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1 ESTÁCIO DE SÁ DIREITO COSNTITUCIONAL III AULA 021 – O CONSTITUCIONALISMO2 LIBERAL E A EVOLUÇÃO PARA O ESTADO SOCIAL ESTRUTURA DO CONTEÚDO 1. O surgimento do constitucionalismo liberal como reação ao Estado absolutista. 2. O constitucionalismo welfarista (dirigismo constitucional) e a busca da igualdade material. 3. A crise do constitucionalismo liberal a partir do Estado Social de Direito. 4. O colapso do dirigismo constitucional a partir do Estado Neoliberal de Direito. 5. Tendências do constitucionalismo contemporâneo. 1- O surgimento do constitucionalismo liberal como reação ao Estado absolutista O constitucionalismo surge em oposição ao absolutismo - limitação do poder do Estado, ao passo que o constitucionalismo liberal surge com as revoluções liberais - fim do século XVIII e vai até a 1ª Guerra Mundial. O marco inicial - surgimento das primeiras Constituições escritas: norte americana e francesa. 1.1 Constitucionalismo Norte-Americano Constitucionalismo Francês Aspectos relevantes: - 1ª Constituição escrita (1787), formal, rígida e dotada de supremacia, documento formal; - surgimento do controle difuso de constitucionalidade (decisão proferida em 1803, no caso Marbury VS. Madison, proferida pelo Presidente da Suprema Corte, Marshal) – tal decisão foi a primeira a declarar a inconstitucionalidade de uma lei e estabelecer as bases para o controle de constitucionalidade; - fortalecimento do Poder Judiciário; - experiência republicana em um país de grande extensão e população. Criou- se também o federalismo e o presidencialismo; - e por fim a declaração do estado da Virgínia (Virgina Bill of Rights), em 1776 – direitos e garantias fundamentais. 1 Texto fundado e extraído do trabalho: Do constitucionalismo social ao desconstitucionalismo neoliberal: uma análise da historicidade do movimento constitucional no início do século XXI sob uma perspectiva da reconstrução fraternal do humanismo – autor: Maurício Muriack de Fernandes e Peixoto: http://periodicos.unesc.net/index.php/amicus/article/viewFile/577/564, em 05-08-2013. 2 Movimento histórico de tentativa e efetivação de implantação da ideia de se ter uma Constituição a regular, limitar, organizar e ditaras relações de poder e a estrutura e atuação do Estado perante a sociedade e os indivíduos. Sob esta perspectiva histórica, constitucionalismo foi o movimento doutrinário e ideológico que encontrou na promulgação de constituições escritas - ou na elaboração paulatina de constituições costumeiras ou consuetudinárias, a possibilidade de limitação dos poderes arbitrários de um Estado Absolutista, garantindo-se assim uma esfera jurídica de liberdade para o indivíduo e partindo da premissa de que era necessário uma norma fundamental que fosse obedecida por todos, imposta pelo Poder Estatal ao próprio Poder Estatal, representando, assim, uma espécie de autolimitação consentida e formalizada dos Poderes Institucionais do Estado. 2 Em 1789: Revolução Francesa – 2ª Constituição escrita da Europa, em 1791 (durou apenas 2 anos, com várias Constituições de curta durações seguidas). Características: 1) supremacia do Parlamento (“A lei é a expressão da vontade geral” – Rosseau); 2) garantia de direitos; 3) separação dos poderes; 4) poder constituinte originário e derivado – principal formulador foi o Abade Sieyès. Surge aqui a Escola da Exegese (interpretação da Constituição). Seu auge foi por volta de 1830. Sua decadência se deu em 1880. Sua base foi o surgimento do Código de Napoleão (1804). Sua visão era de que a interpretação era uma atividade meramente mecânica. “O juiz é a boca da lei”. O juiz simplesmente revelava o que a lei dizia (interpretação literal). Nasce aqui a 1ª GERAÇÃO DE DIREITOS FUNDAMENTAIS - ligados à liberdade, chamados de direitos civis e políticos3. Importante ressaltar que a liberdade era a reivindicação principal das revoluções liberais. No Brasil, Paulo Bonavides4 é seu principal expoente, trazendo sua própria classificação. Os direitos não foram dados pelo Estado, mas conquistados 3 Alguns autores preferem a expressão dimensões, já que uma não exclui a outra (Karel Vazak – 1979). Tornou-se mundialmente conhecido por Bobbio. 