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Aula 06 direito civil - direito das obrigações

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Aula 06
Direito Civil p/ TCU-2015 - Auditoria Governamental
Professores: Jacson Panichi, Aline Santiago
Direito Civil para o TCU. 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. 
Aula - 06 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 78 
 
 
AULA 06: Contratos. Contratos em geral. 
Preliminares e formação dos contratos. 
Transmissão das obrigações. Adimplemento das 
obrigações. 
 
 
Olá aluna(o)! 
 
 
Chegamos hoje ao final do nosso curso, mas devemos deixar bem claro que 
ficamos à sua disposição no fórum de dúvidas. Não deixe de nos contatar! 
- 
Obviamente estamos torcendo pela sua aprovação, mas, caso ela não 
ocorra, sempre que você tiver alguma dúvida não hesite em nos enviar um 
e-mail. 
O primeiro passo você já deu. Agora basta não desistir! 
 
 
Na aula de hoje veremos, então, o direito das obrigações. 
Primeiramente abortaremos o assunto de uma forma geral, isto será 
importante para a compreensão do tema como um todo, no entanto você 
deve dedicar mais tempo do seu estudo à transmissão e ao 
adimplemento das obrigações. Posteriormente vamos aos Contratos mais 
especificamente aos assuntos: dos contratos em geral, preliminares e 
formação dos contratos. 
Novamente nos colocamos à sua disposição, para ajudá-lo(a) 
em caso de dúvidas, por meio dos nossos e-mails ou do fórum. 
 
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: este curso é protegido por direitos autorais 
(copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação 
sobre direitos autorais e dá outras providências. 
Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores 
que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os 
cursos honestamente através do site Estratégia Concursos ;-) 
Direito Civil para o TCU. 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. 
Aula - 06 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 78 
 
 
Sumário 
-Teoria Geral das Obrigações. ................................................................................................................. 3 
- Transmissão das obrigações (arts. 286 a 303). ..................................................................................... 4 
- Adimplemento das obrigações: .......................................................................................................... 15 
Pagamento. ....................................................................................................................................... 15 
-Do Lugar do Pagamento (arts. 327 a 330). ...................................................................................... 23 
-Do Tempo do Pagamento (arts. 331 a 333). .................................................................................... 25 
Do Pagamento em Consignação ....................................................................................................... 27 
Do Pagamento com Sub-Rogação ..................................................................................................... 29 
Da Imputação do Pagamento ........................................................................................................... 31 
Da Dação em Pagamento .................................................................................................................. 31 
Da Novação ....................................................................................................................................... 32 
Da Compensação .............................................................................................................................. 34 
Da Confusão ...................................................................................................................................... 35 
Da Remissão das Dívidas ................................................................................................................... 35 
- Teoria Geral dos Contratos. ................................................................................................................ 36 
- Disposições Gerais (art.421 a 471) ..................................................................................................... 36 
QUESTÕES DO CESPE E SEUS RESPECTIVOS COMENTÁRIOS ................................................................ 49 
LISTA DAS QUESTÕES E GABARITO. ...................................................................................................... 71 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Civil para o TCU. 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. 
Aula - 06 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 78 
-Teoria Geral das Obrigações. 
 
Não cabe, em um curso preparatório para um concurso público, se 
não for algo específico de um concurso da área jurídica, ficar divagando 
sobre a teoria geral das obrigações. O assunto é extenso e permite uma 
ampla discussão doutrinária. Deste modo, falaremos o básico, aquilo que 
julgamos necessário para uma boa compreensão da matéria, focando o 
estudo nas obrigações jurídicas encontradas no código civil. 
 
A obrigação, objeto do nosso estudo, é a obrigação jurídica, aquela 
que encontra respaldo em uma lei e que estará, também, relacionada a 
um negócio jurídico, como, por exemplo, um contrato. 
 
Por ter respaldo legal, esta obrigação está protegida pelo direito e 
tem garantia do Estado, por isto, se não for cumprida, em caso de 
inexecução, haverá consequências de cunho jurídico, trata-se da chamada 
responsabilidade contratual (que foi vista na aula passada dentro do 
assunto responsabilidade civil). 
 
A obrigação estabelece um vínculo jurídico entre sujeitos (pessoas) e 
objeto. É, portanto, uma relação jurídica. Diz-se que esta relação tem 
caráter transitório, uma vez que já nasce com a finalidade de se extinguir 
(normalmente pelo seu cumprimento, pelo seu adimplemento). 
 
³0DV o que é afinal XPD�REULJDomR�SDUD�R�PXQGR�MXUtGLFR"´� 
 
Segundo Carlos Roberto Gonçalves1 a obrigação, no estudo do 
direito das obrigações, é empregada em seu sentido mais restrito, pois 
apenas os vínculos de conteúdo patrimonial estarão em sua 
abrangência, trata-se daquela relação direta entre as pessoas (que tem 
como objeto direitos de natureza pessoal), onde uma pessoa é credora 
(aquela que pode exigir a prestação) e a outra é devedora (aquela que 
tem a incumbência de cumprir a prestação). 
E, segundo Flávio Tartuce2: ³$�REULJDomR�SRGH�VHU�FRQFHLWXDGD�FRPR�
a relação jurídica transitória existente entre um sujeito ativo (credor) e 
um sujeito passivo (dHYHGRU���WHQGR�FRPR�REMHWR�LPHGLDWR�D�SUHVWDomR�´ 
 
Deste modo, direitos de natureza pessoal, também denominados 
direitos de crédito, são aqueles em que há um vínculo entre o chamado 
 
1 Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Esquematizado, Saraiva 2012, 2ª ed., pág. 441. 
2 Em, Costa Machado, Código Civil Interpretado, Manole 2012, 5ª ed., pág. 236. 
Direito Civil para o TCU. 
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Aula - 06 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 78 
sujeito ativo (que pode exigir a prestação) e o sujeito passivo (de quem 
se pode exigir o cumprimento da prestação). 
 
 
 
Vamos começar agora no conteúdo específico de seu edital: a transmissão 
das obrigações. 
 
- Transmissão das obrigações (arts. 286 a 303). 
 
A transmissão, seja ela de direitos ou de obrigações, podeverificar-
se tanto por causa de morte, como por atos entre vivos. A transmissão que 
se dá com a morte é disciplinada e mais bem estudada no direito das 
sucessões. A transmissão que julgamos ser mais importante para 
analisarmos, neste momento, é aquela realizada pela vontade das 
partes. 
Veja que a obrigação faz parte do patrimônio do credor, por 
consequência, este credor, se quiser, poderá transmiti-la. A mudança da 
figura do credor é o que se chama cessão de crédito. 
 
 
 
 
Elementos que 
constituem uma 
obrigação:
(elemento subjetivo) 
sujeitos
Ativo
(é para quem a 
prestação é devida)
Passivo
(é quem deve 
cumprir a 
obrigação)
(elemento objetivo) 
objeto
é o elemento 
material (é a 
própria prestação)
vínculo 
obrigacional
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³0DV�R�TXH�YHP�D�VHU�FHVVmR"´� 
 
De acordo com Maria Helena Diniz3: ³2� ato determinante de 
transmissibilidade das obrigações designa-se cessão, que vem a ser a 
transferência negocial, a título gratuito ou oneroso, de um direito, de um 
dever, de uma ação ou de um complexo de direitos, deveres e bens, com 
conteúdo predominantemente obrigatório, de modo que o adquirente 
�FHVVLRQiULR��H[HUoD�SRVLomR�MXUtGLFD�LGrQWLFD�j�GR�DQWHFHVVRU��FHGHQWH�´� 
 
Cessão é, então, transferência negocial. Neste tipo de negócio teremos a 
presença de três envolvidos: o cedente; o cessionário; e aquele que é 
cedido. 
 
Como espécies de cessão temos: a ¹cessão de crédito; a ²cessão de 
débito; e a ³cessão de contrato (este último tipo de cessão é menos 
cobrado em concursos). 
 
