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aula 04 SUPRIMENTO DE IDADE E DE CONSENTIMENTO AO CASAMENTO IMPEDIMENTO AO CASAMENTO

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Curso de Direito
Disciplina: Direito Civil V – Direito de Família
Docente: Maria Danielle Simões Veras Ribeiro
AULA 04		 2009.1
1. MODELO CIVIL DE CASAMENTO ADOTADO PELO SISTEMA BRASILEIRO:
- O Brasil adotou o sistema jurídico matrimonial de admitir somente o casamento civil, permitindo-se a sua celebração por cerimônia religiosa ou civil (vide artigo 1512 do CCB/2002). Em nosso país o casamento é civil, devendo atender aos requisitos impostos pela legislação civil para que tenha validade e eficácia. Nosso ordenamento não confere validade e eficácia jurídica ao chamado casamento eclesiástico. Por conta disso as pessoas casadas meramente no religioso não são casadas, podendo, se for o caso, estar em união estável. 
* Não se confunda, portanto, casamento religioso (aquele celebrado em conformidade com as prescrições de uma determinada religião), com cerimônia religiosa de casamento civil ( que é cerimônia de um casamento civil, e com efeitos civis, presidida pela autoridade eclesiástica).
* Já existem julgados admitindo a inexistência de limitações para a celebração de cerimônia religiosa em centros espíritas (TJBA, MS 34.739-8/05, Rel. Desa. Ruth Ponde Luz) ou em terreiros de candomblé (TJ/RS, AC. 8ª Câm. Civ., ApCiv. 70003296555, Comarca de Porto Alegre, rel. Rui Portanova, j. 27.6.02)
2. CAPACIDADE PARA O CASAMENTO E A POSSIBILIDADE DE SUPRIMENTO JUDICIAL DE IDADE E DE CONSENTIMENTO:
2.1. Diferença entre incapacidade para casar e impedimento matrimonial ( artigos 1517 e 1520 do CCB/2002): O impedimento matrimonial é uma proibição decorrente da lei de que uma pessoa possa contrair casamento com outra predeterminada, ou seja, é um óbice para o casamento, impedindo a sua realização entre determinadas pessoas (Ex.: a mãe não pode casar com o filho, mesmo que seja adotivo; o genro não pode casar com a sogra, mesmo que se divorcie). Já a incapacidade matrimonial diz respeito à inabilitação de uma pessoa para casar com quem quer que seja, como no caso de menor de 16 anos de idade. 
2.2. Idade núbil → Surge com 16 anos de idade.
2.3. Suprimento de Consentimento dos Pais: Tem lugar quando o nubente tem mais de 16 anos e menos de 18 anos e os seus pais ou um deles não autoriza o casamento. Somente é possível a autorização unilateral (um dos pais) se o outro genitor for morto, ausente por declaração judicial ou estiver destituído do poder familiar. Havendo recusa dos pais a conceder a autorização para o casamento de filho menor entre 16 anos e 18 anos de idade, é permitido ao juiz suprir o consentimento, por sentença, de iniciativa do Ministério Público, do próprio nubente menor ou pelo outro nubente interessado. O nubente menor deverá ser assistido por defensor público ou advogado, sendo requerido ao Judiciário a nomeação de curador especial (artigo 9º do CPC). Se o pedido de suprimento for deferido será expedido alvará autorizando a celebração do casamento, que deverá ser juntado aos autos do procedimento de habilitação para o casamento.� 
2.4. Suprimento de idade pelo Juiz: É cabível sempre que o nubente tiver menos de 16 anos de idade, não preenchendo o requisito imposto para a capacidade nupcial. Casos permitidos previstos no artigo 1520 do CCB – para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal ou em caso de gravidez. 
* Gravidez: Comprovação por exame médico.
