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NOTA DE AULA 3 IDADE MEDIA E MODERNA

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NOTA DE AULA 3
Filosofia do Direito- Profa. Cristiane Aquino de Souza 
A FILOSOFIA DO DIREITO MEDIEVAL 
O CRISTIANISMO
Surge ao final da Idade Antiga.- Considera uma visão de mundo diferente da Greco-romana. 
Fundamento – vida e exemplo de Jesus Cristo. 
- Patrística – Até o final da Idade Antiga, no século V, a institucionalização e a dogmatização religiosa do cristianismo já estão completas. Tal período que vai da morte de Jesus até o início da Idade Média leva o nome de patrística por ser constituída pela reflexão realizada pelos padres da Igreja. 
- Derrocada do mundo romano e do modo de produção escravagista e ascensão do cristianismo e do modo de produção feudal. 
SANTO AGOSTINHO	 (354- 430 d. C.)
- Mais importante pensador da patrística. Responsável pela consolidação teológica e filosófica do cristianismo. De origem pobre, cresceu sob a cultura romana, tendo sido professor de retórica na península itálica. Converte-se ao cristianismo aos 28 anos. 
- Obra mais importante: Cidade de Deus
- Estabelece a distinção entre a cidade humana e a cidade de Deus. A primeira é eivada de vícios, instabilidades e injustiças próprios dos homens, que são pecadores a partir do pecado original de Adao e Eva. A segunda se estabelece na vida pós-morte, junto aos santos e salvos. 
- A justiça reside em Deus. A justiça, para Santo Agostinho, não se vê no costuma, isto é, nas ações do homem na terra. Vê-se na lei de Deus. E, assim sendo, não é mensurável pelos atos, mas apenas pela boca de Deus. O Justo é uma graça divina. A chave para o justo passa a ser a fé. 
- A justiça é uma lei eterna – Sendo expressão divina, a lei é imutável, e seus conteúdos de justiça e de injustiça são os mesmos para todos os povos em todos os tempos. Para a tradição medieval o direito natural é um rol de regras inflexíveis, não naturais no sentido de originar-se da natureza, mas que são oriundas do desígnio divino. 
Distinguem-se a justiça em Deus e a injustiça nos homens. Numa vaga relação com o mundo das ideias e o mundo sensível de uma leitura platônica. Há duas instâncias opostas nas quais a apreciação do justo e do injusto se dão. 
O poder e a obediência
As instituições e as autoridades devem ser respeitadas, mesmo que injustas. Os homens, ainda que compreendendo que as leis humanas, por sua falibilidade, são injustas, devem a elas se submeter. As instituições são injustas mas o seu poder, ainda assim, deve ser respeitado. Isso porque Agostinho reconhece que a autoridade assim o é por conta dos desígnios de Deus, restando ao homem, temente a Deus, submissão aos poderes terrenos. Deus constituiu as autoridades como tais, ainda que seus poderes determinem injustiças. Trata-se de uma resignação ao poder que reconhece sua injustiça, mas que a aceita por conta de uma vontade divina insondável. 
Legitima a escravidão e a servidão – Pela vontade de Deus, os homens têm certa posição na sociedade, e os mais altos devem mandar, e os subordinados devem obedecer. 
SÃO TOMÁS DE AQUINO (1225-1274 d.C.)
- Diálogo com Aristóteles. A Igreja pôs-se a dialogar com o pensamento de Aristóteles. São Tomás foi o responsável pela síntese da Igreja católica com o aristotelismo. 
- É um expoente da escolástica- Tal escola de filosofia e teologia, no mundo medieval, representou um método particular de leitura, compreensão e exposição de textos sagrados e das obras que gozavam de reputação e autoridade. 
Fé e razão 
- Papel relevante dos atos e a razão – Se para Agostinho a razão era um substrato menos no conceito de salvação, sempre ofuscado pela fé e pela graça, para Tomás os atos e a razão passam a ter um papel relevante. Tomas de Aquino considera o pecado original uma doença da qual se pode curar tanto por meio da graça como pelos atos bons e justos. 
- Espaço para a racionalidade da justiça. No pensamento Agostiniano, fé e razão estão numa relação de confronto ou se grande subordinação da razão à fé. Para São Tomás, a partir da relação complementar entre fé e razão, vislumbra-se espaço a uma racionalidade da justiça na própria ação dos homens para com os demais. 