Vamos analisar cada uma delas: 
 
A cessão de crédito (arts. 286 a 298) enfoca a substituição, por 
ato entre vivos, da figura do credor e isto independentemente do 
consenso do devedor. O crédito, como parte integrante de um 
patrimônio, possui um valor econômico e, sendo assim, é algo que pode 
ser transmitido, tanto de forma onerosa como gratuita. 
Na cessão de crédito temos como figuras do negócio (ou partes 
envolvidas): o cedente (aquele que vende o direito), o cessionário (que 
adquire o direito) e o cedido (que é o devedor original, que deve cumprir 
com a obrigação de pagar a dívida, agora para outra pessoa). O cedido não 
participa ativamente do negócio, mas, como você verá logo a frente, ele 
precisa ser notificado. 
Na cessão de crédito, este é transferido tal como foi contratado, o 
que se modifica é a pessoa que irá cobrar a obrigação. De um modo 
geral a cessão de crédito é permitida, mas atente para o art. 286: 
 
Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser ¹a 
natureza da obrigação, ²a lei, ou ³a convenção com o devedor; a cláusula 
proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não 
constar do instrumento da obrigação. 
 
 
3 Maria Helena Diniz, Manual de direito Civil, Saraiva 2011. 
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O próprio contrato pode proibir a cessão de crédito (cláusula 
proibitiva da cessão), mas para que isso se torne eficaz perante 
terceiros de boa-fé, a cláusula deve constar no instrumento de obrigação, 
ou seja, no próprio contrato. Em todos os casos, deve-se verificar se o 
terceiro, que está comprando o crédito, teve conhecimento da cláusula 
impeditiva. Se não teve conhecimento, a cessão de crédito poderá ser 
válida, mesmo perante a cláusula impeditiva. 
 
Também, é importante destacar que deve estar presente a 
possibilidade jurídica para a transmissão do crédito, pois as obrigações 
personalíssimas, por sua natureza, não admitem cessão. 
 
Art. 287. Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-
se todos os seus acessórios. 
 
Veja então que, em regra, a cessão de um crédito abrange todos os 
seus acessórios, mas esta regra comporta exceção. Basta que exista 
disposição a esse respeito. 
 
A cessão de crédito pode ser ainda: 
 
x ¹Gratuita ou ²onerosa, conforme ela se realize com ou sem 
pagamento por parte do cessionário. 
 
x ¹Total ou ²parcial, pois o cedente pode transferir todo o 
crédito ou, então, somente uma parte, resguardando para si o 
resto. 
 
x ¹Convencional, ²legal ou ³judicial. Convencional é quando 
decorre da vontade livre e espontânea entre o cedente e o 
cessionário. Legal é decorrente de lei, pois existem casos em 
que a própria lei prevê esta cessão. Judicial é a que decorre de 
sentença judicial, como por exemplo, nos casos de sucessão 
onde haverá a partilha dos bens. Como os créditos também são 
bens, estes vão ser transferidos para os herdeiros. 
 
x Pode ser ¹pro soluto, quando, com a transferência, o cedente 
deixa de ter responsabilidade pelo pagamento do crédito, pela 
solvência do devedor, mas continua responsável pela sua 
existência; ou ²pro solvendo, quando o cedente continua 
responsável pelo pagamento, caso o cedido ou devedor não o 
faça. 
 
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Já foi afirmação de prova, mas de outra banca: ³1D�FHVVão pro soluto do 
crédito, o cedente não responde pela solvência do devedor, mas apenas 
pela existência do crédito´. 
 
Embora a cessão de crédito seja um negócio jurídico não solene 
(ou consensual), pois não depende de forma determinada, convém que 
a cessão seja feita por escrito, pois assim terá validade contra 
terceiros4, conforme vemos no art. 288. 
 
Art. 288. É ineficaz, em relação a terceiros, a transmissão de um crédito, 
se não celebrar-se mediante instrumento público, ou instrumento particular 
revestido das solenidades do § 1o do art. 654. 
($UW�������†��ž��³2�LQVWUXPHQWR�SDUWLFXODU�GHYH�FRQWHU�D�LQGLFDomR�GR�OXJDU�
onde foi passado, a qualificação do outorgante e do outorgado, a data e o 
objetivo da outorga com a designação e a extensão dos poderes 
confHULGRV´). 
 
Art. 289. O cessionário de crédito hipotecário tem o direito de fazer averbar 
a cessão no registro do imóvel. 
 
Trata-se de garantia para o cessionário, pois com esta atitude ± 
de averbação na escritura do imóvel no registro de imóveis, o ato de cessão 
gera efeitos contra todos (erga omnes). 
 
No art. 290 temos a informação quanto à necessidade de notificação 
do devedor. 
Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão 
quando a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito 
público ou particular, se declarou ciente da cessão feita. 
 
Assim, a cessão de crédito não está condicionada a aceitação 
do devedor, mas ele deve ser notificado de quem é o credor da 
obrigação, para poder efetuar o pagamento. Esta notificação ao devedor 
pode ser feita tanto pelo cedente (aquele que está cedendo) como pelo 
cessionário (aquele que está adquirindo o direito). 
 
 
4 (VVHV�³WHUFHLURV´�FLWDGRV�QR�WH[WR�GD�OHL�GHYHP�WHU�interesse no patrimônio das partes. 
Não podendo ser qualquer pessoa. 
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Como dito anteriormente, a cessão prescinde (não precisa) de 
autorização do devedor,que dela, apenas, deve ter ciência. O devedor não 
faz parte diretamente do negócio jurídico que é a cessão de crédito. 
 
Se a cessão foi desmembrada, e existirem vários credores, o 
devedor deve ser informado de tal situação e esta não deve lhe gerar 
maiores gastos, ou seja, sua situação não poderá ser agravada sem 
sua concordância. 
 
Veja o art. 291 que já foi objeto de cobrança em prova (CESPE 
2008/TJ-DFT). 
Art.291. Ocorrendo várias cessões do mesmo crédito, prevalece a que se 
completar com a tradição do título do crédito cedido. 
 
Esta situação irá ocorrer, quando o crédito for cedido várias vezes, 
para diferentes pessoas. Nestes casos não está obrigado o devedor a 
procurar o último cessionário para fazer o pagamento. De acordo com o 
artigo, ele pagará ao cessionário que lhe apresentar o título do 
crédito cedido. Se isso vier a causar algum dano para os demais 
cessionários, será resolvido entre eles. 
 
O art. 294 fala das exceções (das defesas que dispõe o devedor), e 
diz assim: 
 
Art. 294. O devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe 
competirem, bem como as que, no momento em que veio a ter conhecimento 
da cessão, tinha contra o cedente. 
 
Desse modo, se o devedor podia em sua defesa, por exemplo, alegar 
erro ou, então, dolo contra o cedente, também poderá fazê-lo contra o 
cessionário. Isso se dá, porque o crédito se transfere com as mesmas 
características que possuía originariamente. 
 
A responsabilidade do cedido é cumprir com a obrigação. Já a 
reponsabilidade do cedente, nas cessões a título oneroso, ainda que não 
se responsabilize pelo cumprimento da obrigação, está na existência do 
crédito ao tempo da cessão. Isto também é valido nas cessões a título 
gratuito, se o cedente agiu de má-fé. É o que diz o art. 295: 
 
 
Direito Civil para o TCU. 
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Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se 
responsabilize, fica responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo 
em que lhe cedeu; a mesma responsabilidade lhe cabe nas cessões por 
título gratuito, se tiver procedido de má-fé. 
 
Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela 
solvência5 do devedor. 
 
O cedente, em regra, assume apenas obrigação de garantia e 
existência do crédito, mas vHMD� TXH� p� YHUGDGHLUD� D� LQIRUPDomR�� ³2�
FHGHQWH� SRGH� UHVSRQGHU� SHOD� VROYrQFLD� GR� GHYHGRU´�� basta que haja 
estipulação neste sentido (convencionada entre as partes). O artigo 297 
continua: 
 
Art. 297. O cedente, responsável ao cessionário pela solvência do devedor, 
não responde por mais do que daquele recebeu, com os respectivos juros; 
mas tem de ressarcir-lhe as despesas da cessão e as que o cessionário houver 
feito com a cobrança. 
 
Se as partes convencionaram a responsabilidade do cedente, este 
não pode ser responsabilizado por mais do recebeu, respeitando o que foi 
dito no art. 297. 
 
Finalizando o assunto cessão de crédito, temos o art. 298: 
 
Art. 298. O crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser transferido pelo credor 
que tiver conhecimento da penhora; mas o devedor que o pagar, não tendo 
notificação dela, fica exonerado, subsistindo somente contra o credor os direitos 
de terceiro. 
 
