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Comunicação e Expressão - Unidade 4

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Comunicação e Expressão 
Unidade 4: No mundo da escrita 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Professora Doutora Débora Mallet Pezarim de Angelo 
 
 
 
 
 
No mundo da escrita 
Nesta unidade, você vai encontrar pessoas que precisam escrever seus textos 
de forma adequada às situações de comunicação em que estão inseridas. Para 
tanto, os temas principais são: esquema de produção textual, parágrafo, 
coerência e coesão. 
 
Introdução da Unidade 
É urgente! 
Fernando precisava falar com seu chefe sobre a urgência da implantação de 
rotas de fuga, instalação de extintores e treinamento de incêndios a todos os 
funcionários, mas já tinha ouvido pelos corredores que o chefe estava muito 
ocupado e que não dava prioridade a esse tipo de assunto nesse momento, 
em que a empresa estava com muito trabalho. Fernando ligou e tentou agendar 
um horário com Carlos, seu chefe, mas a secretária disse que a agenda estava 
lotada e que o chefe só resolveria questões internas por e-mail. Como 
Fernando pode convencer Carlos a iniciar o treinamento? 
 
Fernando está vivendo um desafio que todos enfrentam no dia a dia: escrever 
um texto. No caso, ele deve escrever um e-mail para seu chefe, para 
convencê-lo sobre a urgência em iniciar os treinamentos contra incêndio na 
 
 
 
empresa em que trabalham. Temos, portanto, alguns elementos nessa 
situação: quem escreve é o subordinado; o chefe não está focado no assunto 
de interesse de seu colaborador; para quem vai escrever, o assunto é urgente. 
Assim, Fernando precisa ser persuasivo, mas de forma a não parecer 
inoportuno ou arrogante diante de seu superior. 
Boxe – Ser persuasivo 
Argumentação, ou persuasão pode ser definida como a soma dos 
procedimentos linguísticos utilizados em um dado texto que têm por objetivo 
convencer o receptor de alguma coisa. Platão e Fiorin propõe a seguinte 
definição de argumento: “observemos a origem do termo: vem do latim 
argumentum, que tem tema argu, cujo sentido primeiro é ‘fazer brilhar’, 
‘iluminar’. É o mesmo tema que aparece nas palavras argênteo, argúcia, arguto 
etc. Pela sua origem, podemos dizer que argumento é tudo aquilo que faz 
brilhar, cintilar uma ideia. Assim, chamamos argumento a todo procedimento 
linguístico que visa a persuadir, a fazer o receptor aceitar o que lhe foi 
comunicado, a levá-lo a crer no que foi dito e a fazer o que foi proposto.” 
 
Voltando à situação de Fernando, para atingir seus objetivos e escrever um 
texto adequado, ele pode iniciar preparando um esquema de sua escrita. 
Vamos ver o que é isso? 
Segundo A. L. Pita e Sueli Pitta, “a função básica de um esquema é definir o 
tema e hierarquizar as partes de um todo numa linha diretriz, para torná-lo 
passível de uma visão global. Pelo esquema, pode-se atingir o todo numa 
única mirada”. 
 
 
 
No caso dos textos escritos, uma narrativa, por exemplo, pressupõe um 
esquema que organize a história que será contada. No caso dos escritores 
profissionais, a narrativa que se organizará é toda esquematizada antes de ser 
produzida, mesmo que seja apenas mentalmente. Mas, mesmo que o autor 
não pense na organização de sua história, ela acabará seguindo algum 
esquema. 
Podemos partir de perguntas como: qual a história que desejo contar? Como 
vou organizá-la? Como começa? Quais seus acontecimentos principais? Como 
vou terminá-la? 
Da mesma forma que nos textos narrativos, os argumentativos também 
esquematização por parte de seu produtor. Isso significa dizer que, em um 
autor estabelece um fio de raciocínio que dará sustentação a seu pressupõem 
uma sua construção, ponto de vista. 
Diferentemente das narrativas, os textos argumentativos não estão 
preocupadas em contar fatos, mas, sim, em apresentar uma opinião, mais ou 
menos explícita, a partir de um tema dado. Assim sendo, seu esquema de 
construção indica um tema, o que o autor pensa sobre o assunto e os motivos 
que o levam a pensar assim, além de sua conclusão. 
Podemos partir de perguntas como: qual meu objetivo? Que ideia pretendo 
defender? Que argumentos tenho para sustentá-la? 
 
