado pelo STF, o sistema 
tributário brasileiro possui cinco espécies de tributos: impostos, taxas, 
contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições 
especiais. Segundo os adeptos dessa teoria, o legislador constituinte agrupou 
no art. 145, CF/88, apenas as espécies tributárias que podem ser instituídas por 
todos os entes federativos.
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Em seguida, falaremos o que são, em linhas gerais, cada uma dessas espécies 
tributárias.
1.5- Impostos:
Segundo o art. 16, do CTN, imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato 
gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal 
específica, relativa ao contribuinte. Em outras palavras, os impostos surgem a 
partir de algum tipo de manifestação de riqueza do contribuinte, 
independentemente de qualquer contraprestação estatal. Por exemplo, se um 
indivíduo é proprietário de um automóvel, ele terá que pagar o IPVA (Imposto 
sobre Veículos Automotores). Se esse mesmo indivíduo possui um imóvel em 
área urbana, deverá pagar o IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e 
Territorial Urbana).
Os impostos são tributos não vinculados, pois seu fato gerador depende única 
e exclusivamente de um fato do contribuinte; é por isso, também, que a 
doutrina os considera tributos unilaterais. Nesse sentido, Paulo de Barros 
Carvalho destaca que imposto é o "tributo que tem por hipótese de incidência 
um fato alheio a qualquer atuação do Poder Público." 2
A arrecadação dos impostos também é não-vinculada, ou seja, os recursos 
deles provenientes não poderão, em regra, estar atrelados a qualquer órgão, 
fundo ou despesa (art. 167, IV). Com isso, o Poder Público ganha maior 
flexibilidade para decidir quanto à alocação das receitas oriundas dos impostos, 
que servirão para financiar despesas públicas gerais ou universais.
Segundo o art. 145, § 1°, CF/88, sempre que possível, os impostos terão 
caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do 
contribuinte. É facultado à administração tributária, especialmente para 
conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos
2 CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário, 16a edição. São Paulo, 
Saraiva: 2004, p. 36.
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individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as 
atividades econômicas do contribuinte.
A observância do princípio da capacidade contributiva é, assim, obrigatória
para todos os impostos. Para os outros tributos, não existe essa 
obrigatoriedade; todavia, considera o STF que não existe qualquer empecilho a 
que o princípio da capacidade contributiva se aplique à criação de taxas.
A Constituição não cria nenhum tributo; o que ela faz é tão-somente atribuir 
competência tributária aos entes federativos para que eles instituam os tributos 
mediante leis (ou medidas provisórias). Por exemplo, o art. 153, I, estabelece 
que compete à União instituir imposto sobre a importação de produtos 
estrangeiros. Caberá, então, à União editar lei ordinária que crie o imposto de 
importação.3 Aí sim o imposto de importação terá sido instituído.
Em relação aos impostos, há que se destacar, ainda, o que dispõe o art. 146, 
III, "a". Segundo esse dispositivo, cabe à lei complementar estabelecer definir 
fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes dos impostos previstos 
na Constituição. Ressalte-se o seguinte: a definição dos fatos geradores, bases 
de cálculo e contribuintes dos outros tributos poderão ser definidas por simples 
lei ordinária.
1.6- Taxas:
Ao contrário dos impostos, as taxas são tributos vinculados, isto é, o seu fato 
gerador está relacionado a uma atividade estatal específica relativa ao 
contribuinte. O fato gerador das taxas é um "fato do Estado": é uma atuação 
estatal que irá ensejar a cobrança da taxa. Isso nos permite afirmar que a taxa 
é tributo contraprestacional, de natureza bilateral.
A CF/88 prevê que os entes federativos (União, Estados, DF e Municípios) 
poderão instituir taxas por 2 (dois) motivos:
a) em razão do exercício do poder de polícia.
b) pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos
específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua 
disposição.
Existem, portanto, as taxas de polícia e as taxas de serviço.
As taxas de polícia tem como fato gerador o regular exercício do poder de 
polícia. Esse poder é a prerrogativa que tem a Administração Pública de
3 No caso específico do Imposto de Importação, ele foi instituído pelo Decreto-Lei n° 
37/66, que foi recepcionado como lei ordinária pelo atual ordenamento jurídico.
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condicionar ou limitar o exercício de direitos ou o uso de bens pelo particular, 
em prol do interesse público.
O STF já foi chamado a se posicionar sobre a 
constituc iona lidade de várias taxas de po líc ia . Abaixo, 
relacionamos os entendimentos mais importantes da Corte 
sobre o assunto:
1) É constitucional a taxa de fiscalização dos mercados de 
títulos e valores mobiliários instituída pela Lei 7.940/1989. 
(Súmula n° 665)
2) É constitucional a taxa de fiscalização de anúncios. (RE 
216.207)
3) É constitucional a taxa de controle e fiscalização 
ambiental (RE 416.601). Vale destacar que, nesse julgado, 
ficou registrado que a taxa de polícia não está restrita 
apenas àque les estabe lec im entos efetivam ente 
fisca lizados . A existência de órgão fiscalizador nos faz 
presum ir o regular exercício do poder de polícia.
As taxas de serv iço , por sua vez, têm como fato gerador a utilização efetiva 
ou potencial de serviços específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou 
postos à sua disposição.
Veja só: para que o serviço público dê ensejo à cobrança de taxa, ele deve ser, 
ao mesmo tempo, específico e d iv is ív e l. Segundo o CTN, serão específicos 
aqueles serviços que puderem ser destacados em unidades autônom as de 
u tiliza ção ; por outro lado, serão divisíveis os serviços suscetíve is de 
utilização, separadam ente, por parte de cada um dos seus usuários.
Segundo o Prof. Eduardo Sabbag, específico (ou "uti singuli")é aquele serviço 
que se direciona a um número determinado de pessoas, permitindo discriminar 
o seu usuário; divisível é o serviço que traz um benefício individualizado para o 
destinatário da ação estatal. Vale destacar que os serv iços específicos serão, 
por consequência, d iv is íve is .4
Os serv iços gera is ("uti universi"), por sua vez, tem como destinatário a 
sociedade como um todo, benefic iando toda a co le tiv idade . Eles não têm um 
destinatário determinado, que se possa individualizar. É o caso, por exemplo, 
dos serviços de segurança pública e de iluminação pública.
4 SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário, 2a edição. Ed. Saraiva, São Paulo: 
2010, pp. 412-413.
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Saber se um serviço público é específico e divisível ou geral e indivisível é de 
grande relevância a fim de que possamos saber como ele poderá ser financiado 
pelo Estado. De maneira bem objetiva, podemos dizer que:
a) Serviços específicos e divisíveis são financiados mediante taxas.
b) Serviços gerais e indivisíveis são financiados por meio de impostos.
Levando-se essa lógica em consideração, o STF já foi chamado a apreciar a 
constitucionalidade de várias taxas de serviço. Destacamos, a seguir, as 
principais decisões da Corte Suprema:
a) Súmula Vinculante n° 19: "A taxa cobrada exclusivamente em razão 
dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de 
lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o art. 145, II, da CF."
