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ENGENHARIA MECÂNICA Disciplina: MECÂNICA II Assunto: DINÂMICA DOS CORPOS RÍGIDOS Conteúdo: DINÂMICA DOS CORPOS RÍGIDOS 1 - Princípios Fundamentais da Dinâmica; 2 - Tipos de Problemas da Dinâmica; 3 - Equação do Movimento; 4 - Aplicação da 2ª Lei de Newton; 5 - Coeficiente de Proporcionalidade; 6 - Coeficiente de Resistência da Matéria; 7 - Princípio da Ação Independente das Forças; 8 - Máquina de Atwood. Conteúdo: 1 - PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA DINÂMICA a) 1º Princípio da Inércia ou de Galileu; b) 2º Principio Fundamental da Dinâmica; c) 3º Princípio Fundamental da Dinâmica (igualdade da ação e reação); d) 4º Princípio Fundamental da Dinâmica (Independência do Efeito das Forças Simultâneas) e) Tipos de Problemas da Dinâmica; f) Equação do Movimento. TEORIA SOBRE OS MOVIMENTOS DOS CORPOS PRINCÍPIOS DA DINÂMICA (ou Leis de Newton) * Princípio da Inércia (ou 1ª Lei de Newton); * Princípio Fundamental da Dinâmica (ou 2ª Lei de Newton); * Princípio da Ação e Reação (ou 3ª Lei de Newton). PRINCÍPIOS DA DINÂMICA O estudo da Dinâmica assenta em princípios básicos designados por Princípios Fundamentais da Dinâmica (ou da Mecânica), encarados como postulados em consequência dos trabalhos de Galileu, Kepler e Newton. DINÂMICA: Estuda a relação entre força e movimento. Sua Essência: Analisar os movimentos dos corpos e suas causas. previamente estudados. CINEMÁTICA: Estuda os movimentos sem se preocupar com as suas causas. PRINCÍPIOS DA DINÂMICA 1º - Princípio da Inércia ou de Galileu: Todo o corpo tende a permanece no seu estado de Repouso ou M.R.U. se nenhuma causa exterior atuar sobre ele. Logo não há diferença fundamental entre: Repouso e M.R.U., que são 2 faces da mesma realidade mecânica newtoniana. Então M.R.U. é um estado natural dos corpos. Por isso a Dinâmica só analisará as perturbações a partir de tal estado natural. 1º - PRINCÍPIO DA INÉRCIA: A Inércia varia de corpo para corpo em função de suas respectivas massas: F1 = m1 x a1 = 50 kg x 6 m/s² = 300 N a1 = F1 / m1 = 300 N / 50 kg = 6 m/s² v1= a1 x t1 = 6 m/s² x 10 s = 60 m/s F2 = m2 x a2 = 30 kg x 10 m/s² = 300 N a2 = F2 / m2 = 300 N / 30 kg = 10 m/s² v2 = a2 x t2 = 10 m/s² x 10 s = 100 m/s CORPO 1 c/ CORPO 2 c/ GRANDE MASSA1 GRANDE INÉRCIA1 F1 = F2 a1 < a2 v1 < v2 PEQUENA MASSA2 PEQUENA INÉRCIA2 Corpo de Massa1 Mais Lento MAIOR INÉRCIA Assim a partícula desloca-se segundo uma linha reta com a mesma direção e o mesmo sentido da força. Determinando a posição da partícula em vários instantes, verifica-se que a aceleração tem uma intensidade constante a1. Repetindo esta experiência c/ as forças F2, F3, com diferentes intensidades ou direções, conclui-se que em cada instante a partícula se move na direção da força atuante, e que as intensidades a1, a2, a3 intensidades F1,F2, F3, então: O valor constante que se obtém para m = F / a é uma propriedade da partícula que não se altera, a qual é a: Inércia da partícula Resistência em alterar a sua velocidade. Massa m é usada como uma medida dessa inércia e, por isso, 2° Princípio Fundamental da Dinâmica pode ser expresso por: Notas A: Conhecida a massa m do corpo e a sua lei de aceleração a(t) numa dada categoria de movimento, a lei de força F(t) obtém-se multiplicando o escalar m pelo vetor a(t); Lei de Força = Massa x Lei de Aceleração: F(t) = m . a(t) 2ª LEI de NEWTON (Lei Fund. da DINÂMICA) Quando um corpo de Massa (m) é atuado por uma Força (F), ou por um sistema de forças (∑F) cuja