O tratado das leis
Leis naturais alcançáveis pelos homens. Sem abandonar o pressuposto da graça e da fé, Tomás insiste no fato de que há a possibilidade de o homem descobrir, na natureza, atos, comportamentos e medidas justos. Tais apreciações da natureza são mensuráveis pelo homem, mas se devem indiretamente a Deus. Assim, além do mandamento divino por meio da revelação e da fé, há um espaço das leis naturais, que são divinas porque a natureza é criação de Deus, mas são passíveis do conhecimento humano. 
- Somente considera lei a ordenação que visa ao bem comum. 
- Lei eterna, divina e natural e humana. 
Lei eterna: Razão divina, transcendente, que governa o mundo. 
Lei divina: Regra de Deus anunciada aos homens por meio da revelação, da fé. A lei divina se manifesta como direcionamento moral e jurídico aos homens, e sua diretiva é dada por Deus no Antigo Testamento e no Novo Testamento. 
Lei natural: As leis eternas e divinas são inalcançáveis pela razão humana. A lei natural se comunica com os homens a partir da própria existência natural destes. A lei natural é divina pela sua origem, mas passível de compreensão pelo homem. É a participação da lei eterna na criatura racional. Nos homens há uma inclinação racional à lei natural. A lei natural é mutável – Há novos tempos, novas situações, novas demandas e, por isso, o direito natural deve se adaptar, acrescendo ou subtraindo previsões às já consolidadas. 
Lei humana – São as leis positivas que, podendo se orientar pelas leis naturais e pela revelação, não hão mais de ser consideradas necessariamente injustas, como era a previsão agostiniana. 
- Mantém a ideia de justiça entre os iguais. Tomás de Aquino mantém, com o resgate de Aristóteles, a ideia de distribuição do justo entre os iguais. Assim, a relação entre o senhor e o escravo, os pais e os filhos, e a mulher e o marido seriam um tipo especial de justiça. 
- Permite ao homem conhecer o justo – Em termos de filosofia do direito, o tomismo é uma abertura em relação ao agostinianismo, na medida em que permite ao homem, novamente, conhecer a medida do justo. Mas é uma abertura parcial, poruqe mantém o sistema jusfilosófico sob a égide teológica. 
A FILOSOFIA DO DIREITO MODERNA
Período que vai do século XV ao XVIII
Três movimentos de filosofia política e jurídica: 
- Renascimento – Nos seus tempos iniciais. Predominou entre os séculos XV e XVI
- Absolutismo - Do século XVI ao XVIII
- Iluminismo – Início no séc. XVII e esplendor no séc. XVIII
RENASCIMENTO 
Surgiu na Itália: Primeiramente na região da Toscana, tendo como principais centros as cidades de Florença e de Siena, difundindo-se posteriormente para outros países da Europa. 
Origem do nome Renascimento: em virtude da redescoberta e revalorização das referências culturais da antiguidade clássica. Os clássicos, que pareciam terem sido mortos pelos medievais, renasciam pelas mãos dos novos pensadores. 
Representou um deslocamento do eixo dos fundamentos teóricos, de Deus para o homem: Significa abdicar da tradição que imaginava toda sorte política como sendo uma emanação da vontade divina. O poder pertence ao homem, ao seu engenho, astúcia e capacidade. 
Representantes:  Marsilio Ficino, Erasmo de Roterdao, Pico della Mirandola, Thomas More, Francis Bacon, Miguel de Cervantes, Luis Vaz de Camoes, Leonardo da Vinci, Miguelangelo, 
NICOLAU MAQUIAVEL (1469-1527)
- Um nos nomes mais expressivos do Renascimento
- Nasceu em Florença, ao tempo do apogeu comercial das cidades italianas, ocupou cargos públicos e se dedicou às reflexões sobre a política. . 
- Para Maquiavel, é verdade que o destino influencia na vida social, mas isso não nega o espaço da ação política. Maquiavel desloca o eixo da filosofia política do campo da destinação divina para o campo da ação humana. 