A cessão de débito (ou assunção de dívida), que não ocorre sem 
a anuência do credor, de acordo com Maria Helena Diniz é um negócio 
jurídico bilateral, pelo qual o devedor será o cedente e, com anuência 
expressa do credor (será o cedido), transfere a um terceiro (assuntor ou 
cessionário) os encargos obrigacionais, de modo que este assume sua 
posição na relação obrigacional, substituindo-o, responsabilizando-se pela 
dívida, que subsiste com todos os seus acessórios. Vamos colocar na 
prática, veja o exemplo abaixo: 
 
 
5 Solvência é a situação econômica positiva, quando os haveres superam, em valores, às 
dívidas. 
Direito Civil para o TCU. 
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Aula - 06 
 
 
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¹João deve pra ²Otávio. Surge, na relação obrigacional, a figura de 
³Paulo, um terceiro, que será o assuntor ou cessionário. 
³Paulo assume a obrigação, que era de ¹João (devedor primitivo), 
perante ²Otávio (credor). 
 
No código civil, o conceito para a assunção de dívida está no art. 299. 
 
Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o 
consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, 
salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava. 
Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que 
consinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa. 
 
 Do que foi dito acima, podemos extrair os pressupostos da cessão de 
débito: 
 
x Existência e validade da obrigação transferida. 
x Substituição do devedor sem alteração na substância do vínculo 
obrigacional, salvo se o novo devedor, ao tempo da assunção da 
dívida, era insolvente e o credor ignorava. 
x Concordância expressa do credor. 
x Observância dos requisitos relacionados para os negócios jurídicos. 
 
A assunção pode ¹liberar o devedor primitivo, ou ²mantê-lo ligado 
ainda à obrigação. Trata-se de uma opção das partes, uma escolha do 
credor. 
Entretanto, temos o art. 300. 
 
Art. 300. Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se 
extintas, a partir da assunção da dívida, as garantias especiais por ele 
originariamente dadas ao credor. 
 
³2�TXH�LVWR expresso no art. 300 TXHU�GL]HU"´ 
 
O fiador, por exemplo, não é obrigado a garantir um devedor que não 
conhece, que não confie. A ideia é no sentido de que as garantias ditas 
especiais não permanecerão com a assunção se não houver menção 
expressa a este respeito. No entanto, permanecem as garantias dadas pelo 
devedor primitivo ligadas a sua pessoa. 
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Quanto as suas características a cessão de débito: ¹possui natureza 
contratual; ²se o negócio exigir forma especial, assim deverá ser feito, caso 
contrário à forma é livre; ³os vícios possíveis são os dos negócios jurídicos 
em geral. 
 
Importante 
A assunção de dívida (cessão de débito) pode se dar através de dois 
modos: ¹por acordo entre o terceiro e o credor (expromissão); ou ²por 
acordo entre o terceiro e o devedor (delegação). 
 
x Expromissão é quando o terceiro contrai perante o credor a 
obrigação de liquidar o débito. O acordo é entre o terceiro e o 
credor. Esta expromissão pode ocorrer com a liberação do 
devedor ± assunção perfeita, ou manter-se o devedor 
cumulativamente responsável pela obrigação ± assunção de 
débito imperfeita. 
x Delegação, se o devedor transferir a terceiro, com a 
anuência do credor, o débito com este contraído. Subdivide-se 
em: primitiva, se o terceiro assumir toda a dívida, excluído o 
devedor original; e simples ou cumulativa, se o terceiro 
entrar na relação obrigacional unindo-se ao devedor primitivo, 
que continuará vinculado. 
 
De todo modo, o principal efeito da assunção é a substituição do 
devedor na relação obrigacional. 
 
Os artigos 301 e 302 apresentam outros efeitos da assunção: 
 
Art. 301. Se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o 
débito, com todasas suas garantias, salvo as garantias prestadas por terceiros, 
exceto se este conhecia o vício que inquinava a obrigação. 
Art. 302. O novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que 
competiam ao devedor primitivo. 
 
 Assim, na falta de estipulação expressa, as exceções (defesas) 
oponíveis pelo primitivo transferem-se ao terceiro, salvo as exceções 
pessoais. 
 
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Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o 
pagamento do crédito garantido; se o credor, notificado, não impugnar em trinta 
dias a transferência do débito, entender-se-á dado o assentimento. 
 
Pois quem adquire um imóvel que está hipotecado, na maioria das 
vezes, absorve no preço o valor da hipoteca e se assume a dívida a partir 
daquele momento. Se o credor, notificado da mudança e da assunção da 
dívida, não se manifestar no prazo estabelecido pela lei, dá-se o seu 
assentimento. 
 
A cessão da posição contratual (próximo ponto que será visto) não 
tem sido muito cobrada. Priorize a cessão de crédito e a cessão de 
débito, no entanto, é bom que você tenha uma visão geral acerca do 
assunto, por isto incluímos na aula. 
 
A cessão de posição contratual é a transferência da inteira posição 
ativa e passiva, do conjunto de direitos e obrigações de que é titular uma 
pessoa, derivados de contrato bilateral já ultimado, mas de execução ainda 
não concluída. 
Nesse negócio, vamos ver que uma das partes (cedente), com o 
consentimento do outro contratante (cedido), transfere sua posição no 
contrato a um terceiro (cessionário). Para que não ocorra confusão com a 
terminologia, chama-se o contrato original de contrato base. 
Vimos que na cessão de crédito substitui-se uma das partes na 
obrigação, apenas do lado ativo e em um único aspecto da relação jurídica. 
O mesmo acontecendo na assunção de dívida. Entretanto, ao transferir uma 
posição contratual, transfere-se todo um conjunto de direitos e 
deveres, consequentemente, transfere-se o crédito e também o débito, 
isto não como contrato principal, mas como parte, como elemento do 
negócio jurídico. 
A cessão de posição contratual possui como objeto a substituição de 
uma das partes no contrato, o qual objetivamente permanecerá o mesmo. 
Assim, a cessão de todos os créditos e de todas as pretensões presentes e 
futuras e a assunção de todas as dívidas não esgota o conteúdo jurídico do 
tema em estudo. Ou seja, o negócio jurídico básico, ultrapassa o somatório 
dos direitos transferidos. O que se transfere é uma relação jurídica 
fundamental, e não a soma de créditos e débitos. 
A cessão de posição contratual situa-se basicamente nas relações a 
prazo, duradouras, mas não está por elas limitada. Portanto, enquanto um 
contrato não estiver completamente exaurido, o que não se confunde com 
contrato cumprido, haverá possibilidade de cessão de posição contratual, 
dependendo sempre da necessidade econômica das partes. O caso concreto 
é que mostrará a necessidade. 
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A concordância do terceiro-cedido é de suma importância para a 
formação da cessão de posição contratual. Essa concordância, embora 
necessária, pode ser simultânea, prévia ou posterior ao negócio jurídico. 
 
x Haverá concordância contemporânea ou simultânea quando 
uma das partes manda a proposta de cessão diretamente às 
outras duas. 
x Haverá concordância posterior se a concordância do cedido 
ocorrer após o acerto da cessão entre cedente e cessionário. 
x Haverá concordância prévia quando no contrato base já houver 
previsão e autorização para uma futura cessão. 
 
A falta de consentimento do cedido impede o aperfeiçoamento da 
cessão e o relacionamento entre cedente e cessionário permanece no 
campo da responsabilidade pré-contratual. 
 
O principal efeito da cessão de contrato é a substituição de uma das 
partes de contrato±base, permanecendo este íntegro em suas disposições. 
Todo complexo contratual, direitos e obrigações provenientes do 
contrato transferem-se ao cessionário. 
 
Na cessão de posição contratual, o cedente é responsável pela 
existência do contrato, por sua validade e pela posição que está cedendo. 
Caso não ocorram tais circunstâncias, a solução será uma indenização por 
perdas e danos, com ressarcimento da quantia acordada para a 
transferência da posição contratual. Ainda que o negócio seja gratuito, 
poderá gerar direito à indenização. Em se tratando de cessão onerosa, 
a responsabilização independe de culpa. A culpa funcionará, talvez, como 
um reforço para o quantum indenizatório. 
 
Na hipótese de inexistir o contrato cedido, ou de não existir de forma 
que permita a eficácia da cessão, há, na verdade, uma impossibilidade do 
negócio por inexistência de objeto. 
 
O cedente não se responsabiliza pelo adimplemento6 do contrato. 
Pode, no entanto, assumir perante o cessionário uma garantia, maior ou 
menor, dependendo das cláusulas do negócio, pelo adimplemento das 
obrigações contratuais do cedido. Porém, se não houver expressado 
 
6 Pelo cumprimento do contrato. 
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menção do tipo de garantia, existirá uma caução fidejussória7, nada 
impedindo, no entanto, que as partes coloquem a responsabilidade solidária 
total ou parcial, restrita a determinado valor, ou mesmo restrita a uma só 
assunção de dívida do contrato base. 
 
