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Texto 4 Fundamentos da Gestao Social

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Texto 4 - Fundamentos da Gestão Social
Planejamento Estratégico; Definição de Planejamento; Processo de Planejamento; Planejamento Estratégico no Setor Privado; Planejamento Estratégico no Setor Público
O processo administrativo de uma organização implica a compreensão de algumas etapas básicas:
• Planejamento estratégico; • Planejamento orçamentário; • Execução do plano orçamentário; • Controle e Avaliação
Os recursos disponíveis para que as Organizações do Terceiro Setor possam desenvolver suas atividades são limitados. Assim, o planejamento estratégico é uma maneira de utilizar todos os recursos disponíveis de forma mais eficiente e eficaz.
Já o plano orçamentário trata-se de um instrumento fundamental para que as organizações possam atingir os objetivos definidos no planejamento estratégico, pois ajuda a gerir os limitados recursos que estão disponíveis para os administradores.
A execução do plano orçamentário deve ser registrada e controlada por meio de um efetivo sistema contábil compatível com a natureza da organização.
Planejamento estratégico:
O planejamento pode ser definido como um processo desenvolvido por uma organização, tendo por objetivo alcançar uma situação desejada de modo mais eficiente e consistente. O processo de administração requer quatro funções básicas e complementares: planejar, organizar, liderar e controlar. 
Há uma tendência muito grande de quem vai desenvolver uma nova atividade, ou mesmo nas atividades já desenvolvidas, de tomar decisões sem, contudo, procurar estabelecer um planejamento de como desenvolver a ação pretendida. Por meio do planejamento, a organização estabelece quais providências serão tomadas pelo administrador, quanto o futuro tende a ser diferente do passado.
Dessa forma, não se deve confundir planejamento com projeção e previsão, pois, quando falamos em projeção, a situação futura, em sua estrutura básica, tende a ser igual ao passado; já a previsão é o esforço de se verificar, com base em probabilidades, quais serão os eventos que poderão ocorrer no futuro.
O planejamento é um processo contínuo e exige que o processo decisório ocorra antes, durante e depois de sua elaboração e implementação. A atividade de planejar, pela sua própria essência, resulta de decisões presentes, tomadas a partir do estudo do efeito que essas decisões produziriam no futuro (PAES, 2003, p. 314).
Definição de planejamento:
Planejamento estratégico é um conjunto de atividades que objetiva elaborar um plano de curto (um a dois anos), médio (três a quatro anos) e longo prazo (cinco anos ou mais). Trata-se de um processo gerencial, estruturado a partir de um método que privilegia a visão sistêmica da organização inserida em ambientes (incluindo o seu próprio ambiente interno), bem como a participação de suas lideranças no seu desenvolvimento.
Maximiano (2004) coloca que o processo de planejamento pode ser definido de várias maneiras:
• planejar é definir objetivos ou resultados a serem alcançados;
• é definir meios para possibilitar a realização de resultados desejados;
• é interferir na realidade, para passar de uma situação conhecida a outra situação desejada, dentro de um intervalo definido de tempo;
• é imaginar e trabalhar para construir uma situação nova, que não resultaria da simples evolução dos acontecimentos presentes;
• é definir objetivo, avaliar alternativas para realizá-lo e escolher um curso específico de ação.
Objetivos do planejamento:
Visa orientar ou reorientar os negócios e os produtos da organização de modo que gerem resultados ou lucros e crescimento satisfatórios, através do desenvolvimento e da manutenção de uma adequação razoável entre objetivos e recursos da organização e mudanças de oportunidades do ambiente em que atua.
Primeiro, é necessário ser feita uma coleta de dados, informações e definição de modelos e técnicas de planejamento:
• avaliação da relação com os clientes;
perspectiva de ampliação, fechamento ou abertura de uma grande organização em uma região, criando problemas e/ou oportunidades para administração pública, concorrentes, trabalhadores;
• mudanças sociais, econômicas, políticas e no ambiente regulatório;
• inovações tecnológicas;
• problemas com abastecimento de matéria-prima, aumento de preço, escassez etc.
Em seguida, são necessários os seguintes passos:
• análise e interpretação dos dados de entrada, buscando identificar elementos que tenham importância numa tomada de decisão da organização;
• identificação de alternativas para lidar com necessidades, ameaças, oportunidades e com situações previsíveis e imprevisíveis no futuro;
• avaliar alternativas e escolher um curso de ação – objetivo.