Há, aqui, uma nuance que merece receber destaque. A coleta de lixo de 
logradouros públicos é um serviço geral, que tem a coletividade inteira 
como destinatária e, portanto, não pode ser financiada por taxa, sob pena 
de inconstitucionalidade.
Por outro lado, a coleta de lixo proveniente de imóveis é serviço 
específico e divisível, pois tem destinatários determinados: os donos dos 
imóveis. É desse serviço que trata a Súmula Vinculante n° 19. Perceba que 
o STF considera constitucional a taxa cobrada exclusivamente em razão 
dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de 
lixo ou resíduos provenientes de imóveis. A palavra "exclusivamente" 
foi usada para deixar claro que se o lixo não for proveniente de imóveis, 
os serviços a ele relacionados não poderão ser remunerados por taxa.
b) Súmula n° 670: "O serviço de iluminação pública não pode ser 
remunerado mediante taxa". Esse é um bom exemplo de serviço geral e 
indivisível, que visa atender toda a coletividade. Não poderá, portanto, ser 
financiado por taxa.
Segundo o art. 145, § 2°, CF/88, as taxas não podem ter base de cálculo5
próprias de impostos. A taxa, sendo tributo vinculado, terá necessariamente 
uma base de cálculo relacionada ao custo da atividade estatal prevista em 
sua hipótese de incidência. Já o imposto, terá base de cálculo sem qualquer 
relação com uma atividade estatal, dado seu caráter não vinculado.
5 Por base de cálculo compreende-se o valor numérico sobre o qual se aplica a alíquota 
para se obter o valor do tributo.
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Com base nesse entendimento, o STF editou a Súmula n° 595, que dispõe que 
"é inconstitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem cuja 
base de cálculo seja idêntica a do imposto territorial rural".
Tudo bem! As taxas não podem ter base de cálculo próprias de impostos. Mas 
será que a taxa poderá ter um ou mais elementos da base de cálculo própria 
de determinado imposto?
O STF já foi chamado a apreciar essa questão. O município de Campinas havia 
instituído "taxa de lixo", a qual levava em consideração, para o seu cálculo, o 
tamanho da área construída dos imóveis. O problema é que o IPTU também leva 
em consideração, dentre outros elementos, a metragem da área construída do 
imóvel. Será que isso violaria a Constituição?
O STF decidiu que a referida taxa estava em perfeita conformidade com a CF/88, 
editando a Súmula Vinculante n° 29:
Súmula Vinculante n° 29: "É constitucional a adoção, no cálculo do valor 
de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de 
determinado imposto, desde que não haja in tegra l identidade entre 
uma base e outra."
1.7- Contribuições de Melhoria:
A contribuição de melhoria é um trifô uto especial, distinto dos impostos e das 
taxas, que tem como fato gerador a valorização imobiliária decorrente de 
uma obra pública. Assim, a mera realização de obra pública não é 
suficiente para fazer surgir uma contribuição de melhoria; é necessário que, 
além disso, haja valorização imobiliária dela decorrente.
Suponha, por exemplo, que José tenha um imóvel situado na cidade de Anapólis- 
GO. A prefeitura constrói uma praça pública nas proximidades do imóvel de José 
e, em consequência disso, todos os imóveis situados naquela localidade têm 
uma substancial valorização. O Município poderá, então, cobrar contribuição de 
melhoria.
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Segundo o STF, o recapeamento de via pública já asfaltada consiste em 
mero serviço de manutenção e conservação e, portanto, não acarreta 
valorização imobiliária. Logo, essa atividade não dá ensejo à cobrança de 
contribuição de melhoria.6 Por outro lado, uma obra de asfaltamento gera 
valorização imobiliária, dela podendo decorrer contribuição de melhoria.
Qualquer um dos entes federativos (União, Estados, DF e Municípios) poderá 
instituir, mediante lei, uma contribuição de melhoria. Trata-se, dessa maneira, 
de um tributo da competência comum dos entes federativos.
A contribuição de melhoria é um tributo contraprestacional: o contribuinte 
irá pagá-la como retribuição a uma atividade estatal específica (obra pública) 
que trouxe a valorização de imóvel de sua propriedade. Pode-se dizer, assim, 
que a contribuição de melhoria, assim como as taxas, é um tributo vinculado.
No entendimento do STF, a base de cálculo da contribuição de melhoria é o 
quantum da valorização imobiliária.7 Em outras palavras, a alíquota da 
contribuição de melhoria incide sobre o acréscimo de valor experimento pelo 
imóvel, após a realização da obra pública.
1.8- Empréstimos Compulsórios:
Os empréstimos compulsórios, apesar do nome, possuem natureza jurídica 
tributária. Consistem em "empréstimos forçados", porém restituíveis. Estão 
previstos no art. 148, CF/88:
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir 
empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de 
calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
I I - no caso de investimento público de caráter urgente e de 
relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, 
"b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de 
empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou 
sua instituição.
A União detém competência exclusiva para a criação dos empréstimos 
compulsórios, devendo fazê-lo mediante lei complementar. Não poderão os 
outros entes federativos instituir empréstimos compulsórios, sob pena de se 
estar usurpando a competência constitucionalmente atribuída à União. Essa é 
uma vedação absoluta, por mais urgente que seja a necessidade. 6 7
6 RE 115.863/SP - Rel. Min. Célio Borja. 29.10.1991.
7 AI 694.836- AgR - Rel. Min. Ellen Gracie. 24.11.2009.
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Há 2 (duas) hipóteses em que se autoriza a instituição de empréstimos 
compulsórios:
a) para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade 
pública, de guerra externa ou sua iminência.
b) no caso de investimento público de caráter urgente e de 
relevante interesse nacional.
No primeiro caso ("despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade 
pública, de guerra externa ou sua iminência"), há necessidade de que os 
recursos sejam direcionados o mais rapidamente possível para cobrir as 
despesas. Por isso, estabelece a CF/88 que não haverá necessidade de se 
observar os princípios da anterioridade e da anterioridade nonagesimal. 
Em outras palavras, não é necessário aguardar 90 dias (princípio da 
anterioridade nonagesimal), tampouco o próximo exercício financeiro (princípio 
da anterioridade), para que o empréstimo compulsório seja exigível. Já no 
segundo caso, exige-se a observância dos princípios da anterioridade e da 
anterioridade nonagesimal.
Os empréstimos compulsórios são tributos de arrecadação vinculada: a 
aplicação dos recursos provenientes de sua arrecadação será vinculada à 
despesa que fundamentou sua instituição.
1.9- Contribuições Especiais:
As contribuições especiais possuem amparo jurídico no art. 149, CF/88, que 
estabelece que a União tem competência exclusiva para instituir 3 (três) 
espécies de contribuição:
a) contribuições sociais;
b) contribuições de intervenção no domínio econômico e;
c) contribuições corporativas (contribuições de interesse das categorias 
profissionais e econômicas.
Vejamos o que dispõe o art. 149, do texto constitucional:
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições 
sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das 
categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua 
atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, 
III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6°, 
relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
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1.9.1- Contribuições sociais:
As contribuições sociais são aquelas que estão relacionadas à arrecadação de 
recursos para a atuação do Estado na área social. Destacamos as seguintes 
espécies de contribuições sociais:
a) Contribuições de seguridade social: São contribuições destinadas 
ao financiamento da seguridade social (saúde, previdência e assistência 
social). Estão previstas no art. 195, CF/88:
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, 
de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos 
provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na 
forma da lei, incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou 
creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, 
mesmo sem vínculo empregatício;
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro;
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, 
não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas 
pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201;
III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a 
lei a ele equiparar.