Os esquemas ajudam a compreender melhor o percurso do texto 
 
 
 
 
Transformando o esquema em texto: os parágrafos 
A clareza do texto deve-se, em grande parte, à forma como conseguimos 
organizar nossas ideias em parágrafos. Em termos de composição textual, é 
um caminho em etapas. Os parágrafos representam, de certa forma, cada um 
desses estágios a serem cumpridos. 
Conceito de parágrafo 
Luiz C. Figueiredo afirma que eles “são como ‘prateleiras’ que dividem uma 
sequência de informações ou pensamentos. Servem para facilitar a 
compreensão e a leitura do texto, dar folga ao leitor, que acompanha, passo a 
passo, a linha de raciocínio desenvolvida pelo escritor.” 
Para que essa linha fique clara, especialmente se pensarmos no esforço de 
compreensão que será feito pelo leitor, a organização dos parágrafos torna-se 
fundamental. 
É preciso que o leitor seja apresentado ao tema, em um primeiro momento; 
depois, espera-se que cada ponto a ser destacado pelo autor seja 
desenvolvido em um ou mais parágrafos. Por fim, o leitor espera que haja um 
ou mais parágrafos de fechamento da ideia. 
 
 
 
 
E como cada “prateleira” é organizada? Para responder a essa pergunta, 
recorremos ao conceito de tópico frasal. De acordo com Figueiredo, “esse 
período orienta ou governa o resto do parágrafo; dele nascem outros períodos 
secundários ou periféricos; ele vai ser o roteiro do escritor na construção do 
parágrafo; ele é o período-mestre, que contém a frase-chave”. 
Observe os dois parágrafos a seguir, para identificação de seus tópicos: 
“(1) Boa parte de nossa infelicidade ou aflição nasce do fato de vivermos 
rodeados (por vezes esmagados ou algemados) por mitos. Nem falo dos belos, 
grandiosos ou enigmáticos mitos da Antiguidade grega. Falo, sim, dos mitinhos 
bobos que inventou nosso inconsciente medroso, sempre beirando precipícios 
com olhos míopes e passo temeroso. Inventam-se os mitos, ou deixamos que 
aflorem, e construímos em cima deles a nossa desgraça. 
(2) Por exemplo, o mito da mãe-mártir. Primeiro engano: nem toda mulher nas-
ce para ser mãe, e nem toda mãe é mártir. Muitas são algozes, aliás. Cuidado 
com a mãe sacrificial, a grande vítima, aquela que desnecessariamente deixa 
de comer ou come restos dos pratos dos filhos, ou, ainda, que acorda às 2 da 
manhã para fritar (cheia de rancor) um bife para o filho marmanjo que chega 
em casa vindo da farra. Cuidado com a mãe atarefada que nunca para, sempre 
arrumando, dobrando roupas, escarafunchando armários e bolsos alheios sob 
o pretexto de limpar, a mãe que controla e persegue como se fosse cuidar, não 
importa a idade das crias. Essa mãe certamente há de cobrar com gestos, 
palavras, suspiros ou silêncios cada migalhinha de gentileza. Eu, que me 
sacrifiquei por você, agora sou abandonada, relegada, esquecida? E por aí 
vai...” (LUFT, Lya. “Faxina nos mitos”. Revista Veja, n. 1901, 20/04/2005) 
 
 
 
 
A escritora Lya Luft 
Em cada um dos parágrafos de Lya Luft, encontramos tópicos frasais 
diferentes. No primeiro, a ideia central é que vivemos cercados por mitos bobos 
que nos fazem infelizes. Ela está sintetizada no primeiro período do texto, seu 
tópico frasal (“Boa parte de nossa infelicidade ou aflição nasce do fato de 
vivermos rodeados por vezes esmagados ou algemados por mitos”). 
Já no segundo, o tema do texto continua o mesmo, mas uma nova ideia foi 
acrescentada. A autora nos apresentará um tipo específico de mito, o da “mãe-
mártir”; esse parágrafo inteiro terá como tópico organizador esse tema.Para ter coerência e coesão 
Veja essas imagens? São textos coerentes? 
 
Na semana dele domingo não é dia! 
 
 
 
 
Será que eles descansam trabalhando? 
Como vemos, a coerência diz respeito à harmonia entre as partes de um texto; 
mas há outro aspecto ligado à coerência; ele diz respeito ao contexto. Leia a 
seguinte situação. 
Uma cliente escreveu para um plano de saúde nos seguintes termos: 
“Prezados senhores, gostaria de uma explicação detalhada sobre o aumento 
praticado na mensalidade de meu plano, ocorrida neste mês. Atenciosamente, 
Marli da Silva”. 
A resposta da empresa foi essa: “Cara senhora Marli, os planos alfa, gama e 
beta receberam, a partir deste mês, um aumento de 5%, de acordo com a 
legislação vigente. Atenciosamente, WW, central de atendimento ao cliente.” A 
cliente considerou a resposta dada como incoerente. 
Um primeiro ponto a ser destacado diz respeito à organização interna dos dois 
textos. É possível compreender as informações: o texto da cliente é um pedido 
e o da empresa é uma resposta a esse pedido. Nesse sentido, ambos são 
coerentes. Para tentarmos entender por que a cliente classificou a resposta do 
plano de saúde como incoerente, vamos analisar outro aspecto: a relação que 
o texto conseguiu estabelecer com ela na situação dada. 
Foi feito um pedido à empresa, solicitando uma “explicação detalhada” sobre o 
aumento praticado na mensalidade. Na resposta, afirma-se que o aumento 
seguiu “a legislação vigente”. Nada é informado sobre qual é a lei, onde pode 
ser encontrada, se este procedimento está previsto em contrato. A usuária 
solicitou que a empresa, prestadora de serviços, respondesse sua pergunta de 
 