Na transferência de posição contratual, devem as partes identificar 
claramente o objeto do negócio, sempre que possível avisando o cedente 
ao cessionário de todas as cláusulas do contrato cedido. É muito 
importante, que no mesmo instrumento ou em instrumento à parte, em 
cópia fiel, conste o contrato base. Deste modo, estará o cessionário 
plenamente ciente da situação contratual que está assumindo. Como 
também deve o cedente dar todas as informações necessárias ao 
cessionário, para que ele tenha condições de cumprir com seu novo acordo. 
 
O acordo preparatório entre cedente e cessionário não produz 
qualquer efeito quanto ao cedido sem sua anuência, ainda que posterior. 
Com a transferência de sua posição contratual, ausenta-se o cedente 
da relação jurídica. Neste tipo de negócio, podem as partes estipular que 
há uma cessão de posição contratual, mas que o cedido pode agir contra o 
cedente em caso de inadimplemento do cessionário. Entretanto, as partes 
devem manifestar-se expressamente quanto a isso, caso não o façam 
haverá total liberação do cedente. 
 
Quanto ao cessionário e o cedido, ambos passam a ser partes no 
contrato-base. O cessionário toma o lugar do cedente nos direitos e 
obrigações. O cedido só se libertará de suas obrigações contratuais com 
pagamento ao cessionário após tomar conhecimento e anuir na cessão. O 
contrato pode ser cedido em trânsito, isto é, parcialmente cumprido. 
 
Lembrem-se: só se transferem as relações jurídicas ainda existentes. 
 
 Transfere-se a posição contratual no estado em que se encontra para 
o cedente. Todos os acessórios dos direitos conferidos pelo contrato 
também se transmite ao cessionário, inclusive sua posição subjetiva de 
parte processual. As garantias para o contrato, fiança, hipoteca, penhor, 
prestadas por terceiro,necessitam do consentimento deste para 
permanecerem íntegras. 
 
 
7 As garantias contratuais se dividem em reais e fidejussórias. Nas reais é oferecido um 
bem para assegurar o cumprimento da obrigação, através de hipoteca, penhor ou 
anticrese. Já nas garantias fidejussórias é uma pessoa quem vai assegurar o cumprimento 
da obrigação, através de aval ou fiança. 
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Resumindo: 
 
Efetivar-se-á a cessão de contrato somente se: 
 
1. O contrato transferido for bilateral. 
2. O contrato for suscetível de ser cedido de maneira global. 
3. Houver transferência ao cessionário não só dos direitos como 
também dos deveres do cedente. 
4. O cedido consentir, prévia ou posteriormente, uma vez que a cessão 
de contrato implica, concomitantemente, uma cessão de crédito e 
uma cessão de débito. 
5. Houver observância dos requisitos do negócio jurídico. 
6. A obrigação não for personalíssima, nem houver cláusula vedando a 
cessão. 
 
A cessão de contrato produz as seguintes consequências jurídicas: 
 
1. Transferência do crédito e do débito de um dos contraentes a um 
terceiro. 
2. Subsistência da obrigação. 
3. Liberação do cedente do liame contratual se houver consentimento 
do credor ou se se configurar hipótese em que a lei dispensa tal 
concordância. 
 
Atenção: a falta de texto expresso em lei, não inibe o negócio de cessão 
de posição contratual. Este contrato entra no campo dos contratos atípicos 
e situa-se no direito dispositivo das partes. O vigente CC faz referência 
H[SUHVVD�D�HVVD�SRVVLELOLGDGH��HP�VHX�DUW�������³É lícito as partes estipular 
contratRV�DWtSLFRV��REVHUYDGDV�DV�QRUPDV�JHUDLV�IL[DGDV�QHVWH�FyGLJR´� 
 
- Adimplemento das obrigações: 
 
Pagamento. 
 
 A obrigação tem papel fundamental na nossa sociedade, faz circular 
a riqueza. Mas uma vez cumprida à obrigação, ocorre o seu adimplemento 
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e o sujeito passivo fica liberado da obrigação. Exaure-se esta obrigação, 
ainda que outra obrigação idêntica venha a surgir posteriormente entre as 
mesmas partes. Normalmente a obrigação se extingue pelo 
pagamento, o meio normal ou ordinário de extinção das obrigações. E 
neste sentido, entende-se por pagamento, como toda forma de 
cumprimento da obrigação. 
 
 Portanto, há pagamento, para ambas as partes: na compra e venda, 
R�FRPSUDGRU�GHYH�SDJDU� ³GLQKHLUR´��H�R�YHQGHGRU�GHYH�SDJDU�D� ³FRLVD´��
entregando-a ou colocando-a a disposição do comprador. 
 
 Justamente por poder o pagamento assumir as mais variadas formas, 
se torna difícil sua classificação quanto à natureza jurídica, pois é 
impossível compreender o pagamento como sendo de natureza unitária. 
 
Um dos requisitos essenciais do pagamento é a intenção, daquele que 
paga, de extinguir a obrigação assumida. O que importa no pagamento é a 
realização real da prestação. Normalmente, quem paga é o próprio 
devedor. Porém, pode acontecer de outros fazerem o pagamento e o credor 
deve aceitar o pagamento ainda que provenha de terceiros. É neste sentido 
o art. 304: 
 
Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, 
se o credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor. 
Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome 
e à conta do devedor, salvo oposição deste. 
 
Deste modo, temos três categorias de pessoas aptas a figurar como 
solvens (termo jurídico que designa aquele que paga). O primeiro, como 
vimos, é ¹o próprio devedor, por si mesmo, ou seu representante. Pode 
também pagar, o terceiro, interessado ou não. ²O terceiro interessado 
é o que está no caput do art. 304, e como exemplo temos o fiador. O 
art.304 §único, fala em ³terceiro não interessado, que também tem o 
direito de pagar se o fizer em nome e por conta do devedor (como exemplo, 
temos um pai que paga a dívida de seu filho). Neste último caso não há 
representação, autorização ou mesmo ciência do devedor. 
 
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O pagamento deve ser aceito e o solvens tem a mesma legitimidade 
de consignar8, que tinha o devedor original, se houver resistência por parte 
do credor em receber o pagamento. 
 
Se o terceiro não interessado pagar em seu próprio nome, tem direito 
a reembolsar-se do que pagar, mas não adquire os direitos do credor. Há 
somente direito a uma ação simples de cobrança. Deste modo está no art. 
305: 
 
Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem 
direito a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor. 
Parágrafo único. Se pagar antes de vencida a dívida, só terá direito ao reembolso 
no vencimento. 
 
Se, porém, o terceiro pagar sem que o devedor tome conhecimento 
ou diante de sua oposição, sendo que havia meios para que o devedor 
pudesse ilidir (impedir) a ação de cobrança do credor, não caberá 
reembolso do pagamento ao terceiro. Neste sentido temos o art. 306. 
 
Art. 306. O pagamento feito por terceiro, ¹com desconhecimento ou 
²oposição do devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o 
devedor tinha meios para ilidir a ação. 
 
Apenas fixando o assunto, quem pode pagar? 
Qualquer pessoa pode pagar. Seja o devedor, o terceiro interessado ou, 
até mesmo, o não interessado. 
 
O art.307 trata do pagamento que importe em transmissão de 
propriedade: 
 
Art. 307. Só terá eficácia o pagamento que importar transmissão da propriedade, 
quando feito por quem possa alienar o objeto em que ele consistiu. 
Parágrafo único. Se se der em pagamento coisa fungível, não se poderá mais 
reclamar do credor que, de boa-fé, a recebeu e consumiu, ainda que o solvente 
não tivesse o direito de aliená-la. 
 
 
8 O termo consignar vem de uma medida chamada consignação em pagamento, que ocorre 
quando o credor se recusa a receber o pagamento, e o devedor, para não ficar 
inadimplente, faz esta consignação em pagamento, ou seja, deposita em juízo o valor. O 
devedor não ficará inadimplente até que se decida a questão. 
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Para a transmissão do domínio deverão estar presentes todos os 
requisitos do negócio jurídico. Se porém tratar-se de coisa fungível9, já 
consumida pelo credor de boa-fé, não se pode mais reclamar a coisa. O 
assunto se resolverá por indenização. 
 