São exemplos de contribuições de seguridade social: PIS/PASEP, COFINS, 
CSLL, contribuição sobre a folha de salários, dentre outras.
b) Contribuições sociais gerais: As contribuições sociais gerais são 
aquelas que se destinam a custear ações da União na ordem social, 
diversas da seguridade social. São exemplos de contribuições sociais 
gerais o salário-educação (art. 212, § 5°) e as contribuições destinadas 
aos Serviços Sociais Autônomos (SENAI, SESI, SESC, SEBRAE, dentre 
outros).
As contribuições para os Serviços Sociais Autônomos tem previsão no art. 
240, CF/88. Essas entidades são pessoas jurídicas de direito privado, mas 
que realizam atividade de relevante interesse público. Fica bem nítido aqui 
o fenômeno da parafiscalidade, que ocorrerá quando o destino dos 
recursos de um tributo for uma entidade diversa do ente político 
responsável por instituí-lo. Na situação apresentada, o ente que institui 
esses tributos é a União; por outro lado, o destino dos recursos são os 
Serviços Sociais Autônomos.
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c) "Outras" contribuições sociais: Quando se fala em "outras" 
contribuições sociais, estamos nos referindo às chamadas contribuições 
sociais residuais.
As contribuições sociais residuais são instituídas pela União, por meio de 
lei complementar, devem ser não-cumulativas8 e não podem ter fato 
gerador e base de cálculo próprios de outras contribuições.
Por último, cabe destacar que a CF/88 prevê a existência de contribuições sociais 
que podem ser instituídas pelos Estados, Distrito Federal e Municípios.
Trata-se de uma exceção à regra geral de que as contribuições são instituídas 
exclusivamente pela União. Estamos nos referindo à possibilidade de que esses 
entes federativos (Estados, DF e Municípios) instituam contribuições sociais 
a serem cobradas de seus servidores, a fim de custear o seu regime próprio 
de previdência.
Vejamos o que dispõe o art. 149, § 1°:
Art. 149 (...)
§ 1° Os Estados, o Distrito Federai e os Municípios instituirão 
contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em 
benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, 
cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores 
titulares de cargos efetivos da União.
1.9.2- Contribuições de intervenção no domínio econômico:
As contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE) são de 
competência exclusiva da União e possuem finalidade extrafiscal. Por meio 
delas, o Estado busca estimular segmentos econômicos específicos,
direcionando-lhes os recursos provenientes da arrecadação. Alguns exemplos 
desse tipo de contribuições são a CIDE-Combustíveis e CIDE-Royalties e o 
AFRMM (Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante).
A CIDE-Combustíveis tem previsão expressa no art. 177, § 4°, CF/88:
Art. 177 (...)
§ 4° A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio 
econômico relativa às atividades de importação ou comercialização 
de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool 
combustível deverá atender aos seguintes requisitos:
I - a alíquota da contribuição poderá ser:
a) diferenciada por produto ou uso; 8
8 A não-cumulatividade é uma técnica tributacional que busca evitar a "tributação em 
cascata".
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b)reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe 
aplicando o disposto no art. 150,III, b;
I I - os recursos arrecadados serão destinados:
a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool 
combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo;
b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a 
indústria do petróleo e do gás;
c) ao financiamento de programas de infraestrutura de transportes.
Como é possível perceber, as CIDE' s são tributos de arrecadação vinculada: 
os recursos já têm uma destinação específica. No caso da CIDE-Combustíveis, 
os recursos arrecadados serão direcionados paraas atividades do art. 177, § 4°, 
II.
1.9.3-Contribuições de interesse das categorias profissionais e 
econômicas:
Nessa categoria, são enquadradas: i) as contribuições sindicais e ; ii) as 
contribuições destinadas ao custeio das entidades de fiscalização do
exercício de profissões regulamentadas.
Sobre as contribuições sindicais, é importante que estas não sejam 
confundidas com as contribuições confederativas, as quais não têm natureza 
jurídica tributária. Tanto as contribuições sindicais quanto as contribuições 
confederativas encontram amparo no art. 8°, IV, CF/88, abaixo transcrito:
Art. 8° (...)
IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de 
categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do 
sistema confederativo da representação sindical respectiva, 
independentemente da contribuição prevista em lei;
A contribuição sindical é instituída por lei e tem por característica a 
compulsoriedade do seu pagamento; sua natureza jurídica é, portanto, de 
tributo. Nesse sentido, decidiu o STF que "as contribuições sindicais 
compulsórias possuem natureza tributária, constituindo receita pública, estando 
os responsáveis sujeitos à competência fiscalizatória do Tribunal de Contas da 
União". 9 Por outro lado, a contribuição confederativa é fixada pela 
assembleia geral e só é exigida dos filiados ao sindicato; em razão disso, não 
pode ser considerada tributo.
E o que são as contribuições destinadas ao custeio das entidades de fiscalização 
do exercício de profissões regulamentadas? Aliás, o que são essas entidades? 9
9 MS 28.465/DF. Rel. Min. Marco Aurélio. 18.03.2014
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Há algumas entidades, como a OAB, CREA, CRC, CRM e outras, que detêm a 
competência para fiscalizar o exercício de atividades profissionais. Trata- 
se de atividade de interesse público e que dá ensejo à cobrança de uma 
contribuição anual.
Vale a pena darmos um destaque especial à natureza 
jurídica da OAB, o que foi discutido pelo STF na ADIN 
3.026/DF.
Segundo o STF, a OAB não é integrante da Administração 
Indireta; trata-se, na verdade, de uma entidade "su i 
generis", um serviço público independente, de categoria 
ímpar no ordenamento jurídico brasileiro.
A OAB não pode ser tida como congênere dos demais 
conselhos de fiscalização profissional. Sua finalidade é 
muito mais ampla que a desses conselhos. Além de ter 
finalidade corporativas, a OAB tem como missão "defender 
a Constituição, a ordem jurídica do Estado democrático de 
direito, os direitos humanos, a justiça social, e pugnar pela 
boa aplicação das leis, pela rápida administração e pelo 
aperfeiçoamento da cultura e das instituições . jurídicas".
1.9.4- Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública 
(COSIP):
Segundo o STF, o serviço de iluminação pública é um serviço geral e 
indivisível e, portanto, não pode ser financiado por meio de taxa. Em razão 
disso, várias leis municipais que instituíram taxas de iluminação pública foram 
declaradas inconstitucionais pela Corte Suprema.
Dessa maneira, a iluminação pública deveria ser custeada por meio de 
impostos. Os Municípios, todavia, alegavam não ter condições financeiras para 
desviar os seus limitados recursos para essa atividade. Em razão disso, foi 
promulgada a EC n° 39/2002, criando o art. 149-A, abaixo transcrito:
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir 
contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço 
de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. 
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se 
refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica.
