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Contratos em Espécie - Troca ou Permuta

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AULA 5 CONTRATOS EM ESPÉCIE
 
TROCA OU PERMUTA
 
1.       Conceito e caracteres jurídicos
 
Conceito: contrato em que as partes se obrigam a prestar uma coisa por outra, excluindo o dinheiro. É negócio jurídico bilateral, oneroso, consensual (como na compra e venda) e comutativo. Gera a obrigação aos permutantes: transferir de um para outro a propriedade de determinada coisa, objeto da troca. Não se trata de direito real, mas obrigacional decorrente de contrato, independente da tradição.
Forma solene somente em se tratando de permuta de bens imóveis.
Sinônimos: barganha, escambo, permutação.
Difere da compra e venda, pois nesta a prestação de uma das partes consiste em dinheiro.
Compreende também a alienação, pois há troca de um bem por outro bem, cabendo às partes pagarem cada qual pelas despesas com o instrumento de troca. Tudo o que pode ser vendido pode ser trocado.
Exemplo atual de permuta: terreno por apartamentos a serem construídos pela incorporadora ou construtora permutante – troca de um terreno por coisa futura.
 
2.       Regulamentação jurídica
 
Art. 533. Aplicam-se à troca as disposições referentes à compra e venda, com as seguintes modificações:
I - salvo disposição em contrário, cada um dos contratantes pagará por metade as despesas com o instrumento da troca;
II - é anulável a troca de valores desiguais entre ascendentes e descendentes, sem consentimento dos outros descendentes e do cônjuge do alienante.
Se o objeto do ascendente for mais valioso, os demais descendentes devem consentir expressamente, tal como ocorre na venda – art. 496. Se os valores forem idênticos, dispensada a anuência dos descendentes, pois não haverá prejuízo para estes. Bem como se o bem recebido na troca pelo ascendente for de valor superior, ao contrário, haverá acréscimo de patrimônio e não prejuízo.
Em caso de uma das partes não cumprir com o contrato, a parte prejudicada poderá opor exceptio non adimpleti contractus.
No caso dos vícios redibitórios em relação à permuta, a parte lesada terá apenas a opção da resolução contratual, com volta ao status quo ante. Não cabe a possibilidade de abatimento do preço, pois trata-se de troca e não de venda.
Na evicção o evicto tem direito à restituição da coisa, além das despesas com o contrato, da indenização pelas perdas e danos e das custa processuais.
 
ESTIMATÓRIO OU DE VENDAS EM CONSIGNAÇÃO
Conceito e caracteres jurídicos
Conceito: é aquele em que uma pessoa – consignante – entrega bens móveis a outra – consignatária – ficando autorizado a vendê-los, obrigando-se a pagar o preço ajustado previamente (comprar), se não preferir restituir as coisas consignadas dentro do prazo ajustado (devolução sem venda a terceiros).
Consignatário recebe o bem móvel, cuja finalidade é a venda a terceiro, de acordo com o estimado pelo consignante. Aquele poderá ficar com o bem para si pagando o preço, poderá, no entanto, obter lucro no sobre preço que obtiver. Obrigação alternativa – ou compra ou vende com a obtenção de lucro.
Contrato típico e autônomo, não se confundindo com o mandato, depósito ou promessa de compra e venda.
Contrato oneroso (ambas as partes obtêm proveito); comutativo (não envolve riscos) e bilateral (obrigações recíprocas).
Caio Mário apresenta as seguintes características do contrato estimatório: a) exige a entrega da coisa; b) a coisa deve ser móvel; c) acarreta a obrigação para consignatário (accipiens) de restituir a coisa ou pagar o preço; d) preço elemento essencial que deve ser estimado previamente pelo consignante; e) contrato a termo, com prazo estipulado para seu cumprimento; f) transfere ao consignatário a disponibilidade da coisa (e não a propriedade).
2.       Regulamentação jurídica
Art. 534. Pelo contrato estimatório, o consignante entrega bens móveis ao consignatário, que fica autorizado a vendê-los, pagando àquele o preço ajustado, salvo se preferir, no prazo estabelecido, restituir-lhe a coisa consignada.
Art. 535. O consignatário não se exonera da obrigação de pagar o preço, se a restituição da coisa, em sua integridade, se tornar impossível, ainda que por fato a ele não imputável.
O contrato estimatório transfere os riscos ao consignatário (possuidor), este suportará a perda ou deterioração da coisa, não se eximindo de pagar preço ajustado, ainda que não haja culpa por parte deste.
Art. 536. A coisa consignada não pode ser objeto de penhora ou sequestro pelos credores do consignatário, enquanto não pago integralmente o preço.
O contrato estimatório transfere a posse e não a propriedade ao consignatário (possuidor), ou seja, os credores deste não deterão poder sobre a coisa consignada, salvo quando pago o preço pelo consignatário e o objeto se incorporar ao seu patrimônio.
Art. 537. O consignante não pode dispor da coisa antes de lhe ser restituída ou de lhe ser comunicada a restituição.
Finalizando o prazo contratual ou da notificação feita pelo consignante, em caso de não estipulado o prazo final (dies ad quem), este terá direito ao preço ou a devolução da coisa consignada.
Durante o lapso temporal – vigência do contrato – o consignante não poderá reaver a coisa consignada, pois estará turbando a posse direta do consignatário, que terá direito ao pleitear as medidas judiciais dos interditos possessórios.
Segundo este artigo o consignante poderá reaver a coisa consignada de duas formas: findo o prazo contratual ou notificando o consignatário, antes do término do contrato, interrompendo a fluência do prazo ajustado, passando ao consignante a posse e domínio ficto sobre a coisa, desobrigando o consignatário ao pagamento do preço. Caso o consignatário não devolva a coisa fisicamente, terá o consignante direito a reintegração de posse, pois ocorrerá esbulho possessório.
	
	Fonte: Paulo Luiz Netto Lôbo. Comentário ao Código Civil. V.6.
 Caio Mario da Silva Pereira. Instituições do Direito Civil. V.III.

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