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Aplicação da lei penal no tempo

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- APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO:
A regra geral em direito, é a aplicação da lei vigente à época dos fatos (tempus regit actum), ou seja, ao crime cometido em determinada data, aplica-se a lei penal vigente exatamente no mesmo dia, ainda que posteriormente venha a ser proferida a sentença.
A exceção é a extra-atividade, ou seja, a possibilidade de aplicação de uma lei a fatos ocorridos fora do âmbito de sua vigência.
OBS: O Artigo quinto, inciso XL, da CF, assim dispõe “a lei penal não retroagirá, salvo se para beneficiar o réu.”
A regra geral, trazida no artigo da CF, acima citada, é da irretroatividade in pejus – novatio legis in pejus (lei nova editada após a conduta do agente, que o prejudique), ou seja, da absoluta impossibilidade de a lei penal retroagir
 para prejudicar o réu, a exceção é a retroatividade in mellius – novatio legis in mellius (lei nova editada após a conduta que o favoreça), quando a lei deve retroagir para favorecer o réu.
- O parágrafo único, do artigo segundo, do CP, fala da retroatividade da lei penal benéfica ao acusado.
EXEMPLO: uma pessoa condenada definitivamente, com sentença transitada em julgado, poderá ser beneficiado por uma lei que diminua a pena mínima da infração penal que cometeu?
R – 
- Várias teorias disputam o tratamento do tema relativo ao tempo do crime, podendo destacar:
- teoria da atividade – tempo do crime é o da ação ou omisso, ainda que outro seja o momento do resultado. (adotada pelo CP, artigo quarto).
- teoria do resultado – o tempo do crime será o do resultado da infração penal.
- teoria mista ou da ubiquidade – dispõe que o tempo do crime será o da ação ou omissão (conduta), bem como o do resultado. 
O Código Penal, em seu artigo quarto, adotou a teoria da atividade.
EXEMPLO: Uma pessoa, com dezessete anos de idade, atira em direção à outra, vindo a atingi-la, sendo certo que a vítima, após três meses internada, vem a falecer, quando o agente já completou dezoito anos de idade.
PERGUNTA: Neste caso, o agente será considerado inimputável, sendo a ele aplicada as cominações do estatuto da criança ou do adolescente ou como maior imputável, aplicando-lhe a lei penal?
R –
- Várias também são as teorias sobre o lugar do crime
- teoria da atividade: local do delito, onde for praticada a conduta (atos executórios);
- teoria do resultado – local do delito como sendo aquele onde ocorreu o resultado (consumação);
- mista ou da ubiquidade – local do crime tanto aquele em que houve a conduta ou aquele onde se deu o resultado. (teoria adotada pelo CP, em seu artigo sexto).
- A teoria mista é a adotada pelo CP, em seu artigo sexto.
- CONFLITO APARENTE ENTRE ARTIGO SEXTO DO CP E O ARTIGO 70 DO CPP:
O conflito é somente aparente e não real.
O artigo sexto do CP (que dispõe que a competência será determinada tanto pelo local da conduta e tanto pelo que ocorrer a consumação) destina-se exclusivamente ao denominado direito penal internacional, à aplicação da lei penal no espaço, enquanto o artigo 70 (que dispõe que a competência será determinada pelo local em que se consumar a infração) do CPP, aplica-se aos crimes cometidos no território nacional.
EXEMPLOS:
Artigo sexto, CP – ? 
Artigo 70, CPP – ?
- EXTRA-ATIVIDADE DA LEI PENAL – ESPÉCIES:
- Esse fenômeno, no campo penal, se realiza de duas maneiras, duas espécies de extra-atividade da lei penal: 
- retroatividade – que é a aplicação de lei penal mais benéfica a fatos ocorridos antes do período de sua vigência (artigo quinto, XL, CF) – OBS: ?
- ultra-atividade – que significa a aplicação da lei penal benéfica, já revogada, a fato ocorrido durante o período de sua vigência. OBS: ? 
EXEMPLOS: alguém, dirigindo, pratica homicídio culposo no trânsito em 1 de setembro de 1997. O parágrafo terceiro, do artigo 121, CP prevê uma pena de detenção de um a três anos para homicídio culposo. O processo, depois das investigações, teve início em 5 de novembro de 1997, tendo ido os autos para julgamento em março de 1998, ocasião em que já estava em vigor o novo Código de Trânsito brasileiro (lei 9503/97), que prevê punição mais severa em seu artigo 302, detenção de dois a quatro
anos e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
PERGUNTA: As disposições do novo código de trânsito poderiam retroagir para alcançar a conduta praticada pelo agente?
R –
- ABOLITIO CRIMINIS (ABOLIÇÃO DO DELITO).
Trata-se do fenômeno quando uma lei posterior deixa de considerar crime determinado fato.
EXEMPLO: deixaram de ser considerados crimes o adultério, a sedução e o rapto consensual, em face da edição da lei 11.10/2005). 
Consequência: Quando acontece o abolitio criminis, segundo o artigo 107, III, do CP, extingue-se a punibilidade do agente, apagando-se todos os efeitos do
crime, em qualquer fase do processo ou execução da pena, inclusive o registro constante de sua folha de antecedentes.
 
