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NOTA DE AULA 2 ARISTOTELES

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NOTA DE AULA 2 
Filosofia do Direito Profa. Cristiane Aquino de Souza 
ARISTÓTELES (384-322 a.C.)
- Discípulo de Platao, foi aluno na Academia de Platao. Foi professor de Alexandre, o Grande, na Macedônia
- A experiência é elemento fundamental de sua reflexão 
- Era estrangeiro em Atenas. 
- Foi um grande sistematizador das ciências humanas, como a Filosofia, a política, a sociologia e a ética, e tb de outras ciências, como a biologia, botânica, zoologia 
- Participou da política e da confecção de muitas legislações em muitas polis. 
- Sua grande reflexão sobre o Direito está escrita na obra Ética a Nicômaco. Tem tb outros livros importantes para o Direito, como A política e a Retórica. 
JUSTIÇA E SUAS ESPÉCIES 
JUSTIÇA UNIVERSAL E PARTICULAR 
JUSTIÇA NUM SENTIDO UNIVERSAL 
- A lei, no geral, é tida por justa. Por isso a justiça, tomada no seu sentido universal, não deixa de ser tb o cumprimento da lei. 
- A justiça é a virtude que está em todas as demais virtudes. A caridade e a paciência. 
JUSTIÇA NUM SENTIDO PARTICULAR
- é o conceito de justiça em si. 
- Justiça distributiva, corretiva e reciprocidade
JUSTIÇA DISTRIBUTIVA
- Trata da distribuição de honrarias, bens e cargos. 
- O critério fundamental para tal distribuição justa é o mérito. Parâmetro: Dar a cada um de acordo com o seu mérito. 
- A proporcionalidade caracteriza o justo, e a sua falta, o injusto. 
- É mais complexa, por envolver o arranjo dos bens e dos poderes na polis. 
JUSTIÇA CORRETIVA
- A justiça é tratada como uma reparação do que foi, voluntaria ou involuntariamente, subtraído de alguém por outrem. 
- As questões de direito penal são tratadas como justiça corretiva. 
No caso das transações entre sujeitos privados tb se aplica a justiça corretiva. Ex: contratos, troca, compra-e-venda. 
- As pessoas são tomadas formalmente como iguais. 
RECIPROCIDADE	
- Na troca, por exemplo, deve haver reciprocidade entre os objetos da troca. A produção de uma camisa não pode vale o mesmo que a produção de uma escola. 
- Aristóteles aponta que o dinheiro faz o papel de uma equivalência universal entre produtos e serviços. Ele possibilita a reciprocidade entre tais elementos. 
- É uma forma de justiça ligada à produção. Ligação entre o direito e a economia. 
JUSTIÇA E IGUALDADE: A CONTRADIÇAO ARISTOTÉLICA
- Somente um mergulho nas condições sociais concretas há de revelar o justo para o pensamento aristotélico. 
- Só existe justiça entre iguais: Para Aristóteles, somente há de se falar da distribuição pelo mérito entre aqueles que possam ser considerados minimamente semelhantes. Entre dessemelhantes, os critérios de proporção aritmética ou geométrica resultam em injustiça. (Tal posição revela ao mesmo tempo o conservadorismo aristotélico e, por outro lado, a sua potencial utilização crítica). 
- Aristóteles afasta, assim, os escravos, os filhos, as mulheres, do âmbito de aplicação do justo. São submissos ao senhor, ao pai de família, ao marido. Os escravos são propriedade, e ninguém pode ser injusto consigo mesmo. 
-A justiça se mede entre os cidadãos da polis. O justo é uma medida da elite. 
POTENCIAL CRÍTICO DA TEORIA DE ARISTÓTELES 
- Entre os desiguais a justiça não é matemática. Então deve-se transformar essa situação de desigualdade para que exista uma situação de mínima igualdade e se possa, então, fazer justiça. Ou seja, deve-se corrigir os extremos e consolidar uma sociedade de equilíbrio na distribuição de bens, cargos e honrarias. 
- Tais extremos são econômicos, sociais, culturais e políticos. 
- Somente se pode pensar em justiça num espaço sem carência e sem excesso. 
- Entretanto, Aristóteles não alcançou uma visão crítica da relação entre justiça e economia.
A QUESTAO DA VONTADE
- Para Aristóteles, a justiça é uma ação. 
- Considera-se justo, o ato que é feito, voluntariamente, com tal finalidade, e injusto, do mesmo modo, o que é realizado com tal vontade. Deve-se realizar a justiça com o objetivo de fazer justiça. 
- Não vale a ação realizada acidentalmente ou por coação. Não pode haver carência de ânimo para a justiça. 
- A justiça é uma realização prudencial, no caso concreto. 
- Para Aristóteles, aquele que, distribuindo para si e para o outro, dá injustamente mais ao outro do que para si, é magnânimo, mas seu ato não deixa de ser injusto. 
A EQUIDADE
- Para Aristóteles, acima da justiça da lei, há a justiça do caso concreto. A essa adaptação do geral ao específico ele dá o nome de equidade. 