Para que se configure a situação do art. 307 § único são necessárias 
três condições: ¹que o pagamento seja de coisa fungível; ²que tenha 
havido boa-fé por parte do accipiens (termo jurídico para designar quem 
recebe); e ³que tenha sido consumida a coisa. Enquanto não consumida, 
haverá direito à repetição, no todo ou em parte da coisa. 
 
A regra geral sobre quem recebe é a do art. 308. 
 
Art. 308. O pagamento deve ser feito ¹ao credor ou ²a quem de direito o 
represente, sob pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto 
reverter em seu proveito.No entanto, podem ocorrer exceções. Tanto o credor poderá estar 
inibido de receber, como o devedor poderá, em certas situações especiais, 
pagar validamente a quem não seja credor. Como também podem os 
contraentes, no momento de fazer o contrato, estipular que o accipiens 
seja um terceiro, que não tenha nenhuma relação material com a dívida, 
mas está intitulado para recebê-la. 
 
Atenção: Em regra, se o pagamento não for efetuado ao credor ou ao seu 
representante, será ineficaz. Entretanto, da leitura do art. 308, vimos que 
o pagamento pode ser feito a pessoa não intitulada e mesmo assim valer 
se houver ratificação do credor ou de seu representante. 
 
No art. 311 temos outro caso de pagamento à pessoa que não o 
credor, trata-se do portador de recibo de quitação. 
 
Art. 311. Considera-se autorizado a receber o pagamento o portador da quitação, 
salvo se as circunstâncias contrariarem a presunção daí resultante. 
 
A presunção é a de que quem se apresenta com um recibo firmado 
por terceiro possui mandato específico para receber, é portador de 
quitação. 
 
9 Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma 
espécie, qualidade e quantidade. FUNGISUBI 
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Já no art. 309 temos a figura do credor putativo, que é a pessoa 
que tenha a mera aparência de credor ou de pessoa autorizada a 
receber. 
 
Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado 
depois que não era credor. 
 
A lei condiciona a validade do pagamento ao fato de o accipiens ter a 
aparência de credor e estar o solvens de boa-fé. Restará ao verdadeiro 
credor haver o pagamento do falso accipiens. 
 
Há casos em que o devedor pode ver-se livre da obrigação, mesmo tendo 
pagado a terceiro não intitulado. Isso ocorrerá em três situações: 
 
1. Na hipótese que estudamos em que ocorre a ratificação, pelo credor, 
do pagamento recebido (art. 309). 
2. Na hipótese em que o pagamento reverterá em benefício do credor 
(art. 308, visto acima, a prova será do solvens). 
3. E, por fim, na hipótese do credor putativo. 
 
O art. 310 refere-se ao pagamento feito à pessoa incapaz de 
quitar. 
 
Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, 
se o devedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu. 
 
 Outra situação que inibe o credor de receber é a do art. 312. 
 
Art. 312. Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre 
o crédito, ou da impugnação a ele oposta por terceiros, o pagamento não valerá 
contra estes, que poderão constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe 
ressalvado o regresso contra o credor. 
 
 Quanto ao pagamento, este deve compreender quanto ao seu objeto 
àquilo que foi acordado. Não sendo obrigado a receber nem mais, e nem 
menos que o acordado. 
 Quanto ao objeto do pagamento, começaremos com o art. 313. 
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Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é 
devida, ainda que mais valiosa. 
 
 Como regra geral, só existirá solução da dívida, com a entrega do 
objeto. Se a prestação é complexa, constantes de vários itens, não se 
cumprirá a obrigação enquanto não atendidos todos. 
 
Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda 
corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subsequentes. 
 
 E o artigo 317 admite a intervenção judicial para a correção do valor 
QR� SDJDPHQWR� GR� SUHoR� TXDQGR� ³por motivos imprevisíveis, sobrevier 
desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do 
momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, 
de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação´��Neste 
caso temos a aplicação da Teoria da Imprevisão10, que traz exceção ao 
tema quanto ao objeto do pagamento, é a correção judicial do contrato. 
 
Art. 316. É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações 
sucessivas. 
 
Este artigo está relacionado aos índices de correção monetária, 
portanto cláusula móvel das prestações, algo que, sem dúvida, converte-
se em terreno acidentado para o interessado. 
 
Art. 318. São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda 
estrangeira, bem como para compensar a diferença entre o valor desta e o da 
moeda nacional, excetuados os casos previstos na legislação especial. 
 
Assim, negócios em moeda estrangeira somente são permitidos, por 
exceção, nos contratos de importação e exportação; nos contratos de 
compra e venda de câmbio e nos contratos celebrados com pessoa 
residente e domiciliados no exterior. Trata também da proibição da 
chamada cláusula de ouro, que está mais relacionada à legislação especial 
de natureza financeira. 
 
Os pagamentos contratados em medida ou peso devem 
obedecer aos costumes do lugar. Os termos arroba, braças, alqueires 
 
10 Quando imprevistos alheios ao contrato e vontade das partes autorizam a revisão do 
contrato pelo juiz. 
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podem variar de acordo com as regiões em que as obrigações houverem 
de ser cumpridas. Este é o teor do art. 326. 
 
Art. 326. Se o pagamento se houver de fazer por medida, ou peso, entender-se-
á, no silêncio das partes, que aceitaram os do lugar da execução. 
 
A prova do pagamento é a demonstração material, é manifestação 
externa de um acontecimento. Quem paga tem direito a prova desse 
pagamento, que é a quitação. 
 
Vamos ver os artigos 319 e 320 conjuntamente: 
 
Art. 319. O devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter o 
pagamento, enquanto não lhe seja dada. 
Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, 
designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por 
este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do 
seu representante. 
Parágrafo único. Ainda sem os requisitos estabelecidos neste artigo valerá a 
quitação, se de seus termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga a 
dívida. 
 
 Aí estão os requisitos do recibo, instrumento da quitação. Trata-se 
de prova cabal de pagamento, porque em juízo não se aceitará prova 
exclusivamente testemunhal para provar o pagamento, se o valor exceder 
ao teto legal. Este é o conteúdo do art. 227: 
 
Art. 227. Salvo os casos expressos, a prova exclusivamente testemunhal só se 
admite nos negócios jurídicos cujo valor não ultrapasse o décuplo do maior salário 
mínimo vigente no País ao tempo em que foram celebrados. 
Parágrafo único. Qualquer que seja o valor do negócio jurídico, a prova 
testemunhal é admissível como subsidiária ou complementar da prova por escrito. 
 
 A quitação, contendo os requisitos do art. 320, não necessita ter 
a mesma forma do contrato. É dever do credor dar a quitação, uma vez 
recebido o pagamento. Se o credor se recusar a conceder a quitação ou 
não a der na forma devida, pode o devedor acioná-lo, e a sentença 
substituirá a regular quitação. 
 
Há débitos literais, isto é, representados por um título. 
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Art. 321. Nos débitos, cuja quitação consista na devolução do título, perdido 
este, poderá o devedor exigir, retendo o pagamento, declaração do credor que 
inutilize o título desaparecido. 
 
A posse do título pelo credor é presunção de que o título não foi pago. 
Daí a necessidade da declaração. 
 
A partir do art. 322 o código civil trata das presunções de pagamento, 
que são relativas, admitindo, portanto, prova em contrário. 
 
Já foi questão do CESPE: Art. 322. Quando o pagamento for em quotas 
periódicas, a quitação da última estabelece, até prova em contrário, a 
presunção de estarem solvidas as anteriores. 
 
Pois seria lógico que se entendesse que o credor não receberia a 
última prestação se as anteriores não houvessem sido pagas. Porém, 
admite-se prova em contrário. Um exemplo desta situação são nossas 
FRQWDV�GH�OX]��JiV��WHOHIRQH��HP�TXH�VH�Or��³D�TXLWDomR�GD�~OWLPD�FRQWD�QmR�
ID]�SUHVXPLU�D�TXLWDomR�GH�GpELWRV�DQWHULRUHV´� 
 
Art. 323. Sendo a quitação do capital sem reserva dos juros, estes presumem-se 
pagos. 
 
Art. 324. A entrega do título ao devedor firma a presunção do pagamento. 
A presunção é relativa porque o título pode ter sido obtido com 
violência, ou a remessa do título pode ter sido efetuada por engano, por 
exemplo. 
 
Art. 324. Parágrafo único. Ficará sem efeito a quitação assim operada se o credor 
provar, em sessenta dias, a falta do pagamento. 
Esse prazo é decadencial. Qualquer que seja o meio, o instrumento 
de quitação, nesse prazo decadencial, pode o credor provar a falta de 
pagamento. 
 
