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Aula 11 Auditoria

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AUDITORIA CONTÁBIL 
E CONTROLE 
INTERNO
Curso de Bacharelado em Economia com Ênfase em 
Controladoria
Prof. Marçal Serafim Cândido
Data: 08/10/2015
Programação
• Instrumentos Financeiros: definição e classificação
contábil;
• Introdução (Básica) aos Instrumentos Financeiros
Derivativos ;
• Procedimentos deControle Interno para Derivativos
Instrumentos Financeiros
• É um tema que tem sido amplamente discutido, tanto no meio
acadêmico, quanto empresarial;
• A normatização contábil sobre o tema é extensa, pois há três
pronunciamentos contábeis que tratam diretamente sobre o tema, que
são:
i) CPC 38 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento eMensuração;
ii) CPC 39 – Instrumentos Financeiros: Apresentação
iii) CPC 40 – Instrumentos Financeiros: Evidenciação
>Aqui nós vamos dar um tratamento introdutório para fins de compreensão
e desenvolvimento dos trabalhos de auditoria;
Instrumentos Financeiros: 
Definição
• Segundo o CPC 39, instrumento financeiro é um contrato que
dá origem a um ativo financeiro em uma entidade e a um
passivo financeiro ou instrumento patrimonial em outra
entidade;
• Os instrumentos financeiros podem ser ativos ou passivos;
• No caso de ativos, temos: i) caixa associado; ii) direito
contratual de receber fluxos de caixa;
• No caso de passivos: i) obrigação contratual de entregar caixa
ou um ativo financeiro; ii) contrato que pode ser liquidado em
ações da própria empresa;
Algumas Considerações:
• Um instrumento financeiro ativo tem a finalidade de receber
um ativo financeiro em data futura. Ou seja, não é um bem de
uso e sim um instrumento de troca;
• O mesmo ocorre, mas em sentido inverso, para os
instrumentos financeiros passivos;
• Exemplos de instrumentos financeiros:
i) CDB’s;
ii) Debêntures;
iii) Ações;
Classificação dos instrumentos 
Financeiros
• Os instrumentos financeiros podem ser classificados segundo
sua natureza em instrumentos financeiros derivativos e
instrumentos financeiros não derivativos;
• Ainda, uma outra classificação dos instrumentos financeiros
ativos decorre da intenção e capacidade da entidade em
manter este contrato e as características deste contrato;
• Vejamos primeiro o segundo caso e o primeiro será dada uma
breve introdução a seguir;
Classificação de Instrumentos 
Financeiros Ativos:
• Mantidos para negociação: Títulos e valores mobiliários adquiridos
com o propósito de serem ativa e frequentemente negociados,
avaliados pelo valor de mercado em contrapartida ao resultado do
período;
• Mantidos até o vencimento: Títulos e valores mobiliários, exceto
ações não resgatáveis, para os quais haja intenção ou
obrigatoriedade e capacidade financeira da instituição para sua
manutenção em carteira até o vencimento, registrados pelo custo de
aquisição ou pelo valor de mercado quando da transferência de outra
categoria. Os títulos são atualizados até a data de vencimento, não
sendo avaliados pelo valor de mercado.
Classificação de Instrumentos 
Financeiros Ativos: continuação
• Disponíveis para venda: Títulos e valores mobiliários que
poderão ser negociados, porém não são adquiridos com o
propósito de serem ativa e frequentemente negociados,
avaliados pelo valor de mercado em contrapartida à
conta destacada do patrimônio líquido;
• Empréstimos e recebíveis: são ativos financeiros não
derivativos com pagamentos fixados ou determináveis
que não são cotados emmercado ativo
Itaú Unibanco Holding S.A.