resultante não seja nula (FR ≠ 0), adquire uma Aceleração (a) que lhe é proporcional, sendo a Constante de Proporcionalidade a massa (m) (massa inercial). ● Quando uma Força Resultante (FR), externa atua sobre um corpo, ele acelera. ● Aceleração possui a mesma direção e o mesmo sentido da FR. ● Vetor Força Resultante = Ao produto da massa do corpo pelo vetor aceleração do corpo. V 1 = a 1 x t 1 = 10 m/s² x 2s = 20 m/s F 1 = m 1 .a 1 = 50kgx10m/s² = 500kgf m 1 = m 2 e t 1 = t 2 F 2 = 2F 1 = m 2 . a 2 2 x 500 kgf = 50 kg x a 2 a 2 = 1000 kgf / 50 kg = 20 m/s² V 2 = a 2 . t 2 = 20 m/s² x 2 s = 40 m/s V 2 = 2V 1 2ª LEI de NEWTON Matematicamente Pode Ser Desdobrada Em 3 Equações Parciais, Correspondendo Cada Uma A Um Eixo Cartesiano Ortogonal. 3º - Princípio Fundamental da Dinâmica - Princípio da Igualdade da Ação e Reação. - 3ª Lei de Newton Toda a ação Fg de um corpo sobre outro provoca da parte deste uma reação FN oposta, de mesma direção e grandeza igual à ação. 4º PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA DINÂMICA Princípio da Independência do Efeito das Forças Simultâneas. Quando várias forças (F) atuam simultaneamente sobre um corpo, este adquire uma aceleração (a) que é a resultante (R) das acelerações que isoladamente cada força lhe comunicaria. 4º PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA DINÂMICA PRINCÍPIO DA INDEPENDÊNCIA DO EFEITO DAS FORÇAS SIMULTÂNEAS Assim, este 4º princípio pode ser o corolário do 2º Princípio Fundamental da Dinâmica, na qual o somatório Fi representa a Resultante de todas as forças atuantes na partícula: RESULTANTE DE UM SISTEMA DE FORÇAS 2 TIPOS DE PROBLEMAS DA DINÂIICA a) Conhecem-se as leis de movimento dos corpos e pretende-se saber as forças que sobre eles atuam. b) Conhecem-se as forças e pretende-se saber as leis do movimento. 1º Tipo - Não apresenta grandes dificuldades de resolução pois, por aplicação do Princípio Fundamental da Dinâmica, facilmente se determinam as forças multiplicando as acelerações (a) pela massa (m), obtendo-se de imediato as forças (F) que atuam sobre o corpo: 2 - TIPOS DE PROBLEMAS DA DINÂMICA 2º Tipo - Pode não ser de fácil resolução, pois poderão surgir equações diferenciais não lineares e de coeficientes funcionais de difícil resolução. No caso geral, as forças dependem do tempo, do espaço e da velocidade: Linear porque todos os coeficientes são função de x e a função y e as suas derivadas têm todas expoentes 1 ou 0. Equação Diferencial Linear: Equação Diferencial Não Linear: 3 - EQUAÇÃO DO MOVIMENTO Princípio Fundamental da Dinâmica Derivando o espaço e a velocidade a equação do movimento será o diferencial: t – Variável independente; r e v - Variáveis dependentes; y(n) - Derivada de ordem n da função y = y(x). Nos casos correntes, esta equação diferencial é habitualmente do tipo ordinária (EDO) de coeficientes constantes. Envolve as derivadas de uma função desconhecida de uma variável. Exemplo: ƒ’ = ƒ Onde: ƒ - Função desconhecida; ƒ’ - Derivada da função desconhecida. No caso geral, estas equações de movimento poderão ser de resolução analítica (Galileu) ou numérica (Newton e Leibniz), extremamente complicada. Para contornar essa dificuldade recorrer-se-á a Princípios e Teoremas da Dinâmica que facilitam a resolução dos problemas comuns da Dinâmica. Tais princípios permitem analisar certos aspectos e características especiais da dinâmica dos corpos, sem ser necessário estudá-los instantaneamente na íntegra através das equações diferenciais do movimento. 