- Para Aristóteles, a lei é boa, segui-la é concretizar o interesse de todos. No geral, a lei é justa, e a equidade é uma manifestação de justiça mais alta que a lei. 
- Sendo a lei uma previsão ampla, que alcança uma série de fatos e hipóteses, a lei só pode tratar desses casos num nível amplo. Mas há a especificidade de cada caso concreto. Nessa casuística, a equidade faz o papel de corrigir a omissão. 
- A equidade demanda do jurista uma flexibilidade. Não pode ser o homem justo um mero cumpridor cego das normas, sem atentar para as especificidades do caso concreto. 
O DIREITO NATURAL DE ARISTÓTELES
- O direito natural de Aristóteles é a apreensão da natureza das coisas. O auscultar da natureza revela o justo, isto é, aquilo que lhe é mais apropriado. Cada caso, cada pessoa, cada circunstância, revelam-se a partir de si próprios e de sua natureza própria. 
- Aristóteles não vê oposição entre os conceitos de direito positivo e natural. O direito natural complementa o positivo, num nível superior. A natureza, para Aristóteles, não é de categoria distinta daquela da vida social. As leis positivas são históricas, variáveis e mutáveis, mas assim também o é a natureza. 
- O direito natural de Aristóteles não é um rol de normas, mas um agir artesanal. 
A PRUDÊNCIA
- Uma mirada ao concreto, à realidade, é o método por excelência de Aristóteles para a compreensão do direito e do justo. O justo não pode ser pensado como uma sistematização de ideias abstratas, extraídas de uma mente calculante que ignore a realidade. 
- A justiça se manifesta e se completa com a prudência. A prudência é uma virtude prática. 
- A prudência é o agir dos homens prudentes. 
- É uma virtude que está no mesmo contexto da equidade. 
- A prudência trata do possível, do provável, do razoável. É o sentido de humildade em face das circunstâncias. 
- a equidade, que é melhor que a inflexibilidade da lei, é semelhante à prudência em termos de renúncia à frieza da plena sistematização e da objetividade, e também semelhante em termos de virtude que tem em vista as circunstâncias, e, portanto, a boa justeza ao caso. Por isso o Direito se tece a partir de referências não plenamente exatas. Aristóteles não vê nisso um desmerecimento do agir jurídico ou da virtude da justiça, mas, sim, apenas uma especificidade. 
- Para Aristóteles o agir do jurista é contingente, dependente do melhor que o ser humano tem a oferecer. 
O PENSAMENTO POLÍTICO
- Para Aristóteles, o fundamento último do justo é político, na medida em que a ação dos homens em sociedade é que dá o fundamento do mérito e da igualdade. 
- Para Aristóteles, não há oposição entre a organização política estatal e a própria vida social. São uma mesma situação. 
- Para Aristóteles não existe oposição entre o interesse individual e o interesse social. A vida social objetiva a felicidade da comunidade, o benefício social. 
- Para Aristóteles o homem é um animal político mais social do que as abelhas. Aquele que não precisa dos outros homens ou é um deus (que se basta a si mesmo) ou um bruto. A finalidade em comum liga os indivíduos em comunidade. 
- A amizade, para Aristóteles, é fundamental à vida social. A amizade mantém as cidades unidas. A mais autêntica forma de justiça é uma disposição amistosa. 
A ESCRAVIDAO 
- Para Aristóteles, o espaço da justiça se perfaz apenas entre os cidadãos. Os cidadãos e os não cidadãos, sendo pessoas desiguais, estabelecem relações de outro tipo, como a proteção, a subordinação eo mando. 
- Para Aristóteles toda forma de relação entre senhor e escravo é considerada privada, não envolvida no espaço público no qual se consolida a política e o justo. 
- Relações domésticas entre os gregos, do marido para com a mulher, do pai para com os filhos e do senhor para com o escravo. A estas relações Aristóteles dá o nome de poder marital, poder paternal e poder despótico. 
- Aristóteles considera natural que o escravo que nasceu sob tal condição se mantenha. Pois este escravo é como um membro anexado ao corpo do senhor. Ele diferencia este escravo do que obteve esta condição em virtude de dívida ou de guerra. 
OS TIPOS DE GOVERNO
- O bom governo é o que alcança a felicidade de todos os cidadãos. 
Estabelece dois critérios para sistematizar os tipos de governo: A finalidade do poder e o número de governantes. 
Numero de governantes: um, alguns e a maioria. 
Finalidade: Em proveito próprio ou no interesse de todos. 
- Governos virtuosos ou decaídos
	Exercício do poder
	 Um só 
	 Alguns
	 A maioria
	No interesse de todos
	