Elaboração do plano de ação:
Estabelecidos os objetivos e definidos os recursos, base fundamental para o planejamento, pois irá definir toda a linha de desenvolvimento da organização, passa-se para a previsão dos meios ou instrumentos de controle.
A definição dos objetivos tem caráter estratégico; os objetivos devem ter dimensão ampla, uma dificuldade para serem atingidos. Devem traduzir os anseios da organização em termos de crescimento e participação no ambiente em que atua.
A definição das atividades, dos meios ou recursos de realização e controle chama-se planejamento operacional, pois dará à organização condições de dimensionar como pretende implantar de fato as medidas e/ou mudanças para atingir os objetivos estabelecidos no planejamento estratégico.
Tipos de planejamento
Em termos hierárquicos, temos três tipos de planejamento:
• Planejamento estratégico: relaciona-se com objetivos de longo prazo e com estratégias e ações para alcançá-los que afetam a organização como um todo;
• Planejamento tático: relaciona-se com objetivos de mais curto prazo e com estratégias e ações que, geralmente, afetam somente parte da organização. Tem por objetivo otimizar determinada área de resultados, e não a organização como um todo;
• Planejamento operacional: é a formalização, através de documentos escritos, das metodologias de desenvolvimento e implantação estabelecidas. São os planos de ação e devem conter detalhes:
– os recursos necessários para o seu desenvolvimento e implantação;
– os procedimentos básicos a serem adotados;
– os resultados finais esperados;
– os prazos estabelecidos;
– os responsáveis por sua execução e implantação.
Estratégia e tática
A estratégia relaciona-se com os objetivos de longo prazo e com o modo de persegui-los, que afetam a organização como um todo.
A tática relaciona-se com metas de curto prazo e com meios de atingi-las, que geralmente afetam somente uma parte da organização.
Importância do planejamento estratégico
Com o crescimento do tamanho da organização, também cresce a complexidade de seus processos, o que exige um maior número de decisões de longo prazo e de longo alcance (investimento). A escassez de recursos: opções e renúncias; a melhor relação custo-benefício dos investimentos organizacionais.
Fase I – Diagnóstico estratégico:
Identificação da visão: limites que a organização consegue enxergar dentro de um período de tempo mais longo e uma abordagem mais ampla (O que somos? No que acreditamos? O que queremos ser?).
Este é o ponto em que as pessoas devem acreditar naquilo em que a organização acredita. Os princípios não devem ser decorados, e sim entendidos, aceitos e praticados, independente da “missão” que a organização pretende cumprir.
Análise externa: a organização deve olhar para fora de si, para o ambiente em que estão as oportunidades e as ameaças.
Ambiente indireto: aspectos políticos, econômicos, demográficos, tecnológicos, ambientais.
Ambiente direto: ambiente em que atua; fornecedores, clientes, concorrentes.
Análise interna: pontos fortes, fracos e neutros da organização. Produtos e serviços atuais, novos produtos, promoção; imagem institucional, comercialização, setor de informação, estrutura organizacional, tecnologia; suprimento; RH, finanças, controle e avaliação.
Análise das forças competitivas– faz parte da análise externa. É importante que se faça análise externa e interna dos principais concorrentes ou organizações que desenvolvam ações semelhantes, procurando conhecer sua estratégia, principais pontos fortes e fracos.
Fase II – Missão da organização
A razão de ser da organização e seu posicionamento estratégico.
• estabelecimento da missão da organização “aonde a organização quer chegar”, representa a razão de ser da organização; envolve não o que está descrito no estatuto, e sim, de forma mais ampla, as expectativas.
• propósitos atuais e potenciais: setores de atuação dentro da missão que está analisando a possibilidade de entrada no setor, ainda que de forma reduzida.
• estruturação e debate de cenários: deve ser montado com base nos dados e nas informações fornecidos pelo sistema estratégico de informações.
Fase III – Instrumentos prescritivos e quantitativos
Explicitação do que deve ser feito pela organização para que se direcione ao alcance dos propósitos estabelecidos dentro de sua missão.
A. Estabelecimento de objetivos, desafios e metas:
1. Objetivos (são qualitativos): o alvo, a situação que se pretende atingir, para onde a organização deve dirigir seus esforços.