4 Gerações ou Dimensões dos direitos fundamentais: são as diversas tipologias de direitos fundamentais que foram sendo reconhecidos na história política universal. Segundo Paulo Bonavides (Curso de Direito Constitucional, 2010, pp.560-580) existem as seguintes gerações ou dimensões: 1ª geração dos direitos fundamentais (direitos civis e políticos; direitos da liberdade) – Oriundos do Liberalismo político e cultural, têm cunho marcantemente individualista, eram proteções básicas ao indivíduo, à sua liberdade e propriedade; direitos políticos e civis, direito à propriedade, direito à vida e à liberdade em suas várias facetas. Esses direitos têm um “status” negativo perante o Estado, porque eles são basicamente limitações ao estado, porque impõem proibições e abstenções ao Estado, ao qual resta vedado agir de forma a limitar a esfera jurídica do indivíduo. 2ª geração dos direitos fundamentais (direitos econômicos, sociais e culturais; direitos da igualdade ou da igualação) – Oriundos do constitucionalismo social do século XX, são caracterizados pelo valor igualdade, da busca pela justiça concreta para todos, de igualdade material e real e não apenas a igualdade na “forma da lei”. Têm um cunho coletivista, repercutem para várias coletividades, são direitos coletivos que extrapolam a noção meramente individual. Têm “status” positivo perante o Estado, porque não apenas representam limitações à atuação do Estado (como os direitos da primeira geração), mas, adicional e diferentemente, exigem prestações positivas por parte do Estado para concretizar o bem estar do indivíduo. Exigem prestações de fazer por parte do Estado, se quer um Estado atuante, proativo. Exemplos de direitos de segunda geração: direito à educação e à saúde. Exige que o Estado tome a iniciativa. 3ª geração dos direitos fundamentais (direitos da solidariedade ou fraternidade) - Têm por fundamento mais relevante a busca da fraternidade ou da solidariedade. Também são detentores de um status positivo que alcançam os direitos difusos, são aqueles que não podem ser determinados a um único indivíduo a uma coletividade determinada, pois atingem a todos: são exemplos: o direito à paz, direito a autodeterminação dos povos, direito ao desenvolvimento econômico, direitos de conservação do meio ambiente e do patrimônio histórico e cultural mundial e, finalmente, o direito à comunicação (o direito de acesso aos meios de comunicação). 4ª geração de direitos fundamentais – São direitos de existência ainda polêmica. Interessariam a toda humanidade. Seriam os direitos universais a serem ainda alcançados no século XXI: São exemplos: o Direito à informação (direito não apenas a ter meios de comunicação, mas de receber informações verídicas da mídia eletrônica), o Direito ao pluralismo (direito de tolerância às multiplicidades, políticas, culturais, ideológicas, sexuais, étnicas), Direito à Democracia semidireta (participação mais ativa do povo, utilização mais frequente de plebiscitos e referendos). 5ª Geração: relacionada à universalização do direito à paz, visto como a síntese dos direitos de todos os povos, em outro patamar, à autodeterminação à soberania, efetivando-se de maneira fraternal, justa e livre o desenvolvimento humano e nacional. 3 através de lutas históricas. E os primeiros estão ligados ao valor LIBERDADE. Exigem do estado uma prestação de CARÁTER NEGATIVO (abstenção – de forma direta). São classificados como direitos INDIVIDUAIS em face do Estado. Eram oponíveisapenas ao Estado – eficácia vertical. Nessa etapa, nasce o ESTADO DE DIREITO, cuja expressão sinônima é Estado Liberal. Há três experiências principais, apesar de existir anteriores: a) “Rule of Law” – Inglaterra (Estado das Leis, e não do homem); b) “Rechtsstaat”, na Prússia; c) “État Légal”, na França – primeira sistematização coerente. CARACTERÍSTICAS: liberalismo - político e econômico5: Importante destacar que os direitos fundamentais aqui apresentados correspondiam aos direitos da burguesia, ou seja, basicamente liberdade e propriedade. Estes direitos tinham apenas o caráter formal e não material, tendo