A doutrina considera que a Contribuição de Iluminação Pública é uma 
contribuição "su i generis", que não se confunde com as demais contribuições 
especiais. Ela busca financiar um serviço público geral e indivisível, o que 
aproxima sua natureza jurídica da de um imposto; no entanto, ao contrário dos 
impostos, sua arrecadação é vinculada.
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2- Competência Tributária X Competência para legislar sobre Direito 
Tributário:
Antes de qualquer coisa, é preciso destacar que há diferenças relevantes entre 
"competência tributária" e "competência para legislar sobre direito tributário". 
Vamos começar por aí.
A competência para legislar sobre direito tributário consiste na 
competência para editar normas acerca desse tema; em outras palavras, é o 
poder para estabelecer normas relativas à matéria tributária. Segundo o art. 24, 
CF/88, legislar sobre direito tributário é competência concorrente da União, 
dos Estados e do Distrito Federal. Cabe à União editar normas gerais e aos 
Estados e Distrito Federal suplementá-las, mediante leis próprias. No exercício 
dessa competência, a União editou o Código Tributário Nacional (CTN), que 
estabelece normas gerais em matéria tributária.
A competência tributária, por sua vez, é o poder conferido pela 
Constituição aos entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios) para que estes instituam os tributos. Veja: a Constituição não 
cria tributos; ela apenas autoriza que os entes federativos o façam, 
outorgando-lhes a competência tributária. A CF/88 estabelece, por exemplo, que 
o ICMS é um imposto da competência dos estados; caberá, todavia, a cada um 
deles instituir esse tributo mediante lei ordinária.
O exercício da competência tributária é facultativo. Cabe a cada ente federativo 
a discricionariedade para decidir se irá ou não exercê-la, instituindo o tributo de 
sua competência. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) aponta que constituem 
requisitos essenciais para a responsabilidade na gestão fiscal a instituição, 
previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência 
constitucional do ente da Federação (art. 11, LC n° 101/ 2000).
Não se deve interpretar a LRF como obrigando os entes federativos a instituir 
todos os tributos de sua competência. O sentido teleológico da norma é na 
direção de impor que os entes federativos instituam apenas aqueles tributos que 
sejam economicamente inviáveis.
ã INDO'mais fundo A CF/88 prevê que a União tem competência para instituir o imposto sobre grandes fortunas. No entanto, até hoje, esse tributo não foi criado.
Ao estudarmos a competência tributária, é relevante mencionarmos o art. 146, 
CF/88:
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Art. 146. Cabe à lei complementar:
I- dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, 
entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
I I - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
I I I - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, 
especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação 
aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos 
fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência 
tributários;
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas 
sociedades cooperativas.
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as 
microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive 
regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no 
art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, 
e da contribuição a que se refere o art. 239.
Parágrafo único. Alei complementar de que trata o inciso III, d, 
também poderá instituir um regime único de arrecadação dos 
impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios, observado que:
I - será opcional para o contribuinte;
I I - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento 
diferenciadas por Estado;
I I I - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da 
parcela de recursos pertencentes aos respectivos entes federados 
será imediata, vedada qualquer retenção ou condicionamento;
IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser 
compartilhadas pelos entes federados, adotado cadastro nacional 
único de contribuintes.
É possível perceber, a partir da leitura do art. 146, que as normas gerais de 
direito tributário deverão ser objeto de lei complementar. Trata-se de lei 
complementar de caráter nacional! que visa a dar efetividade à previsão do 
art. 24, § 1°, da Constituição10. Essa lei, sendo nacional, vincula todos os entes 
federativos. Atualmente, é representada pelo Código Tributário Nacional (CTN), 
que foi recepcionado pela CF/88 com "status" de lei complementar.
Também compete à lei complementar dispor sobre conflitos de competência, 
em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios (art. 146, I). Considerando-se que a Constituição delimita o âmbito 
de competência de cada um dos entes políticos, qualquer conflito de 
competência entre eles será apenas aparente. Nesse sentido, a lei complementar
10 Segundo o art. 24, § 1°, CF/88, "no âmbito da legislação concorrente, a competência 
da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais."
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prevista no art. 146, I, tem a função tão-somente de elucidar conceitos e 
normas previstos na Constituição, de modo a permitir a solução do conflito.
No que se refere à previsão de tratamento diferenciado e favorecido para 
as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes 
especiais ou simplificados, determina a Constituição (art. 146, parágrafo único) 
que a lei complementar poderá, também, instituir um regime único de 
arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, observado que:
a) Será opcional para o contribuinte;
b) Poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas 
por Estado;
c) O recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela 
de recursos pertencentes aos respectivos entes federados será imediata, 
vedada qualquer retenção ou condicionamento;
d) A arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas 
pelos entes federados, adotado cadastro nacional único de contribuintes.
3- Repartição de Competências Tributárias:
A Constituição Federal de 1988 prevê uma repartição da competência tributária 
entre os entes federativos. No modelo por ela definido, identificamos as 
seguintes espécies de competência tributária: i) competência privativa; ii) 
competência residual; iii) competência extraordinária; iv) competência 
cumulativa e; v) competência comum.
a) Competência tributária privativa: A CF/88 define exatamente os impostos 
que cada ente federativo tem competência para instituir. Apenas como exemplo, 
a União tem competência privativa para instituir o Imposto de Renda (IR), ao 
passo que os Municípios tem competência privativa para instituir o Imposto 
sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU).
Vejamos, na tabela a seguir, a competência privativa dos entes federativos em 
relação a cada um dos impostos definidos na CF/88:
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Ente Federativo Imposto
União
Imposto de Importação (II)
Imposto de Exportação (IE)
Imposto sobre a Renda e Proventos de qualquer 
natureza (IR)
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)
Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e 
Seguros (IOF)
Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR)
Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF)
Estados e Distrito 
Federal
Imposto sobre a transmissão causa mortis e doação de 
quaisquer bens ou direitos (ITCMD)
Imposto sobre operações relativas à circulação de 
mercadorias e sobre prestação de serviços de 
transporte interestadual e intermunicipal e de 
comunicação (ICMS)
Imposto sobre a propriedade de veículos automotores 
(IPVA)
Municípios e 
Distrito Federal
Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial 
Urbana (IPTU)
Imposto sobre a transmissão inter vivos, a qualquer 
título, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, 
e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, 
bem como cessão de direitos a sua aquisição (ITBI)
Imposto sobre Serviços de qualquer natureza (ISS)
Também são consideradas privativas:
- A competência da União para instituir contribuições especiais, 
ressalvada a competência dos Estados, DF e Municípios para instituírem 
contribuições previdenciárias de seus servidores.
- A competência privativa da União para instituir empréstimos 
compulsórios.
- A competência privativa dos Municípios e do Distrito Federal para 
instituírem contribuição de iluminação pública.
b) Competência tributária residual: A União tem competência para, 
mediante lei complementar, instituir outros impostos (não previstos na 
Constituição), desde que sejam não cumulativos e não tenham fato gerador 
ou base de cálculo próprios dos discriminados na Constituição (art. 154, 
I). Essa competência para instituir outros impostos é o que se chama de 
competência tributária residual.