2. Objetivos funcionais: intermediários de cada área funcional da organização que, ao serem atingidos, ajudam a alcançar o objetivo central.
3. Desafios: realizações quantificáveis e com prazo estabelecido, que devem ser perseguidas e exigem esforços extras para modificar uma situação.
4. Metas (são quantitativas): passos ou etapas quantificáveis e com prazo para serem alcançadas.
B. Estabelecimento de estratégias e políticas funcionais:
1. Estratégia: ação ou caminho mais adequado a ser executado para alcançar o objetivo, o desafio e a meta. É importante substabelecer estratégias alternativas para facilitar as alterações dos caminhos ou ações de acordo com as necessidades.
2. Política: parâmetros ou orientações para a tomada de decisões.
3. Diretrizes: conjunto estruturado e interativo dos objetivos, das estratégias e das políticas da organização.
C. Projetos e planos de ação:
1. Projetos: são trabalhos a serem feitos com responsabilidades de execução, resultados esperados com quantificação de benefícios e prazo para execução.
2. Programas: são os conjuntos de projetos homogêneos quanto a seu objetivo maior.
3. ‘Plano de ação: são os conjuntos das partes comuns dos diversos projetos quanto ao assunto que está sendo tratado.
Diferenças do planejamento estratégico no setor privado e no setor público:
Objetivos estratégicos:
No setor privado (Segundo Setor), em geral, o objetivo estratégico é a busca da competitividade: eliminar concorrentes, tornar-se a maior empresa etc.
No setor público (Primeiro Setor), os objetivos estratégicos consistem em buscar cumprir com efetividade a missão institucional da organização. Exemplo: a missão do Ministério da Educação seria educação para todos, nenhuma criança fora da escola, melhora das condições de ensino da população.
Objetivos financeiros:
No setor privado, os principais objetivos são o lucro, o crescimento da participação no mercado, a conquista de novos mercados ou novas fatias do mercado.
No setor público redução do custo, maior eficiência no gasto dos recursos públicos, cumprimento de metas financeiras na execução do orçamento.
Os valores:
No setor privado, é inovação, criatividade, responsabilidade social e ambiental, valores éticos, reconhecimento dos seus colaboradores e desenvolvimento de uma boa imagem corporativa.
No setor público é responsabilidade, equidade, respeito ao cidadão, integridade e honestidade no manejo dos recursos públicos.
Os resultados desejados:
No setor privado, é a satisfação do consumidor, alguém que dispõe de recursos financeiros para comprar o seu produto ou serviço.
No setor público, é a satisfação do cidadão, alguém que paga os seus impostos de forma compulsória, mediante promessa de receber em troca serviços ou bens públicos tangíveis (estradas, praças, rodovias, iluminação pública) e intangíveis (segurança pública, justiça) e serviços essenciais a serem prestados pelo Estado, como saúde, educação etc.
Stakeholders:
No setor privado, são os acionistas, proprietários, funcionários, fornecedores, clientes, mercado e a comunidade em geral. 
No setor público, são os contribuintes, demais poderes, funcionários públicos, e nas organizações sem fins lucrativos, os beneficiários, os colaboradores e os financiadores.
Prioridades orçamentárias:
No setor privado, atender às demandas do mercado consumidor, conquistar participação no mercado, concentrar-se nas atividades mais lucrativas para a empresa e seus acionistas.
No setor público, atender às necessidades básicas dos cidadãos (segurança, educação, saúde), promover desenvolvimento econômico, atender às demandas de lideranças sociais e econômicas e também parlamentares.
Justificativas para o sucesso:
No setor privado, proteção da propriedade intelectual, do capital investido, investimento em novas tecnologias.
No setor público, proporcionar o bem-estar social, diminuir as diferenças socioeconômicas, proporcionar maior segurança.
Fatores-chave do sucesso:
No setor privado, taxa de crescimento de participação no mercado e aumento dos rendimentos, singularidade, aplicação de novas tecnologias que proporcionem eficiência e competitividade no mercado.
No setor público, aperfeiçoar as práticas gerenciais, ganhar economia de escala, usar novas tecnologias para ganho de eficiência e agilidade, regularidade e padrão de serviços com qualidade.