- Pode-se considerá-lo um teórico do absolutismo, mas não era o absolutismo com fundamento na origem divina. Maquiavel nãoadmitiu nenhum tipo de justificativa religiosa para explicar o poder real. Embora defendesse que ao monarca tudo é permitido, isso não seria em virtude da origem divina dos reis, e sim em razão da necessidade de um Estado Forte. 
- Maquiavel escreveu o Príncipe em 1513. livro O príncipe O teórico florentino começou a pensar sobre como seria possível o rei se manter no poder em meio às mais variadas adversidades. A partir dessa preocupação que ele concebeu “O príncipe”, uma de suas mais proeminentes obras políticas. Nesta obra Maquiavel desvenda os reais interesses dos governantes, quais sejam, de tomar o poder e se manter nele. Em meio a suas reflexões, Maquiavel menciona os conceitos de Virtude e Fortuna. A virtude era concernente à capacidade do governante em escolher as melhores estratégias para o fortalecimento de seu poder. Já a Fortuna, se dirigia aos imprevistos que poderiam supostamente limitar o poder de ação do rei. Para Maquiavel, o governante hábil deveria equilibrar a Virtude e a Fortuna para que assim pudesse garantir seus interesses. Defende a ideia de que os fins justificam os meios. Dessa forma, o governante deve fazer tudo para manter-se no poder, mesmo que para isso tenha que mentir ou enganar. O governante deve ser amado e temido, mas se não puder ser os dois ao mesmo tempo, deve preferir ser temido. 
A moral e a religião não fazem parte da política . O processo político estaria, segundo Maquiavel, além da moral e dos preceitos religiosos. O príncipe virtuoso seria o que soubesse ser bom e ser mau, traiçoeiro e piedoso, violento e complacente. Porque o Estado deveria estar acima da moral e ser governado em nome de seus interesses.
- Não acredita na bondade intrínseca do ser humano, é considerado um filósofo político cético quanto à bondade natural. 
ABSOLUTISMO DE ORIGEM DIVINA
- Volta a defender a ideia de que o poder humano é derivado do poder divino. Tal teoria, na Idade Média, serviu como respaldo do poder do senhor feudal. Agora, servirá ao poder dos reis. 
- Ao contrário dos renascentistas, para quem a preocupação era com a explicação humana e social do poder, o Absolutismo parte de uma teoria da legitimação do poder real por meio teológico. 
- O monarca soberano tem dois corpos: um humano (secular) e um divino (teológico). Na Inglaterra da Idade Moderna, por exemplo, o Absolutismo se firmava juridicamente numa teoria dos dois corpos do Rei. 
- O rei não necessitava de justificativa moral para seus atos: o Rei estava acima dos reclames morais, na medida em que seu poder era advindo de Deus de modo absoluto. Assim sendo, o monarca não se justificava pela moralidade de cada um de seus atos, mas sim por uma espécie de competência originária de poder que lhe era dada por Deus. 
JEAN BODIN (1529-1596)
- Membro do Parlamento francês. 
- Jean Bodin, ainda no século XVI, abriu margem ao absolutismo. O autor abandona a posição constitucionalista que adotara ao escrever seu Método para a fácil compreensão da história. 
- Teoria do direito divino do rei: Em Seis livros da República, revela-se um defensor irredutível do absolutismo. Defendia que o rei deveria ter todo o poder para governar, pois era rei por vontade divina. Se Deus escolheu o rei através da hereditariedade, é porque assim queria. E não competia ao homem questioná-lo ou desobedecê-lo. 
Dessas forma, era contrario às teorias que defendiam a resistência e considerava que o único meio para restaurar a unidade e a paz política seria uma monarquia forte. 
Obs: Jaques Bossuet (1627.1704) – Segue as ideias de Bodin. Defendeu fortemente a teoria do direito divino do rei. Cuidou da educação do filho do rei francês Luis XIV. Suas obras foram Memórias para educação do Delfim e Política. 
ILUMINISMO (Início no séc. XVII e esplendor no séc. XVIII)
- Os pensadores buscam fundamentar-se na razão., e não em Deus. 
- Luzes da razão: O absolutismo extraía o poder do soberano de Deus. O iluminismo, creditando tal visão às trevas da fé, insistirá nas luzes da razão, daí a origem de seu nome. 
- A razão, sendo universal e imutável, se sobrepunha às crenças e aos costumes. 