Cabe destacar que o mesmo se aplica à criação das chamadas contribuições 
sociais residuais (art. 195, § 4°, CF/88). A União poderá instituir, mediante lei 
complementar, outras contribuições sociais, não previstas na CF/88. Tais
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contribuições sociais serão não-cumulativas e não poderão ter fato gerador ou 
base de cálculo próprios de outras contribuições previstas no texto 
constitucional.
A doutrina entende, ainda, que os Estados e o Distrito Federal possuem 
competência tributária residual para a instituição de taxas e contribuições 
de melhoria. Isso porque a CF/88, ao repartir as competências administrativas 
entre os entes federativos, atribuiu aos Estados a competência remanescente. 
Assim, os serviços públicos que não estiverem explícitos na CF/88 como 
competência da União e dos Municípios, serão da esfera de atribuições dos 
Estados e do Distrito Federal.
c) Competência extraordinária: Segundo o art. 154, II, CF/88, a União 
poderá instituir, na iminência ou no caso de guerra externa, impostos 
extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais 
serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
d) Competência cumulativa: A União e o Distrito Federal possuem 
competência cumulativa.
A competência cumulativa da União se revela no fato de que, além dos impostos 
federais, ela possui competência para: i) instituir impostos estaduais nos 
Territórios Federais e; ii) instituir impostos estaduais e municipais se o 
Território não for dividido em Municípios.
O Distrito Federal, por sua vez, tem competência cumulativa em razão da 
impossibilidade de ser dividido em Municípios. Em decorrência disso, o Distrito 
Federal tem competência para instituir os tributos estaduais e municipais.
e) Competência comum: A competência tributáriacomum existe em relação 
aos tributos vinculados (aqueles cujo fato gerador dependem de atuação 
estatal). Assim, todos os entes federativos têm competência para a instituição 
de taxas e contribuições de melhoria.
4- Limitações Constitucionais ao poder de tributar:
Na relação jurídico-tributária, o Estado goza de nítida posição de supremacia 
sobre o particular. Em razão disso, a Constituição, com o objetivo de proteger 
os particulares contra a ânsia arrecadatória do Estado, estabeleceu 
diversas limitações ao poder de tributar.
Podemos dividir as limitações constitucionais ao poder de tributar em 2 (duas) 
grandes espécies: i) princípios constitucionais tributários e; ii) imunidades 
tributárias.
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4.1- Princípios Constitucionais Tributários:
4.1.1- Princípio da Legalidade:
O Estado, por meio dos tributos, invade a esfera patrimonial dos indivíduos, 
obrigando-lhes ao pagamento de uma prestação pecuniária. Em um regime 
democrático, invasão de tal natureza somente pode ocorrer mediante 
consentimento do povo, o que se dá por lei.
É nessa lógica que se apoia o princípio da legalidade em matéria tributária. 
Segundo o art. 150, I, CF/88, é vedado aos entes federativos (União, 
Estados, DF e Municípios) exigir ou aumentar tributo sem lei que o 
estabeleça. Cabe destacar que a legalidade em matéria tributária deriva do art. 
5°, II, CF/88, que dispõe que "ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer 
alguma coisa, senão em virtude de lei". Ora, como o tributo é uma prestação 
pecuniária compulsória, essa previsão constitucional seria, por si só, suficiente 
para determinar que sua criação ou majoração se fizessem apenas sob a égide 
da lei.
Embora a literalidade do texto constitucional disponha que a lei é necessária 
para "exigir ou aumentar" tributo, o alcance do princípio da legalidade é 
mais amplo. O Código Tributário Nacional (CTN) é mais específico sobre o tema, 
determinando que será necessária lei para:
a) Instituição de tributos, ou a sua extinção. Ora, se é a lei que cria 
o tributo, também é a lei que o extingue. Igualmente, a concessão de 
benefícios fiscais está submetida à reserva legal.
b) Majoração de tributos, ou a sua redução. O aumento e a redução 
da alíquota de um tributo são feitos mediante lei.
c) Definição do fato gerador da obrigação tributária principal e do seu 
sujeito passivo. Vale enfatizar que é a lei complementar que define o fato 
gerador dos impostos.
d) Fixação da alíquota do tributo e de sua base de cálculo. A base 
de cálculo dos impostos depende de lei complementar.
e) Cominação de penalidades para infrações;
f) Hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, 
ou de dispensa ou redução de penalidades.
Há várias exceções ao princípio da legalidade.
A primeira delas diz respeito à atualização do valor monetário da base de 
cálculo. Cuidado para não confundir atualização com aumento da base de 
cálculo! A atualização visa diminuir o efeito corrosivo da inflação e não precisa 
de lei para ser implementada; por outro lado, o aumento da base de cálculo
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depende está, sim, sujeito à reserva legal. O caso mais clássico é a atualização 
dos valores das tabelas referentes ao preço por metro quadrado dos imóveis, 
que servem de base para o IPTU. Tal atualização pode ser feita por ato do Poder 
Executivo Municipal.
A segunda exceção se refere à fixação do prazo para pagamento do tributo. 
Por não estar relacionado no CTN dentre as matérias sujeitas à reserva legal, 
entende o STF que a fixação do prazo para pagamento não está submetida à 
reserva legal.
Vamos à terceira exceção...
A Constituição não prevê exceções à legalidade no que se refere à criação de 
tributos, mas apenas no que se refere à alteração de alíquotas. Nesses 
casos, é tecnicamente mais adequado, inclusive, dizer que há uma mitigação 
ao princípio da legalidade.
Dessa forma, podem ser alteradas (reduzidas ou aumentadas) por ato do 
Poder Executivo as alíquotas dos seguintes impostos:
a) Imposto de importação (II);
b) Imposto de exportação (IE);
c) Imposto sobre produtos industrializados (IPI);
d) Imposto sobre operações financeiras (IOF).
Há que se comentar ainda sobre a CIDE-Combustíveis e o ICMS-Monofásico 
incidente sobre combustíveis.
Segundo a Constituição Federal, a alíquota da CIDE-Combustíveis poderá ser 
reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo (art. 177, § 4°, I, b). 
Dizer que a alíquota pode ser restabelecida por ato do Poder Executivo é bem 
diferente de dizer que ela pode ser aumentada. Restabelecer a alíquota significa 
retornar ao nível em que esta se encontrava antes da redução. Para aumentá- 
la além desse nível, não será suficiente um ato do Poder Executivo; haverá 
necessidade de uma lei. A redução e o restabelecimento da alíquota da CIDE- 
Combustíveis também não obedecem o princípio da anterioridade, que 
estudaremos mais à frente.
O ICMS-monofásico incidente sobre combustíveis, por sua vez, pode ter sua 
alíquota aumentada ou reduzida por meio de Convênio. Para a redução e 
restabelecimento de alíquotas, não há necessidade de que seja obedecido o 
princípio da anterioridade. Todavia, para que a alíquota seja elevada para um 
patamar superior ao que ela se encontrava antes de uma redução, há 
necessidade de que a anterioridade seja observada.
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4.1.2- Princípio da Isonomia:
O princípio da isonomia (ou da igualdade) possui 2 (duas) importantes 
dimensões: i) a igualdade perante a lei e; ii) a igualdade na lei.