 As despesas com o pagamento e a quitação correm por conta do 
devedor, salvo estipulação em contrário, como vemos no art. 325. 
 
Art. 325. Presumem-se a cargo do devedor as despesas com o pagamento e a 
quitação; se ocorrer aumento por fato do credor, suportará este a despesa 
acrescida. 
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Deste modo, qualquer fato imputável ao credor que gere acréscimo 
de despesa deverá ser a ele imputado. A regra geral é a de que não é justo 
que o devedor arque com as despesas por fatos supervenientes para os 
quais não concorreu. 
 
Art. 326. Se o pagamento se houver de fazer por medida, ou peso, entender-
se-á, no silêncio das partes, que aceitaram os do lugar da execução. 
Deste modo, se as partes acordaram o pagamento de terra em 
alqueires no Mato Grosso, entende-se que a medida utilizada será a 
daquela região, se não houver ressalva expressa. 
 
-Do Lugar do Pagamento (arts. 327 a 330). 
 
A regra geral, quanto ao lugar do pagamento, está no art. 327: 
 
Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes 
convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da 
obrigação ou das circunstâncias. 
Parágrafo único. Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre 
eles. 
A regra geral, portanto, é ser a dívida quérable ± ou seja, quando o 
credor procurar o devedor para pagamento da dívida. 
MACETE: quéMrable devedor (QUEM DEVE) 
 
Em caso de disposição contratual em contrário, quando o devedor é 
quem deve procurar o credor em seu domicílio, ou em outro local por ele 
indicado, para o pagamento da dívida, diz-se que a dívida é portable. 
 
As regras deste art. 327 são supletivas a vontade das partes. Quanto 
à regra do parágrafo único, deve o credor, notificar em tempo hábil ao 
devedor sua escolha, para que este possa fazer o pagamento. Se ocorrer 
de o devedor mudar de endereço, e o pagamento tiver, necessariamente, 
de ser feito em outro lugar, arcará o devedor com as custas acarretadas ao 
credor, como por exemplo, as taxas de remessa bancária. 
 
A importância de se estipular um lugar para ser realizado o 
pagamento ± se quérable ou portable, reside na ocorrência da mora. Pois 
pode acontecer de o devedor achar que o credor virá cobrar a dívida ± 
quérable, mas na verdade é o devedor quem deve procurar o credor para 
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realizar o pagamento ± portable. Assim, um fica na espera do outro, e o 
credor pode concluir que o devedor não irá realizar o pagamento, 
constituindo-o em mora. 
 
 O art. 328 trata de pagamento consistente na tradição11 de um 
imóvel. 
 
Art. 328. Se o pagamento consistir na tradição de um imóvel, ou em prestações 
relativas a imóvel, far-se-á no lugar onde situado o bem. 
 
$�H[SUHVVmR�³SUHVWDo}HV�UHODWLYDV�D�LPyYHO´, não significam aluguéis, 
são referentes a serviços a serem realizados no local do imóvel, como 
reparos por exemplo. 
 
 Agora, imaginemos que o local estipulado, em contrato, para 
pagamento da dívida, se encontre isolado ou em estado de calamidade 
pública. Tendo em vista tal fato, o pagamento terá de ser realizado em 
outro local, estranho ao contrato. Este pagamento deverá ser feito sem 
prejuízos para o credor. 
 
Art. 329. Ocorrendo motivo grave para que se não efetue o pagamento no lugar 
determinado, poderá o devedor fazê-lo em outro, sem prejuízo para o credor. 
Em regra o caso fortuito e a força maior não autorizam 
indenizações. 
 
 Outra situação que pode ocorrer é quando no contrato conste um 
local de pagamento, mas este ocorre reiteradamente em local 
diverso, presume-se a renúncia do credor ao local previsto no contrato, é 
o que encontramos no art. 330. 
 
Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia 
do credor relativamente ao previsto no contrato. 
 
Entenda, no entanto, que esta presunção é relativa. 
 
 
 
11 Termo jurídico que quer dizer entrega. Entrega de bem imóvel. 
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-Do Tempo do Pagamento (arts. 331 a 333). 
 
O momento em que uma obrigação deve ser cumprida é muito 
importante para a identificação do inadimplemento total e da mora. 
 
Art. 331. Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para 
o pagamento, pode o credor exigi-lo imediatamente. 
 
Este artigo se aplica as chamadas obrigações puras, pois as 
obrigações ditas a termo são aquelas que, por sua própria natureza, não 
podem ser exigidas de imediato, como, por exemplo, os empréstimos. 
 
 Quando existe um prazo, a obrigação só pode ser exigida pelo 
credor com o advento do termo desse prazo. Entre nós o prazo presume-
se estipulado em benefício do devedor. 
 
Art. 133. Nos testamentos, presume-se o prazo em favor do herdeiro, e, nos 
contratos, em proveito do devedor, salvo, quanto a esses, se do teor do 
instrumento, ou das circunstâncias, resultar que se estabeleceu a benefício do 
credor, ou de ambos os contratantes. 
 
Se a obrigação consistir em prestações periódicas, cada prestação 
deve ser estudada isoladamente. Se por um lado a prestação pode ser 
cumprida antecipadamente, por outro lado não pode ser cumprida além do 
prazo marcado. Se de um lado, o devedor pode antecipar o cumprimento, 
inclusive com medida judicial, não pode pedir dilação de prazo ao juiz, 
ressalvadaas situações de caso fortuito ou de força maior. 
 
 O credor não pode exigir o pagamento antes do vencimento, 
sob pena de ficar obrigado a esperar o tempo que faltava para o 
vencimento; a descontar os juros correspondentes, embora estipulados; e 
a pagar as custas em dobro. 
 
Art. 939. O credor que demandar o devedor antes de vencida a dívida, fora 
dos casos em que a lei o permita, ficará obrigado a esperar o tempo que faltava 
para o vencimento, a descontar os juros correspondentes, embora estipulados, e 
a pagar as custas em dobro. 
 
Já o devedor que se antecipa e paga antes do termo, o faz por sua 
conta e risco. 
 
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Quando a obrigação não possui termo certo, o credor pode 
interpelar o devedor para que cumpra a obrigação num prazo razoável, que 
poderá ser fixado pelo juiz. 
 
No dia de pagar a dívida, esta pode ser paga até a expiração das 24h. 
Mas tem que se ter atenção quanto aos horários bancários, de comércio, 
ou forense. 
 
Art. 332. As obrigações condicionais12 cumprem-se na data do implemento da 
condição, cabendo ao credor a prova de que deste teve ciência o devedor. 
Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da 
vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e 
incerto. 
 
Como vimos o credor não pode exigir a dívida antes do prazo 
estipulado, mas o art. 333, em determinados situações, autoriza esta 
cobrança antecipada. Vamos a ele: 
 
Art. 333. Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de vencido o 
prazo estipulado no contrato ou marcado neste Código: 
I - no caso de falência do devedor, ou de concurso de credores; 
II - se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução por 
outro credor; 
III - se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias do débito, 
fidejussórias, ou reais, e o devedor, intimado, se negar a reforçá-las. 
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, se houver, no débito, solidariedade 
passiva, não se reputará vencido quanto aos outros devedores solventes. 
 
Portanto, este artigo autoriza a cobrança antecipada pelo credor em 
três situações: 
 
1. A primeira é no caso de falência do devedor, e no concurso 
creditório, que é caracterizado pela insolvência civil, 
semelhante à falência da pessoa jurídica. Essa insolvência 
ocorrerá quando as dívidas do devedor forem maiores que seu 
patrimônio hábil para pagamento, e não tenha condições de 
mudar esta situação. 
 
 
12 As obrigações condicionais são aquelas que ficam suspensas até o implemento 
desta condição. 
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2. O segundo caso é quando há garantia real representado por 
hipoteca ou penhor, os bens dados em garantia sofram 
penhora por outro credor. Presume-se, pela ocorrência deste 
fato, que se este outro credor não encontrou outros bens livres 
e desembaraçados é porque a situação do devedor não é boa. 
 
3. O terceiro caso é quando há uma diminuição na garantia 
pessoal ou real ou mesmo sua perda. Por exemplo, quando 
morre o fiador. Neste caso o devedor deve ser intimado a 
reforçar sua garantia, em prazo razoável. Se assim não o fizer, 
a lei autoriza como nos demais casos, a cobrança antecipada 
da dívida. 
 