- Absolutismo x Iluminismo: A Idade Moderna viu surgir, ainda no século XVI, uma filosofia teológica absolutista. Entretanto, passou a predominar, posteriormente, uma filosofia radicalmente antiabsolutista. Daí as cruciais diferenças até mesmo entre pensadores quase contemporâneos como os ingleses Hobbes, absolutista, e Locke, iluminista. 
- Surgimento e consolidação do capitalismo – A base econômico-social na qual se desenvolvem os pensamentos filosóficos e jurídicos desse tempo é a do surgimento e da consolidação do capitalismo. 
- Locke, Voltaire, Rousseau, Montesquieu, Kant, Olympe de Gouges, Mary Wollstonecraft. 
CAPITALISMO E MODERNIDADE
Capitalismo e comércio - Faz do comércio sua primeira razão fundamental. Os Estados, rompendo com o segregacionismo dos feudos, unificam territórios e possibilitam com isso maior envergadura comercial. 
Burguesia moderna e teoria do Estado – É no espaço político que a burguesia moderna vai conquistando suas liberdades e as possibilidades negociais. Daí que, como é o espaço político por excelência o espaço da disputa burguesa na Idade Moderna, a teoria do Estado começa a tomar corpo nesse período. 
Desinteresse da burguesia no absolutismo – Os privilégios dados pelo monarca aos nobres contrapunham-se às necessidades burguesas. 
Nasce a noção de direitos individuais e de direitos subjetivos–Como a burguesia era contrária ao poder absoluto do Estado, nasce a noção de direitos individuais e subjetivos frente ao Estado. 
Liberdade, igualdade e direitos naturais – O Iluminismo, apregoando a liberdade, a igualdade entre os homens e direitos naturais, servirá de arma de combate contra o absolutismo. A igualdade de todos os indivíduos perante a lei e a ampla liberdade de negócios, fundamentos da atividade capitalista, passam a ser bandeiras da luta jusfilosófica burguesa. 
Individualismo e propriedade privada – É em função do indivíduo que devem ser postas as leis do Estado. Consiste na defesa da liberdade individual e da propriedade privada. A acumulação de bens é legitimada como direito do indivíduo, e dele contra todos. 
O JUSNATURALISMO MODERNO
A Escola clássica do Direito Natural 
Diferente para os gregos – Para os gregos, o direito natural deve ser buscado na natureza das coisas. Para os modernos, o direito natural é originado da razão, daí também ser chamado por jusracionalismo. 
HUGO GRÓCIO (1583 – 1645)
Nascido na Holanda, na cidade de Deft, berço da civilização holandesa, possuindo o comércio como característica básica. Os mercadores e comerciantes, seus principais habitantes, constituíram um sistema administrativo e judiciário autônomo.
Principal obra: De Jure Belli as Paris (As leis da guerra e da paz). 
- Direitos próprios da condição humana – Existem direitos inatos que são percebidos pela reta razão (jusnaturalismo racionalista), como direitos próprios da condição humana. 
- Deus não interfere nesses direitos – Mesmo que Deus não existisse, os direitos da condição humana continuariam existindo. Substitui-se Deus pela razão humana. 
- direito natural imutável
SAMUEL PUFENDORF (1632 – 1694)
Jusfilósofo alemão discípulo de Grócio. 
Originado da razão – Em seu pensamento, o direito natural não exprime a natureza como uma medida nas próprias coisas, nem como uma noção prévia, dada pela divindade aos homens, mas sim como um processo que é originado, fundamentalmente, da razão. 
Mas diz-se então que a natureza nos ensina, em parte porque o conhecimento desse direito pode ser atingido com a ajuda da luz da razão; e em parte porque seus pontos mais gerais e úteis são tão simples e claros que à primeira vista forçam a aquiescência e cravam tamanha raiz nas sementes dos homens, que nada pode erradicá-los depois. 
Propôs o sincretismo – Que aproxima a reta razão de Deus.Propõe que consideremos a razão como divina, coibindo assim os opositores religiosos e justificando a capacidade e mesmoa obrigação de os homens fazerem uso desse atributo divino para criarem o direito natural.Da mesma forma, Grócio já identificara com naturalidade essa construção quando comparada a outras construções científicas que também são produto do intelecto humano. 
Direito natural imutável

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