Buscar

AULA 2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

A SOCIOLOGIA COMO EXPLICAÇÃO DA SOCIEDADE MODERNA
Cabe à sociologia buscar esse tipo de compreensão tendo em vista que a sua
finalidade é o estudo da sociedade.Diante disso, a explicação da sociedade moderna a partir da sociologia pode utilizar como base a análise das transformações no mundo do trabalho geradas pelo surgimento do capitalismo, as quais tiveram um impacto em toda a ordem social. De acordo com Weber (2001) a mais decisiva força da vida moderna foi o capitalismo, com a busca do lucro por meio da empresa permanente e racional. Para alcançar o lucro houve a organização racional do trabalho livre, que gerou a separação dos negócios da moradia da família. Com o capitalismo a produção deixa de depender da vontade e autonomia dos indivíduos, já que o trabalho passa a ser realizado na fábrica, com a exigência de que a produção fosse cada vez maior e mais rápida, o que exigiu a implantação de sistemas de controle para que os objetivos fossem alcançados. Além da separação da casa e do trabalho outro elemento de destaque no processo de racionalização do trabalho foi a imposição de disciplina aos trabalhadores por meio de regulamentos e penalização pelo não cumprimento de regras. Com isso os trabalhadores perderam a noção do todo, do processo inteiro de fabricação, e o controle do trabalho e do trabalhador ficou sob poder da organização.
Paixão (2012) aponta que essa divisão manufatureira do trabalho também gerou uma divisão social do trabalho. Por divisão manufatureira do trabalho entende-se a divisão das etapas de produção e por divisão social do trabalho a divisão entre os ofícios, as ocupações e as profissões dentro da sociedade. 
A divisão social do trabalho influenciou toda a estrutura social, impactando nas funções sociais e no comportamento dos indivíduos de acordo com o papel que lhes era atribuído nas fábricas (NETO, 1980).A situação industrial do trabalho na sociedade gerou transformações objetivas, as quais foram resumidas por Neto (1980) da seguinte forma: 
Voltando a falar sobre o controle do trabalho e do trabalhador, o controle sobre o trabalho passa a ser fortemente observado com a gerência científica preconizada por Taylor. De acordo com Paixão (2012), Taylor organizou o trabalho fixando a jornada de trabalho, instituindo a supervisão dos trabalhadores e implantando normas rígidas de conduta, submetendo o trabalhador ao controle gerencial. 
A gerência científica também apresentou formas de controle quanto ao processo do trabalho, racionalizando a produção com o intuito de suprimir gastos desnecessários, estabelecendo a melhor forma de execução das atividades. Depois de Taylor, foi a vez de Ford apresentar novas formas para organizar a produção do trabalho, com foco em redução de desperdícios e automatização de processos. Após as transformações no mundo do trabalho produzidas pelo capitalismo e seguidas por Taylor e Ford, o advento da globalização trouxe uma nova fase de transformações. A competição cresceu e os mercados ficaram saturados, exigindo uma nova forma de produzir, com fábricas mais enxutas e flexíveis, ampliando a terceirização, os processos de automação e o desemprego. A globalização é considerada um fenômeno econômico, político, cultural e social que influenciou amplamente a vida das pessoas, alterando os padrões culturais e de comportamento. (PAIXÃO, 2012). 
A SECULARIZAÇÃO DO MUNDO
Segundo Paixão (2012) para Weber o indivíduo é sempre portador de
racionalidade, pois ele atribui sentido as suas ações e seus atos são dotados de intencionalidade. Como explicam Lima e Silva (2012), a racionalidade é uma coerência lógica presente na atividade humana, portanto a capacidade de uso da razão é um atributo intrínseco ao homem. Dessa forma, falamos de uma ação social racional, na qual o indivíduo pauta o seu comportamento segundo regras e regulamentos sociais vigentes. Assim, essa ação social racional é um importante elemento da ordem social. as pessoas estão cada vez utilizando mais elementos racionais para guiar e organizar a vida, baseando-se em conhecimento técnico e no