A igualdade "perante a lei" é direcionada aos intérpretes e aplicadores da lei. 
Não podem estes, quando da aplicação do Direito, estabelecer diferenças 
àqueles a quem a lei concedeu tratamento igual. A igualdade "na lei", por sua 
vez, se direciona ao legislador, que não pode editar leis que discriminem pessoas 
em situação equivalente.
Em matéria tributária, o princípio da isonomia está previsto no art. 150, II, 
CF/88, segundo o qual é vedado aos entes federativos instituir tratamento 
desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente,
proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles 
exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos 
ou direitos.
Assim, no âmbito tributário, a isonomia impede que sejam concedidos 
privilégios a determinados grupos de indivíduos. Como exemplo, pessoas que 
têm rendimentos e despesas semelhantes deverão pagar o mesmo montante de 
imposto de renda. Não há que se conceder qualquer privilégio em razão de 
ocupação profissional ou função exercida. Nesse sentido, o STF considerou 
inconstitucional pretensão de contribuinte de ter isenção de IPTU com base 
na sua qualidade de servidor público.11
A isonomia está intimamente relacionada ao princípio da capacidade 
contributiva, o qual determina que aqueles que têm maiores rendimentos 
sofram uma maior tributação. A Constituição prevê esse princípio em seu art. 
145, § 1°:
§ 1° - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e 
serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, 
facultado à administração tributária, especialmente para conferir 
efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos 
individuais e nos termos da lei, o patrimônio, osrendimentos e as 
atividades econômicas do contribuinte.
Salienta-se que, apesar de a Carta Magna prever a aplicação do princípio da 
capacidade contributiva apenas para impostos, o STF entende que não há 
impedimento a que ele se estenda às demais espécies de tributos.
11 STF, AI 157.871 - AgR.
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4.1.3- Princípio da Irretroatividade:
Em nome da segurança jurídica, a lei tributária deverá, em regra, possuir 
efeitos prospectivos, ou seja, não deverá se aplicar a fatos do passado. É isso 
o que determina o princípio da irretroatividade, que veda aos entes 
federativos cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes 
do início da vigência da lei que os tenha instituído ou majorado (art. 150, III, 
"a", CF).
Com isso, a CF/88 dá segurança jurídica aos particulares, impedindo que estes 
tenham sua programação financeira desestruturada pela tributação de 
fatos ocorridos no passado, à época não sujeitos à incidência tributária.
4.1.4- Princípio da anterioridade:
A Constituição Federal veda aos entes federados a cobrança de tributos no 
mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada a lei que os instituiu 
ou aumentou (art. 150, III, "b", CF). É importante ressaltar que a data- 
referência para aplicação do princípio da anterioridade é a data da publicação 
da lei (que nem sempre coincide com a data da sua entrada em vigor).
Suponha, por exemplo, que, em 11/06/2015, a União eleve a alíquota do 
Imposto de Renda para 35%. Essa nova alíquota somente poderá ser cobrada 
no exercício financeiro seguinte. O objetivo é impedir a imediata aplicação de 
uma tributação mais gravosa ao indivíduo, sem que ele tenha tempo para 
programar seu orçamento para recebê-la.
O princípio da anterioridade é, assim, verdadeira garantia individual do 
contribuinte, já tendo sido considerado cláusula pétrea pelo Supremo Tribunal 
Federal (STF). Por ser um princípio de proteção ao contribuinte, não há 
qualquer óbice a que uma redução de carga tributária (extinção de um 
tributo ou redução de alíquota) produza efeitos imediatamente.
A CF/88 prevê algumas exceções ao princípio da anterioridade, as quais 
discriminamos a seguir:
- Imposto de importação (II);
- Imposto de exportação (IE);
- Imposto sobre produtos industrializados (IPI);
- Imposto sobre operações financeiras (IOF);
- Impostos extraordinários de guerra (IEG);
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- Empréstimos compulsórios referentes a guerra e a calamidade pública;
- Contribuições para financiamento da seguridade social.
- CIDE-Combustíveis (Não se aplica a anterioridade para a redução e o 
restabelecimento de alíquotas).
- ICMS-monofásico incidente sobre combustíveis (Também não se aplica a 
anterioridade apenas para a redução e o restabelecimento de alíquotas).
4.1.5 - Princípio da Noventena ou Anterioridade Nonagesimal ou 
Carência:
O princípio da noventena ou anterioridade nonagesimal é, assim como o princípio 
da anterioridade anual, uma vertente do princípio da não-surpresa. Surgiu 
com a EC n° 42/2003, que estabeleceu que é vedado aos entes federativos 
cobrar tributos antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido 
publicada a lei que os instituiu ou aumentou.
O objetivo da criação da regra da anterioridade nonagesimal foi ampliar a 
proteção dada ao contribuinte contra mudanças na legislação tributária. Era 
comum que ocorressem modificações ao final do ano, o que tornava a 
anterioridade anual insuficiente para garantir ao contribuinte um período mínimo 
para reestruturar seu orçamento antes de sofrer uma maior tributação.
Dessa forma, atualmente, é necessário que os princípios da noventena e da 
anterioridade anual sejam observados, cumulativamente, para que um 
aumento da carga tributária seja implementado.
A Carta Magna prevê algumas exceções à noventena, no que concerne aos 
seguintes tributos:
- Imposto de importação (II);
- Imposto de exportação (IE);
- Imposto sobre operações financeiras (IOF);
- Impostos extraordinários de guerra (IEG);
- Empréstimos compulsórios referentes a guerra e a calamidade pública;
- Imposto de Renda (IR).
- Alterações da base de cálculo do IPTU e do IPVA.
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Algumas dicas!
1) O IPI é exceção ao princípio da anterioridade, mas 
obedece à noventena.
2) O IR é exceção ao princípio da noventena, mas obedece 
à anterioridade.
3) As contribuições para o financiamento da seguridade 
social são uma exceção ao princípio da anterioridade, mas 
obedecem à noventena.
4.1.6- Princípio do não-confisco:
Segundo o art. 150, IV, CF/88, os entes federativos não podem utilizar 
tributos com efeito de confisco. Visa-se, com isso, a garantir a 
razoabilidade da carga tributária aplicada aos particulares, de modo a não 
desestimular a própria atividade econômica.
O princípio da vedação ao confisco denota um conceito jurídico indeterminado. 
Não há parâmetros objetivos para se determinar em que ponto um tributo passa 
a ter efeito confiscatório. Caberá ao juiz, em cada caso concreto, decidir se o 
tributo tem ou não efeito de confisco.
Um importante posicionamento do STF a respeito desse princípio é o de que a 
identificação do efeito confiscatório se dá quanto à totalidade da carga 
tributária, considerando se a riqueza do indivíduo permite que ele suporte a 
incidência de todos os tributos que ele deverá pagar, dentro de um determinado 
período, à mesma pessoa política que os houver instituído12.
O STF entende que a proibição ao confisco também se estende às multas13 14 e 
às taxas14. Embora para as multas seja difícil definir em que ponto começa a 
haver o confisco, para as taxas essa mensuração é feita levando-se em conta o 
custo da atividade estatal prestada ou posta à disposição do constituinte.