- Diferença entre abolitio criminis, edição de lei penal mais benéfica e lei penal prejudicial:
Por vezes, o legislador, sem abolir o crime, pode dar a um tipo penal uma pena mais branda. (modificação benéfica da lei penal) - retroage.
Por vezes, o legislador, sem abolir, pode transferir a outro tipo penal incriminador a mesma conduta, por vezes aumentando a pena, com aparência de abolição da conduta.
Nesse caso, a condenação deve ser mantida e a pena cumprida, pois a figura continua no sistema jurídico-penal.
PERGUNTA: Uma pessoa condenada pelo crime previsto no artigo 219, CP, o qual tratava do crime de rapto e que foi
extirpado pela Lei 11.106/2005, e a conduta transferida ao artigo 148, parágrafo primeiro, inciso V, do Código penal, deve ter sua conduta abolida e sua pena extinta, bem como todos os efeitos dela decorrentes?
R - 
COMPETÊNCIA PARA APLICAÇÃO DA LEI PENAL BENÉFICA:
A competência para a aplicação da lei penal nova divide-se da seguinte forma:
- com o processo em andamento, até a sentença - cabe ao juiz de primeiro grau a aplicação da sentença;
- em grau de recurso – em regra o tribunal de justiça;
- havendo o trânsito em julgado da decisão (decisão definitiva) – embora posicionamentos divergentes, a melhor orientação é aquela no sentido de que cabe ao juízo da execução criminal;
- RETROATIVIDADE DA LEI PROCESSUAL PENAL BENÉFICA:
Em regra, as normas processuais são publicadas para vigorar de imediato, aplicando-se a todos os atos ainda não praticados e atingindo, assim, alguns fatos ocorridos antes de sua vigência.
Contudo, há normas processuais penais que possuem íntima relação com o direito penal, refletindo diretamente na punição do acusado.
- A doutrina divide em: 
Normas processuais penais materiais – íntima relação com o status libertatis do acusado – devem estar submetidas ao princípio da retroatividade benéfica.
 Exemplo: ?
- normas processuais penais propriamente ditas – aplicam-se de imediato e não retroagem mesmo que terminem por prejudicar o acusado.
Exemplo - ?
LEIS INTERMITENTES:
As leis, como regra, são feitas para durar indefinidamente, até que outras, mais modernas, revoguem-nas ou substituam-nas.
Há leis, contudo, denominadas intermitentes, que servem para durar um período determinado e breve.
As leis intermitentes são gêneros das quais são espécies as leis temporárias e excepcionais.
- Leis temporárias: são aquelas que trazem preordenada a data da expiração de sua vigência. 
- Leis excepcionais: são as que, não mencionando expressamente o prazo de vigência, condicionam a sua eficácia à duração das condições que as determinam.
Obs: as leis excepcionais e temporárias são leis que não respeitam a regra prevista no artigo segundo, do CP, ou seja, o princípio da retroatividade benéfica, pois se o fizessem não teriam sentido de existir, pois assim que cessado o prazo de vigência, todos os criminosos que estivessem sendo punidos pela prática de infrações penais nesta épocaseriam beneficiados.
Portanto essas leis temporárias ou excepcionais serão sempre ultrativas, ou seja, continuam a produzir efeitos aos fatos praticados durante a sua época de vigência, ainda que tenham sido revogados. (artigo terceiro, CP).
PERGUNTA: No exemplo acima, em que um crime contra o patrimônio tem sua pena aumentada, em caso de calamidade pública, devido a uma lei excepcional, a pessoa que comete o crime de furto, por exemplo, nesta época, em cessando o estado de calamidade e pena do crime voltando ao normal será beneficiado com essa situação? 
R - 
- NORMAS PENAIS EM BRANCO
São as que possuem a descrição da conduta indeterminada, dependente de um complemento, extraído de outra fonte legislativa extrapenal, para obter sentido e ser aplicada. A pena prevista é sempre determinada.
Norma penal em branco própria: é a que possui complemento extraído de norma hierarquicamente inferior.
Exemplo: ?
Norma penal em branco imprópria: é a que possui complemento extraído de norma de igual hierarquia.
Exemplo: ?
Em regra, o complemento da norma penal em branco tem caráter intermitente, quer seja, feito para durar durante determinado tempo. 
Exemplo: ?
OBS: Quando o complemento da norma for secundário, ele é ultrativo, quer seja, não há que se falar em retroatividade em caso de complemento mais benéfico, aplicando aquele em vigor em vigor na época do fato.
EXEMPLO: ? 
Já quando o complemento da norma em branco for fundamental para a compreensão do crime, pode retroagir, se houver mudança do mesmo, para beneficiar o acusado.
EXEMPLO: ?

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