Buscar

TGP Resumo: da autotutela aos princípios

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Resumo da disciplina Teoria Geral do Processo (I unidade)
DA AUTOTUTELA À JURISDIÇÃO
AUTOTUTELA: Atualmente quando estamos a frente de um problema, ajuizamos um processo e o Estado, na pessoa do Juiz, nos dá a solução do conflito. Todavia, em tempos remotos não existia a presença do Estado na resolução dos conflitos. Assim sendo, aquele que quisesse fazer valer uma vontade sua teria que fazê-lo pela força. Nessa época era permitida inclusive a vingança privada. A esse regime damos o nome de autotutela que detinha como principais características: 
Falta de um juiz imparcial na tomada das decisões; 
Imposição da vontade de uma parte sobre a outra.
AUTOCOMPOSIÇÃO: após a autotutela surge a autocomposição pela qual uma das partes em conflito, ou ambas, abrem mão do interesse ou de parte dele, mediante acordo. Três são as formas de autocomposição:
Desistência: consiste em dar início à proteção do Direito lesado ou ameaçado de lesão, e desiste de protegê-lo (renúncia à pretensão);
Submissão: renúncia a resistência oferecida à pretensão. Assim, no caso concreto, uma das partes, aquela possuidora do direito, renuncia-o;
Transação: concessões recíprocas; estabelecimentos de acordos.
TRAÇO COMUM: todas essas soluções são parciais no sentido de que dependem da ação de uma ou ambas as partes envolvidas
ARBITRAGEM: Após esses períodos, a sociedade foi percebendo que a melhor forma de composição de seus conflitos era confiar a decisão da solução a uma terceira pessoa que era de confiança de ambos. A princípio as pessoas confiadas eram os sacerdotes que acreditava-se exprimir a vontade dos deuses ou os anciãos que conheciam os costumes locais do grupo social onde os interessados viviam.
À medida que o Estado foi tomando as rédeas do poder de julgamento as partes passaram a submeter seus problemas a pessoa do PRETOR, que era a pessoa encarregada de resolver o problema posto à sua frente em nome do Estado. Portanto na época do direito romano o processo de resolução dos problemas da sociedade seguia dois caminhos alternativos: perante o magistrado ou pretor ou perante o árbitro. Nesse período passava a fase da arbitragem facultativa para a fase da arbitragem obrigatória. Para evitar julgamentos arbitrários surge a Lei das XII Tábuas, um marco do direito. E junto com essa surge a figura do legislador. Com a elaboração da Lei das XII Tábuas e da transferência do poder de decidir os conflitos ao Estado (pretor) encerra-se o período de transição entre a JUSTICA PRIVADA para a JUSTICA PÚBLICA, surge a jurisdição. Depois disso a resolução dos conflitos passa a ser exclusivamente competência do Estado, cabendo as partes somente provocar o Estado-Juiz para a resolução do seu problema. Assim, surge o PROCESSO. 
Obs: Litiscontestatio: compromisso firmado pelas partes perante o pretor. 
FATORES FAVORÁVEIS AOS MEIOS ALTERNATIVOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS:
A duração do processo, que por não raras vezes exorbitam a esfera da razoabilidade, o seu alto dispêndio, e outros fatores deveras relevantes tem concorrido para o estreitamento do canal de acesso à justiça através desse instrumento. Destarte, os processualistas hodiernos têm conjecturado novos meios para a solução dos conflitos, a saber: CONCILIAÇÃO, MEDIAÇÃO E ARBITRAMENTO. A primeira nuança dessas vertentes alternativas é a ruptura com o formalismo processual. 
CONCILIAÇÃO:  pode ser mais indicada quando há uma identificação evidente do problema, quando este problema é verdadeiramente a razão do conflito - não é a falta de comunicação que impede o resultado positivo. O conciliador procura obter uma transação entre as partes, ou a submissão de um à pretensão do outro e, ainda, a desistência da pretensão. Tratando-se da conciliação endoprocessual, pode-se chegar ainda à mera desistência da ação. Enfim, o conciliador, diferentemente do mediador, tem a prerrogativa de sugerir uma solução. 
MEDIAÇÃO: assemelha-se à conciliação, entretanto distingue-se dela somente porque enquanto esta busca mormente o acordo entre as partes, aquela busca, primeiramente, recuperar o diálogo entre os litigantes e, posteriormente, objetiva o trabalho do conflito. Nesta senda, não há interferência na mediação, pois as partes chegam a um acordo sozinhas. 