em vista que na prática eram usufruídos apenas pela burguesia e não pelas classes inferiores. Com o fim da 1ª Guerra mundial (1918) surge o constitucionalismo moderno ou social. Justificativa: A visão liberal já não era suficiente para atender a demanda social do século XX, aonde haviam situações de extrema desigualdade. Nessa fase inicia a 2º GERAÇÃO DE DIREITOS FUNDAMENTAIS (direitos sociais, econômicos e culturais), que exigia-se essencialmente uma atuação positiva por parte do Estados (surgimento das garantias institucionais, ou seja, garantias de determinadas instituições importantes para a sociedade como a família, o funcionalismo público, a imprensa livre e etc). Diante deste contexto, o Estado Liberal é substituído pelo Estado Social, ou seja, por um Estado prestador de serviços, que buscava a superação entre a igualdade política e a desigualdade social, a intervenção nos âmbitos social, econômico e laboral, bem como uma atuação decisiva do Estado na produção e distribuição de bens e por fim, a garantia de um mínimo de bem estar social (“Welfare State” é o Estado de bem estar social e está ligado a esta garantia). Neste período existe ainda um incremento do ordenamento jurídico e com isto uma sofisticação da atividade interpretativa, o juiz deixa de ser mera “boca da lei”. Com o fim da 2ª guerra mundial, surge o constitucionalismo contemporâneo ou simplesmente Neoconstitucionalismo, ou segundo alguns, constitucionalismo pós-moderno, ou ainda, pós – positivismo.6 5 Liberalismo Político Liberalismo Econômico a) a limitação do Estado pelo direito se estende ao soberano; b) a Administração Pública tem sua atuação pautada pela lei; c) fracionamento das funções estatais; d) direitos individuais assegurados contra o Estado 6 Para aprofundamento do estudo: Luis R. Barroso, Neoconstitucionalismo e constitucionalização do direito. 4 2- O constitucionalismo Welfarista (dirigismo constitucional) e a busca da igualdade material O processo de substituição do constitucionalismo liberal-clássico por um constitucionalismo social, mais voltado ao bem-estar das pessoas que ao bem- estar dos negócios, não ocorreu de modo instantâneo, modificando-se a profusão e velocidade de acordo com casuísmos geográficos e culturais. Todavia, pode-se verificar o início deste processo a partir da segunda metade do século XIX. Entretanto, esse processo somente veio a se solidificar de uma maneira profunda após os acontecimentos históricos da 1ª guerra mundial: Constituição Mexicana de 1917, a Constituição de Weimar de 1919, e, finalmente, com a crise capitalista advinda da quebra da bolsa de Nova Iorque, em 1929, quando se tornou impossível, ideológica e materialmente, continuar a executar um ideário puramente capitalista-liberal nas regras constitucionais clássicas até então estabelecidas. Passa o Estado a intervir nas relações sociais e econômicas (criação de autarquias, de sociedades de economia mista e empresas públicas), assim como procurando dilargar de modo assaz detectável a sua prestação de serviços públicos, diretamente ou por intermédio de concessionários das atribuições estatais. Esta ampliação das atividades estatais, nos campos do serviço público, do poder de polícia e da intervenção no campo econômico, deram espaço ao fenômeno do Welfare State - o Estado de Bem-Estar Social, que não se eximia de atuar diretamente no frontispício do mercado, para domá- lo e mesmo salvá-lo. O surgimento do Estado de Bem-Estar Social decorre de gradual evolução, com a complexidade que o caracterizou, e buscou-se difundir um dinamismo crescente da atividade financeira do Estado. Nesse cenário, o novo Constitucionalismo Social absorvia todas as transformações da humanidade, com a implantação do voto universal –, permitindo a participação política de todos os eleitores, independe do sexo, do grau de instrução e da capacidade econômica de cada um -, com as novidades tecnológicas na produção e em todos os campos do conhecimento humano; tais fatores desembocaram nas inúmeras pressões sociais, inclusive revoluções, revoltas, greves e protestos da mais variada ordem, forçando o Estado Liberal Clássico a desistir de sua atitude neutra e absenteísta, para passar a atuar de forma mais significativa para os cidadãos, com o intuito de promover a distribuição de renda e de melhores condições de vida para todos. 