5 - COEFICIENTE DE PROPORCIONALIDADE MASSA: a) Grandeza escalar sempre positivo; b) Mede a INÉRCIA do ponto; c) Soma das massas dos pontos que definem o sistema de pontos materiais (rígido ou não); d) Indicativo da INÉRCIA do ponto material; e) Coeficientede Resistência da Matéria ao movimento ou à variação de movimento que se lhe quer comunicar; f) Caracteriza a INÉRCIA de cada tipo de matéria e sua particular substância; f) p/ pontos ou sistema de pontos materiais, todos constituídos da mesma substância, a massa aumenta c/ o aumento da “quantidade de matéria”. Se 1 mol da substância A tem massa m, N moles dessa substância A terá massa N.m . g) Em Mecânica Clássica, massa é grandeza constante em relação ao tempo, velocidade ou posição; h) Em Mecânica Relativista, massa é função da velocidade, expressa por: POR QUE A MASSA É IMPORTANTE? MASSA - Medida de quanto qualquer objeto contém em si mesmo. Se não fosse pela massa, todas as partículas fundamentais que compõem os átomos e os animais viajariam pelo cosmos na velocidade da luz, e o Universo como o conhecemos não seria agrupado em matéria. A teoria em questão propõe que Campo de Higgs, permeando o Universo, permite que as partículas obtenham massa. Esse processo pode ser ilustrado com a resistência que um corpo encontra quando tenta nadar em uma piscina. O Campo de Higgs permeia o Universo como a água enche uma piscina. 7 - PRINCÍPIO DA AÇÃO INDEPENDENTE DAS FORÇAS Se o ponto material realiza simultaneamente várias categorias de movimento, a cada uma delas corresponde uma lei de força. Para o Sistema Vale o Princípio da Ação Independente das Forças. Quando sobre um corpo agem ao mesmo tempo várias forças, cada uma atua de modo independente das demais; Aceleração Vetorial adquirida pelo corpo é a soma vetorial das acelerações que cada força produz isoladamente. Ações Independentes Acelerações Componentes F 1 = m . a 1 a 1 = F 1 / m F 2 = m . A 2 a 2 = F 2 / m . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . F n = m . a n a n = F n / m Resultante do Sistema de Forças: Aceleração Resultante: F R = F 1 + F 2 +...+ F n a = a 1 + a 2 +...+ a n F R = m . a a = F 1 /m + F 2 /m+...+F n /m 2º - Principio Fundamental da Dinâmica P/ referenciais inerciais, onde a Resultante das Forças aplicadas ao ponto material é FR, vale: F R Ext = m . a ACELERAÇÃO VETORIAL adquirida pelo corpo é a soma vetorial das acelerações que cada força produz isoladamente. A Força Única que aplicada ao corpo determina a mesma aceleração imposta pelo Sistema de Forças (∑F): Resultante do Sistema (FR) Forças que definem o sistema: Forças Componentes (F1, F2, ... Fn). Uma motocicleta, de massa 200 kg (moto e piloto), move-se com velocidade constante de 36 km/h em uma estrada reta e horizontal. Ao acelerar, tem sua velocidade alterada para 72 km/h em 5 s. A força resultante média sobre a motocicleta durante esse intervalo de tempo é de: a. ( ) 300 N; b. ( ) 400 N; c. ( ) 900 N; d. ( ) 1.400 N; e. ( ) 1.800 N. 2º passo - Calcular a aceleração aplicada pelo motor da moto, na mesma. Lembrar que aceleração é a variação da velocidade no intervalo de tempo, tem-se: 1º passo - Esquematizar a situação descrita, tem-se: A aceleração que o motor aplica a moto é de 2 m/s². 3º passo - Calcular a força proporcionada por essa aceleração. De acordo com a 2ª Lei de Newton, Princípio Fundamental da Dinâmica: corpos, sujeitos a mudança em seu estado de movimento, estão sobre atuação de força externa, proporcional a aceleração adquirida, de mesma direção e