ARBITRAGEM: surge no momento em que as partes não resolveram de modo amigável a questão. As partes permitem que um terceiro, o árbitro, especialista na matéria discutida, decida a controvérsia. Sua decisão tem a força de uma sentença judicial e não admite recurso.
As soluções alternativas dos conflitos ajudam a desobstruir a Justiça, socializam o processo de entendimento entre as pessoas e aceleram a resolução dos problemas.
Desformalização; 
Celeridade; e,
Economia processual. 
Gratuidade e/ou mais baratos. 
AUTOTUTELA, AUTOCOMPOSIÇÃO E ARBITRAGEM NO DIREITO MODERNO
AUTOTUTELA: a respeito de sua repulsa, é admitida de maneira excepcionais para: direito de retenção; desforço imediato; o direito de cortar as raízes e ramos de árvores limítrofes;
AUTOCOMPOSIÇÃO: admite-se sendo disponíveis o direito material em qualquer de suas três formas clássicas: D.S.T (e qualquer uma delas pode ser processual ou extraprocessual); 
ARBITRAGEM: limitação aos litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis; capacidade das partes; desnecessidade de homologação judicial da sentença arbitral. 
FUNÇÕES DO ESTADO NA ATUAÇÃO DO PROCESSO
Finalidade Estatal: Paz Social
Fundamentos: 
Função social: Educação para o exercício do direito e respeito ao direito alheio. pacificação entre todos, uma vez que se relaciona com o resultado do exercício da jurisdição perante a sociedade e sobre a vida gregária dos seus membros e felicidade pessoal de cada um.
Função política: quando visa à preservação do valor liberdade e a preservação do ordenamento jurídico e da própria autoridade deste;
Função jurídica: quando assegura a função concreta do direito.
ACESSO À JUSTIÇA (acesso à ordem jurídica justa)
Tal acesso, frise-se antes de mais nada, não pode ser tido como uma garantia formal, em que se afirmasse de forma hipócrita que todos podem demandar, provocando a atividade do Judiciário, bastando para tal que se contrate um advogado e que se adiante as custas do processo. Tal garantia seria inútil, ineficaz e conseguintemente uma falsa garantia. Deve-se entender a garantia do acesso à justiça como uma garantia de “acesso à ordem jurídica justa”. A garantia meramente formal seria totalmente ineficaz, sendo certo que obstáculos econômicos (principalmente), sociais e de outras naturezas impediriam que todas as alegações de lesão ou ameaça a direitos pudessem chegar ao Judiciário. A garantia do acesso à justiça deve ser uma garantia substancial, ou seja, deve ser entendida como a garantia de que todos os titulares de posições jurídicas de vantagem possam ver prestada a tutela jurisdicional, devendo esta ser prestada de modo eficaz.
Para a efetividade do processo é preciso superar os seguintes óbices:
Admissão ao processo (ingresso em juízo): é preciso eliminar as dificuldades econômicas que impeça o ou desestimulem as pessoas de litigar ou dificultem o oferecimento de defesa adequada. 
O modo-de-ser do processo: devido processo legal, contraditório e ampla defesa. 
A justiça das decisões: o juiz deve pautar-se pelo critério da justiça. 
Efetividade das decisões: dar a quem tem um direito aquilo que lhe é devido. 
As três ondas do acesso à justiça:
luta pela assistência judiciária gratuita;
proteção dos interesses metaindividuais;
novo enfoque do acesso à justiça.
ATIVIDADE JURÍDICA DO ESTADO
LEGISLAÇÃO: normas que devem reger as mais variadas relações, dizendo o que é lícito ou ilícito, atribuindo direito, deveres, poderes, faculdades e obrigações. 
JURIDIÇÃO: atividade jurídica consistente na jurisdição, cuida o Estado de buscar a realização pratica daquelas normas (legislação) em caso de conflito entre pessoas
DIREITO MATERIAL E PROCESSUAL
Direito Processual:ramo da ciência jurídica que estuda e regulamenta o exercício, pelo Estado, da função jurisdicional. 