 
 
forma detalhada, o que não ocorreu. Sob o ponto de vista dela, portanto, a 
coerência não se formou. 
A coerência, portanto, diz respeito à harmonia entre as partes do texto e do 
texto à situação de comunicação em que foi produzido. 
Outro assunto que costuma ser associado ao texto é a coesão. Em linhas 
gerais, podemos dizer que são o conjunto de elementos que garantem a 
articulação entre as partes do texto. Veja um exemplo: 
Todos os automóveis que temos estão aqui. Eles ficam em exposição na frente 
da agência, porque no pátio interno só ficam os carros para conserto. 
Nesse pequeno texto, os termos “eles” e “carros” são elementos coesivos 
referenciais, porque retomam o termo “automóveis”. Veja como eles só fazem 
sentido no texto a partir do termo que os antecedeu. O mesmo ocorre com “na 
frente da agência” que retoma “aqui”. 
Conceito de coesão textual 
Coesão textual Segundo Charaudeau e Maingueneau, “A palavra coesão 
designa (...) o conjunto dos meios linguísticos que asseguram as ligações intra 
e interfrásticas que permitem a um enunciado oral ou escrito aparecer como 
um texto.” Assim, vemos que coesão e coerência não fazem parte do mesmo 
fenômeno, mas muitas vezes caminham juntos dentro da textualidade. 
Testando 
Observe o anúncio a seguir. 
 
 
 
 
a) Não podemos considerar o anúncio coerente, pois não é possível 
relacionar a imagem da pimenta com o sobrenome “Pimenta”, escrito 
no recado. 
 
b) Há coerência, construída quando o leitor observa o anúncio do início 
completo e entende a relação do recado de Pimenta e a mensagem do 
Hortifruti. 
 
c) Há coerência contextual, pois Priscila é um nome muito comum, 
assim como o sobrenome Pimenta; “Hortifruti” também é um termo 
muito usual. 
 
d) Não há coerência, pois a imagem dos alimentos não se relaciona com 
a mensagem passada pelo texto verbal. 
 
b) Há coerência somente entre o texto verbal “A Hortifruti quer se 
entregar para você” e as imagens dos alimentos . 
 
 
 
 
Feedback: há coerência, pois, quando o leitor observa o texto escrito 
por Pimenta para Priscila fala “dar o melhor de mim”, a mesma ideia 
está retomada na mensagem do Hortifruti (“quer se entregar para 
você”). As imagens dos alimentos, por sua vez, têm relação direta com 
os produtos vendidos e entregues pelo anunciante. 
 
Resumo da unidade 
Nesta unidade, discutimos um pouco como organizar textos adequados à 
situação comunicativa em que estamos. Descobrimos que, inicialmente, é 
preciso um esquema, um rascunho de ideias gerais que indicam um percurso. 
Na sequência, entendemos que o parágrafo é fundamental para materializar 
essa trilha. Por fim, compreendemos que a coerência e a coesão de um texto 
se dão por sua organização interna e adequação ao contexto. 
Referências bibliográficas 
 
CHARAUDEAU, P., MAINGUENEAU, D. Dicionário de análise do discurso. São 
Paulo: Contexto, 2004. 
FÁVERO, L. Coerência e coesão textuais. São Paulo: Ática, 2006. 
FIGUEIREDO, L. A redação pelo parágrafo. Brasília: Editora da Universidade 
de Brasília, 1999. 
FIORIN, J. SAVIOLI, F. Lições de texto: leitura e redação. São Paulo: Ática, 
2006. 
PITA, Ana Lucia, PITTA, Suely. Registro oral e registro escrito. São Paulo: 
Anhembi Morumbi (documento em PDF). 
Sites 
http://www.algosobre.com.br/redacao/coesao-e-coerencia.html – Aqui você 
encontra explicações mais detalhadas sobre coesão. 
http://www.portugues.com.br/redacao/a-estruturacao-paragrafo-.html - Aqui você 
encontra algumas informações sobre a organização do parágrafo. 
 
 
 
Vídeos 
http://www.youtube.com/watch?v=wmDQamQb0xA – Aqui você encontra 
explicações sobre coerência e coesão textuais. 
http://www.youtube.com/watch?v=rAiH4tX99js – Aqui você encontra 
orientações para organização de parágrafos.

Outros materiais