Estes casos são taxativos. Não há outros dentro do ordenamento civil. 
 
O pagamento direto é, sem dúvida, a forma mais importante de 
adimplemento de obrigações, porém este pagamento pode ser realizado de 
forma indireta. 
 
A seguir traremos, então, os demais artigos (arts. 334 a 388) que 
também tratam do adimplemento das obrigações, das regras 
especiais de pagamento e das formas de pagamento indireto. 
Atenção: o assunto é bastante extenso, e de certo modo sua cobrança em 
provas acaba sendo literal. Para você não ter que ficar consultando o código 
civil, faremos o seguinte: daremos a definição conceitual de cada forma de 
adimplemento e transcreveremos todos os artigos, comentando os mais 
importantes. 
 
Do Pagamento em Consignação 
 
A primeira regra especial sobre o pagamento que aparece no 
CC/2002 é o do pagamento feito em consignação. Nas palavras de Flávio 
Tartuce13: ³2�SDJDPHQWR�HP consignação, regra especial de pagamento, 
pode ser conceituado como o depósito feito pelo devedor, da coisa devida, 
para liberar-se de uma obrigação assumida em face de um credor 
determinado´� 
 
O art. 334 nos informa que tal depósito pode ocorrer de forma judicial 
ou extrajudicial. 
 
13 Manual de Direito Civil, pg.356. 
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Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial 
ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais. 
 
Atenção: A consignação em pagamento está relacionada a uma 
obrigação de dar (o pagamento). Não pode estar relacionada a 
obrigações de fazer ou não fazer. 
 
O artigo seguinte (art.335) normatiza em quais situações que poderá ser 
feito este tipo especial de pagamento ± a consignação. 
 
Art. 335. A consignação tem lugar: 
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar ¹receber o pagamento, 
ou ²dar quitação na devida forma; 
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e 
condição devidos; 
III - se o credor for ¹incapaz de receber, ²for desconhecido, ³declarado ausente, 
ou 4residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil; 
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do 
pagamento; 
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento. 
 
 Para que a consignação tenha força de pagamento, ou seja, para que 
seja válida e eficaz para o adimplemento da obrigação, esta consignação 
deverá respeitar todas as condições do pagamento direto. 
 
Art. 336. Para que a consignação tenha força de pagamento, será mister 
concorram, em relação às pessoas, ao objeto, modo e tempo, todos os 
requisitos sem os quais não é válido o pagamento. 
 
Art. 337. O depósito requerer-se-á no lugar do pagamento, cessando, tanto 
que se efetue, para o depositante, os juros da dívida e os riscos, salvo se for 
julgado improcedente. 
 
 A consignação é um meio oferecido pela lei, para que se cumpra uma 
obrigação e assim se evite as consequências de um inadimplemento. Se a 
consignação for realizada de forma extrajudicial, através de um depósito 
bancário, o credor será notificado deste depósito para, no prazo de dez 
dias, impugná-lo ou declarar sua aceitação. Assim, enquanto o credor 
não se manifestar poderá o devedor levantar o depósito, de acordo com 
o art. 338: 
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Art. 338. Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não o 
impugnar, poderá o devedor requerer o levantamento, pagando as respectivas 
despesas, e subsistindo a obrigação para todas as consequências de direito. 
 
Art. 339. Julgado procedente o depósito, o devedor já não poderá levantá-lo, 
emborao credor consinta, senão de acordo com os outros devedores e fiadores. 
 
Art. 340. O credor que, depois de contestar a lide ou aceitar o depósito, aquiescer 
no levantamento, perderá a preferência e a garantia que lhe competiam com 
respeito à coisa consignada, ficando para logo desobrigados os codevedores e 
fiadores que não tenham anuído. 
 
Aquiescer é consentir. 
 
Art. 341. Se a coisa devida for imóvel ou corpo certo que deva ser entregue 
no mesmo lugar onde está, poderá o devedor citar o credor para vir ou mandar 
recebê-la, sob pena de ser depositada. 
 
Art. 342. Se a escolha da coisa indeterminada competir ao credor, será ele citado 
para esse fim, sob cominação de perder o direito e de ser depositada a coisa que 
o devedor escolher; feita a escolha pelo devedor, proceder-se-á como no artigo 
antecedente. 
 
Art. 343. As despesas com o depósito, quando julgado procedente, correrão à 
conta do credor, e, no caso contrário, à conta do devedor. 
 
Art. 344. O devedor de obrigação litigiosa exonerar-se-á mediante 
consignação, mas, se pagar a qualquer dos pretendidos credores, tendo 
conhecimento do litígio, assumirá o risco do pagamento. 
 
Art. 345. Se a dívida se vencer, pendendo litígio entre credores que se pretendem 
mutuamente excluir, poderá qualquer deles requerer a consignação. 
 
Do Pagamento com Sub-Rogação 
 
 O pagamento feito com sub-rogação é aquele em que o credor 
originário será pago por devedor estranho a relação obrigacional originária. 
Ou seja, terceira pessoa efetuará o pagamento perante o credor 
originário. 
 
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 Observem que a obrigação neste tipo especial de pagamento 
não será extinta. Somente haverá uma mudança no polo ativo, uma vez 
que o credor originário será substituído pelo terceiro que pagou a dívida, 
pois o devedor originário continuará a dever, agora para o terceiro. 
 
Existe a sub-rogação legal ± que é aquela determinada por lei, caso 
do art. 346, e a sub-rogação convencional, art. 347, que são os 
pagamentos realizados por pessoas que não possuem um interesse direto 
na dívida. 
 
Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor: 
I - do credor que paga a dívida do devedor comum; 
II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem 
como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre 
imóvel; 
III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser 
obrigado, no todo ou em parte. 
 
Art. 347. A sub-rogação é convencional: 
I - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere 
todos os seus direitos; 
II - quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a 
dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do 
credor satisfeito. 
 
Art. 348. Na hipótese do inciso I do artigo antecedente, vigorará o disposto quanto 
à cessão do crédito. 
 
Art. 349. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, 
privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal 
e os fiadores. 
 
Art. 350. Na sub-rogação legal o sub-rogado não poderá exercer os direitos 
e as ações do credor, senão até à soma que tiver desembolsado para desobrigar 
o devedor. 
 
Art. 351. O credor originário, só em parte reembolsado, terá preferência 
ao sub-rogado, na cobrança da dívida restante, se os bens do devedor não 
chegarem para saldar inteiramente o que a um e outro dever. 
 
 
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Da Imputação do Pagamento 
 
Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, 
a um só credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se 
todos forem líquidos e vencidos. 
 
 Do artigo acima podemos concluir, que a imputação do 
pagamento, é uma faculdade atribuída ao devedor que possui vários 
débitos, na qual, este poderá escolher dentre os diversos débitos, a 
obrigação que será extinta através do pagamento. Desde que estes débitos 
sejam perante o mesmo credor, de mesma natureza, líquidos14 e vencidos. 
 
Art. 353. Não tendo o devedor declarado em qual das dívidas líquidas e 
vencidas quer imputar o pagamento, se aceitar a quitação de uma delas, não terá 
direito a reclamar contra a imputação feita pelo credor, salvo provando haver ele 
cometido violência ou dolo. 
 
Art. 354. Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos juros 
vencidos, e depois no capital, salvo estipulação em contrário, ou se o credor passar 
a quitação por conta do capital. 
 
Art. 355. Se o devedor não fizer a indicação do art. 352, e a quitação for omissa 
quanto à imputação, esta se fará nas dívidas líquidas e vencidas em 
primeiro lugar. Se as dívidas forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, 
a imputação far-se-á na mais onerosa. 
 
 O artigo 355 será utilizado, quando o devedor não indicar a qual 
das dívidas quer imputar o pagamento, e nem o credor indicar na hora 
da quitação. Assim sendo a lei ordena que a imputação seja feita nas 
dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. 
 
Da Dação em Pagamento 
 
Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é 
devida. 
 
 Da leitura do art. 356 já podemos intuir o que seja a dação em 
pagamento. Assim, ocorre a dação em pagamento quando o devedor, com 
a anuência do credor, entrega, como pagamento, prestação diversa 
da que foi acordada. 
 
14 Obrigação líquida é aquela sobre a qual não existem dúvidas sobre sua existência, e que 
é determinada quanto ao seu objeto. 
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CESPE 2008/MPE-AM/Agente Técnico: ³A dação em pagamento pode 
ser corretamente definida como um acordo entre o credor e o devedor, 
com o objetivo de extinguir a obrigação, no qual consente o credor em 
receber coisa diversa da devida, em substituição à prestação que lhe 
era originalmente objeto do pacto´. 
 