Dentro do processo existem dois tipos de direito ao que recorremos:
DIREITO PROCESSUAL: complexo de normas e princípios que regem a ritualística processual, ou seja, o exercício conjugado da jurisdição pelo Estado-juiz, da ação pelo demandante, e da defesa pelo demandado. É, em suma, um instrumento a serviço do direito material. 
DIREITO MATERIAL: é o direito a ser aplicado ao caso concreto. Por ele é que buscamos os fundamentos que utilizaremos dentro do processo para ganhar uma ação.
Obs: Do exposto pode-se concluir que pelo direito material usamos a lei para ter o direito e pelo direito processual usamos a lei para fazer valer a lei material.
POSIÇÃO ENCICLOPÉDICA
Ao se dizer que um determinado ramo do Direito é público ou privado, estamos, em suma, nos referindo a posição de coordenação entre os sujeitos da relação jurídica, ou a posição de subordinação. No primeiro caso temos os ramos do direito privado; no segundo, no qual há a prevalência da supremacia de um dos sujeitos (Estado) sobre os demais, há que se falar em direito público. Nesta senda, pode-se incluir o Direito Processual na família do direito público, visto que há uma predominância do interesse do Estado. 
EVOLUÇÃO CIENTÍFICA DO DIREITO PROCESSUAL
O Direito Processual tem sua evolução científica dividida em três fases: 
IMANENTISTA: dizia-se que o direito material era verdadeiro direito substantivo; por outro lado, o processo, era um direito adjetivo, de outro modo, apenas um mero apêndice do direito material. Nesta fase, impera a negação da autonomia do Direito Processual. Tal visão, porém, deve ser execrada, por ser absolutamente divorciada da precisão científica já alcançada. 
CIENTÍFICA: o Direito Processual passa a ser considerado ramo autônomo do Direito, passando a integrar o direito público. Vale realçar que nesta fase predominou os estudos voltados para a fixação dos conceitos essenciais que compõem a ciência processual, tais como os de ação, processo e coisa julgada. 
Obs: faltou nesta fase uma postura crítica. O sistema processual era estudado mediante uma visão puramente introspectiva, no enxame de seus institutos. O processo era visto como mero instrumento técnico, sem o seu reconhecimento deontológico. 
INSTRUMENTALISTA: Trata-se de um momento em que o processualista dedica seus esforços no sentido de descobrir meios de melhorar o exercício da prestação jurisdicional. O processo deixa de ser visto como mero instrumento de atuação do direito material e passa a ser encarado como um instrumento de que se serve o Estado a fim de alcançar seus escopos sociais, jurídicos e políticos. 
A EXISTÊNCIA DE UMA TEORIA GERAL DO DIREITO PROCESSUAL
Não é pacífica em sede doutrinária a existência de uma teoria geral do Direito Processual. Nesse sentido, há duas correntes, a saber:
UNITARISTA (majoritária): a que acredita na unidade de uma teoria geral do processo (unitarista);
DUALISTA: sustenta a separação entre a ciência processual civil e a penal, por constituírem ramos dissociados, com institutos peculiares.
Obs: Malgrado a visão dualista, a posição mais adequada é a que entende pela existência de uma única teoria geral do processo, tendo em vista que a ciência processual seja penal, civil, ou até mesmo trabalhista, obedece a uma estrutura básica, comum a todos os ramos, fundada nos institutos jurídicos da ação, da jurisdição e do processo. 
Torna-se substancial destacar modernos diplomas, como a Lei Maria da Penha e o ECA, que adotam a sistemática de juízos híbridos. Conjugam concomitantemente em seu corpo o direito material e o direito processual. 
FONTES DO DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Classificam-se em formais e materiais:
FORMAIS: são aquelas que possuem força vinculante, sendo, portanto, obrigatórias para todos. São as responsáveis pela criação do direito positivo. É a lei em lato sensu, a significar norma jurídica, a saber:
Constituição Federal; 
A lei federal ordinária – em matéria processual há três matérias que devem ser tratadas por lei complementar: Estatuto da Magistratura, organização e competência da Justiça Eleitoral e normas sobre direito processual em matéria tributária. 
A lei estadual – que verse sobre processo; 
Os tratados internacionais – com status de emenda constitucional; 
Os regimentos internos dos Tribunais - conjuntos de normas que regem o funcionamento interno do tribunal, dispondo, por exemplo, sobre sua composição. 