Monarquia
	
Aristocracia
	
República
	No interesse próprio
	Tirania
	Oligarquia 
	Democracia 
Em face da tradição moderna e contemporânea, também a tipologia aristotélica sobre os governos causa muita estranheza. Sua posição a respeito da democracia e seu estereótipo se choca contra grande parte do melhor da tradição moderna e contemporânea. A recusa em fazer um juízo de mérito sobre a extensão em si do poder soberano, e só fazê-lo no que tange à finalidade, é estranha à modernidade, para a qual os polos se invertem. Nas organizações políticas estatais típicas do capitalismo, a forma tem mais valor que a finalidade. Assim sendo, para os modernos, a democracia passa a ser boa porque todos votam, ainda que ela seja em proveito da minoria detentora do poder econômico. Na modernidade, a preocupação sobre a extensão do poder do governante chama mais a atenção do jurista, do político e do cidadão do que a sua finalidade e os objetivos que persegue. 
A VISAO DA MULHER PARA ARISTÓTELES
- Fundamentalmente, Aristóteles achava que faltava alguma coisa à mulher. Para ele, a mulher era um “homem incompleto”. Na reprodução, a mulher é passiva e receptora, enquanto o homem é ativo e produtivo. Por esta razão é que – segundo Aristóteles – o filho do casal herdava apenas as características do pai. Aristóteles acreditava que todas as características da criança já estavam presentes no sêmen do pai. Para ele, a mulher era apenas o solo que acolhia e fazia germinara semente que vinha do “semeador”, ou seja, do homem. O homem dá a “forma”; a mulher, a “substância”.
- A fêmea é descrita como um macho mutilado, sendo os embriões femininos formas degeneradas, resultantes de desvios, carências, incapacidades. Seriam formas imperfeitas de humanidade. 
- Aristóteles invoca a superioridade intelectual e de caráter do homem face à mulher. As mulheres não ultrapassam o plano das opiniões. 
- Não têm autoridade nas decisões que assumem, em razão da facilidade com que se deixam guiar pelas emoções e pelos sentimentos. 
- Deve obedecer o marido e seu papel social deve estar restrito às atividades domésticas, na gestão da economia da casa, como esposa e mãe.

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