3- A crise do constitucionalismo liberal a partir do Estado Social de Direito O Estado social começou a surgir materialmente em decorrência da incapacidade do Estado Liberal em garantir efetivamente às camadas mais 5 desfavorecidas de riqueza da população uma condição mínima de subsistência e de dignidade. A carência de solução para as necessidades públicas como seguridade social, salário justo etc., garantiram dinâmica às teorias do socialismo e até do comunismo como meio para se alcançar resolução de tais problemas públicos diante de um novo modelo de contrato social e estruturação estatal assumidores de finalidades e serviços públicos. Estas teorias advinham principalmente da doutrina científica de Marx e Engels, sucedendo ao socialismo utópico de vários autores – que não lograram firmar uma teoria sistemática a respeito do assunto -, com o seu manifesto comunista de 1848, e a obra “O Capital”, através de um diagnóstico correto e bem delimitado, augurou desencadear uma reação teórica de resistência à realidade e pensamento liberal clássicos, ensejando-se, naquela oportunidade, uma verdadeira profecia maledicente ao capitalismo (sistema econômico próprio do estado liberal). 4- O colapso do dirigismo constitucional a partir do Estado Neoliberal de Direito O colapso do dirigismo constitucional ocidental – inaugurado pelo Estado Social – ocorreu em razão de vários fatores, dentre eles, pode-se citar como exemplo o fato da falta de adoção de uma política econômica capaz de atender todas as necessidades sociais das classes menos favorecidas, sendo que, para tanto, a iniciativa privada teria que ser condicionada a posição de ator direito desse processo, com a obrigação de arcar com imensa carga tributária, de burocracia, de direitos trabalhistas, de atendimento a função social de suas propriedades etc. Muito das vezes, as obrigações acabam por inviabilizar a própria iniciativa e a produção de riquezas e o resultado reflexo disso foi a geração de um deficit orçamentário/financeiro nas contas públicas dos Estados. Outros exemplos são o fim da “guerra fria”, marcado simbolicamente pela queda do Muro de Berlim (1989), firmando em consequência a hegemonia do sistema capitalista sobre os demais sistemas econômicos; e o advento da globalização que compreendeu o mundo como uma “rede” capaz de abandonar os Estados que não se adequassem a esse novo modelo de sistemática política e econômica mundial. Mesmo diante da resistência de alguns autores, empiricamente o constitucionalismo-dirigente encontra-se em profundo colapso e regride em contexto de organização política social, em especial dos Estados ocidentais. Abre-se espaço para solucionar osproblemas por meio da proposta do Neoconstitucionalismo. 6 5- Tendências do constitucionalismo contemporâneo 7 Nova forma de interpretação surgida após a 2ª guerra mundial. Tem como primeiras referências históricas: - Constituição alemã de 1949 e a Constituição Italiana de 1947 - Não se inicia ao mesmo tempo em todos os países. - Na Europa continental se deu com a promulgação das Constituições acima descritas; - no Brasil, com a CF/88. Do ponto de vista filosófico, o chamado Neoconstitucionalismo é uma expressão do pós-positivismo jurídico, que é um novo modelo de compreensão e interpretação do direito. Ele representa a superação das posições do jus naturalismo e do positivismo jurídico dos séculos XIX e XX, porque o jusnaturalismo é uma doutrina dos direitos naturais, fundamentação axiológica do direito. Essa concepção embora tenha um mérito, é muito critica por tratar de um valor justiça único e imutável, pressupondo uma única ideia de justiça. Positivismo Legalista – direito legislado – implica no sistema jurídico como sistema de normas – teoria de Hans KELSEN. Positivismo Jurídico, embora ofereça parâmetros de segurança – dimensão normativista, não contempla o exame da legitimidade e justiça do sistema jurídico; essa discussão se tornou nítida com a 2ªguerra mundial. Com