MATERIAIS: não têm força vinculante, servindo apenas para esclarecer o verdadeiro sentido das fontes formais. São os princípios gerais do Direito, o costume, a doutrina e a jurisprudência.
EFICÁCIA DA LEI PROCESSUAL NO TEMPO E NO ESPAÇO
EFICÁCIA NO ESPAÇO: conforme arrolado no art. 16 do NCPC a jurisdição é exercida em todo território nacional. Assim sendo, a lei processual brasileira se aplica no território nacional - princípio da territorialidade. 
EFICÁCIA NO TEMPO: As leis processuais brasileiras estão sujeitas a LINDB. Assim, salvo disposição em contrário começam a viger após a VACATIO LEGIS. No entanto, com relação aos casos já em andamento é adotado a teoria do isolamento dos atos processuais, pela qual a lei nova regerá os processos ainda por instaurar, todavia não atingirá aqueles atos processuais já findos. Sobre os processos pendentes, a lei processual nova se aplicará imediatamente, mas respeitadas a validade e a eficácia dos atos processuais praticados sob o império da lei anterior.
PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO PROCESSUAL
NEOPROCESSUALISMO: estudo e aplicação do Direito Processual de acordo com a nova perspectiva do neoconstitucionalismo essa nova proposta do pensamento jurídico. 
PRINCÍPIOS INFORMATIVOS (que buscam a melhoria do sistema processual):
Princípio lógico: solução dos meios rápidos e céleres de procurar e descobrir a verdade e de evitar o erro; 
Princípio jurídico: igualdade no processo e justiça na decisão;
Princípio político: o máximo de garantia social, com o mínimo de sacrifício individual da liberdade; 
Princípio econômico: processo acessível a todos, com vista ao seu custo e à sua duração. 
OUTRA CLASSIFICAÇÃO:
Princípios estruturantes: ideias diretivas básicas do processo, de índole constitucional (juiz natural, imparcialidade, igualdade, contraditório, ampla defesa, etc.). 
Princípios fundamentais: seriam os mesmos princípios estruturantes, mas aplicados a cada ramo específico (com suas particularidades). Ex: juiz natural no processo penal, imparcialidade no processo civil, etc. 
Princípios instrumentais: servem para a consecução dos princípios fundamentais. Ex: impulso oficial, oralidade, etc. 
PRINCÍPIOS: São aqueles fundamentos que servem para regular as relações entre as pessoas. São proposições que se colocam na base da Ciência Jurídica Processual e auxiliam na compreensão do conteúdo e extensão do comando inserido nas normas jurídicas e em caso de lacuna da norma, servem como fator de integração. De acordo com a CF os princípios gerais são:
PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL (ART. 5°, LIC-CF) – Este Princípio é a base de todos os demais Princípios. No Processo, na solução do conflito, o Estado tem que respeitar o Devido Processo Legal. É o princípio segundo o qual o processo deve observar necessária e impreterivelmente a legalidade, pressuposto de qualquer Estado de Direito
PRINCÍPIO DA IGUALDADE OU ISONOMIA: Primeiro entre os corolários do devido processo legal é, sem sombra de dúvida, o princípio da igualdade, também chamado princípio da isonomia. Consagrado na Constituição da República no caput do seu art. 5º, através da tradicional fórmula de enunciar que “todos são iguais perante a lei”. A isonomia (ou igualdade) está intimamente ligada à ideia de processo justo – isto é, de devido processo legal. Por essa razão é que o juiz deve assegurar às partes um tratamento isonômico. Não se pode ver, porém, neste princípioda igualdade uma garantia meramente formal. Assim é que, mais do que nunca, deve-se obedecer aqui à regra que determina tratamento igual às pessoais iguais, e tratamento desigual às pessoas desiguais. Exceções: Favor rei; interesse público e situação da pessoa. 
PRINCÍPIO DA IMPARCIALIDADE DO JUIZ OU DO JUIZ NATURAL: o caráter de imparcialidade é inseparável do órgão da jurisdição. O juiz para exercer a sua função dentro do processo deve permanecer em posição equidistante das partes. É nesse sentido que se fala em órgão jurisdicional subjetivamente capaz. E para assegurar a imparcialidade dos magistrados a Carta Magna lhes estipulam garantias, bem como vedações e, outrossim, proíbem os tribunais de exceção. Este princípio consagra três conceitos, a saber: só é juiz aquele investido de jurisdição; não pode haver Tribunal de Exceção; entre os juízes pré-constituídos, vigora uma ordem taxativa de competência, não cabendo discricionariedade 
PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DO CONTROLE JURISDICIONAL: principio segundo o qual fica assegurado a todo aquele que se sentir lesado ou ameaçado em seus direitos o acesso aos órgãos judiciais, não podendo a lei vedar esse acesso. Está consagrado no art. 5º, XXXV, da Constituição. Segundo este dispositivo, “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. 