Nota Explicativa: Itaú 
S.A.(Mantidos para Negociação)
Nota Explicativa: Itaú 
S.A.(Mantidos até o Vencimento)
BP Arcelor:
Instrumentos Financeiros e 
Derivativos
• Um instrumento financeiro decorre de um contrato entre duas
ou mais partes interessadas em realizar determinada
transação de transferência de recursos;
• De maneira ampla, um instrumento financeiro é definido como
qualquer contrato que origina um ativo financeiro em uma
entidade e um passivo financeiro ou título patrimonial em
outra entidade;
• São divididos em: i) instrumentos financeiros derivativos e ii)
instrumentos financeiros derivativos
Derivativo é um instrumento 
financeiro ou outro contrato que:
• Seu valor se altera em resposta às mudanças de uma taxa de
juros especificada; do preço de um instrumento financeiro; do
preço de commodities; de taxas de câmbio; de um índice de
preços ou taxas; E
• Não requer investimento inicial líquido ou requer um
investimento inicial líquido que é menor do que seria
necessário no caso de outros contratos com respostas
similares às mudanças nos fatores de mercado; E
• Será liquidado em data futura;
Definições usuais de Derivativos
• Algumas definições:
• “Derivativos são contratos firmados entre as partes, com o
objetivo de trocar o valor, e somente o valor, de ativos, índices ou
até mesmo commodities (agrícolas, minerais)” (SILVA Neto,
2002);
• “Em termos gerais, um contrato bilateral ou um acordo de
troca de pagamentos cujo valor deriva, como seu nome indica,
do valor de um ativo objeto referenciado em uma taxa ou
índice” (G30);
Derivativos: pré-requisitos para a 
existência
• Um ativos negociado nomercado;
• Que este ativo não esteja sujeito a controle de preços
(Pq?)
• Que este ativo possa ser encontrado no mercado com
negociação livre em competição perfeita;
• Um contrato de derivativo para o petróleo teria sucesso
no Brasil? Por quê?
Em suma:
• Derivativos são contratos que dependem da existência de
outros ativos em que se referenciam;
• Como já mencionado, é um mecanismo de transferência
de risco entre os participantes domercado;
• Os contratos derivativos não são normalmente usados
para negociação ou comercialização de produtos e
serviços, mas sim para alterar as características do risco
de caixa de uma carteira ou de uma empresa;
Derivativos: Tipos Negociados na 
BM&F/Bovespa
• Derivativos Financeiros: Têm seu valor de mercado
referenciado em alguma taxa ou índice financeiro;
• Ex.: Taxa de juros; Taxas de Inflação; Taxas de câmbio; Índices
deAções, dentre outros;
• Derivativos Agropecuários: Têm como ativo objeto as
commodities agrícolas, tais como: café; boi; milho; soja, etc.
• No entanto, podem ser criados outros derivativos de acordo
com as necessidade dos participantes do mercado (você pode
dar um exemplo?)
Principais Segmentos do Mercado 
de Derivativos:
• Mercados a Termo;
• Mercados Futuros;
• Mercado de Opções;
• Mercado de Swaps;
> A seguir são mostradas algumas operações básicas com 
derivativos - swaps:
Swap: Exemplo
• Suponha que o banco “Audit” emita Eurobônus de 10 anos
que paga a taxa do Treasury Bond (T-Bond) do governo
americano + 80 pontos base. Considerando que o T-Bond
esteja rendendo 7% a.a., o cupom do bônus emitido, então,
é de 7,8%. Essa captação foi realizada para cobrir uma
captação que o banco fez ao seu cliente a uma taxa pós-
fixada igual a LIBOR mais 100 pontos base. Dessa forma, o
banco possui um direito (ativo) a taxa pós-fixada e um dever
(passivo) a uma taxa prefixada, ou seja, seu fluxo de caixa
está descasado. Assim, há um risco em sua posição, pois se
a LIBOR subir, seus ativos serão superior aos passivos, mas
se a LIBOR cair, terá prejuízo. Como imunizar tal operação?