* Evitar imposição ou cumprimento de pena criminal: Matéria polêmica em função da edição da Lei nº 11.106/2005, que revogou os incisos VII e VIII do artigo 107 do CP os quais tratavam da extinção da punibilidade, no caso de crimes contra os costumes (estupro presumido, por ex.), quando houvesse o casamento da vítima com o agressor ou da vítima com um terceiro. 
Duas correntes → 1ª → derrogação parcial do CC, art. 1.520, portanto não pode ser aplicado na parte atinente a “evitar a imposição ou cumprimento de pena criminal”, permanecendo em caso de gravidez;
		 → 2ª → prevalência do Direito Civil em face ao Direito Penal, que deve ser sempre a ultima ratio, podendo o juiz suprir a idade núbil e autorizar o casamento quando houver hipóteses justificáveis. Já se disse em sede de jurisprudência ser admissível o suprimento de idade de jovem que vem mantendo vida sexual ativa com o namorado, conta com o agrado dos pais em relação à sua união e aparenta ter aptidão para o casamento, situação em que se adota mínimo rigorismo. (TJ/SP, AP Civ. 181.880.4/1, Dês. César Lacerda, j. 28.03.01)
2.5. CONSEQUÊNCIAS DO SUPRIMENTO DE IDADE OU DE CONSENTIMENTO: *Ficam os nubentes submetidos ao regime de separação obrigatória de bens (CC, art. 1.641, III) e gera a emancipação do menor.
* De qualquer maneira, o menor ao alcançar 18 anos de idade, poderá com a anuência de seu consorte, pleitear a mudança do regime de bens, na forma do § 2º do artigo 1639 da Lei Civil. 
* O casamento de uma pessoa menor de 18 anos de idade implicará emancipação do incapaz, antecipando-se os efeitos da plena capacidade. A dissolução desse casamento através da separação ou divórcio não implicará no retorno da incapacidade. Já sendo o casamento nulo, e por isso não produzindo efeitos, não gera a emancipação, salvo se o incapaz estava de boa fé e requereu o reconhecimento da putatividade ( CC/2002, artigo 1561)
IMPEDIMENTOS (CC, art. 1.521)→ transitam na órbita da legitimação e não da capacidade. 
∟ aspecto material → situação fática ou jurídica que implica no impedimento;
∟ aspecto formal → previsão legal.
∟ podem ser aplicados à união estável → ressalva para o CC, art. 1.723, § 1º;
∟ ordem pública → natureza de proibição absoluta → implicam na anulação do casamento (CC, art. 1.548, II);
∟ CC, arts. 1.522, 1.529 e 1.530;
∟CC, art. 1.521 → Parentesco (I – V) → Enunciado nº 98: “o inciso IV do art. 1.521 do Código Civil deve ser interpretado à luz do Decreto-lei nº 3.200/41 no que se refere à possibilidade de casamento entre colaterais de terceiro grau.” → exame pré-nupcial de compatibilidade sangüínea entre tio(a) e sobrinho(a), que são colaterais de 3º grau → é o chamado casamento avuncular ;
		 → Proibição de casamento anterior (VI) → impede a bigamia (crime – CP, art. 235) → casamento putativo (CC, art. 1.561);
		 → Prática de crime (VII) → não importa se houve cumplicidade ou não entre o cônjuge sobrevivente e o agente do crime; no caso de crime doloso e com sentença transitada em julgado (parte da doutrina).
LIGA DE ENSINO DO RIO GRANDE DO NORTE
FACULDADE NATALENSE PARA O DESENVOLVIMENTO DO RIO GRANDE DO NORTE
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� Acerca desta matéria Silvio Rodrigues corrobora dizendo que “será a autoridade judiciária quem verificará se a recusa paterna se estriba em boas ou más razões; se ela se justifica na compreensível apreensão do pai pelo futuro de seu filho ou filha, ameaçado pelo malsinado enlace ou se tem alicerce no mero espírito de emulação, em algum preconceito racial ou religioso, no ciúme despropositado ou em outra razão menos nobre.”
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