Se a coisa oferecida em pagamento tiver seu preço especificado, as 
relações entre as partes serão reguladas pelas normas do contrato de 
compra e venda, de acordo com o art. 357: 
 
Art. 357. Determinado o preço da coisa dada em pagamento, as relações 
entre as partes regular-se-ão pelas normas do contrato de compra e venda. 
 
Agora, se o valor da coisa dada em pagamento não for especificado, 
as relações serão reguladas pela dação. 
 
Art. 358. Se for título de crédito a coisa dada em pagamento, a transferência 
importará em cessão. 
 
Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-
se-á a obrigação primitiva, ficando sem efeito a quitação dada, ressalvados os 
direitos de terceiros. 
 
 Evicção é a perda total ou parcial de uma coisa, através de sentença 
judicial que atribui a terceiro sua propriedade. Se isto vier a acontecer com 
uma coisa que foi dada em pagamento, a dação ficará sem efeito 
restaurando-se a obrigação primitiva. 
 
Da Novação 
 
 A novação é uma das formas de pagamento indireto, em que há a 
substituição de uma obrigação anterior por uma obrigação nova, 
que é diferente da anterior. Por este motivo, a novação não produza 
satisfação imediata do crédito. É considerada novo negócio jurídico, que 
possui os seguintes requisitos: ¹a existência de uma obrigação anterior; 
²que exista uma nova obrigação; e ³que exista a intenção de fazer a 
novação. 
 
Existem três espécies de novação: a novação objetiva onde se altera o 
objeto da obrigação; a novação subjetiva onde serão alterados os sujeitos, 
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ou seja, as pessoas da relação obrigacional; e novação mista onde serão 
alterados o objeto e as pessoas ao mesmo tempo. 
 
Art. 360. Dá-se a novação: 
I - quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir 
a anterior; 
II - quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor; 
III - quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao 
antigo, ficando o devedor quite com este. 
 
Art. 361. Não havendo ânimo de novar, expresso ou tácito mas inequívoco, a 
segunda obrigação confirma simplesmente a primeira. 
 
 Deste modo, podemos observar que o ânimo de novar pode ser 
expresso ou tácito, mas deve ser sempre inequívoco, ou seja, que sobre 
ele não restem dúvidas. 
 
Art. 362. A novação por substituição do devedor pode ser efetuada 
independentemente de consentimento deste. 
Art. 363. Se o novo devedor for insolvente, não tem o credor, que o aceitou, 
ação regressiva contra o primeiro, salvo se este obteve por má-fé a substituição. 
 
Art. 364. A novação extingue os acessórios e garantias da dívida, sempre que 
não houver estipulação em contrário. Não aproveitará, contudo, ao credor 
ressalvar o penhor, a hipoteca ou a anticrese, se os bens dados em garantia 
pertencerem a terceiro que não foi parte na novação. 
 
Art. 365. Operada a novação entre o credor e um dos devedores solidários, 
somente sobre os bens do que contrair a nova obrigação subsistem as preferências 
e garantias do crédito novado. Os outros devedores solidários ficam por esse fato 
exonerados. 
 
Art. 366. Importa exoneração do fiador a novação feita sem seu consenso com o 
devedor principal. 
 
Art. 367. Salvo as obrigações simplesmente anuláveis, não podem ser objeto de 
novação obrigações nulas ou extintas. 
 
 
 
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Da Compensação 
 
Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma 
da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem. 
 
Art. 369. A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de 
coisas fungíveis. 
 
Art. 370. Embora sejam do mesmo gênero as coisas fungíveis, objeto das duas 
prestações, não se compensarão, verificando-se que diferem na qualidade, 
quando especificada no contrato. 
 
Art. 371. O devedor somente pode compensar com o credor o que este lhe dever; 
mas o fiador pode compensar sua dívida com a de seu credor ao afiançado. 
 
Art. 372. Os prazos de favor, embora consagrados pelo uso geral, não obstam a 
compensação. 
 
Art. 373. A diferença de causa nas dívidas não impede a compensação, exceto: 
I - se provier de esbulho, furto ou roubo; 
II - se uma se originar de comodato, depósito ou alimentos; 
III - se uma for de coisa não suscetível de penhora. 
 
Art. 375. Não haverá compensação quando as partes, por mútuo acordo, a 
excluírem, ou no caso de renúncia prévia de uma delas. 
 
Art. 376. Obrigando-se por terceiro uma pessoa, não pode compensar essa dívida 
com a que o credor dele lhe dever. 
 
Art. 377. O devedor que, notificado, nada opõe à cessão que o credor faz a 
terceiros dos seus direitos, não pode opor ao cessionário a compensação, que 
antes da cessão teria podido opor ao cedente. Se, porém, a cessão lhe não tiver 
sido notificada, poderá opor ao cessionário compensação do crédito que antes 
tinha contra o cedente. 
 
Art. 378. Quando as duas dívidas não são pagáveis no mesmo lugar, não se podem 
compensar sem dedução das despesas necessárias à operação. 
 
Art. 379. Sendo a mesma pessoa obrigada por várias dívidas compensáveis, serão 
observadas, no compensá-las, as regras estabelecidas quanto à imputação do 
pagamento. 
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Art. 380. Não se admite a compensação em prejuízo de direito de terceiro. O 
devedor que se torne credor do seu credor, depois de penhorado o crédito deste, 
não pode opor ao exequente a compensação, de que contra o próprio credor 
disporia. 
 
Da Confusão 
 
Art. 381. Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se confundam 
as qualidades de credor e devedor. 
 
 Portanto, ocorrerá a confusão quando na mesma pessoa se 
confundirem as qualidades de credor e devedor, em decorrência de um ato 
inter vivos ou mortis causa15. Assim, a obrigação também poderá ser 
extinta na mesma pessoa, quando através de um fato jurídico estranho à 
relação obrigacional, as figuras do devedor e do credor se reúnem na 
mesma pessoa. 
 
Art. 382. A confusão pode verificar-se a respeito de toda a dívida, ou só de 
parte dela. 
 
Art. 383. A confusão operada na pessoa do credor ou devedor solidário só extingue 
a obrigação até a concorrência da respectiva parte no crédito, ou na dívida, 
subsistindo quanto ao mais a solidariedade. 
 
Deste modo, a confusão não possui o poder de acabar com a 
solidariedade. 
 
Art. 384. Cessando a confusão, para logo se restabelece, com todos os seus 
acessórios, a obrigação anterior. 
 
Da Remissão das Dívidas 
 
 Na remissão de dívidas, o credor por sua vontade abre mão do seu 
direito de crédito, com o objetivo de extinguir a relação obrigacional (É o 
perdão da dívida). Ainda sobre este assunto, nas palavras de Flávio 
TartucH��³$�UHPLVVmR�p�R�SHUGmR�GH�XPD�GtYLGD��FRQVWLWXLQGR�XP�GLUHLWR�
exclusivo dR�FUHGRU�GH�H[RQHUDU�R�GHYHGRU´16. 
 
 
15 Flavio Tartuce, Manual de Direito Civil, ed. Método, 2ª ed., pag. 377. 
16 Flavio Tartuce, Manual de Direito Civil, ed. Método, 2ª ed., pág. 378. 
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Art. 385. A remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação, mas 
sem prejuízo de terceiro. 
Art. 386. A devolução voluntária do título da obrigação, quando por escrito 
particular, prova desoneração do devedor e seus coobrigados, se o credor for 
capaz de alienar, e o devedor capaz de adquirir. 
Art. 387. A restituição voluntária do objeto empenhado prova a renúncia do 
credor à garantia real, não a extinção da dívida. 
Art. 388. A remissão concedida a um dos codevedores extingue a dívida na parte 
a ele correspondente; de modo que, ainda reservando o credor a solidariedade 
contra os outros, já lhes não pode cobrar o débito sem dedução da parte remitida. 
 
- Teoria Geral dos Contratos. 
 
O Contrato é o acordo de duas ou mais vontades, negócio jurídico 
bilateral ou plurilateral, em conformidade com a ordem jurídica, que tem 
por finalidade estabelecer uma relação entre a vontade das partes, com 
o escopo de adquirir, modificar ou extinguir relações jurídicas de natureza 
patrimonial. 
 
Sendo o contrato

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