Swap: Exemplo
• Para imunizar a operação, o banco procura outra
instituição, ou um banco que negocie derivativos, e
contrata um swap de taxa pré com a LIBOR e, assim,
desfaz o descasamento entre passivos e ativos. Se um
banco, o “Econ” aceitar a operação, o banco “Audit”
recebe uma taxa fixa (digamos, 8%) e para ao banco
“Econ” os fluxos de caixa do empréstimo (LIBOR+100
pontos base);
Controle de Operações com 
Derivativos
• Os casos de enormes perdas financeiras em instituições até
então consideradasreferências colocou em xeque os
mecanismos de controle de operações com derivativos;
• Surge a questão: será que os executivos dessas organizações
conheciam todos os riscos envolvidos nas operações
realizadas?
• Assim, este tópico busca apresentar as principais
características gerais que um sistema eficaz de controle de
derivativos deveria possuir para minimizar as potenciais perdas
com a operações destes instrumentos financeiros;
Mecanismos de Controle
• Os mecanismos de controle são,em sua essência, aqueles
já trabalhados pelos acadêmicos e profissionais, mas com
algumas peculiaridades por tratar-se de derivativos, qual
sejam:
i) Operações realizadas em alta velocidade;
ii) Alavancagem das operações;
iii) Complexidade de operações;
O Ambiente de Controle
• O ambiente de controle reflete a abordagem da
organização para o controle de suas atividades e inclui a
maneira pela qual ela identifica os riscos, como ela
comunica os padrões de controle e como é feito o
monitoramento de seus desvios em relação ao esperado;
• Em especial, no caso dos derivativos, o sistema de
controle deve ser capaz de identificar de maneira
tempestiva os erros e omissões em tempo adequado para
que as medidas corretivas possam ser implementadas;
Alguns Aspectos Importantes:
• Comprometimento e comunicação da estrutura de controle;
• O papel dos comitês de auditoria;
• A estrutura de controle deve ser adequada à estrutura das
operações;
• No caso dos derivativos, os prêmios para violações dos
procedimentos são gigantescos, da mesma forma que os
prejuízos possíveis;
• O papel da identificação dos riscos;
• Os objetivos das atividades;
Riscos Organizacionais
• A organização que pretende operar com derivativos deve
procurar entendimento completo e profundo das operações a
serem realizadas e dos riscos envolvidos;
• Os derivativos evoluem em complexidade e instrumental
quantitativo se sofistica a cada dia;
• É fundamental que a alta administração da empresa possua
conhecimento coerente das operações com derivativos para
que possa avaliar corretamente os resultados advindos do
sistema de monitoramento e controle – O Comitê de Riscos –
Veja exemplo:
Riscos:
i) Risco deCrédito;
ii) Risco de Liquidez;
iii) Risco deMercado;
iv) RiscoOperacional;
v) Risco de Informação;
• Um ponto que deve ficar claro é que se o comitê de risco concluir que
a organização não possui preparo adequado para realizar
determinada operação, essa operação não deve ser realizada;
• Ainda, deve ser dada autonomia hierárquica que é conferida ao
comitê de riscos ou ao gestor de riscos;
Documentação de Políticas
• A definição de políticas e procedimentos em relação aos riscos
deve ser clara e objetiva, possibilitando um entendimento
completo por todos os profissionais envolvidos dos parâmetros
definidos e das punições e conseqüências da violação dos
códigos estabelecidos;
• Apesar de não ser a primeira impressão, a definição clara e
objetiva dos limites de exposição ao risco dá maior liberdade
aos gestores do processo de tomada de decisões, uma vez que
eles passam a não necessitar mais de consultar a alta
administração todas as vezes que uma decisão deverá ser
tomada;
O sistema de Gestão de Riscos
• Análise em tempo real: os prejuízos possíveis são advindos de
variações de mercado que não respeitam, obviamente, a
periodicidade do sistema de controle desenvolvido na
organização;
• Verificação dos limites individuais: visa não deixar espaços
para possíveis concentrações de riscos de maneira não
dimensionada pela organização;
• Abordagem proativa: antecipação aomercado;
• Simulações (stress testing): extremamente necessário dada a
alta volatilidade destes produtos;
Controle de Operações com 
Derivativos
• Os casos de enormes perdas financeiras em instituições até
então consideradas referências colocou em xeque os
mecanismos de controle de operações com derivativos;
• Surge a questão: será que os executivos dessas organizações
conheciam todos os riscos envolvidos nas operações
realizadas?