4.1.7- Princípio da liberdade de tráfego:
A Carta Magna proíbe que os entes federativos estabeleçam limitações ao 
tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou 
intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias
12 STF, ADI-QO 2010/DF, Rel. Min. Celso de Mello, j. 13.06.2002, DJ de 28.03.2003.
13 STF, ADI 551/RJ, Rel. Min. Ilmar Galvão, j. 24.10.2002, DJ de 14.02.2003.
14 STF, Pleno, ADI-MC-QO 2.551/MG, Rel. Min. Celso de Mello, j. 02.04.2003, DJ de 
20.04.2006.
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conservadas pelo Poder Público (art. 150, V, CF). O objetivo da proibição foi 
impedir que esses entes criassem tributos sobre a passagem de pessoas ou bens 
em seus territórios, restringindo o direito de locomoção previsto no art. 5°, XV, 
da Constituição.
A principal exceção a essa regra é a possibilidade de cobrança de ICMS 
interestadual, que, por ter fundamento constitucional, é admitida. Outra exceção 
importante diz respeito ao pedágio.
4.1.8 - Princípio da Uniformidade Geográfica da Tributação:
O princípio da uniformidade geográfica da tributação veda á União instituir 
tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique 
distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a 
Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais 
destinados a promover o equilíbrio dodesenvolvimento socioeconômico entre as 
diferentes regiões do País (art. 151, I, CF). Note que a exceção está em 
consonância com o objetivo da República Federativa do Brasil de reduzir as 
desigualdades sociais e regionais (art. 3°, III, CF).
Perceba que esse princípio se dirige apenas à União. São os tributos federais 
deverão ser cobrados uniformemente em todo o território nacional. Um aumento 
da alíquota de tributos federais deverá, portanto, incidir em todo o território 
brasileiro.
4.1.9- Princípio da não-discriminação baseada em procedência ou 
destino:
Este princípio veda aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios o
estabelecimento de diferenças tributárias entre bens e serviços de qualquer 
natureza em razão de sua procedência ou destino. Visa-se, com isso, à 
proteção do pacto federativo.
4.1.10- Vedação às Isenções Heterônomas:
Segundo o art. 151, III, CF/88, é vedado à União instituir isenções de 
tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios. Proíbe-se, dessa forma, a concessão de isenções heterônomas, 
assim chamadas as isenções concedidas por um ente federativo em relação a 
tributos que fogem à sua competência tributária. Como exemplo, a União não é 
autorizada a editar lei concedendo isenção de IPVA (tributo estadual) ou IPTU 
(tributo municipal).
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A Constituição Federal algumas exceções à vedação de isenções heterônomas:
a) A União poderá, mediante lei complementar conceder isenção de ISS 
(Imposto sobre Serviços) sobre a exportação de serviços ao exterior 
(art. 156, § 3°, II, CF/88). O ISS é um imposto municipal.
b) A União poderá, mediante lei complementar, conceder isenção de 
ICMS nas exportações de mercadorias (art. 155, § 2°, X, "a", 
CF/88).Enfatize-se, todavia, que esse dispositivo perdeu sua finalidade, 
eis que a EC n° 42/2003 concedeu imunidade de ICMS na exportação de 
mercadorias.
c) É possível que, mediante tratados e convenções internacionais,
sejam concedidas isenções de tributos estaduais e municipais. A União, 
quando celebra um tratado, está representando o Estado brasileiro, a 
República Federativa do Brasil. Não está, portanto, representando seus 
interesses enquanto ente federativo.
4.2- Imunidades Tributárias:
Imunidades tributárias são hipóteses de não-incidência 
constitucionalmente qualificadas. Do ponto de vista formal, entende-se 
que a imunidade é a impossibilidade da criação do vínculo jurídico-tributário em 
razão da limitação de competência do ente político. Já do ponto de vista 
material, a imunidade concede aos seus destinatários direito público subjetivo 
de não ser tributado.
4.2.1- Imunidade Tributária Recíproca:
O art. 150, VI, "a", da Constituição proíbe que os entes federativos (a União, 
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios) instituam impostos sobre 
patrimônio, renda ou serviços uns dos outros. Trata-se de importante regra 
de proteção à federação e, por isso mesmo, de cláusula pétrea, conforme 
entendimento do STF.
O § 2° do mesmo artigo estende a imunidade às autarquias e às fundações
instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que diz respeito ao patrimônio, à 
renda e ais serviços vinculados às suas finalidades essenciais ou às delas 
decorrentes. Note que, para esses entes da Administração Indireta, 
diferentemente do que ocorre para os entes políticos, a Constituição exige que 
haja vinculação do patrimônio, renda e serviços às suas finalidades essenciais 
ou às delas decorrentes.
O STF tem um entendimento muito importante e muito cobrado em concursos 
públicos sobre o tema. Segundo a Corte, a imunidade tributária recíproca 
também abrange as empresas públicas e sociedades de economia mista 
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prestadoras de serviços públicos de prestação obrigatória e exclusiva do 
Estado15- É o caso, por exemplo, da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT).
4.2.2- Imunidade Tributária Religiosa:
A imunidade tributária religiosa é prevista no art. 150, VI, "b", da Constituição:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e 
aos Municípios:
(...)
VI - instituir impostos sobre:
(...)
b) templos de qualquer culto (...).
Tendo como fundamento a liberdade de culto (art. 5°, VI, CF/88) a imunidade 
religiosa visa a impedir que o Estado utilize a tributação como meio de 
embaraçar o funcionamento das entidades religiosas. Note que ela se
aplica exclusivamente aos impostos, não se estendendo às demais espécies de 
tributos.
O art. 150, § 4°, da Constituição determina que essa imunidade compreende 
somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades 
essenciais das entidades religiosas. O STF tem interpretado esse dispositivo 
de maneira bastante flexível, tendo entendido, por exemplo, que se um imóvel 
pertencente a um ente imune for alugado, não deixará de estar vinculado às 
finalidades essenciais do ente, ou seja, não perderá a imunidade16.
Por fim, é importante destacar que o STF entende que as organizações 
maçônicas não estão dispensadas do pagamento do imposto sobre 
propriedade predial e territorial urbana - IPTU. A maçonaria consiste, para a 
Corte, em uma ideologia de vida, não em uma religião17.
4.2.3 - Imunidade Tributária dos partidos políticos, sindicatos de 
trabalhadores e entidades educacionais e assistenciais sem fins 
lucrativos:
Trata-se de imunidade que visa a assegurar o pluralismo político e a 
liberdade de associação sindical, bem como a fomentar a educação e a 
cultura. Essa imunidade é prevista no art. 150, VI, "c", da Constituição:
15 STF, RE 407.099/RS e AC 1.550-2.
16 STF, Pleno, RE 325.822/SP, Rel. Min. Ilmar Galvão, j. 18.12.2002, DJ de 14.05.2004.
17 RE 562351/RS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 4.9.2012. (RE-562351).
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Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e 
aos Municípios:
(...)
VI - instituir impostos sobre:
(...)
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive 
suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das 
instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, 
atendidos os requisitos da lei (...).