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA: por ele as partes é assegurado o mais amplo desenvolvimento dos seus direitos e defesas na solução do caso concreto. Por AMPLA DEFESA, entende-se o asseguramento que é dado ao réu de condições que lhe possibilitem trazer para o processo todos os elementos tendentes a esclarecer a verdade ou mesmo de omitir-se ou calar-se, se entender necessário, enquanto o contraditório é a própria exteriorização da ampla defesa, impondo a condução diatética do processo.
É corolário de tais princípios a necessidade de que se dê ciência a cada litigante dos atos praticados pelo juiz e pelo adversário. Essa ciência é dada por meio da citação (ato pelo qual se chama a juízo o réu ou o interessado a fim de se defender), da intimação (ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos do processo, para que faça ou deixe de fazer alguma coisa) e da notificação (ação que tem por objetivo manifestar qualquer intenção de modo formal). 
Contraditório Diferido (inaudita et altera pars): é aquele em que o juiz primeiro opera-se a decisão de deter determinada questão para, ao depois, intimar a parte para se manifestar
Obs: segundo o Ministro do STF GILMAR MENDES o inquérito não possui contraditório, mas as medidas invasivas deferidas judicialmente devem se submeter a esse princípio, e a sua subtração acarreta nulidade. 
PRINCÍPIO DA TEMPESTIVIDADE DA TUTELA JURISDICIONAL: Dispõe o art. 5º, LXXVIII: “a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação”. O que se assegura com esse princípio constitucional é a construção de um sistema processual em que não haja dilações indevidas, isto é, o processo demorar mais do que o estritamente necessário para que se possa alcançar os resultados justos.
PRINCÍPIO DA AÇÃO – INQUISITIVO E ACUSATÓRIO: a jurisdição é inerte e para a sua movimentação exige a provocação do interessado. A isso dar-se o nome de princípio da ação. Antigamente existiu o processo inquisitivo pelo qual o próprio juiz instaurava o processo, produzi as provas e julgava ao final, o que levava a um julgamento parcial. O processo acusatório adotado no Brasil é mais ou menos o que vivemos atualmente pelo qual as partes procuram a tutela e disputam a causa em pé de igualdade. 
Obs: o ordenamento pátrio se perfilha ao princípio da ação quer na área penal, quer na esfera cível. Entretanto, existem exceções a essa regra, como, v.g, na execução trabalhista e em matéria falimentar. 
PRINCÍPIO DA DISPONIBILIDADE E DA INDISPONIBILIDADE: a disponibilidade aqui tratada diz respeito ao poder que o indivíduo tem de ajuizar ou não a ação e até de desistir da ação. Sofre restrição quando o próprio direito material é indisponível, ex direito civil é disponível, mas a pensão alimentícia que é civil é indisponível. Já no processo penal prevalece a indisponibilidade ou obrigatoriedade. A apuração do crime, regra geral é imperdoável e deve ser processado e julgado não podendo o MP dispor da ação penal. 
REVELIA:
Caráter objetivo: correrão os prazos independente de intimação;
Caráter subjetivo: reputar-se-ão verdadeiros os fatos afirmados pelo autor e não contestados
Na sistemática processual penal não que se falar em efeito subjetivo da revelia, valendo-se, apenas, os efeitos objetivo. 
Limitações à indisponibilidade no processo penal: ação penal privada, ação penal pública condicionada à representação do ofendido; ação penal pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça; ilícito de menor potencial ofensivo; suspensão condicional do processo. 
Regra da Irretratabilidade: arts. 17 (não pode desistir da investigações), 42 (não pode desistir da ação penal), e 576 (não pode desistir dos Recursos). 