desenvolvimento da ciência. Dessa forma, os indivíduos têm se afastado das explicações pautadas na tradição, nas concepções mágicas e religiosas. O que Weber chamou de racionalização caracteriza-se, então, pelo “triunfo da ciência e da técnica sobre outras formas de organização da vida” (PAIXÃO, 2012, p. 126). Paixão (2012) esclarece que a racionalização tem aspectos positivos, pois organiza o conhecimento, mas apresenta aspectos negativos também. O excesso de regras e normas a serem cumpridas faz com que os homens percam a individualidade e a autonomia. Esse processo de declínio da influência da religião em favor das explicações científicas ficou conhecido como desencantamento do mundo ou secularização do mundo e acarretou no aumento de regras e normas para a vida em sociedade. 
Lima e Silva (2012) esclarecem que o desencantamento é caracterizado pela oposição às explicações mágicas que predominaram um longo período histórico.
E que a secularização é marcada pelo afastamento do trabalho da religião, o qual tornou-se uma atividade secular (mundana, laica). 
Assim, a secularização possui uma função ideológica pela libertação da 
sociedade civil das autoridades eclesiásticas. Como consequência desse processo os homens passaram a orientar o destino de forma autônoma, o que gerou uma sociedade pautada em pressupostos individualistas, com o homem como centro do 
universo e a banalização do sagrado.
DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO NA ERA INDUSTRIAL – DURKHEIM
De acordo com Rodrigues (2008), Durkheim considera a divisão do trabalho uma condição essencial para a existência da sociedade, pois apresenta uma função econômica e moral, já que sua verdadeira função é criar entre duas pessoas um sentimento de solidariedade. Para esclarecer isso precisamos conhecer a análise de Durkheim sobre a sociedade tradicional e a sociedade moderna.
Segundo Paixão (2012) as sociedades tradicionais apresentam pouca ou nenhuma divisão do trabalho, o que acarreta baixo nível de especialização. Por conta disso os indivíduos são parecidos uns com os outros, havendo pouca diferenciação entre o que fazem. Nessas sociedades a consciência coletiva é mais 
forte, pois o sentimento de pertença ao grupo é maior, acarretando maior coesão. 
Isso faz com que os imperativos sociais (normas, leis, modos de agir e de pensar) se imponham ao indivíduo, que segue essas regras como um dever moral,pois as violações são punidas pelo próprio coletivo, assim existem poucas divergências individuais. Prevalece nessas sociedades simples a chamada solidariedade mecânica.
Paixão (2012) esclarece que as sociedades modernas são caracterizadas
por uma grande divisão do trabalho e alta especialização. Isso torna os indivíduos 
diferentes e dependentes. Outra consequência é a maior possibilidade de
interpretações individuais aos imperativos sociais, o que enfraquece a 
consciência coletiva e favorece o individualismo. Por serem diferentes, os sujeitos são mais dependentes e a coesão é dada por essa dependência. Assim, contraditoriamente, “a mesma divisão do trabalho que serve para manter a sociedade coesa ao fazer com que cada indivíduo dependa dos
outros, também faz com que a ordem social seja ameaçada pelo individualismo que produz” (PAIXÃO, 2012.). Nessas sociedades prevalece a chamada solidariedade orgânica.
Diante dos dois tipos de sociedade expostos podemos entender que Durkheim, ao analisar a divisão do trabalho social, compreende que a solidariedade mecânica da sociedade tradicional baseada nas semelhanças entre seus membros, é substituída pela solidariedade orgânica da sociedade moderna, apoiada na necessidade mútua e na contribuição de cada homem à vida coletiva em que ele tem parte distinta (NETO, 1980). Ainda é possível identificar a solidariedade
mecânica em algumas sociedades mais simples quando a divisão do trabalho se restringe a família ou a uma aldeia, por exemplo. Contudo, a sociedade industrial moderna édominada pelo princípio da divisão do trabalho e o individualismo, a 
racionalidade econômica e a impessoalidade dessa sociedade podem ameaçar sua unidade e coerência.

Outros materiais