• Assim, esta abordagem introdutória busca apresentar as
principais características gerais que um sistema eficaz de
controle de derivativos deveria possuir para minimizar as
potenciais perdas com a operações destes instrumentos
financeiros;
Mecanismos de Controle
• Os mecanismos de controle são,em sua essência, aqueles
já trabalhados pelos acadêmicos e profissionais, mas com
algumas peculiaridades por tratar-se de derivativos, qual
sejam:
i) Operações realizadas em alta velocidade;
ii) Alavancagem das operações;
iii) Complexidade de operações;
Alguns Aspectos Importantes:
• Comprometimento e comunicação da estrutura de controle;
• O papel dos comitês de auditoria;
• A estrutura de controle deve ser adequada à estrutura das
operações;
• No caso dos derivativos, os prêmios para violações dos
procedimentos são gigantescos, da mesma forma que os
prejuízos possíveis;
• O papel da identificação dos riscos;
• Os objetivos das atividades;
O Ambiente de Controle
• O ambiente de controle reflete a abordagem da
organização para o controle de suas atividades e inclui a
maneira pela qual ela identifica os riscos, como ela
comunica os padrões de controle e como é feito o
monitoramento de seus desvios em relação ao esperado;
• Em especial, no caso dos derivativos, o sistema de
controle deve ser capaz de identificar de maneira
tempestiva os erros e omissões em tempo adequado para
que as medidas corretivas possam ser implementadas;
Derivativos – Itaú S.A. (Evidenciação)
Riscos Organizacionais
• A organização que pretende operar com derivativos deve
procurar entendimento completo e profundo das operações a
serem realizadas e dos riscos envolvidos;
• Os derivativos evoluem em complexidade e instrumental
quantitativo se sofistica a cada dia;
• É fundamental que a alta administração da empresa possua
conhecimento coerente das operações com derivativos para
que possa avaliar corretamente os resultados advindos do
sistema de monitoramento e controle – O Comitê de Riscos –
Veja exemplo:
Casos de Perdas com Derivativos:
Banco do Brasil S.A.
Procedimentos de Auditoria para 
Instrumentos Financeiros:
• Papel de trabalho com as seguintes informações: natureza dos
títulos; data aplicação; período de resgate; compromissos de
recompra; valor de mercado;
• Inspecione as documentações-suporte das aplicações;
• Indague a administração com relação às classificações dos
instrumentos financeiros ativos;
• Teste as aplicações financeiras feitas e resgatadas no período;
• Teste o ajuste a valor justo dos títulos segundo as suas
classificações;
Para terminar:
• Hoje foram apresentados de forma introdutória um tema que
tem sido um desafio para aqueles que lidam com elaboração,
análise e, principalmente, auditoria de demonstrações
financeiras, que é o tratamento de instrumentos financeiros,
derivativos e não derivativos;
• É um tema que pode envolver alta complexidade. Além disso
demanda dos profissionais que trabalham nesta área sólidos
conhecimentos de finanças e métodos de avaliação,
especialmente no caso de instrumentos financeiros
derivativos;
• A seguir será mostrado um estudo de caso sobre o tema;
Bibliografia:
ALMEIDA, M.C. Auditoria: um curso moderno e completo. 8ed.
São Paulo: Atlas, 2012. (cap. 11)
IUDÍCIBUS, S.; MARTINS, E.; GELBCKE, E.R.; SANTOS, A.
Manual de Contabilidade Societária. São Paulo: Atlas, 2010.
(cap. 8)
LOPES, A.B.; GALDI, F.C.; LIMA, I.S. Manual de Contabilidade e
Tributação de Instrumentos Financeiros e Derivativos. 2ed.
São Paulo: Atlas, 2011. (caps 1 e 4)

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