tudo isso se criou o PÓS-POSITIVISMO JURÍDICO, aproveitando do pós- naturalismo o debate jurídico sobre a justiça realizada na dimensão concreta / princípios. Do positivismo ele se apropria da preocupação em operacionalizar a aplicação de normas. O NEOCONSTITUCIONALISMO é a expressão desse movimento no âmbito da Constituição. No Brasil com a CF/88, ele veio a oferecer elementos importantes para o direito brasileiro. CARACTERÍSTICAS DO NEOCONSTITUCIONALISMO: A) Previsão da forma do Estado constitucional de direito – Estado que sintetiza o Estado social de direito, o Estado deve buscar através de suas políticas sociais e fins em si mesmo, conciliar legalidade com legitimidade, igualdade com liberdade; B) As Constituições deixam de ser vislumbradas como meras cartas políticas, cartas que ofereciam meras recomendações, pois nele as constituições são entendidas como conjunto de normas fundamentais imperativas com ampla eficácia jurídica e fundamental para os cidadãos; C) Implica a consideração da Constituição não somente em seu sentido formal, mas também no sentido substancial ou material – a CF não deve ser entendida como um sistema PURO de normas, deve ser entendida também como um 7 Texto fundamentado e extraído do trabalho: O constitucionalismo e a formação do estado constitucional - autor: Luiz Lopes de Souza Júnior. http://www.coladaweb.com/direito/o- constitucionalismo-e-a-formacao-do-estado-constitucional, em 05-08-2013. 7 espelho dos fatos sociais e repositório dos valores mais importantes da sociedade; D) Previsão de novo valor fundamental do Estado de direito – a dignidade da pessoa humana. Proibição de toda e qualquer ação do Estado ou do particular que venha a degradar a dignidade do ser humano. Hoje largamente reconhecida, promove também a conexão da ordem jurídica interna com a ordem jurídica internacional (art. 5º, § 3º, CF/88. – BLOCO de constitucionalidade, ampliando os parâmetros para o controle de constitucionalidade); E) Previsão de amplo aberto e inexaurível catálogo de direitos humanos fundamentais. Lembrando que esses direitos não excluem outros direitos sociais como saúde, segurança, educação, proteção à maternidade, etc. Direito trans-individuais – interesses difusos (art. 216, CF e art. 5º, § 2º, CF); F) Normas regras – Ex: Brasília é a capital Federal – art. 18, CF; G) Desenvolvimento de uma nova interpretação constitucional – hermenêutica constitucional – não mais aqueles métodos: gramatical, sociológico, intelectual, etc., mas a colocação de novo métodos como, por exemplo: método hermenêutico concretizador e normativo estruturante; H) Os princípios constitucionais são normas jurídicas, devem ser levados a sério, considerados superiores do ponto de vista axiológico; I) Nova teoria da justiça – hoje em dia vem sendo discutida a teoria de John Rawls, inserindo 02 princípios: o da liberdade e o da diferença; J) Legitimação do ativismo judicial – o poder judiciário está sendo chamado para implementar os direitos fundamentais, para promover a concretização do regime democrático, podendo examinar o mérito de opções discricionários feitas pelo administrador em função da sociedade – RESERVA DO POSSÍVEL; K) A emergência do fenômeno da constitucionalização do direito. Constitui-se em 03 sentidos básicos: - SENTIDO AMPLÍSSIMO – seria a previsão de uma Constituição como lei fundamental e hierarquicamente superior. Não nos ajuda a compreender a essência do fenômeno. - SENTIDO AMPLO – seria mera previsão do direito infraconstitucional no texto da Constituição. O Brasil se identifica com esse sentido, pois prevê os diversos ramos do direito, diversos artigos, etc. No Brasil essa Constituição prolixa se justifica pelos fatos históricos envolvidos. - SENTIDO ESTRITO – seria a própria expansão dos efeitos jurídicos da Constituição que se situada no centro do sistema jurídico passa a irradiar a aplicação a todos os ramos do direito condicionando a aplicação dos mesmos, inclusive a aplicação do direito privado – processo de filtragem hermenêutica. Estabelece os vetores para a interpretação e aplicação de todos os direitos.
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