Propósito principal do planejamento no setor público:
Estabelecer a base de políticas públicas predefinidas, a forma pela qual se deve adequar a oferta à demanda por serviços públicos em um horizonte de tempo determinado, estabelecendo-se objetivos e metas a serem cumpridos e, para tal, dimensionar recursos físicos, humanos e financeiros para a consecução dos mesmos. Planejar é função de importância fundamental para a racionalização de qualquer gestão. O ato de planejar é o exercício de adequar os recursos aos objetivos da gestão, medida pelos princípios que orientam uma equipe de governo.
Planejamento pós-Constituição de 1988:
A Constituição estabeleceu três instrumentos básicos: 
Plano Plurianual (PPA):
O PPA tem vigência de quatro exercícios financeiros, devendo seu projeto ser enviado para aprovação do Congresso Nacional no governo federal, da Assembleia Legislativa nos Estados e da Câmara Municipal nos municípios. Esse plano deve ser enviado até o dia 31 de agosto do primeiro ano de mandato, concluindo-se no primeiro ano de mandato do governo subsequente. Devem ser especificados, de forma regional, as diretrizes, os objetivos e as metas da administração pública. O PPA inclui também recursos orçamentários e não orçamentários, que são alocados nos diversos programas e ações. Cada esfera de governo deve definir, em seu Plano Plurianual, os programas, que devem ter como objetivo a solução de problemas específicos, com produtos finais necessários determinados, metas e custos quantificados, e sua execução deve ser acompanhada por indicadores especificados no Plano.
Lei de Diretrizes Orçamentárias:
Nos termos da Lei de Responsabilidade Fiscal, a LDO recebeu as seguintes funções: • dispor sobre o equilíbrio entre receitas e despesas; • estabelecer critérios e formas de limitação de empenho, na ocorrência de arrecadação da receita
inferior ao esperado; • dispor sobre o controle de custos e avaliação dos resultados dos programas financiados pelo orçamento; • disciplinar as transferências de recursos a entidades públicas e privadas; • quantificar o resultado primário a ser obtido; • estabelecer limite à expansão de despesas.
A Lei Orçamentária Anual (LOA):
Demonstrativo de compatibilidade da programação do orçamento com as metas da LDO previstas no respectivo Anexo de Metas Fiscais. Previsão de reserva de contingência para saldar possíveis restos a pagar e passivos contingentes. Constituio mais importante instrumento de gerenciamento orçamentário e financeiro da administração pública, cuja principal finalidade é a administração e o equilíbrio entre receitas e despesas públicas.
Planejamento orçamentário:
Após a organização definir seu plano estratégico, é fundamental buscar os meios para o cumprimento das metas estabelecidas. Dessa forma, o planejamento orçamentário visa proporcionar segurança à execução das atividades operacionais da organização, a fim de que não ocorra a falta dos recursos financeiros necessários para a consecução de seus fins. Na elaboração de um planejamento orçamentário, serão utilizados instrumentos quantitativos: projeções econômico-financeiras do planejamento orçamentário, visando responder, especialmente, a uma questão: quais são os recursos orçamentários necessários e quais as expectativas de retorno para atingir os objetivos, desafios e metas?
Controle e Avaliação:
O controle e a avaliação têm como função verificar como a organização está caminhando para a situação desejada, e isso pode ser acompanhado pelas seguintes análises:
1. Avaliação de desempenho.
2. Comparação do desempenho real com os objetivos, desafios, metas e projetos estabelecidos.
3. Análise dos desvios dos objetivos, desafios.
4. Acompanhamento para avaliar a eficiência da ação de natureza corretiva.
5. Adição de informações ao processo de planejamento, para desenvolver os ciclos futuros da
atividade administrativa.
Segundo Goldstein (2007), a diferenciação que separa a fundamentação teórica sobre a avaliação está no tipo de abordagem aplicada, que pode ser quantitativa ou qualitativa. A autora explica que, numa avaliação quantitativa, a coleta das informações é feita por meio de questionários fechados, entrevistas estruturadas ou documentos administrativos, que visam obter indicadores quantificáveis, sendo a mais indicada porque existe um grande número de indivíduos a serem entrevistados.
Já no caso da avaliação qualitativa, esta procura levantar as informações por meio de questionários e entrevistas abertos, debates em grupos focais e observação direta do pesquisador, no local em que se desenvolvem as atividades da organização.

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