Da mesma forma que tem feito na análise da imunidade religiosa, a 
interpretação do STF no que se refere à imunidade prevista no art. 150, VI, "c", 
da Constituição tem sido bastante flexível. Nesse sentido, entende a Corte que 
o fato de a entidade utilizar seu patrimônio em atividade que gere renda
e, a rigor, não se enquadrar em suas atividades essenciais, não afasta a 
imunidade, contanto que os recursos obtidos sejam destinados a essas 
atividades essenciais.
Assim, do mesmo modo que o faz quanto à imunidade religiosa, entende o STF 
que o aluguel de imóvel integrante de entidade imune não perderá a 
imunidade, desde que seu valor seja aplicado nas atividades essenciais da 
entidade18.
4.2.4- Imunidade Tributária Cultural:
A Constituição Federal proíbe os entes federativos de instituírem impostos 
sobre livro, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão (art. 
150, VI, "d"). Visa-se, com isso, a tornar mais barato o acesso à cultura e a 
facilitar a livre manifestação do pensamento, a liberdade de atividade intelectual, 
artística, científica e de comunicação e o acesso à informação, dando concretudeaos direitos previstos no art. 5°, incisos IV, IX e XIV, da Constituição. Por esse 
motivo, é considerada cláusula pétrea.
Note que essa imunidade é do tipo objetiva, ou seja, incide sobre o objeto 
(livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão), não sobre o 
sujeito (livraria). Assim, não se cobra o ICMS sobre um livro quando este sai da 
livraria, mas esta deverá pagar normalmente seu IR.
18 STF, Súmula 724.
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4.2.5- Imunidade Tributária dos fonogramas e videofonogramas 
musicais:
Essa é a mais nova imunidade tributária, que foi inserida no texto 
constitucional pela EC n° 75/2013. Esteja atento, pois as bancas examinadoras 
adoram cobrar as novidades.
É vedado aos entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) 
instituir impostos sobre "fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no 
Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou 
obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes 
materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação 
industrial de mídias ópticas de leitura a laser."
Trata-se de imunidade objetiva, pois impede a incidência de impostos sobre 
determinados bens. Mas quais são esses bens que irão usufruir de imunidade? 
Qual a finalidade dessa limitação ao poder de tributar?
A finalidade da EC n° 75/2013 foi incentivar as obras musicais brasileiras, 
permitindo a redução dos seus preços e, consequentemente, reduzindo a 
"pirataria". Em razão disso, passam a estar imunes a impostos:
a) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil 
contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros. Nesse 
primeiro grupo de bens, podemos citar como exemplo um DVD contendo 
música de compositor brasileiro, não importando a nacionalidade de quem 
a interpreta.
b) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil 
contendo obras em geral interpretadas por artistas brasileiros. Nesse 
segundo grupo de bens, pode-se apresentar como exemplo um CD 
contendo música interpretada por cantor brasileiro, qualquer que seja a 
nacionalidade do compositor.
c) os suportes materiais ou arquivos digitais que contenham os 
conteúdos acima descritos (obras musicais ou literomusicais de autores 
brasileiros e obras em geral interpretadas por artistas brasileiros).
Há, ainda, uma ressalva: a imunidade não alcança a etapa de replicação 
industrial de mídias ópticas de leitura a laser. Ainda não se tem jurisprudência 
formada sobre o tema e pairam sérias dúvidas sobre o que seria exatamente 
essa "etapa de replicação industrial". Por ora, para fins de concursos públicos, 
guarde apenas a literalidade da norma.
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5- Repartição de Receitas Tributárias:
A repartição de receitas tributárias visa assegurar a autonomia dos entes da 
federação, uma vez que, pela mera repartição de competências tributárias, 
percebeu-se uma concentração da arrecadação de tributos na esfera federal e, 
em segundo lugar, na estadual. Desse modo, a repartição se dá principalmente 
da União para os Estados e Municípios e, adicionalmente, dos Estados para os 
Municípios.
A distribuição das receitas se dá tanto de forma direta quanto indireta. No 
primeiro caso, os entes recebem diretamente os recursos; no segundo, esses 
recursos integram o fundo, a ser repartido posteriormente.
Algumas receitas tributárias não são passíveis de repartição, por 
determinação constitucional. São elas:
a) Receitas que custeiam uma atividade específica do Estado:
devido à sua vinculação a uma atuação estatal, não podem ser repartidas 
com outros entes federados.
b) Receitas decorrentes de empréstimos compulsórios: devem ser 
aplicadas integralmente no motivo que ensejou sua instituição.
c) Contribuições: devem ser aplicadas, da mesma forma, na causa de 
sua instituição. Exceção: Cide-combustíveis.
Percebe-se, desse modo, que os impostos são a principal espécie tributária a 
ser objeto de repartição, uma vez que sua cobrança independe de qualquer 
atividade estatal específica relativa ao contribuinte, bem como não podem, em 
regra, ter sua receita vinculada a qualquer órgão, fundo ou despesa (art. 
167, IV, CF).
Vistos esses conceitos iniciais, passaremos à análise dos arts. 157 e 158, que 
tratam da repartição de receitas tributárias:
Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federai:
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e 
proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre 
rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e 
pelas fundações que instituírem e mantiverem;
Por esse dispositivo, percebe-se que o imposto de renda incidente sobre a 
remuneração de um servidor público estadual caberá ao Estado. Na prática, 
como os Estados, o Distrito Federal, suas autarquias e fundações retêm a 
totalidade do imposto de renda na fonte, devido à responsabilidade tributária, 
não há necessidade de que essa receita lhes seja repassada pela União.
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Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federai:
(...)
I I - vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a 
União instituir no exercício da competência que lhe é atribuída pelo 
art. 154, I.
Trata-se, aqui, da com petência residual da União para in stitu ir novos 
im postos. Caso essa competência seja exercida, a União deverá repassar 20% 
(vinte por cento) da totalidade da arrecadação para os Estados e o Distrito 
Federal.
Art. 158. Pertencem aos Municípios:
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e 
proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre 
rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e 
pelas fundações que instituírem e mantiverem;
Trata-se de hipótese semelhante à prevista no art. 157, I, da CF/88, agora no 
que se refere aos Municípios, suas autarquias e fundações. O imposto de renda 
retido dessa forma não precisará ser repassado à União: pertencerá
integralmente aos Municípios. Assim, o im posto de renda incidente sobre a 
rem uneração de um serv idor púb lico m unicipal caberá ao M un ic íp io .
Art. 158. Pertencem aos Municípios:
(...)
I I - cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto da 
União sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos 
imóveis neles situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a 
que se refere o art. 153, § 4°, III;
Esse dispositivo determina que 50% da arrecadação do imposto sobre a 
propriedade territorial rural (ITR) sejam repassados para o m unicíp io onde o 
re ferido im óvel esteja s itu ado . Caso o Município opte, entretanto, por 
fiscalizar e cobrar esse tributo, terá direito à totalidade do mesmo (art. 153, § 
4°, III, CF).
Art. 158. Pertencem aos Municípios:
(...)
I I I - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto do 
Estado sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em 
seus territórios;
Nesse dispositivo, determina-se que 50% (cinquenta por cento) da receita 
do imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA) sejam 
repassados pelos Estados aos M un ic íp ios onde esses veículos tiverem sido 
licenciados.
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