sentido. Utiliza-se essa Lei para calcular a força empregada pelo motor da moto, tem-se: A força proporcionada pelo motor da moto é: 400 N. 8 - MÁQUINA DE ATWOOD Usada p/ demonstrações em laboratório das leis da DINÂMICA. Inventada em 1784 por George Atwood. Londres, Outubro de 1745 – 11de Julho de 1807; Estudioso de Euler, mecânica, hidrostática e eletromagnetismo; Estudou na Trinity College na Universidade de Cambridge a partir de 1765; Obteve a graduação em 1769; Em 1776 foi professor e investigador como membro da Royal Society de Londres. EQUAÇÃO PARA A ACELERAÇÃO Analisando-se as forças é possível encontrar uma equação para a aceleração. Se for considerada uma corda sem massa e inelástica, e uma polia ideal sem massa, estando a corda tensionada é equivalente a força peso em m1 estar sendo aplicada também em m2, e a força peso em m2 estar sendo aplicada também em m1, disso, usando a 2ª Lei de Newton, pode-se chegar a uma equação para a aceleração: Máquina de Atwood Considerações: a) Fio Inextensível; b) Roldana de Massa Desprezível. FORÇAS no BLOCO 1 2ª Lei de Newton FORÇAS no BLOCO 2 2ª Lei de Newton E RESOLVENDO p/ a: VETORES ACELERAÇÃO: IGUALANDO AS EQUAÇÕES 1 E 2 Teste: m1 = m2 a1 = a2 = 0 m1 = 0 a2 = - g j m2 = 0 a1 = - g j VETORES ACELERAÇÃO Considerar: a) Fio Inextensível; b) Roldana de Massa Desprezível. V E T O R E S N 1 = m.g j T 1 = Ti T 2 = T j P 1 = -m 1 .gj P 2 = -m 2 .gj a 1 = a i a 2 = - a j a 1 = - a 2 FORÇAS no BLOCO 1 2ª Lei de Newton FORÇAS no BLOCO 2 2ª Lei de Newton IGUALANDO AS EQUAÇÕES 1 E 2 E RESOLVENDO P/ a: VETORES ACELERAÇÃO: VETORES ACELERAÇÃO: Em uma máquina de Atwood, 2 massas de iguais pesos W são ligadas por um cabo (peso desprezível), que se apóia, sem atrito, em uma polia, conforme figura em (a). Um peso w, de valor inferior a W, é adicionado a um dos pesos W (lado direito), causando o movimento descendente deste e, portanto, ascendente do outro. Durante o movimento, um sensor, convenientemente colocado, registra no cabo, por vibração, intervalos de tempo prefixados, de modo que permite a medida dos tempos. Pede-se o estudo do movimento. Os diagramas de corpo livre referentes a cada um dos sistemas, formados pelas massas, são vistos acima, em (b) e (c) e, como neles se vê, desprezado o atrito entre o cabo e a polia, a mesma tensão T atua em ambas as extremidades da fita. Equações dos movimentos das 2 massas: F esq. = T - W = (W/g).a ... (1) F dir. = W + w - T = (W+w)/g].a ...(2) e nelas nota-se que foi empregado o mesmo valor da aceleração a, o que é exato, uma vez que se pontos diferentes do cabo tivessem acelerações diferentes, esta se romperia ou se ondularia. A eliminação de T nas 2 equações acima dará: w = (W/g).a + [(W + w) / g].a w = [(2W + w) / g].a e, então: a = w.g / (2W + w) A expressão acima permite calcular a aceleração da gravidade local g, quando, por medida de deslocamentos e intervalo de tempo gasto a percorrê-los, se encontra a. Indicando-se W/g = M e w/g = m, teremos a = m.g / (2M + m) Notas: Quilograma-força (kgf) - Peso do quilograma padrão num local onde a aceleração da gravidade é normal (g = gn = 9,80665 m/s 2) 5 - RELAÇÕES 1 g = 10-3 kg; 1 ton = 103 kg; 1N = 105 d; 1 sth = 103 N; 1 kgf = 9,806 65 N. Fontes: 2002 by John Wiley & Sons; 2004 by Pearson Education; 2007 by Chiu-King Ng; Walter Fendt 1998, 2000, CEPA 2001; Copyrigth 2004 David M. Harrison; SMF 2006-2008, Simple Machines LLC; Prof. Luiz Ferraz Netto (feira de ciência) = leobarreto@uol.com.br.
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