PRINCÍPIO DISPOSITIVO E PRINCÍPIO DA LIVRE INVESTIGAÇÃO DAS PROVAS – VERDADE FORMAL E VERDADE REAL: principio dispositivo: o juiz depende, na instrução da causa, da iniciativa das partes quanto às provas e às alegações em que se fundamentará a decisão. Livre investigação dita que o juiz pode valorar as provas produzidas nos autos da forma que lhe bem aprouver, na busca da verdade formal ou real. Verdade formal, aquela que é trazida pelas partes no processo, aquilo que o juiz tem nas mãos para analisar o caso. Verdade real, aquilo que realmente aconteceu e que nem sempre pode ter sido trazido aos autos pelas partes, ex. um fato que não foi colocado no processo. 
PRINCÍPIO DO IMPULSO OFICIAL: por ele o juiz é obrigado a mover o processo fase a fase até o julgamento da causa, lógico depois de provocado pela parte inicialmente. OBS: Preclusão pro judicato: a perda da faculdade de praticar ato processual.
PRINCÍPIO DA ORALIDADE: o procedimento pode ser oral e se reduz a texto somente os atos mais importantes. 
PRINCÍPIO DA PERSUASÃO RACIONAL DO JUIZ: segundo o qual o juiz deve formar livremente seu convencimento na análise das provas. Os sistemas de apreciação de provas são:
Prova legal: pelo qual as provas têm valores fixos e inalterados aplicados mecanicamente; 
Secundum conscientiam pelo qual o juiz pode julgar mesmo contra as provas, de acordo com sua consciência, ex tribunal do júri os jurados julgam de acordo com sua convicção e não de acordo com provas produzidas. 
Persuasão racional ou Livre Convencimento do Juiz: convencimento deve ser motivado (observância das regras legais e as máximas de experiência). 
PRINCÍPIO DA EXIGÊNCIA DE MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS: Na linha do pensamento tradicional a motivação das decisões judiciais era visto apenas como garantia as partes de ter uma decisão fundamentada, com vistas à possibilidade de sua impugnação para efeito de reforma. Contudo, hodiernamente se passou a observar também a função política da motivação das decisões judiciais e tê-la como esteio para aferir-se em concreto a imparcialidade do juiz, legalidade e justiça das decisões. 
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE: garantia ao jurisdicionado. A possibilidade de vistas dos processos, audiências e todos os atos do processo são a garantia de fiscalização do processo por parte da sociedade, com exceção dos processos com segredo de justiça. 
Exceções – Princípio da Publicidade Restrita: interesse público e interesse das partes (vide art. 155, I e II do CPC; art. 483 e 792, § 1º, CPP)
Publicidade no inquérito: SV nº 14. 
Instrumentos de fiscalização: a presença de pessoas às audiências, a consulta processual.
PRINCÍPIO DA LEALDADE PROCESSUAL: é dever das partes agir de forma leal no processo. Àquele que usar do processo para obter vantagem indevida por meios ardis há de ser aplicada as penas da lei. 
PRINCÍPIODA ECONOMIA E DA INSTRUMENTALIDADE DAS PROVAS: a economia processual prega a maior instrução processual em busca da solução da lide com o menor emprego possível de atividades processuais. A instrumentalidade diz que o processo, assim como as provas são formais, ou seja, dependem de um procedimento para sua produção, sob pena de nulidade. 
Mecanismos da economia processual: reunião dos processos em caso de conexão ou continência (art. 105, CPC); reconvenção, etc.
Princípio do aproveitamento dos atos processuais – instrumentalidade das formas (art. 250, CPC).
PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO: possibilita a revisão, por via de recurso, das causas já julgadas pelo juiz de primeiro grau, garantindo assim, um novo julgamento, por parte dos órgãos da jurisdição superior, ou de segundo grau. 
Corrente contrária se funda em três aspectos:
 
1. Jurisdição superior também poderia cometer erros e injustiças nos julgamentos; 
2. A decisão em grau de recurso é inútil quando confirma sentença de primeiro grau; 
3. A decisão que reforma a sentença da jurisdição inferior é sempre nociva, produzindo a incerteza nas relações jurídicas e o desprestígio do Poder Judiciário.
OBS: Principal fundamento para a manutenção do princípio do duplo grau de jurisdição é de natureza política: nenhum ato estatal pode ficar imune aos necessários controles. 
Inexistência de previsão expressa na Constituição Federal
O STF e os Embargos Infringentes
OBS: reexame necessário (art. 475, CPC)

Outros materiais